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15/05/2019

Leitura espiritual


O ORTODOXISMO

A. AS IGREJAS ORTODOXAS

1.           Quem são os ortodoxos?

As Igrejas Ortodoxas se separaram da Igreja Católica principalmente no século XI.
Mantêm os sete sacramentos, concordam com a doutrina e mantêm a sucessão apostólica (os seus bispos descendem dos apóstolos recebendo o sacramento da ordem).
É uma pena que os choques do passado continuem a manter essa separação entre católicos e ortodoxos, porque a fé e os sacramentos são os mesmos.

2.           Quais são as principais igrejas ortodoxas?

Podem se reunir em três grupos:

As antigas igrejas orientais:

Foram separados dos católicos no século V.
São a Igreja Assíria, Jacobita, Malankar (Índia), Copta (Egipto), Etíope e Arménio.

Os quatro antigos patriarcados.

Separaram da Igreja Católica no século XI. São os de Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém.
As igrejas ortodoxas que surgiram da subdivisão dos quatro anteriores. Ordenados de mais a menos fiéis, são os Patriarcados de Moscou, Roménia, Grécia, Sérvia, Bulgária, etc.


Vale a pena esclarecer que, com esses mesmos nomes, existem igrejas católicas menos numerosas, que mantêm a unidade com Roma. Por exemplo, há Malankares católicos, coptas, arménios, caldeus (Iraque), etc.
Os maronitas (Líbano) são apenas católicos.

3.           Por que existem tantas igrejas ortodoxas?

Porque essas Igrejas são autocéfalas, independentes.
Escolhem seus próprios patriarcas e as outras igrejas não intervêm em nos seus assuntos.
Isso acontece porque eles não aceitam o sucessor de Pedro e, sem o Papa, a unidade enfraquece.

B. UNIDADE DE ORTODOXO E CATÓLICA?

1.           Que obstáculos impedem a unidade dos católicos e ortodoxos?

As maiores dificuldades são duas:

O principal obstáculo é a inimizade sustentada por séculos.
Esse problema psicológico não existe na parte católica, mas é mais típico de algumas igrejas ortodoxas, devido a erros do passado cometidos por ambas as partes.

Diferenças em torno da função do Papa.

2.           O que acontece com o papa?

Católicos e ortodoxos reconhecem estas palavras de Jesus Cristo: «Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja» (Mt 16, 18), mas há esta diferença:
As Igrejas Ortodoxas estão acostumadas à independência e só aceitam um primado de honra, isto é, um Pedro que não intervém nas suas Igrejas.
Podemos dizer que em vez de um verdadeiro Pedro, eles preferem uma fotografia de Pedro.
Mas isso não é tão radical, e é plausível que a ajuda do papa seja algo diferente do caminho ocidental.
A Igreja Católica aceita o sucessor de Pedro com um verdadeiro poder de governo (de ligar e desligar, de pastoreio, de dirigir) para que possa cumprir sua missão de preservar a fé e a unidade.
(Na prática, cada bispo católico faz e desfaz em sua diocese sem o papa intervir muito, então a diferença com os ortodoxos é pequena e está em inimizade).

3.           Vantagens da unidade dos católicos e ortodoxos:

Por um lado, o mundo é dado um exemplo de unidade.
Além disso, ambos podem aprender com diferentes espiritualidades e aproveitar a oração mútua e os bens da Comunhão dos Santos.
Os ortodoxos se beneficiam mais de desfrutar do ofício de Pedro.

4. Vantagens da união com Pedro:.

Tendo o ofício de Pedro, os ortodoxos recebem:

Melhora a sua obediência a Cristo que escolheu Pedro como base e rocha sobre a qual ele construiu a Igreja, com a missão de pastor que dirige e cuida do rebanho do Senhor.
Eles contribuem com suas ideias para a Igreja universal, ajudando o Papa com as suas experiências e orações.
Gozam de maior segurança na doutrina, tendo o apoio do Papa.
Gozam de maior segurança na estrada porque vão com o Pedro.


