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05/12/2019

A vida matrimonial, um caminhar divino pela Terra


Vê quantos motivos para venerar S. José e para aprender da sua vida: foi um varão forte na fé...; sustentou a sua família – Jesus e Maria – com o seu trabalho esforçado...; guardou a pureza da Virgem, que era sua Esposa...; e respeitou – amou! – a liberdade de Deus que fez a escolha, não só da Virgem como Mãe, mas também dele como Esposo de Santa Maria. (Forja, 552)

Ao pensar nos lares cristãos, gosto de imaginá-los luminosos e alegres, como foi o da Sagrada Família. A mensagem de Natal ressoa com toda a força: Glória a Deus no mais alto dos Céus e paz na terra aos homens de boa vontade. Que a Paz de Cristo triunfe nos vossos corações, escreve o Apóstolo. Paz por nos sabermos amados pelo nosso Pai, Deus, incorporados em Cristo, protegidos pela Virgem Santa Maria, amparados por S. José. Esta é a grande luz que ilumina as nossas vidas e que, perante as dificuldades e misérias pessoais, nos impele a seguir animosamente para diante. Cada lar cristão deveria ser um remanso de serenidade, em que se notassem, por cima das pequenas contrariedades diárias, um carinho e uma tranquilidade, profundos e sinceros, fruto de uma fé real e vivida.

Para o cristão o matrimónio não é uma simples instituição social e menos ainda um remédio para as fraquezas humanas: é uma autêntica vocação sobrenatural. Sacramento grande em Cristo e na Igreja, como diz S. Paulo, é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, contrato que um homem e uma mulher fazem para sempre, pois, quer queiramos quer não, o matrimónio instituído por Jesus Cristo é indissolúvel, sinal sagrado que santifica, acção de Jesus, que invade a alma dos que se casam e os convida a segui-Lo, transformando toda a vida matrimonial num caminhar divino pela Terra. (Cristo que passa, nn. 22–23)


THALITA KUM 29


THALITA KUM 29 

(Cfr. Lc 8, 49-56)


Só que, por vezes, é tão difícil rezar!

Parece sempre tanto tempo!

Na verdade, muitas vezes procuramos consolações na oração, um empolgamento do espírito que nos arrebate e eleve o coração no espaço espiritual onde nos sentimos mais perto de Deus. Infelizmente, parece que, assim, estamos a rezar a nós próprios, num contentamento espiritual que é, desde logo, a paga almejada.
É uma pena porque assim, perdemos aquela outra paga, extraordinariamente mais importante e de valor incomensuravelmente maior, porque é uma paga divina.
Nem a gente sabe “fazer as contas” que o Senhor usa para connosco.

Conta-se que Alexandre o Grande mandou dar o governo de cinco cidades a um pobre camponês que lhe dera uma indicação útil. O pobre homem, espantado, terá dito: Senhor, nunca me atreveria a pedir tanto! Ao que Alexandre respondeu: Tu pedes como quem és, eu dou como quem sou!

Eu peço como quem sou: um pobre miserável que precisa de tudo, absolutamente tudo, do seu Senhor.
Nada tenho, nada valho e tudo o que tenho ou possa valer é dele, desse Senhor que me deu uma alma imortal e nela imprimiu a Sua imagem. É o meu único bem de valor – aliás, incalculável – a imagem de Deus impressa na minha alma. Ele ouve a minha oração e dá-me não o que Lhe peço, mas o que entende dar-me, com uma generosidade e uma grandeza que me espantam. E atrevo-me a dizer-lhe profundamente agradecido:

«Peço-te, Senhor, que recebas o meu amor como se fosse o único amor que tens na terra. Assim não notarás como é pequeno, miserável... Serei feliz porque mesmo sabendo o pouco que é, como to dou todo... fico disponível para me “encher” do Teu...’ [1] 

(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)



[1] AMA, orações pessoais

Evangelho e comentário

          Tempo do Advento





Evangelho: Mt 7, 21 – 24-27

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Nem todo aquele que Me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus. Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; mas ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é como o homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se e foi grande a sua ruína».

Comentário:

As consequências da falta de honestidade no nosso proceder com Deus, são, diz o Senhor, gravíssimas e, até, catastróficas.

