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06/02/2019

Silêncio

O SILÊNCIO

Cala a tua voz,
acalma o teu coração,
sossega o teu pensamento,
vive o momento de encanto.

Às coisas do mundo diz não,
deixa-te ouvir a voz do vento,
porque no silêncio que fazes,
fala-te o Espírito Santo.

Não percas esse momento,
deixa-te ficar em silêncio,
porque Deus quer-te falar,
de como te tem amor,
amor para além do tempo,
amor que é sempre amar,
num abraço abrasador,
que te transforma por dentro.

Escuta,
não tenhas medo,
de ficares assim calado,
escuta o que Ele te diz em segredo,
e depois de bem O ouvires,
depois de tão bem O sentires,
entrega-te,
abandonado,
sabendo que Ele está contigo,
em cada sopro que respires,
assim,
mesmo a teu lado,
envolvendo-te no Seu amor,
e responde-Lhe simplesmente,
num murmúrio sussurrado:
Amo-Te para sempre, Senhor!

Monte Real, 6 de Fevereiro de 2018

Joaquim Mexia Alves

https://queeaverdade.blogspot.pt/2018/02/o-silencio.html

Memória pessoal


Resultado de imagem para malta são pauloApóstolos

Há poucos dias passaram quatro anos que estive na gruta onde São Paulo viveu durante a sua estadia - forçada por naufrágio - na Ilha de Malta.

O ar que se respirava naquele ambiente era de uma solenidade muito particular como se sentisse uma presença física que, todavia, não era algo nem estranho nem espiritual.

Talvez fosse, antes, um sentimento de mistério inexplicável de solene simplicidade.

A gruta, propriamente dita, não tem nenhum atractivo especial, isto é, trata-se de uma “furna” escavada na rocha onde as únicas “presenças” físicas são uma escultura em pedra do Apóstolo das Gentes e um genuflexório onde outro santo – São João Paulo II – se terá ajoelhado em recolhimento interior durante uma sua visita ao local.

Estas duas “presenças” não chocam a simplicidade do local, antes conferem uma dimensão como que sobrenatural ao ambiente.


E deixei voar o pensamento – já de si recolhido – sobre o que se terá passado nesses momentos tão particulares.

O Apóstolo moderno – do mundo de hoje – viajante incansável que percorreu todo o mundo levando Cristo às gentes mais díspares e aos países mais recônditos, falando incessantemente d’Ele a poucos assistentes ou em areópagos imensos, a gente simples ou chefes de Nações e líderes mundiais, e o Apóstolo que há dois mil anos levou o conhecimento de Cristo e propagando a Fé na Sua Doutrina e na Sua Palavra por mundos desconhecidos e longínquos, viajando também incessantemente por todos os meios possíveis, estabelecendo contactos, criando grupos de fiéis, fundando igrejas, contactando infiéis ou descrentes, arrostrando com dificuldades em conta e ataques pessoais que nunca o apoquentaram ou fizeram desistir e que, finalmente, declara iniludívelmente:

“Não sou eu quem vive mas Cristo que vive em mim”!

E, eu, testemunha emocionada, deixei-me levar por todos estes pensamentos e senti-me – além de privilegiado – pequeno e sem mérito, apóstolo incipiente e sem rasgos de determinação e entrega como Ele nos disse – a todos – que fôssemos.

AMA, reflexão, Fev. de 2019

Vivei uma particular Comunhão dos Santos


Comunhão dos Santos. – Como to hei-de dizer? – Sabes o que são as transfusões de sangue para o corpo? Pois assim vem a ser a Comunhão dos Santos para a alma. (Caminho, 544)

Vivei uma particular Comunhão dos Santos: e cada um sentirá, à hora da luta interior, e à hora do trabalho profissional, a alegria e a força de não estar só. (Caminho, 545)

Aqui estamos, consummati in unum, em unidade de petição e de intenções, dispostos a começar este tempo de conversa com o Senhor com renovado desejo de sermos instrumentos eficazes nas suas mãos. Diante de Jesus Sacramentado – como gosto de fazer um acto de fé explícita na presença real do Senhor na Eucaristia! – fomentai nos vossos corações o desejo de transmitir, pela vossa oração, um impulso fortíssimo que chegue a todos os lugares da terra, até ao último recanto do planeta, onde houver alguém gastando a sua existência ao serviço de Deus e das almas. Com efeito, graças à inefável realidade da Comunhão dos Santos, somos solidários – cooperadores, diz S. João – na tarefa de difundir a verdade e a paz do Senhor. (Amigos de Deus, 154)

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM




Evangelho: Mc 6, 1-6

1 E partiu dali. Foi para a sua terra, e os discípulos seguiam-no. 2 Chegado o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes enchiam-se de espanto e diziam: «De onde é que isto lhe vem e que sabedoria é esta que lhe foi dada? Como se operam tão grandes milagres por suas mãos? 3 Não é Ele o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?» E isto parecia-lhes escandaloso. 4 Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e em sua casa.» 5 E não pôde fazer ali milagre algum. Apenas curou alguns enfermos, impondo-lhes as mãos. 6 Estava admirado com a falta de fé daquela gente. Jesus percorria as aldeias vizinhas a ensinar.

