Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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13/01/2020
Apoiar-vos-eis uns aos outros
Se souberes querer aos outros e
difundir, entre todos, esse carinho – caridade de Cristo, fina, delicada –,
apoiar-vos-eis uns aos outros, e o que for a cair sentir-se-á amparado – e
urgido – com essa fortaleza fraterna, para ser fiel a Deus. (Forja,
148)
Chega a plenitude dos tempos e, para
cumprir essa missão, não aparece um génio filosófico, como Sócrates ou Platão;
não se instala na terra um conquistador poderoso, como Alexandre Magno. Nasce
um Menino em Belém. É o Redentor do mundo; mas, antes de começar a falar,
demonstra o seu amor com obras. Não é portador de nenhuma fórmula mágica,
porque sabe que a salvação que nos traz há-de passar pelo coração do homem. As
suas primeiras acções são risos e choros de criança, o sono inerme de um Deus
humanado; para que fiquemos tomados de amor, para que saibamos acolhê-Lo nos
nossos braços.
Uma vez mais consciencializamos que
isto é que é o Cristianismo. Se o cristão não ama com obras, fracassa como
cristão, o que significa fracassar também como pessoa. Não podes pensar nos
outros homens como se fossem números, ou degraus para tu subires; como se
fossem massa, para ser exaltada ou humilhada, adulada ou desprezada, conforme
os casos. Tens de pensar nos outros – antes de mais, nos que estão ao teu lado
– vendo neles o que na verdade são: filhos de Deus, com toda a dignidade que
esse título maravilhoso lhes confere.
Com os filhos de Deus, temos de
comportar-nos como filhos de Deus: o nosso amor há-de ser abnegado, diário,
tecido de mil e um pormenores de compreensão, de sacrifício calado, de entrega
silenciosa. Este é o bonus odor Christi
que arrancava uma exclamação aos que conviviam com os primeiros cristãos: Vede
como se amam! (Cristo que passa, 36)
THALITA KUM 69
(Cfr. Lc 8, 49-56)
Tal como nós,
muitas vezes, em ocasiões tão diversas como, numa doença que faz sofrer, numa
provação dura de aguentar, enfim... aquilo a que chamamos tragédias; ficamos
também a pensar connosco mesmos:
‘E Deus? Onde está?
Porque permite isto?’
Tal como a caminho
de Emaús, podemos dar-nos conta que, a nosso lado, segue alguém que espera uma
oportunidade para se "meter" connosco, para se introduzir na nossa
vida, ajudando-nos a avaliar a dificuldade que enfrentamos, explicando-nos as
razões e os motivos de tudo quanto nos acontece.
Umas vezes,
entendemos perfeitamente o que nos quer dizer, outras, talvez muitas,
infelizmente, nem sequer O ouvimos.
Ele é o Cristo que
passa... que passa na vida de cada homem, várias vezes e de tão variadas
formas.
Está ansioso por
ser ouvido por nós, deseja que O convidemos a entrar na nossa alma.
Também nós devemos
dizer-Lhe com frequência:
«Senhor cai o dia, não tarda a noite, fica
connosco!»
Sim, muitas vezes
cai o dia da nossa esperança, o dia da nossa fé; sentimo-nos desconsolados:
Aquilo que esperávamos
com tanta confiança, não aconteceu; aquele amigo que estimávamos,
desprezou-nos; o ente querido que tanta falta nos faz, está morrendo; esta
dificuldade, que se avoluma cada dia que passa, cujo peso está ficando
impossível suportar.
Outras
vezes sentimos que é a noite que não tarda, a noite da nossa confusão, do nosso
desânimo, da nossa frustração.
Parece
que tudo se desmorona à nossa volta, que os outros é que têm razão, que o mal
triunfa e o pecado compensa, que da prática do bem e do esforço por ser
melhores só nos advêm problemas, angústias e dificuldades.
E
então, temos de dizer-lhe:
Fica
connosco Senhor, as Tuas palavras tão cheias de sabedoria abrem novos
horizontes à nossa frente, vemos as coisas com outra luz, a Tua presença
conforta-nos e fortalece-nos e ajuda-nos a vencer o medo.
Depois, tal como no
Evangelho, os nossos olhos hão-de abrir-se e reconheceremos Jesus, junto de
nós, onde sempre esteve.
