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28/10/2020

Outubro - Mês do Rosário




MISTÉRIOS DO EVANGELHO [i]

Sétimo Mistério dia 28 Out


Jesus não faz acepção de pessoas

Fazer como que uma escolha, considerar, ou não, alguém, segundo um qualquer critério pessoal, é um erro, uma falta - por vezes grave - que deve evitar-se.

Eu, muitas vezes, elejo ou considero alguém, conforme esse alguém me é simpático ou não.
Claro que nem penso que posso “sofrer” o mesmo por parte de outros e, nesse caso, se o pensasse, não ficaria triste, desiludido, talvez magoado? E, tenho de concluir que teria razão.

Todos somos filhos de Deus que nos criou.
Todos, sem excepção, somos irmãos de Jesus Cristo que deu a Sua Vida na Cruz por todos mesmo aqueles que nem sequer O conhecem ou não acreditam nEle.

Portanto, o que nos diferencia uns dos outros?
Não a cor da pele, a estatura, a idiossincrasia pessoal.
Apenas e só o que fazemos, as nossas obras mesmo as privadas que ninguém conhece.

Jesus Cristo deu-nos exemplos, que temos de ter em conta quando lemos no Evangelho que falava com todos, respondia a todos - mesmo quando as perguntas ou argumentos não eram nem sérios nem honestos - aceitava convites para visitar, tomar uma refeição, conviver um pouco com quem quer que fosse.


«Estando Jesus em Betânia, em casa de Simão o leproso…» (Cfr. Mc 14, 3) «Tendo entrado, a um sábado, em casa de um dos principais fariseus para comer uma refeição…» (Cfr. Lc 14, 1) «(…) Porque comeis e bebeis com os publicanos e os pecadores?» (Cfr. Lc 2, 27-32)

Também no Evangelho, consta que só uma única vez permaneceu em silêncio sem dar nem resposta nem manter diálogo: Tal aconteceu quando na presença de Herodes. (Cfr. Lc 23, 8-9)
Durante o simulacro do processo, o Senhor cala-se.
Jesus autem tacebat. (Mt 26, 63) 
Com Herodes, volúvel e impuro, nem uma palavra (…)”. (São Josemaria, Via Sacra - Primeira estação)

Concedei a todos a mais absoluta confiança; sede muito nobres. Para mim, vale mais a palavra de um cristão, de um homem leal - fio-me inteiramente de cada um - do que a assinatura autêntica de cem notários unânimes, apesar de me terem talvez enganado nalguma ocasião por seguir este critério. Prefiro expor-me a que um irresponsável abuse desta confiança, a retirar a quem quer que seja o crédito que merece como pessoa e como filho de Deus. Garanto-vos que nunca me senti defraudado com os resultados desta atitude.” ( Cfr. São Josemaria, Amigos de Deus, 159)

Finalizo com um propósito e um pedido:

Propósito:
Não me deixar guiar pelos meus critérios na avaliação dos outros. Não tenho nem o direito nem ganho nada em fazê-lo.
Para mim, todos me devem merecer respeito e consideração.            

Pedido:
Ajuda-me, Senhor, a cumprir o que acima me proponho. Que tenha sempre presente o Teu exemplo na consideração e respeito que demonstrasTe – sempre – por todos os que se cruzavam conTigo nos caminhos da Palestina.
Que compreenda e actue como Tu nas relações com os demais, não fazendo acepção de pessoas seja pelo que for.
Senhor ajuda-me a pensar nos outros.
Os que conheço, de quem sou amigo ou familiar e aqueles que me são desconhecidos.
Todos são Teus filhos como eu, logo, todos são meus irmãos.
Se somos irmãos, somos também herdeiros, convém portanto que me preocupe com aqueles que vão partilhar a herança comigo

(AMA, 2019)


[i] Escolhi este título para uma série de reflexões sobre os mistérios contidos no Evangelho. Se por “mistério” consideramos algo que não entendemos inteiramente ou não compreendemos com meridiana clareza, então julgo que o Evangelho contém muitas atitudes, palavras, gestos de Jesus Cristo cujo verdadeiro significado e “alcance” nos escapa.

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