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02/01/2019

Temas para reflectir e meditar

Filho pródigo

Sabemos que a um dado momento a medida atingiu o limite máximo e que a degradação do filho se traduziu, não apenas por uma queda moral, das mais fundas, mas também pela sua degradação física. Na verdade, o filho teria aceitado inclusive comer as bolotas destinadas à alimentação dos porcos, que segundo a crença dos habitantes da Palestina eram animais impuros. Aquela referência simboliza, portanto, o grau de baixeza da queda. Nessa altura, as consequências do mal começaram a fazer efeito. Encontrava-se já o filho numa tal miséria que uma ideia friamente calculada lhe veio ao espírito: valia mais voltar a casa paterna, pois servidores e operários eram aí mais bem tratados do que na casa do seu actual patrão. Na verdade, não foi o amor ao pai que impeliu o filho pródigo a regressar à casa paterna, mas foi um vulgar e interesseiro amor-próprio, o cálculo frio de que essa ideia seria a melhor, não para seu pai, mas para si mesmo. Só quando vê o pai correr ao seu encontro, quando vê as suas lágrimas de alegria, quando se encontra nos seus braços, quando mais tarde é vestido com a mais bela túnica, quando no dedo lhe é metido um anel e quando vê que o pai prepara um festim para celebrar o seu regresso surge então a oportunidade para que descubra o amor do pai. É por isso que dizemos que as consequências do mal podem estar associadas à graça. Deus pode consentir que assim seja, para que as consequências do mal nos levem à conversão. 
Por vezes, só a queda e o sofrimento que ela causa conseguem comover o homem e incitá-lo à conversão. Pelos seus efeitos, o mal torna-se então uma «falta feliz».

(tadeus dajczerMeditações sobre a Fé, Paulus, 4ª Ed., pg. 87)  

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