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15/02/2020

THALITA KUM 102


THALITA KUM 102

(Cfr. Lc 8, 49-56)


As palavras de Jesus contrastam com as dos servos do chefe da sinagoga; eles dizem: «A tua filha morreu»; Jesus, pelo contrário: «Não morreu, mas dorme».

Estava morta para os homens, que não podiam despertá-la; para Deus, dormia, porque a sua alma vivia submetida ao poder divino, e a carne descansava para a ressurreição.
Daqui que se tenha introduzido entre os cristãos o costume de designar os mortos, que sabemos que ressuscitarão, com o nome de “adormecidos”.

A expres­são de Jesus revela que a morte é para Deus nada mais que um sono, porque Ele pode despertar para a vida quando quer.
É o mesmo que aconteceu com a morte e ressurreição de Lázaro. Jesus diz: «Lázaro, nosso amigo, está adormecido, mas vou despertá-lo».
E quando os discípulos pensam que se tratava do sono natural, o Senhor afirma claramente: «Lázaro morreu». [1]. [2]
                               
«Quem Me tocou nos vestidos?», pergunta Jesus. «Diziam-lhe os discípulos: Vês que a multidão Te aperta e perguntas: Quem Me tocou?»

Jesus não precisa de ver para sentir, mas necessita que nos mostremos para que outros vejam que Lhe tocámos e, assim, com o nosso exemplo, levemos os demais a quererem, de facto, aproximar-se d’Ele e tocar-lhe.

É o que se passa com a pobre mulher.
Tremendo de medo, vem prostrar-se aos Seus pés. Sabe-se curada e, o seu desejo é fugir dali, afastar-se para longe da multidão para poder dar largas à sua alegria.
Mais tarde, há-de procurar o Mestre para Lhe agradecer, do fundo do coração, a sua cura.
Mas, perante a atitude de Jesus, não tem mais remédio e mostra-se a todos na atitude mais humilde de que é capaz: prostrando-se reverentemente.

Os circunstantes dão-se conta do insólito: uma mulher, que muitos sabem ser “impura” aos olhos da lei, atreveu-se a insinuar-se no meio deles e, além disso, a tocar os vestidos do Senhor!
Há um movimento de espanto e assombro.
Qual será a reacção de Jesus?
Saberá Ele quem é esta mulher?

Ouvem então as palavras do Rabi que, em tom carinhoso e tranquilizador diz à pobre que está curada e que se vá em paz.

Não é a primeira vez que, pelo menos alguns, ouviram estas mesmas palavras:
A tua fé te salvou”; “Fica curado do teu mal”; “vai em paz”… mas, como sempre, não percebem muito bem o que se está a passar e todos procuram interrogar a mulher que entretanto se retirara, para saber o que se tinha passado. E, ela, naturalmente chorosa e tremendo, ia repetindo o que o Senhor lhe tinha feito e dito:

‘Curou-me e mandou-me embora em paz’!


(AMA, reflexões).



[1] Cfr. Jo 11, 11 ss.
[2] Cfr. Bíblia Sagrada, Anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra

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