Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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26/12/2018
Tudo pode e deve levar-nos a Deus
É
urgente difundir a luz da doutrina de Cristo. Entesoura formação, enche-te de
clareza de ideias, de plenitude da mensagem cristã, para poder depois
transmiti-la aos outros. Não esperes umas iluminações de Deus, que não tem
porque dá-las, já que dispões de meios humanos concretos: o estudo, o trabalho.
(Forja, 841)
O
cristão precisa de ter fome de saber. Desde o estudo dos saberes mais
abstractos até à habilidade do artesão, tudo pode e deve conduzir a Deus.
Efectivamente não há tarefa humana que não seja santificável, motivo para a
nossa própria santificação e oportunidade para colaborar com Deus na
santificação dos que nos rodeiam. A luz dos seguidores de Jesus Cristo não deve
estar no fundo do vale, mas no cume da montanha para que vejam as vossas boas
obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus.
Trabalhar
assim é oração. Estudar assim é oração. Investigar assim é oração. Nunca saímos
afinal do mesmo: tudo é oração, tudo pode e deve levar-nos a Deus, alimentar a
nossa intimidade contínua com Ele, da manhã à noite. Todo o trabalho honrado pode
ser oração e todo o trabalho que é oração é apostolado. Deste modo, a alma
fortalece-se numa unidade de vida simples e forte.
Vimos
a realidade da vocação cristã, ou seja, como o Senhor confiou em nós para levar
as almas à santidade, para as aproximar d'Ele, para as unir à Igreja e estender
o reino de Deus a todos os corações. O Senhor quer-nos entregues, fiéis,
dedicados, com amor. Quer-nos santos, muito seus. (Cristo que passa, nn. 10–11)
Leitura espiritual
A
BONDADE NÃO DESPREZA NINGUÉM
Uma atitude que se situa
do lado contrário da benignidade é o desprezo.
Quando Cristo quis desmascarar
a “bondade” hipócrita dos fariseus, começou por dizer que havia uns homens que confiavam
em si mesmos, como se fossem justos, e desprezavam os outros (Lc 18, 9).
O fariseu despreza precisamente
porque se considera justo, porque é orgulhoso.
Ao julgar-se perfeito e
gabar-se das suas pretensas perfeições, considera inferiores aqueles que, em
seu conceito, não as possuem: “Não sou como os outros homens”, diz, inchado de
autocomplacência.
É próprio do orgulhoso
manifestar uma irritada intolerância com os defeitos do próximo.
Tal é o caso do homem que
se aborrece porque a mulher, o colega ou os filhos são desordenados, ou
distraídos e lerdos, ou pouco inteligentes, inoportunos, teimosos, rebeldes...
Admirando-se a si mesmo
como a um “deus”, julga intolerável que os demais não sejam “à sua imagem e semelhança”.
Por isso, está
continuamente a lançar-lhes em rosto, de modo humilhante, os defeitos que é
incapaz de compreender: “Você nunca faz nada direito”, “parece mentira que não
tenha um pingo de sensatez”, “não há quem o aguente”...
Com essa incapacidade para
a compreensão, é natural que o orgulhoso se canse, e esse cansaço em face dos
demais é outra forma – não menos dolorosa – de menosprezo.
Frases como “já chega”,
“não dá mais”, “desisto de tentar”, aplicadas ao próximo, indicam que a bondade
fracassou dentro do coração de quem as pronuncia.
A “decepção” é a morte da
bondade.
Mas, vejamos com calma.
Por que nos sentimos decepcionados com alguém?
Será, porventura, porque o
amamos?
Não, certamente. É porque
nos amamos demasiado a nós mesmos, porque nos adoramos como a um pequeno ídolo
ridículo, e por isso exigimos dos outros as qualidades que nos satisfazem e que
“servem” a nossa satisfação.
Há, por exemplo, pais que
se sentem decepcionados com os seus filhos porque não conseguiram moldá-los
como argila, de acordo com o modelo que idealizaram para a sua satisfação pessoal.
Tinham feito, como um
cineasta, o “roteiro” da vida do “filho ideal”, prevendo todas as etapas e
calculando todos os detalhes.
E eis que os filhos,
usando da sua liberdade – e, às vezes, secundando o plano que Deus preparou
para eles – rasgam o “roteiro” do pai (vai seguir a mesma carreira que eu, vai
trabalhar comigo, vai ser rico e importante, etc.) e traçam o seu próprio caminho.
