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08/06/2019

Junho mês do Coração


Senhor ensina-me a amar.

Quando penso na enorme capacidade que o meu coração tem de gerar sentimentos actuando quase independente da minha vontade, assusta-me um pouco considerar se terei capacidade de controlo e conduzi-los ou orienta-los como convém.

Sei o que quero em primeiríssimo lugar:

Que sirva para amar.

Por isso mesmo insisto em pedir sem descanso:

Senhor ensina-me a amar.

AMA, 04.06.2019

Evangelho e comentário


TEMPO DE PÁSCOA



Evangelho: Jo 21, 20-25

20 Pedro voltou-se e viu que o seguia o discípulo que Jesus amava, o mesmo que na ceia se tinha apoiado sobre o seu peito e lhe tinha perguntado: ‘Senhor, quem é que te vai entregar?’  21 Ao vê-lo, Pedro perguntou a Jesus: «Senhor, e que vai ser deste?» 22 Jesus respondeu-lhe: «E se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso? Tu, segue-me!» 23 Foi assim que, entre os irmãos, correu este rumor de que aquele discípulo não morreria. Jesus, porém, não disse que ele não havia de morrer, mas sim: «Se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso?» 24 Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e que as escreveu. E nós sabemos bem que o seu testemunho é verdadeiro. 25 Há ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se elas fossem escritas, uma por uma, penso que o mundo não teria espaço para os livros que se deveriam escrever. 

Comentário:

Nos últimos versículos do Evangelho que escreveu, São João identifica-se a si próprio como uma testemunha que viu e ouviu quanto escreveu.

O que pessoalmente retenho deste Evangelista é a ênfase que a cada momento põe no amor.

O amor de Jesus Cristo pelos homens que veio salvar e redimir e, não se atém com falsa modéstia, que ele próprio foi objecto de um amor muito especial do Senhor.

Gosto de chamar a São João o Apóstolo do Amor, amor verdadeiro, sadio, sem condições.

Ah! Amar assim, como João amou Jesus e Jesus o amou a ele é, seguramente, o maior bem a que se poderá aspirar.

(AMA, comentário sobre Jo 21, 20-25, 20.01.2017)

Temas para reflectir e meditar

Audácia

Empreende e realiza acções diferentes que parecem pouco prudentes, convencido, a partir de uma avaliação serena da realidade com as suas possibilidades e os seus riscos, de que pode alcançar um autentico bem.

(Definição de audácia) 

Pequena agenda do cristão

SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?





Doutrina – 487


CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
Compêndio



SEGUNDA SECÇÃO

OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA


CAPÍTULO PRIMEIRO

OS SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ

O SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO


270. Quem é o ministro da Confirmação?


O ministro originário é o Bispo. Assim se manifesta o laço do crismado com a Igreja na sua dimensão apostólica.
Quando o presbítero confere este sacramento – como acontece ordinariamente no Oriente e em casos especiais no Ocidente – o laço com o Bispo e com a Igreja é expresso pelo presbítero, colaborador do Bispo, e pelo santo crisma, consagrado pelo Bispo.

Onde há humildade há sabedoria


"Quia respexit humilitatem ancillae suae" – porque olhou para a baixeza da sua escrava... Cada vez me persuado mais de que a humildade autêntica é a base sobrenatural de todas as virtudes. Fala com Nossa Senhora, para que Ela nos ensine a caminhar por esta senda. (Sulco, 289)

Se recorrermos à Sagrada Escritura, veremos como a humildade é um requisito indispensável para nos dispormos a ouvir Deus. Onde há humildade há sabedoria, explica o livro dos Provérbios. A humildade consiste em nos vermos como somos, sem disfarces, com verdade. E ao compreendermos que não valemos quase nada, abrimo-nos à grandeza de Deus. Esta é a nossa grandeza.

Que bem o compreendia Nossa Senhora, a Santa Mãe de Jesus, a criatura mais excelsa de todas as que existiram e hão-de existir sobre a terra! Maria glorifica o poder do Senhor, que depôs do trono os poderosos e elevou os humildes. E canta que n'Ela se realizou uma vez mais esta providência divina: porque olhou para a baixeza da sua escrava; portanto, eis que, de hoje em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada.

Maria manifesta-se santamente transformada, no seu coração puríssimo, em face da humildade de Deus: o Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. E, por isso mesmo, o Santo que há-de nascer de ti será chamado Filho de Deus. A humildade da Virgem é consequência desse abismo insondável de graça, que se opera com a Encarnação da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade nas entranhas da sua Mãe sempre Imaculada. (Amigos de Deus, n. 96)

Leitura espiritual


CARTA ENCÍCLICA

HAURIETIS AQUAS

DO SUMO PONTÍFICE PAPA PIO XII
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES,
ARCEBISPOS E BISPOS E OUTROS ORDINÁRIOS DO LUGAR
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA

SOBRE O CULTO DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS


II

LEGITIMIDADE DO CULTO AO SANTÍSSIMO CORAÇÃO DE
JESUS
SEGUNDO A DOUTRINA DO NOVO TESTAMENTO E DA
TRADIÇÃO


4) O simbolismo natural do coração de Jesus Cristo afirmado veladamente na Sagrada Escritura e nos santos Padres



26. Bem verdade é que nem os autores sagrados, nem os Padres da Igreja que citamos, e outros semelhantes, embora provem abundantemente que Jesus Cristo esteve sujeito aos sentimentos e afectos humanos, e que, por isso precisamente, tomou a natureza humana a fim de nos proporcionar a salvação eterna, contudo não atribuem concretamente ditos afectos ao Seu coração fisicamente considerado, apontando nele o símbolo do Seu amor infinito.

