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01/12/2019

THALITA KUM 25


THALITA KUM 25

(Cfr. Lc 8, 49-56)

Ser servo e ser amigo

Há de facto uma diferença e vê-se bem qual é.

O amo pode ser amigo do seu servo, isto é, sente amizade por ele porque faz o que lhe manda fazer, é diligente, não recalcitra, aceita de bom grado o trabalho que lhe encomenda, a sua liberdade para escolher outro servo está condicionada pela aptidão que esse outro possa ter para cumprir as tarefas que este cumpre a contento, mas mesmo querendo-lhe como amigo tratá-lo-á sempre como servo.

O inverso pode também ser verdadeiro, o servo pode ter amizade pelo seu senhor porque é justo, o trata com urbanidade, não lhe exige tarefas que vão além das suas capacidades, mas sempre o considerará como seu amo e não tem a liberdade de poder escolher outro.

Então a diferença está exactamente nisto: os amigos verdadeiros são-no em qualquer circunstância e não se exigem nada um ao outro pelo contrário gozam com as diferenças e idiossincrasias de cada um encontrando sempre pontos comuns ou que se completam.
São livres de ter outros amigos, diferentes interesses e objectivos.

Sim, de facto existem diferenças e de monta, mas também existe algo que é comum e, esse algo, é exactamente o serviço.

Os amigos verdadeiros prestam-se serviços mútuos, pequenos ou grandes, de muita ou escassa importância. Serviço que começa na disponibilidade gratuita para suprir uma necessidade, ajudar a ultrapassar um momento menos bom, na partilha da alegria e da dor do outro, tudo como que balizado por um profundo respeito mútuo pela privacidade de cada um.
É esta a amizade à qual o Senhor se refere [1] e, de facto, uma amizade assim pode conduzir à dádiva da própria vida pelo amigo.

‘Esta realidade que me atinge como um raio, deixa-me sem palavras: Jesus é meu amigo!
Sendo eu o que sou. Sendo eu como sou.
Durante os anos, e não são poucos, quantas conversas, quantos desabafos, queixas e pedidos não Lhe fiz!
Meu amigo!
Jesus é meu amigo. Com esta certeza, com este AMIGO, que mais posso precisar?
Que posso temer?’[2]

(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)



[1] Cfr. Jo 15 12-17
[2] AMA, orações pessoais

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