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28/11/2020

FILOSOFIA, RELIGIÃO, VIDA HUMANA.

 


Emoções

 

Sem emoções não podemos fazer brotar no nosso íntimo a capacidade de fecundar a realidade criando novas formas de existência e de vida. A forçada repressão e da expansão,da assimilação e da eliminação, a autocrítica e o autopreço devem desenvolver-se em nós de um modo harmónico. O nosso equilíbrio emocional é um estado dinâmico que é preciso vigiar diariamente e sujeitar com a devida ferequência a um controlo geral.

Esses momentos mais fortes da afectividade quais são os estados emotivos, devem ser descarregados a seu tempo. Esta descarga dá-seem actividades satisfatórias ou em outras almas acolhedoras, sintónicas. Se isto não sucede, a energia emotiva recolhe dentro, recalca-se e quando as emoções são frequentes, como sucede com temperamentos juvenis, ou fortemente afectivos,  donde provêm os mais variados sintomas de anormalidade: fúrias, agressividade, solidão, cansaço da vida, revolta. As relações sociais e profissionais são muito prejudicadas. As pessoas tornam-se duras, intratáveis, e por vezes reagem mal quando vêm diante de si afeições normais e positivas. Os estados emotivos mais vulgares são provocados: pela injustiça (má interpretação das nossas nossas intenções, reprovação ou classificação injusta); compaixão (solidariedade afectiva, ressonância em cadeia dum grupo social); desilusão, fracasso (o não ter conseguido certo objectivo a que se tinha dado alma e sangue); inferioridade (julgar-se uma carga para os outros, objecto de vilipêndio, de ironia); etc.

 

(E. de Vasconcelos, Pessoa e Circunstância, Brotéria, Julho 1969, pg. 31)

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