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03/12/2020

Reflexão - Trabalho


Este mandato divino (trabalho) já existia antes que os nossos primeiros pais pecassem. O pecado original acrescentou ao trabalho a fadiga e o cansaço, mas, em si mesmo, o trabalho continua a ser nobre, digno, por ser participação no poder criador de Deus, ainda que “agora vá acompanhado de penas e sofrimentos, de infertilidade e cansaço: Continua sendo um dom divino e uma tarefa que há-de ser realizada sob condições penosas, da mesma forma que o mundo continua sendo o mundo de Deus, mas um mundo no qual já não se percebe com clareza a voz divina (M. Schmaus, Teologia Dogmática, Rialp, Madrid 1959, pg. 95). (…) Grande responsabilidade a do que sabe que é instrumento de Deus: estar em bom estado! (…)
Hoje há centenas e centenas de milhares de testemunhos da fé muito frequentemente desconhecidos ou esquecidos pela opinião pública, cuja atenção está absorvida por outros factos; frequentemente só Deus os conhece. Eles suportam privações diárias, nas mais diversas regiões de cada um dos continentes.
Não se trata de um crescimento quantitativo, como o de um montão de trigo, mas qualitativo, como quando o calor se torna mais intenso, ou como quando a ciência, sem chegar a conclusões novas, se torna mais penetrante, mais profunda, mais unificada, mais certa. Assim, a caridade tende a amar mais perfeitamente, de modo mais puro, mais estreitamente, a Deus acima de tudo, e ao próximo e a nós mesmos, para que glorifiquemos a Deus no tempo e na eternidade.

(R. Garrigou-Lagrange, La Madre del Salvador, Rialp, Madrid 1976, pg. 106)

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