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03/07/2020

Virtudes 10


Humildade 3
Sem por isso ser considerado ingénuo, o cristão tem boa disposição habitual para tudo o que vier do próximo, pois realmente cada pessoa vale, cada pessoa conta; cada forma de inteligência, quer seja especulativa, quer venha do coração, ilumina. A consciência da dignidade dos outros evita cair na indiferença que humilha (Papa Francisco, Bula Misericordiae Vultus (11-IV-2015), 15). O cristão, por vocação, está virado para os outros: manifesta-se a eles sem preocupações excessivas por cair no ridículo ou ficar mal visto. Há pessoas que provocam intimidação, por serem tímidas, em vez de comunicarem luz e calor: pensam demasiado em si mesmas, no que hão-de dizer os outros, talvez por um excessivo sentido de honra, da própria imagem, que poderia encobrir orgulho ou falta de simplicidade.
Polarizar a atenção sobre si mesmo, expressar repetidamente desejos excessivamente concretos e singulares, enfatizar problemas de saúde mais ou menos comuns; ou, pelo contrário, esconder de modo exagerado uma doença que os outros poderiam conhecer para ajudar-nos melhor, com a sua oração e o seu apoio: tudo isto são atitudes que precisam provavelmente de uma purificação. A humildade manifesta-se também numa certa flexibilidade, num esforço por comunicar o que vemos ou sentimos. Tu não podes ser mortificado se és susceptível, se só vives os teus egoísmos, se dominas os outros, se não sabes privar-te do supérfluo e, por vezes, até do necessário e, enfim, se te entristeces quando as coisas não correm como tu tinhas previsto. Serás, pelo contrário, mortificado se souberes fazer-te tudo para todos para salvar a todos. (1 Cor 9, 22). ((São Josemaria, Cristo que passa, 9).

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