Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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25/12/2019
É Natal
Quando chega o Natal, gosto de
contemplar as imagens do Menino Jesus. Essas figuras que nos mostram o Senhor
tão apoucado, recordam-me que Deus nos chama, que o Omnipotente Se quis
apresentar desvalido, quis necessitar dos homens. Do berço de Belém, Cristo
diz-me a mim e diz-te a ti que precisa de nós; reclama de nós uma vida cristã
sem hesitações, uma vida de entrega, de trabalho, de alegria.
Não conseguiremos jamais o verdadeiro
bom humor se não imitarmos deveras Jesus, se não formos humildes como Ele.
Insistirei de novo: vedes onde se oculta a grandeza de Deus? Num presépio, nuns
paninhos, numa gruta. A eficácia redentora das nossas vidas só se pode dar com
humildade, deixando de pensar em nós mesmos e sentindo a responsabilidade de
ajudar os outros.
É corrente, às vezes até entre almas
boas, criar conflitos íntimos, que chegam a produzir sérias preocupações, mas
que carecem de qualquer base objectiva. A sua origem está na falta de
conhecimento próprio, que conduz à soberba: o desejo de se tornarem o centro da
atenção e da estima de todos, a preocupação de não ficarem mal, de não se
resignarem a fazer o bem e desaparecerem, a ânsia da segurança pessoal... E
assim, muitas almas que poderiam gozar de uma paz extraordinária, que poderiam
saborear um imenso júbilo, por orgulho e presunção tornam-se desgraçadas e
infecundas!
Cristo foi humilde de coração. Ao
longo da Sua vida, não quis para Si nenhuma coisa especial, nenhum privilégio.
Começa por estar nove meses no seio de Sua Mãe, como qualquer outro homem, com
extrema naturalidade. Sabia o Senhor de sobra que a Humanidade padecia de uma
urgente necessidade d’Ele. Tinha, portanto, fome de vir à terra para salvar
todas as almas; mas não precipita o tempo; vem na Sua hora, como chegam ao
mundo os outros homens. Desde a concepção ao nascimento, ninguém, salvo S. José
e Santa Isabel, adverte esta maravilha: Deus veio habitar entre os homens!
O Natal também está rodeado de uma
simplicidade admirável: o Senhor vem sem aparato, desconhecido de todos. Na
Terra, só Maria e José participam na divina aventura. Depois, os pastores,
avisados pelos Anjos. E mais tarde os sábios do Oriente. Assim acontece o facto
transcendente que une o Céu à Terra, Deus ao homem!
Como é possível tanta dureza de
coração que cheguemos a acostumar-nos a estes episódios? Deus humilha-Se para
que possamos aproximar-nos d’Ele, para que possamos corresponder ao seu Amor
com o nosso amor, para que a nossa liberdade se renda, não só ante o
espectáculo do Seu poder, como também ante a maravilha da Sua humildade.
Grandeza de um Menino que é Deus! O
Seu Pai é o Deus que fez os Céus e a Terra, e Ele ali está, num presépio, quia non erat eis locus in diversorio,
porque não havia outro sítio na Terra para o dono de toda a Criação! (Cristo que passa, 18)
Nosso Senhor dirige-se a todos os
homens, para que venham ao seu encontro, para que sejam santos. Não chama só os
Reis Magos, que eram sábios e poderosos; antes disso tinha enviado aos pastores
de Belém, não simplesmente uma estrela, mas um dos seus anjos. Mas tanto uns
como outros – os pobres e os ricos, os sábios e os menos sábios – têm de
fomentar na sua alma a disposição de humildade que permite ouvir a voz de Deus.
(Cristo que passa, 33)
"Hoje brilhará sobre nós a luz,
porque nos nasceu o Senhor!" Eis a grande novidade que comove os cristãos
e que, através deles, se dirige à Humanidade inteira. Deus está aqui! Esta
verdade deve encher as nossas vidas. Cada Natal deve ser para nós um novo
encontro especial com Deus, deixando que a Sua luz e a Sua graça entrem até ao
fundo da nossa alma. (Cristo que passa,
12)
NATAL
Hoje
não se comemora apenas uma festa litúrgica mas um acontecimento decisivo para a
história da humanidade.
É
algo transcendente que no alvoroço da alegria da festa muitas vezes se perde.
Mas,
nós cristãos, sabemos muito bem quanto significa esta maravilha de o Nosso Deus
nascer como qualquer um de nós, começar a vida no mundo que Ele próprio criou,
num abismo de Amor tão sublime e, ao mesmo tempo, tão singelo que não podemos
deixar de contemplar abismados e tal maravilha.
