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26/12/2019

THALITA KUM 51


THALITA KUM 51

(Cfr. Lc 8, 49-56)


Aproximava-se a Páscoa e Jesus sabe que essa será a Sua última Páscoa. Em Jerusalém irá sofrer todo o martírio da Paixão e Morte. Tudo o que irá acontecer nesses dias derradeiros, está bem patente no Seu espírito.

A Sua natureza divina conhece em pormenor os incríveis sofrimentos, o desprezo, os ultrajes, as mentiras, a violência, o abandono mais completo.

A Sua natureza humana “força-se” a empreender o caminho que O levará a Jerusalém para cumprir o plano salvífico.

Temos de admitir que teve de fazer um esforço enorme, inaudito, para tomar essa firme resolução, como nos diz S. Lucas. [1]

Também nós nos enfrentamos, muitas vezes, com situações de grande tensão. Temos pela frente um quadro negro e carregado de problemas, de dificuldades, de grande sofrimento. Sabemos que é inevitável enfrentar a situação e temos de nos dispor a fazer o que tem de ser feito. E, a nossa humanidade revolta-se firmemente contra isto, porque o sofrimento, é contrário à condição humana, porque Deus nos criou para sermos felizes.

«Bem-aventurado significa «feliz», «ditoso», e em cada uma das Bem-aventuranças Jesus começa prometendo a felicidade e assinalando os meios para a conseguir.

Porque começará Nosso Senhor falando da felicidade?
Porque em todos os homens existe uma tendência irresistível para ser felizes; este é o fim que todos os seus actos propõem; mas muitas vezes procuram a felicidade onde não se encontra, onde não acharão senão miséria.» [2]

Só que, a felicidade, pelo menos a felicidade autêntica, duradoura, não está na consolação e no bem-estar, na vida tranquila e sem incidentes.

A verdadeira felicidade está no cumprimento da Vontade de Deus, custe o que custar, doa o que doer.

«A Vontade de Deus é a bússola que em todo o momento nos indica o caminho que nos leva a Ele; é, ao mesmo tempo, o caminho da nossa própria felicidade. O cumprimento do querer divino dá-nos também uma grande fortaleza para superar os obstáculos.» [3]


(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)



[1] Cfr. Lc 9, 51.
[2] Cfr. j. garrigou lagrange, Las tres edades de la vida interior, Vol I, 188.
[3] Cfr. francisco fernández carvajal, Hablar com Dios, Advento, 1ª  Sem., 5ª F.

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