4.           A obediência a Pedro removeria a independência dos ortodoxos?

O povo ortodoxo permaneceria o mesmo.
Os seus patriarcas governariam com a mesma ou maior autoridade, contando com o apoio do papa.
A obediência ao sucessor de Pedro pode diminuir-lhes a autonomia em algum momento, mas ganhariam independência face ao poder civil.

C. HISTÓRIA DO CISMA
A memória do que aconteceu não deveria servir para aumentar o ressentimento, mas para aprender a se comportar melhor no futuro.

1. Distâncias Gerais:

Houve uma série de factores que influenciaram a ruptura entre Oriente e Ocidente (ortodoxo-católico):

Diferença de mentalidade:

Mais teóricos orientais; mais latinos.
Isto levou a mal-entendidos e ressentimentos mútuos.

O isolamento territorial:

Distância - e linguística: alguns falam grego, outros falam latim.
As diferenças de disciplina e liturgia, que criaram desconfiança.

2. Pontos de tensão:

Para esta situação geral foram adicionados alguns eventos específicos que agravaram as divergências.
Em todos eles é Photius, patriarca de Constantinopla.

A questão búlgara:

No ano de 864, ele foi baptizado Boris príncipe dos búlgaros, e queria evangelizar o seu povo.
Solicitou missionários para Constantinopla, mas o seu Patriarca Photius negou.
Então pediu a Roma, e o papa enviou-lhe um grupo de sacerdotes. Pouco depois Boris expulsou-os e foi para Constantinopla.
Essas idas e vindas aumentaram as tensões entre Roma e Bizâncio.

O confronto entre patriarcas:

No ano de 847, Inácio foi eleito patriarca de Constantinopla. Onze anos depois, houve uma viragem política e Ignacio foi banido. O novo primeiro-ministro escolheu Photius como patriarca, então há dois patriarcas. Roma apoiou Inácio como legítimo patriarca, e Photius levantou uma resposta muito violenta, praticamente uma declaração de guerra, até excomungando o papa. Photius tinha nove anos e foi deposto pelo próximo imperador. Então, Ignacio voltou para a sede. Logo após um concílio ecuménico se reuniu em Constantinopla, onde a igreja grega fez um solene reconhecimento da primazia romana. Após a morte de Inácio, Photius retornou e o papa aceitou sua nomeação.

O filioque:

Na sua batalha contra Roma, Photius introduziu a questão do filioque acusando Roma de heresia.

4.           Qual foi o principal problema?

O motivo mais forte do cisma foi a ascensão de Constantinopla, que o fez confrontar o papa, excomungá-lo, acusá-lo de heresia, etc. Os outros assuntos não teriam produzido o cisma sem essa elevação de Constantinopla. O orgulho bizantino é compreensível: o Império Romano do Ocidente foi invadido pelos bárbaros, mas o do Oriente permaneceu e a sua capital foi considerada a nova Roma. Enquanto Roma estava em decadência política, Bizâncio manteve o seu brilho e o seu imperador. Então, se a fé enfraquece, é fácil para o Patriarcado de Constantinopla auto-nomear o Bispo de Roma.

4. A ruptura:

Ocorreu em 1054, sendo patriarca de Constantinopla Miguel Cerulario - muito anti-latim-. O papa enviou dois importantes cardeais como legados para buscar a paz; Estavam errados nas suas apreciações e actuações. Houve excomunhões mútuas e o cisma oriental ocorreu. A cidade não sabia. Anos depois, ambas as partes tentaram buscar a reconciliação, mas não houve sucesso. Com o tempo, alguns foram chamados ortodoxos e outros católicos.

5.           As excomunhões causaram o cisma?

As excomunhões mútuas não causaram o cisma:

Naturalmente, o papa não pode ser excomungado.
A excomunhão lançada pelos legados pontifícios afectou apenas o patriarca e não os seus súbditos.
Além disso, essa excomunhão com o Patriarca também não era válida, porque naquela época o papa havia falecido, de modo que os seus legados não tinham capacidade para agir, porque nas sedes desocupadas nada deveria ser inovado.
No entanto, a separação criada pelo orgulho não mais poderia ser desfeita.


ID, revisão versão portuguesa por AMA


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