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Temas para reflectir e meditar

Getsemani

Na oração perseverante e entregue de Jesus Cristo, vemos, no Amor humano de Jesus, o Amor de Deus pelas criaturas, gratuito e infinito; e na oração sonolenta e por fim abandonada dos Apóstolos, o pobre amor – o desamor – da criatura centrada no seu eu e dobrada pela sua debilidade.

(javier echevarríaGetsemani, Planeta, 3ª Ed. Cap. I, 10)


Ele nos anima, ensina, guia


"Iesus Christus, perfectus Deus, perfectus Homo" – Jesus Cristo, perfeito Deus e perfeito Homem! Muitos são os cristãos que seguem Cristo, pasmado com a sua divindade, mas que O esquecem como Homem... e fracassam no exercício das virtudes sobrenaturais (apesar de todo o aparato externo de piedade), porque não fazem nada por adquirir as virtudes naturais. (Sulco, 652)


Enamora-te da Santíssima Humanidade de Jesus Cristo.

– Não te dá alegria que tenha querido ser como nós? Agradece a Jesus este cúmulo de bondade. (Forja, 547)


Obrigado, meu Jesus, porque quiseste fazer-te perfeito Homem, com um Coração amante e amabilíssimo, que ama até à morte e sofre; que se enche de júbilo e de dor; que se entusiasma com os caminhos dos homens, e nos mostra o que nos leva ao Céu; que se sujeita heroicamente ao dever, e se guia pela misericórdia; que vela pelos pobres e pelos ricos; que cuida dos pecadores e dos justos...

Obrigado, meu Jesus, e dá-nos um coração à medida do Teu! (Sulco, 813)


Nisto se define a verdadeira devoção ao Coração de Jesus: em conhecer a Deus e conhecermo-nos a nós mesmos, e em olhar para Jesus e recorrer a Ele – que nos anima, nos ensina, nos guia. A única superficialidade que pode haver nesta devoção é a do homem que não é integralmente humano e que, por isso, não consegue aperceber-se da realidade de Deus feito carne.

Cristo na Cruz, com o Coração trespassado de Amor pelos homens, é uma resposta eloquente – as palavras não são necessárias – à pergunta sobre o valor das coisas e das pessoas. (Cristo que passa, nn. 164–165)

Pequena agenda do cristão

SeGUNDa-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?








Evangelho e comentário


TEMPO COMUM



Evangelho: Mc 2, 18-22

18 Estando os discípulos de João e os fariseus a jejuar, vieram dizer-lhe: «Porque é que os discípulos de João e os dos fariseus guardam jejum, e os teus discípulos não jejuam?» 19 Jesus respondeu: «Poderão os convidados para a boda jejuar enquanto o esposo está com eles? Enquanto têm consigo o esposo, não podem jejuar. 20 Dias virão em que o esposo lhes será tirado; e então, nesses dias, hão-de jejuar.» 21 «Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha, pois o pano novo puxa o tecido velho e o rasgão fica maior. 22 E ninguém deita vinho novo em odres velhos; se o fizer, o vinho romperá os odres e perde-se o vinho, tal como os odres. Mas vinho novo, em odres novos.»

Comentário:

Haverá sempre críticos "de serviço" prontos a levantar questões que mais não são - a maior parte das vezes - provocações.
Estas pessoas não estão interessadas, por exemplo, em fazer correcção fraterna que é, deve ser, um acto de caridade para com alguém.

Em vez de actuarem de forma positiva agarram-se preconceituosamente a detalhes e minudências sem qualquer importância.

Não nos preocupemos com estes, façamos o que temos a fazer e sigamos em frente.

(AMA, comentário sobre Mc 2, 18-22, 15.01.2018)

Leitura espiritual


O Papa um escândalo e um mistério

2

O senhor afirma justamente que o Papa é um mistério.
Afirma, com razão, que ele é sinal de contradição, que ele é uma provocação.
O ancião Simeão disse do próprio Cristo que «seria sinal de contradição» [i]

Além disso o senhor sustém que face a uma verdade assim – ou seja, face ao Papa – há que escolher; e para muitos essa escolha não é fácil.
Acaso foi fácil para o próprio Pedro?
Foi-o para qualquer um dos seus sucessores?
É fácil para o Papa actual?

Escolher comporta uma iniciativa do homem. Todavia Cristo disse: «Não to revelaram nem a carne nem o sangue, mas sim o Meu Pai». [ii]

Esta escolha, portanto, não é somente uma iniciativa do homem, é também uma acção de Deus, que actua no homem, que revela. E em virtude dessa acção de Deus, o homem pode repetir: «Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo» [iii] e depois pode recitar todo o Credo, que é intimamente harmónico, conforme a profunda lógica da revelação.

O homem também pode aplicar a si mesmo e aos outros, as consequências que derivam da lógica da fé, penetradas pelo esplendor da verdade; pode fazer tudo isso, apesar de saber que, por causa disso, se converterá em «sinal de contradição».

O que resta a um homem assim?
Somente as palavras que Jesus dirigiu aos Apóstolos: «Se me perseguiram a Mim, perseguirão também a vós; se observaram a Minha palavra, observarão também a vossa». [iv]

Portanto: «Não tenhais medo!» Não tenhais medo do mistério de Deus; não tenhais medo do Seu Amor; e não tenhais medo da debilidade do homem nem da sua grandeza»
O homem não deixa de ser grande nem sequer na sua debilidade.
Não tenhais medo se ser testemunhas da dignidade de toda a pessoa humana, desde o momento da concepção até à hora da morte.

E a propósito dos nomes, acrescento: o Papa também é chamado Vigário de Cristo. Este título deve ser considerado no contexto total do Evangelho.
Antes de subir ao Céu Jesus disse aos Seus Apóstolos:
«Eu estarei convosco todos os dias até ao final do mundo» [v]
Ele, ainda que invisível, está pois presente pessoalmente na Sua Igreja. E está em cada cristão, em virtude do Baptismo e dos outros Sacramentos.
Por isso, já no tempo dos santos Padres, era costume afirmar: Christianus alter Christus («o cristão é outro Cristo»), querendo com isso ressaltar a dignidade do baptizado e a sua vocação, em Cristo, a santidade.

Cristo, além do mais, cumpre uma presença especial em cada sacerdote, o qual, quando celebra a Eucaristia ou administra os Sacramentos, o faz in persona Christi.

(…)

Assim, pois, para em alguma medida dissipar os seus temores, ditados todavia por uma profunda fé, aconselhar-lhe-ia a leitura de Santo Agostinho, que costumava repetir: Vobis sum episcopus, vobíscum christianus («Para vós sou o bispo, convosco sou um cristão» [vi]

Se se considera isto adequadamente, significa muito mais christianus que no episcopus, ainda que se trate do Bispo de Roma.


(Cfr entrevista de Vittorio Messori a São João Paulo II, CRUZANDO EL UMBRAL DE LA ESPERANZA, Outubro de 1994)

 (Tradução do castelhano por AMA)



[i] Cfr. Lc 2, 34
[ii] Mt 16, 17
[iii] Mt 16, 16
[iv] Jo 15, 20
[v] Mt 28,20
[vi] Serm 340, 1: PL38, 1483