Comentário:

Reconhecer a sabedoria de alguém quer dizer que há admiração e desejo de participar, ouvir, aprender.

Não cabe, nem tem sentido admirar-se por ser esta ou aquela pessoa mas apenas aproveitar o ensejo para aprender.


(AMA, comentário sobre, Mc 6, 1-6, 08.07.2018)


Leitura espiritual


Os talentos

Deus espera que nós procuremos ver todas as situações e em particular as difíceis, com os olhos da fé. 

Na parábola dos talentos, Jesus diz-nos que não nos fechemos ao conhecimento de Deus procedente da fé. e adverte-nos contra a preguiça com que usamos todos os dons que Ele constantemente nos concede. Deixando aos Seus servidores dez talentos, ao segundo cinco e ao terceiro um, o Senhor com fiou-lhes responsabilidades e ainda lhes deu uma oportunidade para trabalharem.

A palavra talento, que no tempo de Cristo equivalia a um certo valor monetário, [i] utiliza-se hoje em dia como um certo “valor” intelectual, diz-se, por exemplo, de alguém que é u músico de talento, ou um matemático talentoso, etc.

O sentido da parábola dos talentos é, no entanto, muito mais profundo. O pensamento evangélico comporta, por assim dizer, uma viragem de cento e oitenta graus no nosso pensamento vulgar, puramente humano. 
É o que acontece na parábola dos talentos.

O talento é um dom, uma matéria-prima, mas ao mesmo tempo, uma oportunidade. Ao entregar-te um determinado talento, Cristo dá-te mostras de confiança, esperando que o ponhas a render.

Se Ele te deu determinadas capacidades não Lhe é indiferente o uso que delas faças. Se, no entanto, não as recebeste também isso é um talento.

Talento não é apenas algo que recebemos de Deus, mas também pode ser a carência de alguma coisa.

A boa saúde, por exemplo, é um talento mas à luz da fé, a falta dela também o é.
Em ambas as situações, Jesus faz-te a mesma pergunta: ‘Que fazes com esse talento’?
Com efeito, tanto podemos desperdiçar a saúde, como – e mais ainda – a falta dela.

Porém, tudo é dom, e todo o talento também é dom.

Deus está constantemente a conceder-nos dons.
Se, por exemplo, julgas que não és capaz de rezar, isso também é um talento, ainda que julgues tratar-se de uma infelicidade.
O que conta é o modo como enfrentas as dificuldades que acompanham a tua oração. 
É bem possível que tenhas enterrado esse talento dizendo para contigo: ‘Pois bem já eu se é assim desisto de rezar’.

No entanto, disso bem se poderia extrair que a incapacidade de orar deveria aumentar em ti a fome de Deus e, por conseguinte, constituir para ti um meio de santificação.

O mesmo pode suceder, quando tenhas problemas em casa, quando haja qualquer conflito familiar: são tantos outros talentos que o Senhor te oferece.

Que fazes com eles?
Se desanimas, se te desencorajas e cruzas os braços, significa que os enterras.

O homem de fé não pode deixar de se aperceber do sentido mais profundo das suas provações pessoais e, de resto, a própria procura do sentido profundo dessas provas é para si mesma uma forma de pôr a render aquele talento.

(…)

Se determinadas situações provocam em ti um certa tensão, isso quer dizer que nelas se esconde como que encoberto pela cinza, um “diamante”, o teu talento.

Que poderás fazer com ele? Como o utilizarás?

Na realidade, tudo deve servir para a tua santificação e, nesse sentido, «tudo é graça».
Mesmo o sofrimento que te esmaga, ou as várias circunstâncias adversas, eis todo um conjunto de talentos.
No entanto, muitas vezes estamos como que cegos, crianças pequenas a quem escapa a compreensão de inúmeras coisas. 
Somente um dia, quando comparecermos na presença de Deus, veremos e compreenderemos tudo.

Conheceremos então todo esse oceano de dons em que estávamos imersos.

Todos os talentos são preciosos, embora uns o sejam menos e outros mais.
Se alguma coisa te saiu bem, se obtiveste bom resultado, sem dúvida que fizeste uso de um talento, todavia se apenas te surgem contrariedades, eis um talento ainda mais valioso.

Os próprios insucessos constituem os tesouros mais inestimáveis que te são oferecidos na tua vida.



(cfr Meditações sobre a Fé, Tadeusz Dajczer.
(revisão da versão portuguesa por AMA)





[i] Cerca de 50 kgs de prata, nota de AMA

Pequena agenda do cristão

Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?









Temas para reflectir e meditar

Parusia


Sem comparação são mais numerosos os acontecimentos cujo alcance social fica por agora oculto: é a multidão imensa de almas que passaram a sua existência gastando-se no anonimato de casa, da fábrica, do escritório; que se consumiram na sociedade orante do claustro; que se imolaram no martírio quotidiano da doença.

Quando tudo se manifestar na Parusia, então aparecerá o papel decisivo que elas desempenharam, apesar das aparências contrárias, no desenvolvimento da história do mundo. E isto será também motivo de alegria para os bem-aventurados, que tirarão daí motivo de louvor perene ao Deus três vezes santo.


(são joão paulo iiHomília, 1981.11.11)