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31/10/2020

Outubro - Mês do Rosário



MISTÉRIOS DO EVANGELHO [i]

Décimo Mistério 

Jesus e a Lei

«Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição ».

Esta afirmação “categórica” de Jesus, faz, poderíamos dizer, todo o sentido.

Ele nunca poderia revogar um Lei dada por Seu Pai, directamente, a Moisés no monte Sinai.

Só que, com o passar dos séculos, esta mesma Lei - que deveria ser intocável na sua essência – foi sendo alterada pelos escribas e chefes do povo de Israel, que foram acrescentando regras e obrigações da sua lavra, num autêntico amontoado legislativo que constituía um pesado fardo para o povo.

Compreendemos que, este povo era rude e iletrado e, naqueles recuados tempos, quase bárbaro, o que, de certa forma, pode ter levado os chefes a “apertarem” o jugo que, na sua opinião, era fundamental para a unidade da nação.

Ao longo do Capítulo V do Evangelho escrito por São Mateus, Jesus Cristo vai explicando, com meridiana clareza, o verdadeiro sentido do enunciado na Lei Divina.

Podemos – claramente – perceber que a Sua intenção é centrar definitivamente a Lei dada a Moisés nos dois primeiros Mandamentos:
Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

De certa forma, colocar a “intenção” de Deus Pai centrada no AMOR, AMOR, este que tinha sido esquecido, posto de lado.

Por isso mesmo acaba o Seu “discurso”  com a declaração do MANDAMENTO DO AMOR: «sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste» o que, na verdade quer dizer: Amai como Vosso Pai e Eu vos amo.

Mandamento impossível de cumprir?

Podemos pensar que, talvez, sim… dadas as nossas limitações e fragilidades, mas, Cristo não pode – nunca o fará – pedir algo impossível de cumprir porque sabe e conhece muito melhor que nós, essas limitações e fragilidades, e, portanto, o que na verdade nos diz é que nos esforcemos com ânimo e confiança em consegui-lo.

Ânimo para perseverar, confiança nEle que nunca nos faltará com o que nos possa faltar.

Daí que, nos será muito conveniente pedir com insistência humilde mas confiada: “Senhor, ajuda-me a ser perfeito, a ser santo, a fazer quanto posso para Te seguir e levar a cabo os Teus desejos e Amabilíssima Vontade.” (AMA, Orações pessoais)

E…

Senhor: Que eu saiba ordenar bem o meu amor.
Em primeiro lugar… Tu, Senhor do Céu e da Terra, Criador de todas as coisas.
Todos os outros amores, por limpos, honestos, verdadeiros que sejam, ou possam parecer, devem ordenar-se a este.
De Ti me vem tudo, a própria vida.
Tudo, absolutamente, quanto tenho, Te pertence.
Para Ti caminho, de Ti recebo a força, a inspiração, o alento para a caminhada e ainda o perdão das minhas numerosas faltas.
Não guardando agravos, demonstras, a cada instante, a Tua Omnipotente Misericórdia.
Peço-te, Senhor, que recebas o meu amor como se fosse o único amor que tens na terra.
Assim não notarás como é pequeno, miserável...
Serei feliz porque mesmo sabendo o pouco que é, como to dou todo... fico disponível para me “encher” do Teu...” (AMA, orações diárias, 1999)

(AMA, 2020)



[i] Escolhi este título para uma série de reflexões sobre os mistérios contidos no Evangelho. Se por “mistério” consideramos algo que não entendemos inteiramente ou não compreendemos com meridiana clareza, então julgo que o Evangelho contém muitas atitudes, palavras, gestos de Jesus Cristo cujo verdadeiro significado e “alcance” nos escapa.

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