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11/01/2020

THALITA KUM 67


THALITA KUM 67

(Cfr. Lc 8, 49-56)


 Querer e necessitar

O que eu quero e o que eu necessito.

Nem sempre coincidem estas duas: O que eu quero e o que necessito.
A dificuldade reside, quase sempre, na moderação e no critério, ou seja, a moderação da vontade de ter e a avaliação do que realmente me faz falta.

Aparentemente o que não tenho provoca uma vontade, um desejo de possuir e se não me detenho a pensar se isso me é absolutamente necessário, indispensável para um fim que me proponho, caio com facilidade num mero desejo de posse sem um motivo sério, concreto, razoável.
Neste caso, não parece muito apropriado endereçar a Deus esse desejo, essa vontade de ter.

Sintética, mas plenamente o Pai-Nosso resolve a questão: peço como o Senhor ensinou aquilo que preciso.

Mas, sendo assim, considerarei que o “resto” é supérfluo, desnecessário, não deve englobar o pedido?

Não me parece que seja exactamente assim porque o que agora parece a “a mais” pode noutra circunstância não o ser e embora deva viver o dia-a-dia preparando o futuro não cabe este tipo de “previsões” quando se tem confiança absoluta que Deus é hoje e sempre um Pai atento às reais necessidades dos Seus filhos.[1]

Estar na escuridão é um prenúncio de morte:

«O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz, e a luz amanheceu aos que jaziam na zona caliginosa da morte.» [2] 

Morte, dizia, que equivale a condenação, porque quem está na escuridão exclui-se a si mesmo da possibilidade de salvação, que é o fim que verdadeiramente se deve procurar.

«É esta a causa da condenação: veio a Luz ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a Luz, pois eram más as suas obras.» [3]


(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)



[1]  Ref Jo 1 35-42 Missa em Malta, Igreja de Santo André, 2015.01.18
[2] Is 8, 23, 1.
[3] Jo 3, 19.

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