Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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16/09/2019
Leitura espiritual
Amigos
de Deus
274
Todas
as festas de Nossa Senhora são grandes, porque constituem ocasiões que a Igreja
nos oferece para demonstrar com factos o nosso amor a Santa Maria.
Mas
se tivesse de escolher entre essas festividades, preferiria a de hoje: a
Maternidade divina da Santíssima Virgem.
Esta
celebração leva-nos a considerar alguns dos mistérios centrais da nossa fé,
fazendo-nos meditar na Encarnação do Verbo, obra das três pessoas da Santíssima
Trindade.
Maria,
Filha de Deus Pai, pela Encarnação do Senhor no seu seio imaculado é Esposa de
Deus Espírito Santo e Mãe de Deus Filho.
Quando
a Virgem, livremente, respondeu sim aos desígnios que o Criador lhe revelou, o
Verbo divino assumiu a natureza humana - a alma racional e o corpo formado no
seio puríssimo de Maria.
A
natureza divina e a humana uniam-se numa única Pessoa: Jesus Cristo, verdadeiro
Deus e, desde então, verdadeiro Homem; eterno Unigénito do Pai e, a partir
daquele momento, como Homem, filho verdadeiro de Maria. Por isso, Nossa Senhora
é Mãe do Verbo encarnado, da segunda Pessoa da Santíssima Trindade, que uniu a
si para sempre - sem confusão - a natureza humana.
Podemos
dizer bem alto à Virgem Santa, como o melhor louvor, estas palavras que exprimem
a sua mais alta dignidade: Mãe de Deus.
275
Fé do povo cristão
Sempre
foi esta a doutrina certa da fé.
Contra
os que a negaram, o Concílio de Éfeso proclamou que se alguém não confessa que
o Emanuel é verdadeiramente Deus e que, por isso, a Santíssima Virgem é Mãe de
Deus, visto que gerou segundo a carne o Verbo de Deus encarnado, seja anátema.
A
história conservou-nos testemunhos da alegria dos cristãos perante estas
decisões claras, nítidas, que reafirmavam aquilo em que todos já acreditavam: Todo o povo da cidade de Éfeso, desde as
primeiras horas da manhã até à noite, permaneceu ansioso à espera da
resolução... Quando se soube que o autor das blasfémias tinha sido deposto,
todos a uma voz começaram a glorificar a Deus e a aclamar o Sínodo, porque
tinha caído o inimigo da fé. Logo que saímos da igreja fomos acompanhados com
archotes a nossas casas. Era de noite: toda a cidade estava alegre e iluminada.
Assim
escreve S. Cirilo e não posso negar que, mesmo passados dezasseis séculos, aquela
reacção de piedade me impressiona profundamente.
Queira
Deus Nosso Senhor que esta mesma fé arda nos nossos corações e que se erga dos
nossos lábios um cântico de acção de graças, porque a Trindade Santíssima, ao
escolher Maria para Mãe de Cristo, homem como nós, pôs cada um de nós sob o seu
manto maternal.
É
Mãe de Deus e nossa Mãe.
276
A
Maternidade divina de Maria é a raiz de todas as perfeições e privilégios que a
adornam.
Por
esse título, foi concebida imaculada e está cheia de graça, é sempre virgem,
subiu ao céu em corpo e alma, foi coroada Rainha de toda a criação, acima dos
anjos e dos santos.
Mais
que Ela, só Deus.
A
Santíssima Virgem, por ser Mãe de Deus, possui uma dignidade, de certo modo
infinita, do bem infinito que é Deus.
Não
há perigo de exageros.
Nunca
aprofundaremos bastante este mistério inefável; nunca poderemos agradecer
suficientemente à Nossa Mãe a familiaridade que nos deu com a Santíssima
Trindade.
Éramos
pecadores e inimigos de Deus.
A
Redenção não só nos livra do pecado e reconcilia com o Senhor; mas converte-nos
em filhos, entrega-nos uma Mãe, a mesma que gerou o verbo, segundo a
Humanidade.
Pode
haver maior prodigalidade, maior excesso de amor?
Deus
ansiava redimir-nos, dispunha de muitas possibilidades para executar a sua
Santíssima Vontade, segundo a sua infinita sabedoria. Escolheu uma que dissipa
todas as dúvidas possíveis sobre a nossa salvação e glorificação.
Como
o primeiro Adão não nasceu de homem e de mulher, mas foi plasmado em terra,
assim também o último Adão, que havia de curar a ferida do primeiro, tomou um
corpo formado no seio de uma virgem para ser, segundo a carne, igual à carne
dos que pecaram.
277
Mãe do amor formoso
Ego quasi vitis
fructificavi...; como a videira deitei formosos ramos e
as minhas flores deram saborosos e ricos frutos.
