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04/07/2019

Leitura espiritual


Sobre a Leitura espiritual 1

Esta prática da leitura espiritual diária é muito aconselhada pelos directores espirituais.
É um momento de calma e tranquilidade que nos pacifica e  faz com que possamos reflectir com mais facilidade.
Juntamente com o  Evangelho diário deverá ter um tempo aproximado de quinze minutos. Assim, com estas duas práticas teremos um tempo aproximado de trinta minutos.
Evidentemente que tanto a leitura do Evangelho como a própria leitura espiritual são para ser lidas pausadamente meditando no que se lê e, muito provavelmente guardando no coração esses mesmos pensamentos.
Seguramente que ao longo do dia nos serão de grande ajuda e auxílio.


A leitura espiritual  não é senão algo que alguém meditou e que achou por bem pôr por escrito para servir outros.
A vida dos Santos pode servir de leitura espiritual mas penso que estas embora normalmente ricas em bons exemplos têm características mais do tipo biográfico que podem desviar a atenção. 
Por isso julgo que a leitura espiritual deve ser mais ou menos como a oração mental e ajudará muito nesta prática.
Não interessa muito a extensão do livro ou escrito que estamos a utilizar. Para o efeito podem muito bem ser compilações de pensamentos, reflexões etc. sobre os assuntos que interessam à nossa alma e, sobretudo, à nossa formação cristã.

Dez ou quinze minutos de leitura espiritual diária contarão no fim do ano mais de quinhentas horas que nos enriqueceram e fizeram progredir na nossa cultura religiosa e na consolidação da nossa fé cristã. 

Talvez que seja útil não utilizar um livro completo sobre um determinado tema mas ir alternando com outros textos cujos temas variam entre si.

Explico:

Estar a ler todos os dias um livro cujo tema de fundo seja a Esperança, pode tornar-se cansativo ou, até, monótono, daí que intercalar uns dias com, por exemplo, temas do Magistério, discursos do Santo Padre, pode tornar a Leitura Espiritual mais viva e interessante.

Ao mesmo tempo o nosso director espiritual ponderando circunstâncias particulares que estamos a viver em determinado período pode aconselhar uma leitura que vá mais ao encontro do que nos convém.
Aliás e muito conveniente ouvir previamente o que ele tem para nos dizer sobre o assunto.

Não convém ter ilusões a este respeito supondo que qualquer escrito de cariz espiritual nos pode ser útil, fazer bem.
Corremos o risco de não entender muito do que lemos e, não entendendo que fruto se colhe?

A formação espiritual deve começar como todas as coisas: pelo princípio, pelo básico estruturando o espírito de forma consistente e segura.
Depois o caminho vai evoluindo num progresso natural que surge como uma necessidade de aperfeiçoamento e melhoria  espiritual que nos impele para assuntos mais exigentes no que respeita à sua compreensão e, sobretudo, ao aproveitamento prático para a nossa vida espiritual.

(Evidentemente que a vida do ser humano tem sempre uma componente espiritual)

Precisamente o que mais nos distingue dos outros seres é o espírito,  isto é a alma que  é com o que o selo indelével que o Criador garante não só a Sua criação como a Sua propriedade plena e absoluta.

É naturalmente este espírito que constantemente se interroga, sente desejos de saber mais, compreender melhor.

E como obter este desiderato a não ser pelo estudo, interrogação e desejo sincero de conhecer?

Não aceitamos submeter-nos a uma cirurgia complexa  se não temos um mínimo de certeza que o médico que vai  intervir não tiver qualquer aptidão para a praticar.
Haverá algo mais complexo que a vida humana?
E essa complexidade não requer  - para nosso bem - cuidados e assistência prestados por quem tem capacidades para tal?

O Senhor avisou várias vezes:
Cuidado com os falsos profetas.
Atentai nos lobos vestidos com pele de cordeiro!

Temos de ser prudentes e cuidar muito bem das nossas escolhas.
Não tenhamos dúvida que há gente que sabe muito bem como manipular uma consciência e levá-la por onde não convém.
Quem tenta seriamente progredir na vida espiritual pode estar certo de um especial empenho do demónio em levantar toda a espécie de artimanhas e dificuldades para o afastar desse propósito.
O Anjo da nossa Guarda - se lho pedirmos - estará particularmente atento de forma a prestar-nos um auxílio precioso.

Aliás damos-lhe exactamente o nome que traduz a sua principal missão: a nossa guarda e protecção.

Recorramos, pois a ele. Nunca nos defraudará.

Pois bem, é natural que no mês de Maio a leitura recaia sobre textos ou reflexões sobre a Santíssima Virgem já que este mês lhe é especialmente dedicado.

Uma das decisões importantes que podemos tomar é o empenho em rezar o Santo Rosário com mais atenção e de forma mais pausada meditando nos sucessivos mistérios que o compõem.

Tal ajudará muito à eficácia da oração. 

Devoção e calma sem ser "a despachar" o que, no mínimo será uma falta de respeito.

Rezar o Santo Rosário não é uma prática "para cumprir" mas a expressão de um genuíno desejo de louvar e agradar à nossa Mãe do Céu.

Não esqueçamos que Maria é o caminho para o Coração Amantíssimo de Jesus esse mesmo Coração que não "resiste" às petições da Sua Mãe.
Por isso, talvez, Nossa Senhora não nos tenha deixado a fórmula de uma oração "especial" mas sim uma veemente recomendação: fazei o que Ele vos disser.

Peçamos com confiança:

Minha Mãe ensina-me a Vontade do teu Filho e ajuda-me a cumpri-la com amor e devoção.


(AMA, reflexão, 2019)


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