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27/12/2020

LEITURA ESPIRITUAL Dez 27

 

Evangelho

 

Mt XVI 1 – 20

 

Pedido de um sinal do céu

 

1 Foram ter com Ele os fariseus e os saduceus e, para O tenta­rem, pediram-Lhe que lhes mostrasse algum prodígio do céu. 2 Ele, porém, respondeu-lhes: «Vós, quando vai chegando a noite, di­zeis: “Haverá tempo sereno, porque o céu está vermelho”. 3 E de ma­nhã: “Hoje haverá tempestade, porque o céu mostra um avermelhado sombrio”. 4 Sabeis, pois, distinguir o aspecto do céu e não podeis co­nhecer os sinais dos tempos? Esta geração perversa e adúltera pede um prodígio, mas não lhe será dado outro prodígio, senão o prodígio do profeta Jonas». E, deixando-os, retirou-Se.

 

O fermento dos fariseus e dos saduceus

 

5 Os Seus discípulos, tendo passado à outra margem do lago, tinham-se esquecido de levar pão. 6 Jesus disse-lhes: «Olhai e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus». 7 Mas eles discorriam entre si, dizendo: «É que não trouxemos pão». 8 Conhecendo Jesus isto, disse: «Homens de pouca fé, porque estais a discorrer entre vós por não terdes trazido pão? 9 Ainda não compreendeis nem vos lembrais dos cinco pães para os cinco mil homens, e quantos cestos recolhestes? 10 Nem dos sete pães para qua­tro mil homens, e quantos cestos recolhestes? 11 Porque não compre­endeis que não foi a respeito do pão que eu vos disse: “Acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus”?». 12 Então compreenderam que não havia dito que se guardassem do fermento dos pães, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus.

 

Confissão e primado de Pedro

 

13 Tendo chegado à região de Cesareia de Filipe, Jesus interrogou os Seus discípulos, dizendo: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?». 14 Eles responde­ram: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas». 15 Jesus disse-lhes: «E vós quem di­zeis que Eu sou?». 16 Respondendo Simão Pedro, disse: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo». 17 Respondendo Jesus, disse-lhe: «Bem-aventu­rado és, Simão filho de João, porque não foi a carne e o sangue que to revelaram, mas Meu Pai que está nos céus. 18 E Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 19 Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus, e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus». 20 Depois ordenou aos Seus discípulos que não dissessem a nin­guém que Ele era o Cristo.

 

 


VIRTUDES

 

  E o que é a Virtude?

  A Virtude (latim: virtus; em grego: Αρετή), é uma qualidade moral particular.

  É uma disposição estável em ordem a praticar o bem; revela mais que uma simples característica ou uma aptidão para uma determinada acção boa; trata-se de uma verdadeira inclinação.

  Pode também dizer-sequeas virtudes são todos os hábitos constantes que levam o homem para o bem, quer  como indivíduo, quer como espécie, quer pessoalmente, quer colectivamente, a qualidade do que se conforma com o considerado correcto e desejável, seja do ponto de vista da moral, da religião, do comportamento social ou do dever.

Segundo a doutrina da Igreja Católica, a virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o bem. Permite à pessoa não somente praticar actos bons, mas dar o melhor de si mesma. A pessoa virtuosa tende para o bem e opta por ele em actos concretos.[1]

  Existem numerosas virtudes que se relacionam entre si tornando virtuosa a própria vida.

  A Igreja Católica assinala duas categorias de virtudes: as virtudes teologais e as virtudes humanas.

 As virtudes teologais:

 

  Cuja origem, motivo e objecto imediato são o próprio Deus.

São infundidas no homem com a graça santificante, tornando os homens capazes de viver em relação com a Santíssima Trindade.

  Fundamentam e animam o agir moral cristão, vivificando as virtudes humanas.


  Fé:


  Acreditar em Deus, nas suas verdades reveladas em Jesus Cristo e nos ensinamentos da Igreja, visto que Deus é a própria Verdade.

  Esperança:

  Com a ajuda da graça do Espírito Santo esperar a vida eterna e o Reino de Deus, colocando uma confiança perseverante nas promessas de Cristo.

Sem dúvida que a esperança é um estado de alma, não um simples movimento interior de expectativa.

  A esperança é uma virtude e como tal tem de ser adquirida e, depois, alimentada.

  Qual é o alimento da esperança?

O principal é o mesmo das outras virtudes, a oração.

  Sem oração não há virtude que sobreviva que se mantenha actuante e eficaz.

  A oração conduz a virtude por um caminha correcto que leva a aproveitar todas as suas potencialidades para conseguir todos os efeitos.

Não possuímos virtudes por nós mesmos, quer dizer, por méritos que possamos ter adquirido já que as virtudes, estando intimamente associadas aos dons do Espírito Santo, são também dádivas divina e, muitas vezes os próprios frutos desses dons.

  Uma pessoa virtuosa, isto é, que possui virtudes e as pratica, é seguramente alguém que ora com intensidade e frequência.

  Se falamos de esperança temos de imediato de aduzir a virtude da confiança ou seja que alcançaremos de Deus os que Lhe pedimos.

Ele disse para pedirmos sem descanso exactamente porque sabe que, por nós, sem o Seu auxílio, não podemos nada.[2]

  Assim a esperança é uma virtude teologal exactamente porque nos vem directamente de Deus.

  E o que é um estado de alma?

  Trata-se de uma disposição permanente e duradoura que se vive independentemente dos acontecimentos exteriores. Por outras palavras, o que acontece é observado criticamente tal como é e não o que, eventualmente, possa parecer que é.

  Por isso a esperança não assenta nem na concretização de algo que se deseja ou espera, nem no alheamento dessa realidade.

A esperança leva a encarar os acontecimentos como fases num caminho para um fim desejado.

Também por isso, talvez, se costuma dizer que a “esperança é a última a morrer”.

  Esperar é viver com perspectiva de futuro com os olhos postos no presente não ignorando ou tentando escamotear o que possa pensar-se que vai contra essa disposição.

  Quem possui a virtude da esperança tem muito mais possibilidades de ser feliz que aquele que a não tenha.

  Porquê?

Porque o homem tende inevitavelmente para Deus que lhe incute uma ânsia de eternidade que é, como se compreende, a última felicidade.

Por isso a virtude da esperança é autêntico alimento já que se pode viver, perfeitamente, dela e, ao contrário, a sua ausência retira todo o sentido à vida.

 

 

 



[1] CIC, 1803

[2] Cfr. Jo 15, 5

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