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Doutrina – 472


CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
Compêndio



SEGUNDA SECÇÃO

OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA


CAPÍTULO PRIMEIRO

OS SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ

O SACRAMENTO DO BAPTISMO

Pergunta:


252. Quais os nomes do primeiro sacramento da iniciação?


Resposta:

Antes de mais, chama-se Baptismo por causa do rito central com que é celebrado: baptizar significa «imergir» na água. O que é baptizado é imerso na morte de Cristo e ressurge com Ele como «nova criatura» (2 Cor 5,17). Chama-se também «banho da regeneração e da renovação no Espírito Santo» (Tit 3,5) e «iluminação», porque o baptizado se torna «filho da luz» (Ef 5, 8).

Formação humana e cristã – 127


A.1 – Mortificação

A.1.2 -

A necessidade da mortificação está mais que demonstrada não só por autores espirituais, mas outros que vêm nela um exercício de controlo da vontade, do desejo, do apetite.

Sem dúvida que torna a vontade mais forte e resistente talvez, até, mais decidida e rápida na avaliação da atitude a tomar.

O contrário talvez seja uma inclinação para o "deixar andar", o "tanto faz".

(Cont)

AMA, reflexões

Tens de conviver, tens de compreender


Tens de conviver, tens de compreender, tens de ser irmão dos homens teus irmãos, tens de pôr amor – como diz o místico castelhano – onde não há amor, para colher amor. (Forja, 457)

Jesus Cristo, que veio salvar todos os povos e deseja associar os cristãos à sua obra redentora, quis ensinar aos seus discípulos – a ti e a mim – uma caridade grande, sincera, mais nobre e valiosa: devemos amar-nos mutuamente como Cristo nos ama a cada um de nós. Só desta maneira, isto é, imitando o exemplo divino – dentro da nossa rudeza pessoal – conseguiremos abrir o nosso coração a todos os homens, amar de um modo mais elevado, inteiramente novo.
Que bem puseram os primeiros cristãos em prática esta caridade ardente, caridade que sobressaía e transbordava dos limites da simples solidariedade humana ou da benignidade de carácter. Amavam-se uns aos outros de modo afectuoso e forte, através do Coração de Cristo. Um escritor do século II, Tertuliano, transmitiu-nos o comentário dos pagãos, comovidos ao presenciarem o comportamento dos fiéis de então, tão cheio de atractivo sobrenatural e humano: Vede como se amam, repetiam.
Se notas que não mereces esse louvor agora ou em tantas ocasiões do dia-a-dia; que o teu coração não reage como devia às exigências divinas, pensa também que chegou o momento de rectificares.
O principal apostolado que nós, os cristãos, temos de realizar no mundo, o melhor testemunho de fé é contribuir para que dentro da Igreja se respire o clima de autêntica caridade. Quando não nos amamos verdadeiramente, quando há ataques, calúnias e inimizades, quem se sentirá atraído pelos que afirmam que pregam a Boa Nova do Evangelho? (Amigos de Deus, nn. 225–226)

Leitura espiritual


«PROVAS»
MAS TODAVIA SÃO VÁLIDAS?

Pergunta:

Permita-me uma pequena pausa. Não discuto, obviamente, sobre a validade filosófica, teorética, de quanto acaba de expor; mas, esta forma de argumentar tem todavia um significado concreto para o homem de hoje? Faz sentido que se pergunte sobre Deus, a Sua existência, a Sua essência?

Resposta:

Diria que hoje mais que nunca, seguramente, mais que em outras épocas, inclusive recentes. A mentalidade positivista, que se desenvolveu com muita força entre os séculos IX e XX, hoje vai, em certo sentido, em retirada. O homem contemporâneo está redescobrindo o sacrum, ainda que nem sempre saiba chamá-lo pelo seu nome.

O positivismo não foi somente uma filosofia, nem unicamente uma metodologia; foi uma dessas escolas da suspeita que a época moderna viu florescer e prosperar. O homem é realmente capaz de conhecer algo mais do que os seus olhos vêem e os seus ouvidos ouvem? Existe uma outra ciência além do saber rigorosamente empírico? A capacidade da razão humana está totalmente submetida aos sentidos, e interiormente dirigida pelas leis da matemática, que demonstraram ser particularmente úteis para ordenar os fenómenos de forma racional, além de para orientar os s processos do progresso técnico?
Se se entra na óptica positivista, conceitos como por exemplo Deus ou alma são simplesmente carentes de sentido. Nada corresponde a esses conceitos no âmbito da experiência sensorial.

Esta óptica, pelo menos nalguns campos, +é a que está actualmente em retirada. Pode constatar-se isto inclusivamente comparando entre si as primeiras e as sucessivas obras de Ludwig Wittgenstein, o filósofo austríaco da primeira metade do século XX

Por outro lado, ninguém se surpreende pelo facto de que o conhecimento humano seja, inicialmente, um conhecimento sensorial. Nenhum clássico da filosofia, nem Platão nem Aristóteles, o punha em dúvida.
O homem reconhece-se a si mesmo como um ser ético, capaz de actuar segundo os critérios do bem e do mal., e não somente segundo a utilidade e o prazer. Reconhece-se também a si mesmo como um ser religioso, capaz de colocar-se em contacto com Deus. 

A oração é, em certo sentido, a primeira prova desta realidade.

