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25/02/2020

THALITA KUM 112


THALITA KUM 112

(Cfr. Lc 8, 49-56)


Diversas passagens da Sagrada Escritura revelam os tesouros do amor divino. Ainda no Antigo testamento, o profeta Isaías nos fala das fontes que jorram e sa-ciam qualquer sede: “Vós tirareis com alegria água das fontes da salvação” [1].

O tema da sede é muito profundo na Bíblia, um tema que realmente nos leva a reflectir sobre o dom do Amor de Deus e a sede que esse Amor faz sentir no nosso íntimo, pois esse dom manifesta-se em plenitude através do Coração de Cristo.

Ele mesmo convida: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba[2]... e promete, conforme palavras Suas à samaritana:

Aquele que bebe desta água terá sede novamente; mas quem beber da água que eu Lhe der, nunca mais terá sede. Pois a água que eu Lhe der tornar-se-á nele uma fonte de água, jorrando para a vida eterna”. [3]

Sede de quê?

Todos temos sede do infinito. Nada é capaz de nos saciar nesta vida. “Até os dias mais bonitos, têm o seu ocaso”, dizia Santa Teresinha. Tudo o que se relaciona à realidade material, por mais belo que seja, tem o seu termo, o seu esgotamento... e o seu custo. Por isso, a sede não se estingue. É uma sede de valores perenes, que possam alimentar a paz e a alegria verdadeiras, dentro e fora de nós. Todos ansiamos por isso e, muitas vezes, não encontramos saciedade.

Frequentemente, estamos cercados por tanta tristeza, que ela parece, até, contagiar-nos.
Corremos o risco de ficar abatidos e transtornados pela tristeza dos outros, quando nos reconhecemos carentes das palavras e da força para consolá-los. Entretanto, sempre podemos, e devemos, conduzi-los a olharem para o Coração trespassado do Senhor. Esta é a fonte da qual podemos aurir tudo o que supra as nossas carências e socorra as nossas misérias.
O texto fundamental, para compreendermos como o Coração de Jesus cuida de nós, é a passagem do Evangelho de São Mateus:

 Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas”. [4]

O Cristo apresenta-se como Mestre em várias oportunidades, mas aqui Ele ensina a partir da Sua própria realidade interior, que se evidencia como modelo perfeito para nós:

«Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração».

Quer dizer, o Seu Coração, a Sua identidade, a Sua personalidade sensível sintoniza, numa profunda empatia, com todos os que sofrem, os que se encontram em situação lastimável de desânimo e de cansaço, em perspectiva de derrota diante dos desafios da vida.

«O Meu Coração é manso e humilde», isto é, coloca-se ao rés-do-chão, nivelando-se a nós. Por isso, aquele que se aproxima de Cristo Jesus, com confiança, vai colher desse encontro a mansidão, a doçura, a ternura que brotam do Seu Coração, transpondo-as para a própria vida e a vida dos outros. Ficará mais aliviado, porque não se pode chegar perto de Cristo sem experimentar a libertação dos jugos que sobrecarregam e escravizam. Sentirá a leveza, o descanso, a serenidade, que são características do próprio Mestre divino.

Por bondade infinita, Jesus aplica-nos os efeitos vivificantes do amor que brota do Seu Coração.


(AMA, reflexões).



[1] Is 12,3
[2] Jo 7, 37
[3] Jo 4,13-14
[4] Mt 11,28-29

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