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22/10/2020

Reflexão

 


Filho Pródigo

 

No nosso comentário podemos procurar fazer valer certos elementos não expostos directamente na parábola. Podemos, por exemplo, supor que o pai tenha tomado conhecimento do que se passava com o filho mais novo pelos seus servidores, sabendo assim que ele quase morria à fome, que estava sem abrigo e que andava completamente perdido. Suponhamos que, querendo poupar o filho de tal sorte e de tal humilhação, o pai tenha deci­dido enviar um seu servidor, às claras ou em segredo, com uma bolsa de dinheiro, o que lhe permitiria levar uma vida normal, ou ainda o regresso à vida desregrada.

Seria este tipo de ajuda que o pai poderia proporcionar repetidas vezes, capaz de provocar o regresso do filho?

Tudo parece indicar que não.

Quer isto dizer que, ao amar o filho, o pai não deveria protegê-lo das consequências do mal que o próprio filho desencadeara. Pelo contrário, o seu coração paternal devia arcar com o sofrimento infli­gido pelo filho.

 

(Tadeus Dajczer, Meditações sobre a Fé, Paulus, 4ª Ed., pg. 86)

 

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