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19/06/2020

Virtudes 9

Humildade 1

Somos filhos e filhas de Deus.
Na sua segunda encíclica, o Papa Francisco lembra-nos um dos profundos motivos da humildade. Trata-se de uma verdade simples e grande que temos o perigo de esquecer muito facilmente entre a agitação da vida quotidiana: Não somos Deus (Papa Francisco, Encíclica Laudato si (24-V-2015), 67). A criação é, com efeito, o ponto de partida firme do nosso ser: recebemos a nossa existência de Deus. Quando aceitamos esta verdade fundamental, deixamo-nos transformar pela graça divina. Conhecemos então a realidade, aperfeiçoamo-la e oferecemo-la a Deus. O amor ao mundo que nos transmite São Josemaria leva-nos a querer melhorar o que amamos, lá onde nos encontramos, e de acordo com as nossas possibilidades. E no centro desta imensa tarefa encontra-se a humildade, que nos ajuda a conhecer simultaneamente a nossa miséria e a nossa grandeza ((São Josemaria, Amigos de Deus, 94): a miséria, que experimentamos com frequência, e a grandeza de ser, pelo baptismo, filhas e filhos de Deus em Cristo.
QUEM É HUMILDE, DESENVOLVE UMA SENSIBILIDADE PARA OS DONS DE DEUS, TANTO NA SUA PRÓPRIA VIDA COMO NA DOS OUTROS. COMPREENDE QUE CADA PESSOA É UM DOM DE DEUS, E ASSIM ACOLHE TODAS AS PESSOAS SEM COMPARAÇÕES NEM RIVALIDADES.
A humildade é a virtude dos santos e das pessoas cheias de Deus (...): quanto mais sobem de importância, tanto mais cresce nelas a consciência de nada serem e de nada poderem fazer sem a graça de Deus (Papa Francisco, Discurso à Cúria Romana, 21-XII-2015). (cf. Jo 15, 8). Assim são as crianças, e assim somos diante de Deus. Por isso é bom voltar ao essencial: Deus ama-me. Quando uma pessoa se sabe amada por Deus – um Amor que descobre no amor que os outros lhe mostram – pode amar a todos.

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