Vem,
Jesus, vem e fica connosco, recebes-mo-Te com o nosso coração em festa, com a
nossa alma cheia de ternura, com toda a nossa capacidade de amar e agradecer.
(AMA,
reflexões, Natal, 27.09.2019)
Temas para reflectir e meditar
Hoje
não se comemora apenas uma festa litúrgica mas um acontecimento decisivo para a
história da humanidade.
É
algo transcendente que no “ensurdecer” da alegria da festa muitas vezes se
perde.
Mas,
nós cristãos, sabemos muito bem quanto significa esta maravilha de o Nosso Deus
nascer como qualquer um de nós, começar a vida no mundo que Ele próprio criou, num
abismo de Amor tão sublime e, ao mesmo tempo, tão singelo que não podemos
deixar de contemplar abismados e tal maravilha.
Vem,
Jesus, vem e fica connosco, recebes-mo-Te com o nosso coração em festa, com a
nossa alma cheia de ternura, com toda a nossa capacidade de amar e agradecer.
AMA,
reflexões, Natal, 27.09.2019
THALITA KUM 50
(Cfr. Lc 8, 49-56
Jesus Cristo
deu-nos numerosos exemplos do que é não ter medo.
Por exemplo, quando
pegou num azorrague expulsou os vendilhões do templo, não teve medo de ser mal
interpretado, nem então nem nos séculos futuros, e poder ser considerado um
arruaceiro intransigente e fanático. Fez o que achou que deveria ser feito,
exactamente para nos ensinar o que, em situações semelhantes de adulteração e
profanação do sagrado – e tantas há nos nossos dias – devemos fazer.
As Suas atitudes
eram tão desassombradas que Lhe perguntavam: «Com que autoridade fazes estas coisas» E, Jesus, não ficou “mal”,
bem pelo contrário.
A Sua resposta é a
adequada às pessoas preconceituosas que o interrogam: «Também Eu vos farei uma
pergunta; respondei-me e dir-vos-ei, então, com que autoridade faço estas coisas:
O baptismo de João era do Céu, ou dos homens? Respondei-me.» [1]
Estão bem gravadas no nosso espírito duas cenas que o Evangelho nos relata
e que ilustram bem o medo-cobarde que se apodera de nós em situações de extrema
tensão.
Quando Pilatos pergunta a Jesus o que é a verdade, o Evangelho diz que, sem
esperar pela resposta, voltando as costas se retirou. [2]
Na história da humanidade, ficará para sempre registada esta atitude do
Pretor romano. Não quer ouvir a resposta de Jesus. Intimamente sabe que, se a
ouvisse, completa e esclarecedora, como não podia deixar de ser, vinda do
Salvador, ela transformaria por completo a sua atitude perante o que se estava
a passar no seu tribunal e, efectivamente, o que desejava era acabar
rapidamente com um processo que, intrigando-o sobremaneira, não sabia como
resolver. Em suma, não quis saber com clareza os fundamentos da justiça que lhe
competia administrar.
Quando a servente do Sumo-Sacerdote interpela Pedro sobre Jesus, ele
responde como sabemos. E invadido por um autêntico pavor de ser conotado, de
alguma forma, com o Mestre que, ainda poucas horas antes, afirmara querer
defender com a espada, se fosse preciso. [3]
Nestas duas atitudes, o medo é, claramente, cobardia e, ambas têm
consequências graves.
Se Pilatos tivesse ouvido a resposta de Jesus, provavelmente a sua decisão
ter-se-ia alterado e o desfecho da tragédia da Paixão do Senhor poderia ter
sido outro.
Se Pedro assumisse que conhecia Cristo e que pertencia ao círculo restrito
dos Doze escolhidos, talvez sofresse alguns dissabores, embora os que acusavam
Jesus, obcecados como estavam nos seus propósitos de O levarem à morte, talvez nem
prestassem atenção a tal.
As duas atitudes
são semelhantes, mas não se equivalem.
Pilatos é um homem
esclarecido, culto, entendido em leis, habituado a mandar, a tomar decisões;
Pedro é um simples pescador, sem grandes letras e atordoado com os últimos
acontecimentos.
A intervenção de
Pilatos na história da salvação humana acaba aqui, com esta imagem negativa e
contrária a toda a ética; a de Pedro, não, arrepende-se amargamente, obtém o
perdão de Jesus, é confirmado por Ele como Seu sucessor directo à frente da Sua
Igreja e, mais tarde, numa atitude de suprema humildade e arrependimento, quer
que Marcos deixe lavrado com pormenores, este triste episódio.