Sossegados então,
com a alma em paz, com as certezas todas claríssimas no nosso espírito, sabendo
muito bem que o que acreditamos é verdadeiro, é belo e nos salva, prontamente,
como aqueles dois de Emaús, voltamos à estrada ao encontro dos outros para lhes
dar notícias importantes e que não podem esperar:
Que O Senhor
ressuscitou, pelo Seu próprio poder, porque é Deus Todo-Poderoso; que, não
obstante ter ido para os Céus, ficará connosco, para sempre, até ao final dos
tempos.
(AMA,
reflexões sobre o Evangelho, 2006)
Evangelho e comentário
Santo
Hilário – Doutor da Igreja
Evangelho: Mc 1, 14-20
14 Depois de João ter sido preso,
Jesus foi para a Galileia, e proclamava o Evangelho de Deus, 15 dizendo:
«Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: arrependei-vos e
acreditai no Evangelho.» 16 Passando ao longo do mar da Galileia, viu Simão e
André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. 17 E
disse-lhes Jesus: «Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens.» 18 Deixando
logo as redes, seguiram-no. 19 Um pouco adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e
João, seu irmão, que estavam no barco a consertar as redes, e logo os chamou.
20 E eles deixaram no barco seu pai Zebedeu com os assalariados e partiram com
Ele.
Comentário:
Quatro irmãos são os primeiros que O Senhor escolhe
para O seguirem.
Como que a anunciar que pretende formar uma família
espiritual à Sua volta com o objectivo de congregar todos os homens numa única
família a família dos Filhos de Deus.
São homens simples disponíveis e leais habituados a
trabalhar em conjunto levando a carga uns dos outros sempre que necessário.
A sua profissão de pescadores ensinou-lhes a
necessidade da persistência e da perseverança a não desanimar perante ausência
de resultados imediatos a fazerem o mesmo quantas vezes forem necessárias até
conseguirem a pesca abundante que compensará todos os esforços.
(AMA, comentário sobre Mc 1, 14-20, 14.01.2019)
Leitura espiritual
Carta de Tiago
A Carta de Tiago foi
raramente comentada ao longo dos séculos, talvez pelo seu carácter de exortação
moral e pelo seu sabor judaico: só duas vezes cita o nome de Jesus (1,1; 2,1) e
propõe como modelos apenas figuras do Antigo Testamento: Abraão, Job, Raab,
Elias. Mas nos nossos dias veio a merecer um interesse especial dos estudiosos,
pois apresenta uma exposição viva e espontânea da mensagem no ambiente das
primitivas comunidades cristãs de origem judaica e revela uma série de contrastes
que despertam a atenção.
Só se percebe que é uma
Carta pelo primeiro versículo, pois tem todo o aspecto de uma homilia. Mostra
uma grande afinidade com os livros do AT, mormente os Sapienciais (Pr, Sb e
Sir) e Proféticos (Is, Jr e Ml), e com os escritos judaicos (Pirqê Abot,
Testamento dos 12 Patriarcas, etc.); mas está impregnada do espírito cristão.
Nela, podem contar-se 29 dependências do Sermão da Montanha (Mt 5-7), duas
alusões ao Baptismo (1,21; 2,7) e à lei da liberdade (1,25; 2,12), um desenvolvimento
da relação entre a fé e as obras, problema candente no cristianismo (2,14-26),
a única referência expressa do Novo Testamento à Unção dos Enfermos (5,14-15) e
a insistência na perfeição (1,4.17.25; 2,22; 3,2), como em Mateus.
ESTILO E LINGUAGEM
O texto contém muitos
hebraísmos: construções hebraicas (1,22; 2,12; 4,11), paralelismo, parataxe,
genitivo de qualidade (1,25; 5,15). O autor exprime-se num grego de alto nível,
apenas comparável ao de Hebreus; de facto, tem um vocabulário rico (63 palavras
não aparecem no resto do NT, 45 encontram-se nos Setenta e 4 estão ausentes do
grego helenístico) e utiliza os recursos retóricos da diatribe cínico-estóica,
pequenos diálogos com um interlocutor imaginário (2,14-26), perguntas retóricas
(2,4.5b.14.16; 3,11-12; 4,4-5) e interpelações incisivas (1,16.19; 4,13; 5,1),
imperativos (mais de 60), paradoxos e contrastes (1,26; 2,13.26; 3,15; 4,12),
bem como frequentes exemplos e comparações. Tudo isto dá à Carta uma grande
vivacidade e faz pensar em escritores como Epicteto ou Séneca.
