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17/10/2020

Filosofia, Religião, Vida Humana.



Teologia do Sacrosanctum Concilium 8 08 Set

4 – Na liturgia Deus nos santifica e nós glorificamos a Deus

Na história de Deus com a humanidade realiza-se o eterno plano do amor divino: desde a criação e sobretudo através da obra da salvação do mundo, até a última vinda do Senhor na glória – num dinamismo que costumamos  considerar como descendente. A este dinamismo corresponde o ascendente, em que a humanidade, enquanto conhece Deus e o reconhece como seu criador e salvador lhe responde em louvor e acção de graças, não apenas em palavras, mas sobretudo pela vida e acção conforme a vontade de Deus, caminhando assim para a plenitude do Reino. A mesma vertente dupla observamos na liturgia. De um lado, celebramos a acção santificadora de Deus, principalmente na proclamação da Palavra, ou, por exemplo, no perdão e no novo nascimento com que Deus nos agracia, talvez o mais evidentemente na Eucaristia, no Corpo do Senhor entregue e no seu Sangue que bebemos. A este dinamismo descendente da nossa santificação corresponde, também na liturgia, outro, o ascendente, o da glorificação de Deus, em nossa oração litúrgica, quando levantamos nossas mãos em sinal de elevar os corações a Deus, de modo particular quando oferecemos o sacrifício eucarístico e pedimos que o Pai nos aceite com seu Filho.

Evidentemente, em tudo isso, em todas as nossas acções simbólico-sacramentais, sempre quando exercemos o nosso sacerdócio na liturgia, devemos expressar com autenticidade o mistério que celebramos e, da nossa parte, aquilo que somos e vivemos, nossa atitude interior. Só assim nossa liturgia será um culto agradável a Deus, adoração em espírito e verdade. Tal liturgia nunca pode ser uma acção meramente humana, mas sempre se realizará por força do Espírito Santo e em sintonia com a ação de Jesus, nosso sumo sacerdote.

(P. Gregório Lutz CSSp)

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