Assim
lemos na Epístola. Que esse aroma de suavidade que é a devoção à nossa Mãe
abunde na nossa alma e na alma de todos os cristãos e nos leve à confiança mais
completa em quem vela sempre por nós.
Eu
sou a Mãe do amor formoso, do temor, da ciência e da santa esperança, lições
que hoje nos recorda Santa Maria.
Lição
de amor formoso, de vida limpa, de um coração sensível e apaixonado, para que
aprendamos a ser fiéis ao serviço da Igreja. Este não é um amor qualquer; é o
Amor.
Aqui
não há traições, nem cálculos, nem esquecimentos.
Um
amor formoso, porque tem como princípio e como fim o Deus três vezes Santo, que
é toda a Beleza e toda a Bondade e toda a Grandeza.
Mas
também se fala de temor.
Não
concebo outro temor senão o de nos afastarmos do Amor.
Porque
Deus Nosso Senhor não nos quer abatidos, timoratos ou com uma entrega anódina.
Precisa
de que sejamos audazes, valentes, delicados.
O
temor, que o texto sagrado nos recorda, traz-nos à lembrança aquela outra
queixa da Escritura: procurei o amado da
minha alma; procurei-o e não o encontrei.
Isto
pode acontecer, se o homem não compreendeu, até ao fundo, o que significa amar
a Deus.
Sucede
então que o coração se deixa arrastar por coisas que não conduzem ao Senhor.
E,
por consequência, perdemo-lo de vista.
Outras
vezes será talvez o Senhor quem se esconde; ele sabe porquê.
Anima-nos
assim a procurá-lo com maior ardor e, quando o descobrimos, exclamamos cheios
de júbilo; encontrei-o e já não o deixarei.
278
O
Evangelho da Santa Missa recordou-nos aquela cena comovente de Jesus que fica
em Jerusalém ensinando no templo.
Maria
e José perguntaram por ele a parentes e conhecidos.
E,
como não o encontrassem, voltaram a Jerusalém à sua procura.
A
Mãe de Deus, que procurou com afã o seu Filho, perdido sem sua culpa e que
sentiu a maior alegria ao encontrá-lo, ajudar-nos-á a voltar atrás, a
rectificar o que for preciso, quando, pelas nossas leviandades ou pecados, não
consigamos descobrir Cristo.
Teremos
assim a alegria de o abraçar de novo, para lhe dizer que nunca mais o
perderemos.
Maria
é Mãe da ciência, porque com Ela se aprende a lição que mais importa: que nada
vale a pena se não estamos junto do Senhor, que de nada servem todas as
maravilhas da terra, todas as ambições satisfeitas, se no nosso peito não arde
a chama de amor vivo, a luz da santa esperança, que é uma antecipação do amor
interminável, na nossa Pátria definitiva.
279
Em
mim encontra-se toda a graça de doutrina e de verdade, em mim toda a esperança
de vida e de virtude.
Com
quanta sabedoria pôs a Igreja estas palavras na boca da nossa Mãe, para que
nós, os cristãos, não as esqueçamos.
Ela
é a segurança, o Amor que nunca nos abandona, o abrigo constantemente aberto, a
mão que acaricia e consola sempre.
Um
antigo Padre da Igreja escreve que devemos procurar conservar na nossa mente e
na nossa memória um resumo ordenado da vida da Mãe de Deus.
Tereis
folheado muitas vezes prontuários de Medicina, de Matemática ou de outras
matérias.
Aí
se enumeram, para casos de necessidade urgente, os remédios imediatos, as
medidas que se devem adoptar, com o fim de não nos perdermos nessas ciências.
280
Meditemos
frequentemente tudo quanto temos ouvido sobre a nossa Mãe numa oração sossegada
e tranquila.
E,
como resultado, ir-se-á gravando na nossa alma uma espécie de compêndio, para
recorrermos a Ela sem vacilar, especialmente quando não tivermos outro apoio.
Não
será isto interesse pessoal da nossa parte?
Certamente
que o é.
Mas,
porventura, não sabem as mães que os filhos são geralmente um pouco
interesseiros e que com frequência se dirigem a elas como último remédio?
Sabem-no
e não se importam.
Por
isso são mães e o seu amor desinteressado percebe - no nosso aparente egoísmo -
o nosso afecto filial, a nossa confiança inabalável.
Não
pretendo - nem para mim, nem para vós - que a nossa devoção a Santa Maria se
limite a estas invocações prementes.
Acho,
no entanto, que não deve humilhar-nos que nos aconteça isso alguma vez.
As
mães não contabilizam os pormenores de carinho que os seus filhos lhes
demonstram, não pesam nem medem com critérios mesquinhos.
Uma
pequena demonstração de amor, saboreiam-na como se fosse mel e acabam por
conceder muito mais do que receberam.