AUTOR
A teoria de esta Carta ser
um escrito judaico retocado por cristãos é destituída de base sólida; toda a
Carta tem um cunho cristão. A Tradição da Igreja é unânime em atribuí-la a um
Apóstolo do Senhor, de nome Tiago; e, se a perfeição do grego utilizado não
condiz com um Tiago palestino, isto poderia dever-se à redacção cuidada de um secretário
judeo-cristão muito culto ligado àquele Apóstolo.
A hipótese de um escrito
posterior pseudo-epigráfico também não oferece probabilidade, pois um estranho
que se quisesse servir de um nome notável não deixaria de apelar para os
títulos tão importantes de “Apóstolo” ou “Irmão do Senhor”, coisa que o autor
não faz, limitando-se a apresentar-se modestamente como «servo de Deus e do Senhor
Jesus Cristo» (1,1).
Mas o autor também não
deve ser Tiago Maior, o Apóstolo irmão de João, pois foi martirizado muito cedo
(em 42 ou 44). E alguns pensam que tão-pouco é o outro Apóstolo do mesmo nome,
o filho de Alfeu (ver Mc 3,18 par.), mas um terceiro Tiago, «o irmão do Senhor»,
homem de grande prestígio, ligado aos Apóstolos e chefe da comunidade de
Jerusalém (Act 12,17; 15,13-21; 21,18-25; Gl 1,19; 2,9.12), o qual, após a
Ressurreição, passou a crer em Jesus. A identificação habitual destes dois
Tiagos (o Menor, «filho de Alfeu» e «o Irmão do Senhor») só se teria dado no
correr dos séculos, a partir do que se diz em Gl 1,19: «Não vi nenhum outro
Apóstolo, excepto Tiago, irmão do Senhor.» Trata-se de uma questão discutida,
pois este texto de Gálatas pode entender-se de outra maneira, traduzindo, em
vez de «excepto Tiago»: «mas somente Tiago».
DESTINATÁRIOS
Os destinatários desta
Carta são «as doze tribos da Dispersão» (1,1), mas não seriam nem os judeus da
emigração fora da Palestina (a Diáspora em sentido próprio; há quem pense mesmo
em judeus helenizados de tendência essénia), nem os cristãos em geral,
dispersos pelo mundo (a “Diáspora” em sentido figurado). Seriam os
judeo-cristãos da Diáspora, embora sem excluir outros cristãos em contacto com
Tiago.
DATA
A maioria dos estudiosos
adopta uma das posições seguintes: trata-se do primeiro escrito cristão, dos
fins da década de 40, pois tem um aspecto muito primitivo, como se vê ao chamar
à comunidade cristã «sinagoga» (aqui traduzido por «assembleia»: 2,2) e parece
ignorar a crise judaizante e a conversão dos pagãos. Outros pensam que foi
escrita por volta do ano 60, pouco antes da morte de Tiago, irmão do Senhor,
que se deu pelo ano 62, pois pensam que Tg 2,14-26 pressupõe as Cartas de Paulo
aos Romanos e Gálatas, que alguns deturpavam para justificarem uma vida fácil.
Não parece ter base
suficientemente sólida classificá-la como um escrito tardio: a ausência de
elementos do primeiro anúncio (kerigma) não serve para estabelecer a data, mas
a natureza do documento; e as semelhanças com Mateus não exigem uma redacção
posterior.
CONTEÚDO TEOLÓGICO
Como escrito tipicamente
didáctico e moral, a Carta não obedece a um plano doutrinal previamente
elaborado. Os temas sucedem-se ao correr da pena, sempre com a preocupação
dominante de apelar a que os fiéis vivam o espírito cristão em todas as
circunstâncias de um modo coerente com a fé, em perfeita unidade de vida: o
comportamento dos cristãos tem de ser um reflexo da sua fé. Sublinhamos os
temas das principais exortações:
A atitude cristã perante
as provações: 1,2-18;
Pôr em prática a Palavra:
1,19-27;
Caridade para com todos:
2,1-13;
Fé com obras: 2,14-26;
Domínio da língua: 3,1-12;
Verdadeira sabedoria:
3,13-18;
Origem das discórdias:
4,1-12;
Evitar a presunção:
4,13-17;
Advertências aos ricos:
5,1-6;
Exortações finais: 5,7-20.
Como foi dito, esta Carta
é o único escrito do NT a referir expressamente o Sacramento da Unção dos
Doentes (5,13-15), que não aparece como um piedoso costume, mas como um dos
Sacramentos instituídos por Cristo. De facto, a unção é feita apenas pelos
presbíteros da Igreja, em nome do Senhor e obtém efeitos sobrenaturais, como o
perdão dos pecados.
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.
Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.
Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.
Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.
Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.
Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.
Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?