Pretender amar a Deus sem fazer a Sua Vontade – em tudo – é ser desonesto, pouco sério e mentiroso.

Como é possível amar – seja quem for – sem estar permanentemente ao seu lado?

Pois, com Deus Nosso Senhor, o mesmo. Não fazendo a Sua Vontade, faremos a nossa que é fraca, volúvel, sem consistência.

Daí que, com a tempestade das tentações, acabe por soçobrar a nossa Fé e, muito provavelmente, haverá uma derrocada total.


(AMA, comentário sobre Mt 21, 24-27, 27.09.2019)


Leitura espiritual


Cartas de São Paulo – Gálatas

Gl 2

Reconhecimento do Evangelho em Jerusalém –

1 A seguir, catorze anos depois, subi outra vez a Jerusalém, com Barnabé, levando comigo também Tito. 2 Mas subi devido a uma revelação. E pus à apreciação deles - e, em privado, à dos mais considerados - o Evangelho que prego entre os gentios, não esteja eu a correr ou tenha corrido em vão. 3 Contudo, nem sequer Tito, que estava comigo, sendo grego, foi forçado a circuncidar-se. 4 Ora, por causa de uns intrusos, falsos irmãos, esses que furtivamente se intrometeram a espiar a nossa liberdade, aquela que temos em Cristo Jesus, a fim de nos reduzirem à escravidão… 5 A esses nem sequer uma hora cedemos nem nos sujeitámos, para que a verdade do Evangelho se mantivesse para vós. 6 Mas, quanto àqueles que eram considerados como autoridades - o que eles eram outrora de nada me interessa, já que Deus não faz acepção de pessoas - a mim, com efeito, nada mais me impuseram. 7 Antes pelo contrário: tendo visto que me tinha sido confiada a evangelização dos incircuncisos, como a Pedro a dos circuncisos – 8 pois aquele que operou em Pedro, para o apostolado dos circuncisos, operou também em mim, em favor dos gentios – 9 e tendo reconhecido a graça que me havia sido dada, Tiago, Cefas e João, que eram considerados as colunas, deram-nos a mão direita, a mim e a Barnabé, em sinal de comunhão, para irmos, nós aos gentios e eles aos circuncisos. 10 Só nos disseram que nos devíamos lembrar dos pobres - o que procurei fazer com o maior empenho.

Conflito com Pedro em Antioquia –

11 Mas, quando Cefas veio para Antioquia, opus-me frontalmente a ele, porque estava a comportar-se de modo condenável. 12 Com efeito, antes de terem chegado umas pessoas da parte de Tiago, ele comia juntamente com os gentios. Mas, quando elas chegaram, Pedro retirava-se e separava-se, com medo dos partidários da circuncisão. 13 E com ele também os outros judeus agiram hipocritamente, de tal modo que até Barnabé foi arrastado pela hipocrisia deles. 14 Mas, quando vi que não procediam correctamente, de acordo com a verdade do Evangelho, disse a Cefas diante de todos: «Se tu, sendo judeu, vives segundo os costumes gentios e não judaicos, como te atreves a forçar os gentios a viver como judeus?»

A salvação pela fé –

15 Nós, por nascimento, somos judeus, e não pecadores de entre os gentios. 16 Sabemos, porém, que o homem não é justificado pelas obras da Lei, mas unicamente pela fé em Jesus Cristo; por isso, também nós acreditámos em Cristo Jesus, para sermos justificados pela fé em Cristo e não pelas obras da Lei; porque pelas obras da Lei nenhuma criatura será justificada. 17 Mas se, ao procurarmos ser justificados pela fé em Cristo, fomos também nós achados como pecadores, não será Cristo um servidor do pecado? De maneira nenhuma! 18 Se, com efeito, aquilo que eu tinha destruído, o volto a construir, sou eu que a mim próprio me apresento como transgressor. 19 É que eu pela Lei morri para a Lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo. 20 Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. E a vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim. 21 Não rejeito a graça de Deus; porque, se a justiça viesse pela Lei, então teria sido inútil a morte de Cristo.

Pequena agenda do cristão

Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?