Embora os evangelistas e os outros autores sacros não nos descrevam abertamente o coração do nosso Redentor não menos vivo e sensível do que o nosso, e as palpitações e estremecimentos devidos às diversas emoções e afectos da Sua alma e à ardentíssima caridade da Sua dupla vontade, todavia frequentemente põem em relevo o Seu divino amor e as emoções sensíveis relacionadas com ele:

O desejo, a alegria, a tristeza, o temor e a ira, consoante as expressões do Seu olhar, das Suas palavras e dos Seus gestos.

E, principalmente, o rosto adorável de nosso Salvador foi, sem dúvida, o índice e como que o espelho fidelíssimo dos afectos que, comovendo-lhe de vários modos a alma, à semelhança das ondas que se entrechocam, chegavam ao Seu coração santíssimo e Lhe excitavam as pulsações.

Na verdade, a propósito de Jesus Cristo vale também o que o Doutor angélico, ensinado pela experiência, observa em matéria de psicologia humana e dos fenómenos derivados dela:

"A turbação que a ira produz repercute nos membros externos, e principalmente naqueles em que mais se reflecte a influência do coração, como são os olhos, o semblante, a língua".[1]


27. Com muita razão, pois, o coração do Verbo encarnado é considerado índice e símbolo do tríplice amor com que o divino Redentor ama continuamente o Eterno Pai e todos os homens.

Ele é, antes de tudo, símbolo do divino amor, que nele é comum com o Pai e com o Espírito Santo, e que só nele, como Verbo encarnado, se manifesta por meio do caduco e frágil instrumento humano, "pois nele habita corporalmente a plenitude da divindade"[2].

Ademais, o coração de Cristo é símbolo de enérgica caridade, que, infundida em Sua alma, constitui o precioso dote da sua vontade humana, e cujos actos são dirigidos e iluminados por uma dupla e perfeita ciência, a beatífica e a infusa.[3]

Finalmente, e isto de modo mais natural e directo, o coração de Jesus é símbolo do Seu amor sensível, já que o corpo de Jesus Cristo, plasmado no seio imaculado da Virgem Maria por obra do Espírito Santo, supera em perfeição, e portanto em capacidade perceptiva, qualquer outro organismo humano.[4]


28. Instruídos pelos sagrados textos e pelos símbolos da fé acerca da perfeita consonância e harmonia reinante na alma santíssima de Jesus Cristo, e a respeito do facto de ele haver dirigido com finalidade redentora todas as manifestações do seu tríplice amor, com toda segurança podemos contemplar e venerar no coração do Redentor divino a imagem eloquente da Sua caridade e o testemunho da nossa redenção, e como que uma mística escada para subir ao amplexo "de Deus nosso Salvador"[5].

Por isso, nas palavras, nos actos, nos ensinamentos, nos milagres, e especialmente nas obras mais esplendorosas do Seu amor para connosco, como a instituição da divina eucaristia, a Sua dolorosa paixão e morte, a benigna doação de Sua santíssima Mãe, a fundação da Igreja para proveito nosso, e, finalmente, a missão do Espírito Santo sobre os apóstolos e sobre nós, em todas essas obras, repetimos, devemos admirar outros tantos testemunhos do Seu tríplice amor, e meditar as pulsações do Seu coração, com as quais Ele quis medir os instantes da Sua peregrinação terrena até o momento supremo em que, como atestam os evangelistas, "clamando com grande voz, disse: Tudo está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito"[6].

Então o Seu coração parou e deixou de bater, e o Seu amor sensível permaneceu como que suspenso, até que, triunfando da morte, Ele se levantou do sepulcro.

Depois que o Seu corpo conseguiu o estado da glória sempiterna e se uniu novamente à alma do divino Redentor, vitorioso da morte, o Seu Coração Sacratíssimo nunca deixou nem deixará de palpitar com imperturbável e plácida pulsação, nem tampouco cessará de demonstrar o tríplice amor com que o Filho de Deus Se une a Seu Pai eterno e à humanidade inteira, de quem é, com pleno direito, a cabeça mística.


PIO PP. XII.


(Revisão da versão portuguesa por AMA)

Notas:



[1] Summa theol., I-II, q. 48, a. 4; ed. Leon. t. VI,1891, p. 306.
[2] Cl 2,9
[3] Cf. Summa theol., III, q. 9, aa. l-3; ed. Leon. t. XI,1903, p.142.
[4] Cf. ibid., III, q. 33, a.2 até 3; q. 46, a. 6; ed. Leon. t. XI,1903, pp. 342, 433.
[5] Tt 3, 4
[6] Mt 27, 50; Jo 19, 30