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07/11/2020

FILOSOFIA, RELIGIÃO, VIDA HUMANA

 


Pessoa e circunstância

 

Emoções - Idealismo e ralismo psicológico

 

A fonte principal das nossa angústias são os nossos desejos fracassados que ficam dentro de nós como cadáveres apodrecidos. Os nossos desejos são maus porque não se regulam pela realidade. Desejamos dos outros o que eles não podem dar, porque não têm capacidade natural para tanto e quando nós pretendemos alguma coisa de alguém, mais projectamos nesse outros a nossa ânsia pessoal de que o ajudamos a fecundar a sua própria potencialidade.

O realismo psicológico deve ser abase das relações. Hás pessoas que quando dizem o que sentem, não  dizem o que pensam. Só desabafam emoções, não expõem convicções, relações reflectidas e motivadas. Por vezes essas confidências ou expansões voltam-se contra elas na ocasião menos esperada. Ficam então desiludidas da confiança que depositaram no grupo amigo. Desta forma esvai-se a alegria da companhia, e crescem as barreiras inter-pessoais. Por vezes o melhor acto de amizade que podemos ter para com  as pessoas que escutamos, é esquecer o que elas nos disseram.

(E. de Vasconcelos, Pessoa e Circunstância, Brotéria, Julho 1969, pg. 31)

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