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05/10/2019

Leitura espiritual


CARTA ENCÍCLICA
AUGUSTISSIMAE VIRGINIS MARIAE
DE SUA SANTIDADE
PAPA LEÃO XIII
5 –

A Confraria do Rosário

Os confrades do Rosário imitam os anjos

11. À confraria de que estamos falando cabe, depois, outro título de louvor, que não queremos passar em silêncio.
Cada vez que na recitação do Rosário mariano consideramos os mistérios da nossa salvação, de certo modo imitamos e emulamos os ofícios outrora confiados à milícia angélica.

Foram eles, os anjos, que nos tempos estabelecidos revelaram estes mistérios, nos quais tiveram grande parte e intervieram infatigavelmente, compondo o seu semblante ora segundo a alegria, ora segundo a dor, ora segundo a exaltação da glória triunfal.

Gabriel é enviado à Virgem para lhe anunciar a Encarnação do Verbo eterno.

Na gruta de Belém os Anjos acompanham com os seus cantos a glória do Salvador, há pouco vindo à luz.

Um Anjo adverte José a fugir e a dirigir-se para o Egipto com o Menino.

Enquanto Jesus no Horto sua sangue por causa da Sua tristeza, um Anjo com a sua palavra compassiva, conforta-o.

Quando Jesus, triunfando sobre a morte, se levanta do sepulcro, Anjos noticiam isso às piedosas mulheres.

Anjos anunciam que Ele subiu ao Céu, e prenunciam que de lá Ele voltará entre as falanges angélicas, para unir a elas as almas dos eleitos, e conduzi-las consigo para entre os coros celestes, acima dos quais "foi exaltada a santa Mãe de Deus".

Por isto, de modo especial aos associados que praticam a devoção do Rosário se adaptam às palavras que S. Paulo dirigia aos novos discípulos de Cristo:

"Chegastes ao monte de Sião e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celeste e às miríades de Anjos" [1].

Que pode haver de mais excelente e de mais suave do que contemplar a Deus e rogá-lo juntamente com os Anjos?

Como devem nutrir uma grande esperança e uma grande confiança de gozarem um dia no Céu a beatíssima companhia dos Anjos aqueles que na terra, de certo modo, compartilharam o ministério deles!

Auspícios para a difusão da confraria

12. Por tais motivos, os Pontífices Romanos sempre exaltaram com grandíssimos louvores esta confraria dedicada a Maria.

Entre outros, Inocêncio VIII define-a uma "devotíssima confraria" [2].

Pio V atribui à influência dela os seguintes resultados:

"Os fiéis transformaram-se rapidamente em outros homens; as trevas da heresia se dissipam; e a luz da fé católica manifesta-se" [3].

Sisto V, observando o quanto esta instituição tem sido fecunda de frutos para a religião, professa-se devotíssimo dela; muitos outros, enfim, enriqueceram-na de preciosas e abundantíssimas indulgências, ou colocaram-na sob a sua particular protecção, inscrevendo-se nesta, e manifestando-lhe por diversos modos a sua benevolência.


[1] Heb 12, 22
[2] Inocêncio VIII, Constitutio "Splendor Paternae Gloriae", 26 de Fev. 1491
[3] S. Pio V, Constitutio "Consueverunt RR. PP.", 17 Set. 1569

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