Se
assim fazem as mães boas da terra, imaginai o que poderemos esperar da nossa
Mãe, Santa Maria!
(cont)
Temas para reflectir e meditar
Assim,
de repente, pareceu-me uma questão importante: saber quanto pesa o meu coração,
mas, não só, o seu volume, a sua capacidade.
Por
uma lógica qualquer que resolvi inventar achei que poderia relacionar estes
parâmetros com o “tamanho” do meu amor, ou, melhor dizendo, talvez, a minha
capacidade de amar.
Recordo
que São Filipe de Néri teve uma dilatação no seu coração – causada por um
arrobo do Amor a Deus - que passou a ter três vezes o tamanho inicial não
cabendo na cavidade do peito.
Reparo
agora, como não podia deixar de ser, no disparate: o que tem uma coisa a ver
com a outra!
Aliás…
nem me interessa se tenho um coração grande ou pequeno mas sim que esteja
completamente cheio de Amor.
Claro,
é intencional!
Oferecendo-o
totalmente ao Senhor, ficará vazio e disponível para que o encha com o Amor
d’Ele.
AMA,
reflexão, Junho 2019
Evangelho e comentário
Evangelho: Lc 7, 1-10
Naquele tempo, quando Jesus acabou de
falar ao povo, entrou em Cafarnaum. Um centurião tinha um servo a quem estimava
muito e que estava doente, quase a morrer. Tendo ouvido falar de Jesus, enviou-Lhe
alguns anciãos dos judeus para Lhe pedir que fosse salvar aquele servo. Quando
chegaram à presença de Jesus, os anciãos suplicaram-Lhe insistentemente: «Ele é
digno de que lho concedas, pois estima a nossa gente e foi ele que nos
construiu a sinagoga». Jesus acompanhou-os. Já não estava longe da casa, quando
o centurião Lhe mandou dizer por uns amigos: «Não Te incomodes, Senhor, pois
não mereço que entres em minha casa, nem me julguei digno de ir ter contigo.
Mas diz uma palavra e o meu servo será curado. Porque também eu, que sou um
subalterno, tenho soldados sob as minhas ordens. Digo a um ‘Vai’ e ele vai; e a
outro ‘Vem’ e ele vem; e ao meu servo ‘Faz isto’ e ele faz». Ao ouvir estas
palavras, Jesus sentiu admiração por ele e, voltando-se para a multidão que O
seguia, exclamou: «Digo-vos que nem mesmo em Israel encontrei tão grande fé».
Ao regressarem a casa, os enviados encontraram o servo de perfeita saúde.
Comentário:
Antes de recebermos a
Comunhão Eucarística repetimos estas mesmas palavras o Centurião e com os
mesmos sentimentos de humildade e fé:
‘Senhor,
não sou digno que entres na minha morada, mas diz uma só palavra e ficarei
curado’
De
facto, não somos dignos e sentimo-nos, talvez até, um pouco atemorizados ao
dar-nos verdadeiramente conta do que está para acontecer:
Receber
o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo!
Com
que disposições o faremos!
Com
que amor e ternura O vamos receber!
Com
que respeito e compunção O comungamos!
Ah!
Mas fazemo-lo porque Ele o quer e deseja: vir à nossa alma, ser nosso alimento.
Mas…
mais ainda: «Quem comer este Corpo e
beber este Sangue terá a VIDA ETERNA!»
Recebamo-lo,
pois, com a mesma ternura, compaixão e entusiasmo com que O recebemos pela
primeira vez.
(AMA, comentário sobre Lc 7, 1-10,
22.06.2017)
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.
Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.
Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.
Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.
Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.
Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.
Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
Constância, que nada te desoriente
O
desalento é inimigo da tua perseverança. - Se não lutares contra o desalento,
chegarás ao pessimismo, primeiro, e à tibieza, depois. - Sê optimista. (Caminho, 988)
Constância, que nada desoriente. -
Faz-te falta. Pede-a ao Senhor e faz o que puderes para a obter; porque é um
grande meio para te não separares do fecundo caminho que empreendeste. (Caminho, 990)
Não podes "subir". - Não é de
estranhar: aquela queda!...
Persevera e "subirás". -
Recorda o que diz um autor espiritual: a tua pobre alma é um pássaro que ainda
tem as asas empastadas de lama.
É preciso muito calor do céu e esforços
pessoais, pequenos e constantes, para arrancar essas inclinações, essas imaginações,
esse abatimento, essa lama pegajosa das tuas asas.
E ver-te-ás livre. - Se perseverares,
"subirás". (Caminho,
991)
Dá graças a Deus, que te ajudou, e
rejubila com a tua vitória. - Que alegria tão profunda, a que sente a tua alma
depois de ter correspondido! (Caminho, 992)