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05/12/2019

THALITA KUM 29


THALITA KUM 29 

(Cfr. Lc 8, 49-56)


Só que, por vezes, é tão difícil rezar!

Parece sempre tanto tempo!

Na verdade, muitas vezes procuramos consolações na oração, um empolgamento do espírito que nos arrebate e eleve o coração no espaço espiritual onde nos sentimos mais perto de Deus. Infelizmente, parece que, assim, estamos a rezar a nós próprios, num contentamento espiritual que é, desde logo, a paga almejada.
É uma pena porque assim, perdemos aquela outra paga, extraordinariamente mais importante e de valor incomensuravelmente maior, porque é uma paga divina.
Nem a gente sabe “fazer as contas” que o Senhor usa para connosco.

Conta-se que Alexandre o Grande mandou dar o governo de cinco cidades a um pobre camponês que lhe dera uma indicação útil. O pobre homem, espantado, terá dito: Senhor, nunca me atreveria a pedir tanto! Ao que Alexandre respondeu: Tu pedes como quem és, eu dou como quem sou!

Eu peço como quem sou: um pobre miserável que precisa de tudo, absolutamente tudo, do seu Senhor.
Nada tenho, nada valho e tudo o que tenho ou possa valer é dele, desse Senhor que me deu uma alma imortal e nela imprimiu a Sua imagem. É o meu único bem de valor – aliás, incalculável – a imagem de Deus impressa na minha alma. Ele ouve a minha oração e dá-me não o que Lhe peço, mas o que entende dar-me, com uma generosidade e uma grandeza que me espantam. E atrevo-me a dizer-lhe profundamente agradecido:

«Peço-te, Senhor, que recebas o meu amor como se fosse o único amor que tens na terra. Assim não notarás como é pequeno, miserável... Serei feliz porque mesmo sabendo o pouco que é, como to dou todo... fico disponível para me “encher” do Teu...’ [1] 

(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)



[1] AMA, orações pessoais

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