Nessa altura, o pai sente que foram cortados os fios com que pretendia comandar
os filhos como marionetes, e mergulha na decepção. Mesmo as mais belas opções
de vida feitas pelos filhos, se estão à margem do “roteiro” paterno – por
exemplo, dedicar-se inteiramente a Deus, escolher uma profissão menos brilhante
mas mais aberta ao serviço do próximo, abraçar ideais de pesquisa científica ou
de arte –, parecem-lhe tolices, idealismos estúpidos que vão estragar-lhes a
vida.
Na realidade, estão
estragando apenas os sonhos egoístas do pai.
Também nos cansamos e
decepcionamos facilmente com os outros porque não corrigem os seus defeitos –
defeitos reais, falhas objectivas – com a rapidez que nós desejaríamos.
Uma e outra vez reincidem
nas mesmas faltas, continuam com as mesmas reacções, mantêm inalteradas as
arestas do seu carácter. Então, desanimados, só sabemos recriminar, repetindo
como um disco rachado: ele fala demais, esquece tudo, chega atrasado, não me
escuta, gasta sem controle, etc., etc.
E, ao pensarmos nesses
defeitos sempre reiterados, sentimo-nos com o direito de dizer: “Isso cansa”.
Daí a desistir de
compreender e ajudar há só um passo, o passo que o “cansado” acaba dando quando
se rende à decepção e conclui: “Não tem conserto”.
Extinguiu-se então a
confiança e instalou-se no coração o desprezo.
Nas próximas páginas
consideraremos como a confiança inabalável nos outros é um dos traços mais
belos da bondade.
Francisco
Faus [i]
[i]
Francisco Faus é licenciado em Direito pela
Universidade de Barcelona e Doutor em Direito Canónico pela Universidade de São
Tomás de Aquino de Roma. Ordenado sacerdote em 1955, reside em São Paulo, onde
exerce uma intensa atividade de atenção espiritual entre estudantes
universitários e profissionais. Autor de diversas obras literárias, algumas
delas premiadas, já publicou na coleção Temas Cristãos, entre outros, os
títulos O valor das dificuldades, O homem bom, Lágrimas de Cristo, lágrimas dos
homens, Maria, a mãe de Jesus, A voz da consciência e A paz na família.
Evangelho e comentário
TEMPO DE NATAL
Santo Estevão –
Primeiro Mártir
Evangelho: Mt 10, 17-22
17
Tende cuidado com os homens: hão-de entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos
nas suas sinagogas; 18 sereis levados perante governadores e reis, por minha
causa, para dar testemunho diante deles e dos pagãos. 19 Mas, quando vos
entregarem, não vos preocupeis nem como haveis de falar nem com o que haveis de
dizer; nessa altura, vos será inspirado o que tiverdes de dizer. 20 Não sereis
vós a falar, mas o Espírito do vosso Pai é que falará por vós. 21 O irmão
entregará o seu irmão à morte, e o pai, o seu filho; os filhos hão-de erguer-se
contra os pais e hão-de causar-lhes a morte. 22 E vós sereis odiados por todos,
por causa do meu nome.
Comentário:
Não
parece muito atraente a decisão de seguir Jesus se considerar-mos todas as
vicissitudes que se apresentarão aos Seus fiéis seguidores.
Há,
no entanto, uma promessa solene que o Senhor faz: a assistência do Espírito
Santo em todos os momentos particularmente naqueles em que o perigo ou a
complexidade da situação seja difícil ou mesmo impossível de “controlar”.
E,
como para Deus não há impossíveis e Ele nunca falta ao que promete, podemos
estar descansados e em paz.
(AMA,
comentário sobre Mt 10, 17-22, 27.10.2018)
Temas para reflectir e meditar
Positivismo
O positivismo é uma das muitas tentativas falhadas, para desterrar, definitivamente, do mundo, a influência de Deus, a ideia do sobrenatural, na Vida Humana, e o pensamento da imortalidade.
Se lá se encontram outras coisas, ou são pura paisagem, ou meios ordenados ao fim que é, essencialmente, anti-teológico e principalmente, anticristão.
O positivismo é uma das muitas tentativas falhadas, para desterrar, definitivamente, do mundo, a influência de Deus, a ideia do sobrenatural, na Vida Humana, e o pensamento da imortalidade.
Se lá se encontram outras coisas, ou são pura paisagem, ou meios ordenados ao fim que é, essencialmente, anti-teológico e principalmente, anticristão.
(a. veloso, In BROTÉRIA, Vol. LIV, Fasc. 1, pag 1-2)
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Simplicidade e modéstia.
Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.
Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.
Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.
Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?