O primeiro, segundo
consta, morre em desgraça, o segundo, merece o supremo prémio do martírio.
Como o medo, a
cobardia, podem ter consequências tão diferentes!
(AMA,
reflexões sobre o Evangelho, 2006)
Evangelho e comentário
Evangelho: Jo 1, 1-18
No princípio era o Verbo e o Verbo
estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se
fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a
luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu
um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar
testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a
luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que,
vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito
por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas
àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se
tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne,
nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre
nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio
de graça e de verdade. João dá testemunho d’Ele, exclamando: «É deste que eu
dizia: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de
mim’». Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre
graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram
por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que
está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.
Comentário:
S.
João com o estilo que lhe e próprio dá-nos as razões e motivos que enformam a
nossa fé
Tudo
parece resumir-se a luz e trevas, a luz que tudo ilumina e as trevas que tudo
escondem e ocultam. O Menino hoje nascido é a luz que ilumina e atrai os homens
irresistivelmente para o alto.
Ele
afasta definitivamente as trevas onde tantos se deixam cair como mortos vivos.
Luz
de luz, guia os meus passos para o supremo bem e felicidade eterna.
(AMA,
comentário sobre Jo 1, 1-18, Carvide, 2012.12.23)
Leitura espiritual
Cl 3
III.
VIVER SEGUNDO O EVANGELHO (3,1-4,6)
Cristo
é a nossa vida –
1
Portanto, já que fostes ressuscitados com Cristo, procurai as coisas do alto,
onde está Cristo, sentado à direita de Deus. 2 Aspirai às coisas do alto e não
às coisas da terra. 3 Vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em
Deus. 4 Quando Cristo, a vossa vida, se manifestar, então também vós vos
manifestareis com Ele em glória.
Novas
criaturas –
5
Crucificai os vossos membros no que toca à prática de coisas da terra:
fornicação, impureza, paixão, mau desejo e a ganância, que é uma idolatria. 6 Estas
coisas provocam a ira de Deus sobre os que lhe resistem. 7 Entre eles também
vós caminhastes outrora, quando vivíeis nessas coisas. 8 Mas agora rejeitai
também vós tudo isso: ira, raiva, maldade, injúria, palavras grosseiras saídas
da vossa boca. 9 Não mintais uns aos outros, já que vos despistes do homem
velho, com as suas acções, 10 e vos revestistes do homem novo, aquele que, para
chegar ao conhecimento, não cessa de ser renovado à imagem do seu Criador. 11 Aí
não há grego nem judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro, cita, escravo,
livre, mas Cristo, que é tudo e está em todos. 12 Como eleitos de Deus, santos
e amados, revesti-vos, pois, de sentimentos de misericórdia, de bondade, de
humildade, de mansidão, de paciência, 13 suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos
mutuamente, se alguém tiver razão de queixa contra outro. Tal como o Senhor vos
perdoou, fazei-o vós também. 14 E, acima de tudo isto, revesti-vos do amor, que
é o laço da perfeição. 15 Reine nos vossos corações a paz de Cristo, à qual
fostes chamados num só corpo. E sede agradecidos. 16 A palavra de Cristo habite
em vós com toda a sua riqueza: ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros com
toda a sabedoria; cantai a Deus, nos vossos corações, o vosso reconhecimento,
com salmos, hinos e cânticos inspirados. 17 E tudo quanto fizerdes por palavras
ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando graças por Ele a Deus Pai.
Novas
relações no Senhor –
18
Esposas, sede submissas aos maridos, como convém no Senhor. 19 Maridos, amai as
esposas e não vos exaspereis contra elas. 20 Filhos, obedecei em tudo aos pais,
porque isso é agradável no Senhor. 21 Pais, não irriteis os vossos filhos, para
que não caiam em desânimo. 22 Escravos, obedecei em tudo aos senhores terrenos,
não para dar nas vistas, como se procurásseis agradar aos homens, mas com
simplicidade de coração, no temor do Senhor. 23 No que fizerdes, trabalhai de
todo o coração, como quem o faz para o Senhor e não para os homens, 24 sabendo
que é do Senhor que recebereis a herança como recompensa. O Senhor, a quem
servis, é Cristo. 25 É que, quem cometer uma injustiça receberá em paga a
injustiça que cometeu, e não há acepção de pessoas.
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Simplicidade e modéstia.
Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.
Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.
Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.
Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?