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29/12/2020

LEITURA ESPIRITUAL Dez 29

 

Evangelho

 

Mt XVII 14 – 27; XVIII 1 - 11

 

 

O lunático

 

14 Quando eles chegaram perto da multidão, um homem aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se a seus pés e 15 disse-lhe: «Senhor, tem piedade do meu filho. Ele tem ataques e está muito mal. Cai frequentemente no fogo e muitas vezes na água. 16 Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo.» 17 Disse Jesus: «Geração descrente e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos hei-de suportar? Trazei-mo cá.» 18 Jesus falou severamente ao demónio, e este saiu do jovem que, a partir desse momento, ficou curado. 19 Então, os discípulos aproximaram- se de Jesus e perguntaram-lhe em particular: «Porque é que nós não fomos capazes de expulsá-lo?» 20 Disse-lhes Ele: «Pela vossa pouca fé. Em verdade vos digo: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: ‘Muda-te daqui para acolá’, e ele há-de mudar-se; e nada vos será impossível. 21 Esta espécie de demónios não se expulsa senão à força de oração e de jejum.»

 

Nova profecia da Paixão

 

22 Estando reunidos na Galileia, Jesus disse-lhes: «O Filho do Homem tem de ser entregue nas mãos dos homens, 23 que o matarão; mas, ao terceiro dia, ressuscitará.» E eles ficaram profundamente consternados.

 

Paga do tributo para o templo

 

24 Entrando em Cafarnaúm, aproximaram-se de Pedro os cobradores do imposto do templo e disseram-lhe: «O vosso Mestre não paga o imposto?» 25 Ele respondeu: «Paga, sim». Quando chegou a casa, Jesus antecipou-se, dizendo: «Simão, que te parece? De quem recebem os reis da terra impostos e contribuições? Dos seus filhos, ou dos estranhos?» 26 E como ele respondesse: «Dos estranhos», Jesus disse-lhe: «Então, os filhos estão isentos. 27 No entanto, para não os escandalizarmos, vai ao mar, deita o anzol, apanha o primeiro peixe que nele cair, abre-lhe a boca e encontrarás lá um estáter. Toma-o e dá-lho por mim e por ti.»

 

Verdadeira grandeza

 

1 Naquele momento, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: «Quem é o maior no Reino do Céu?» 2 Ele chamou um menino, colocou-o no meio deles 3 e disse: «Em verdade vos digo: Se não voltardes a ser como as criancinhas, não podereis entrar no Reino do Céu. 4 Quem, pois, se fizer humilde como este menino será o maior no Reino do Céu. 5 Quem receber um menino como este, em meu nome, é a mim que recebe.» 6 «Mas, se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim, seria preferível que lhe suspendessem do pescoço a mó de um moinho e o lançassem nas profundezas do mar.

 

O escândalo

 

7 Ai do mundo, por causa dos escândalos! São inevitáveis, decerto, os escândalos; mas ai do homem por quem vem o escândalo! 8 Se a tua mão ou o teu pé são para ti ocasião de queda, corta-os e lança-os para longe de ti: é melhor para ti entrares na Vida mutilado ou coxo, do que, tendo as duas mãos ou os dois pés, seres lançado no fogo eterno. 9 Se a tua vista é para ti ocasião de queda, arranca-a e lança-a para longe de ti: é melhor para ti entrares com uma só vista na Vida, do que, tendo os dois olhos, seres lançado na Geena do fogo.» 10 «Livrai-vos de desprezar um só destes pequeninos, pois digo-vos que os seus anjos, no Céu, vêem constantemente a face de meu Pai que está no Céu. 11 Porque o Filho do Homem veio salvar o que se tinha perdido.

 



 

  Justiça

  No Antigo Testamento os homens bons são chamados de “justos”.

Isto quer dizer que a justiça é uma virtude importante na consideração que se possa fazer acerca de alguém.

 

Parece que a pessoa justa só pratica actos bons e, quando por deslize pessoal ou qualquer outro motivo, o não faz, é capaz de reconhecer e pedir perdão.

  A justiça começa por si próprio, quer dizer, ninguém poderá ser justo com os outros, a sociedade, se, consigo mesmo não for justo.

Para tal é necessário, como também já vimos a propósito de outro tema, um conhecimento próprio profundo e apurado.

  Justiça é, em suma, a consciência do que se é e do que se faz, do que se pensa e do que se diz, na medida em que os efeitos da acção possam ser aceitáveis e correctos.

  Quem , por exemplo, não é pontual no seu horário de trabalho, não está a ser justo nem para com o empregador nem para com os outros.

Mas também está a ser injusto para consigo porque assumiu um compromisso de um horário de trabalho que não cumpre.

Um estudante que não estuda, ou o faz mal, ou sem dedicação, está a ser injusto, pelo menos, para com os seus pais que esperam dele que estude, para com os professores que se esforçam porque aprenda, para com os seus colegas porque lhes dá um mau exemplo e, claro está, para consigo porque está a desperdiçar uma oportunidade que lhe compete aproveitar.

  Um cristão que não reza como deve, com amor e assiduidade, falta à justiça para com Deus que merece e espera que ele o faça, e consigo também porque foge a um dever que lhe vem do facto de ser cristão.

  A justiça, portanto, vai bastante além do estrito cumprimento das leis humanas.

Não há justiça, só, em cumprir os nossos deveres.

Não roubar, por exemplo, não é um acto de justiça mas um dever, mas devolver o que se tirou e não nos pertence é um acto justo.

  A administração dos bens que nos são confiados é algo particularmente sensível à justiça porque envolve, entre outros, o respeito, a fidelidade, e a confiança de quem entregou os seus bens à nossa guarda ou administração.

Se reparamos no termo empregue – confiados – vemos imediatamente implícita a confiança que em nós outro deposita.

 

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