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19/12/2019

THALITA KUM 43


THALITA KUM 43 

(Cfr. Lc 8, 49-56)


Como é possível?

Como a misericórdia infinita de Deus não se esgota neste constante “ir e vir”, das “flutuações” do meu carácter?

Como pode o Senhor olhar para mim que estou tão longe da postura humilde do publicano?
Eu, sempre em “bicos dos pés” tentando sobressair, fazer-me notado, cheio de mim mesmo e da “excelência” dos meus talentos, das minhas capacidades?

«Senhor: quase que não vejo a necessidade de Te pedir humildade. Ser humilde é, para mim, um objectivo que persigo desde sempre. Sempre longe, parece, cada vez mais distante porque, pobre de mim, sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, que resiste a ser moldado pelas Tuas divinas mãos. Mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. A verdade que Te confesso é esta: Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada». [1]

E, o “oleiro divino” uma e outra vez refaz a mesma peça de que sou feito.
Retoma o Seu ”trabalho” da minha santificação como se nada se tivesse passado, como se eu não estivesse feito nos pedaços que as minhas frequentes quedas originam. E, no entanto, é assim que é!

(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)



[1] AMA, orações pessoais

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