Para o pensamento contemporâneo é muito importante a filosofia da religião. Somos testemunhas de um retorno significativo à metafísica (filosofia do ser) através de uma antropologia integral. Não se pode pensar adequadamente sobre o homem sem fazer referência, constitutiva para ele, a Deus. E o que São Tomás defendia como actus essendi com a linguagem da filosofia da existência, a filosofia da religião expressa-o com as categorias da experiência antropológica.

Para esta experiência contribuíram muito os filósofos do diálogo, como Martin Buber. E encontramo-nos já muito perto de São Tomás, mas o caminho passa tanto através do ser e da existência como através das pessoas e da sua relação mútua, através do “eu” e o “tu”. 

Esta é uma dimensão fundamental da existência do homem, que é sempre uma coexistência.

Onde aprenderam isto os filósofos do diálogo?

Aprenderam-no em primeiro lugar da experiência da Bíblia

A vida humana inteira é um “coexistir” na dimensão quotidiana - “tu” e “eu” – e também na dimensão absoluta e definitiva: “eu” e “TU”».

A tradição bíblica gira em torno deste TU, que em primeiro lugar é o Deus de Abraão, Isaac e Jacob, e o Deus dos Padres, e depois o Deus de Jesus Cristo e dos Apóstolos, o Deus da nossa fé.

A nossa fé é profundamente antropológica, está enraizada constitutivamente na coexistência, na comunidade do povo de Deus, e na comunhão com esse eterno TU.

Uma coexistência assim é essencial para a nossa tradição judaico-cristã e provem da iniciativa do próprio Deus.

Está na linha da Criação, de que é o seu prolongamento, e ao mesmo tempo é – como ensina São Paulo - «a terna eleição do homem no Verbo que é o Filho» [i]




(Cfr entrevista de Vittorio Messori a São João Paulo II, CRUZANDO EL UMBRAL DE LA ESPERANZA, Outubro de 1994)

(Tradução do castelhano por AMA)



[i] Cfr Ef. 1,4

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM




Evangelho: Mc 6, 14-29

14 O rei Herodes ouviu falar de Jesus, pois o seu nome se tornara célebre; e dizia-se: «Este é João Baptista, que ressuscitou de entre os mortos e, por isso, manifesta-se nele o poder de fazer milagres»; 15 outros diziam: «É Elias»; outros afirmavam: «É um profeta como um dos outros profetas.» 16 Mas Herodes, ouvindo isto, dizia: «É João, a quem eu degolei, que ressuscitou.» 17 Na verdade, tinha sido Herodes quem mandara prender João e pô-lo a ferros na prisão, por causa de Herodíade, mulher de Filipe, seu irmão, que ele desposara. 18 Porque João dizia a Herodes: «Não te é lícito ter contigo a mulher do teu irmão.» 19 Herodíade tinha-lhe rancor e queria dar-lhe a morte, mas não podia, 20 porque Herodes temia João e, sabendo que era homem justo e santo, protegia-o; quando o ouvia, ficava muito perplexo, mas escutava-o com agrado. 21 Mas chegou o dia oportuno, quando Herodes, pelo seu aniversário, ofereceu um banquete aos grandes da corte, aos oficiais e aos principais da Galileia. 22 Tendo entrado e dançado, a filha de Herodíade agradou a Herodes e aos convidados. O rei disse à jovem: «Pede-me o que quiseres e eu to darei.» 23 E acrescentou, jurando: «Dar-te-ei tudo o que me pedires, nem que seja metade do meu reino.» 24 Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei-de pedir?» A mãe respondeu: «A cabeça de João Baptista.» 25 Voltando a entrar apressadamente, fez o seu pedido ao rei, dizendo: «Quero que me dês imediatamente, num prato, a cabeça de João Baptista.» 26 O rei ficou desolado; mas, por causa do juramento e dos convidados, não quis recusar. 27 Sem demora, mandou um guarda com a ordem de trazer a cabeça de João. O guarda foi e decapitou-o na prisão; 28 depois, trouxe a cabeça num prato e entregou-a à jovem, que a deu à mãe. 29 Tendo conhecimento disto, os discípulos de João foram buscar o seu corpo e depositaram-no num sepulcro.

Comentário:

A promessa de Herodes e, mais, o cumprimento da mesma, está de acordo com o que deveria pensar sobre a dignidade da pessoa humana.

Como Herodes, quem não se vê senão a si próprio, quem se entrega à auto-estima, ao culto da personalidade à defesa, a todo o custo, da própria pessoa e posição, não tem, pelos outros, a menor consideração. Os limites do seu critério são os próprios de uma mentalidade egoísta e de contornos definidos pelas paixões e prazeres.

De uma pessoa assim pode esperar-se tudo, menos misericórdia, compreensão, amor.

Mas também não podem esperar quem se apiede deles, os compreenda, os ame.

(AMA, comentário sobre Mc 6, 17-29, 2009)


Pequena agenda do cristão

Sexta-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?





Temas para reflectir e meditar

A omnipotência de Deus


A omnipotência de Deus não significa que Deus consiga criar qualquer coisa estranha à existência.

A omnipotência de Deus não consegue criar um círculo com três lados.

De modo semelhante, também não consegue criar pessoas livres e impedir o sofrimento.

(anselm grunA incompreensível existência de Deus, Paulinas, p. 14)