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28/08/2020

Humildade 10

Abertura à Providência

O homem e a mulher humildes estão abertos à acção da Providência sobre o seu futuro. Não procuram nem desejam controlar tudo, nem ter explicação para tudo. Respeitam o mistério da pessoa humana e confiam em Deus, mesmo que o amanhã apareça incerto. Não tentam conhecer as secretas intenções divinas, nem aquilo que supera as suas forças (cf. Si 3, 21). Basta-lhes a graça de Deus, porque a força manifesta-se na fraqueza (2 Cor 12, 9). Encontramos a graça no trato com Jesus Cristo: é participação na sua vida.
A seguir a uma emocionante ação de graças a Deus Pai, Jesus convida os seus discípulos de todos os tempos a aproximar-se d’Ele, quia mitis sum et humilis corde (Mt 11, 29): o Senhor é manso e humilde de coração, e por isso encontraremos n’Ele compreensão e sossego. Aproximamo-nos de Cristo na Eucaristia, aproximamo-nos do Seu Corpo ferido e ressuscitado: in humilitate carnis assumptae, reza o Prefácio I do Advento – vem pela primeira vez na humildade da nossa carne. Tocamos a inefável humildade de Deus. Humildade de Jesus: em Belém, em Nazaré, no Calvário... Porém, mais humilhação e mais aniquilamento na Hóstia Santíssima; mais que no estábulo, e que em Nazaré, e que na Cruz. Nossa Senhora acompanha-nos para que O recebamos com a humildade com que Ela recebeu o seu Filho Jesus. Salve radix, salve porta, ex qua mundo lux es orta (Hino Ave Regina Cælorum): Salve raíz, salve porta, pela qual a luz nasceu para o mundo submerso nas trevas do orgulho: Jesus Cristo, Luz de Luz ((São Josemaria, Caminho, 533), revela-nos a misericórdia de Deus Pai.

Guillaume Derville

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