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19/10/2018

Temas para reflectir e meditar


Formação humana e cristã – 83


Em Fátima, a Santíssima Virgem pediu aos Santos Pastorinhos que rezássemos pelos pecadores.

Se todos somos pecadores, então a Senhora, de certa forma, repetiu essa recomendação: que rezássemos por todos os homens. 

Não nos preocupemos em que a nossa oração tenha essa característica de universalidade porque Deus Nosso Senhor logo a aplicará onde e a quem seja mais conveniente e, talvez, urgente.

Rezamos pelos que conhecemos, os familiares, por aqueles que se nos encomendaram.
Está bem.
Mas... por exemplo, quando rezamos pela almas do Purgatório não identificamos ninguém em especial, pois não?

Quando muito, acrescentamos "por aquelas que mais precisarem".
E, isto quer dizer exactamente o quê?
Por aquelas almas de quem ninguém se lembra, que, de alguma forma, não têm quem se lembre delas.
Ora bem, este é um bom  exemplo, penso eu, da oração universal.
Não fazemos a menor ideia de quem possam ser estas almas mas, o Senhor, sabe e aplicará a nossa prece conforme Lhe parecer mais adequado. Pensemos um pouco, quantas destas almas "esquecidas" nos devem a nós a sua "libertação" do Purgatório e a sua ida, definitiva, para o Céu!

AMA, reflexões.

Leitura espiritual

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LEGENDA MAIOR  

(Vida de São Francisco de Assis)

CAPÍTULO 3

Fundação da Ordem e aprovação da Regra

10. O servo de Deus entregou-se imediatamente à oração fervorosa e com suas humildes súplicas obteve do Senhor que lhe revelasse o que deveria falar ao Pontífice e que este sentisse em seu íntimo os efeitos da inspiração divina. Como Deus lhe havia sugerido, contou ao Pontífice a parábola de um rei muito rico que, feliz, desposara uma bela senhora pobre e dela tivera vários filhos com a mesma fisionomia do rei, pai deles, e que por isso forem educados em seu palácio. E acrescentou à guisa de explicação: “Não há nada a temer que morram de fome os filhos e herdeiros do Rei dos céus, os quais, nascidos por virtude do Espírito Santo, à imagem de Cristo Rei, de uma mãe pobre, serão gerados pelo espírito da pobreza numa religião sumamente pobre. Pois se o Rei dos céus promete a seus seguidores a posse de um reino eterno, quanto mais seguros podemos estar de que lhes dará também todas aquelas coisas que comummente não nega nem aos bons nem aos maus!”

O Vigário de Cristo ouvira com muito interesse a parábola e sua explicação; estava maravilhado e já não duvidava de que Cristo havia falado pela boca deste homem. Tivera, aliás, pouco tempo antes uma visão em que o Espírito de Deus lhe mostrara a missão a que Francisco estava destinado. De facto, vira em sonho a basílica do Latrão prestes a ruir e um homem pobrezinho, pequeno e de aspecto desprezível, a sustinha com os ombros para não cair.
E concluiu o Pontífice: “Este é, na verdade, aquele que com seu exemplo e doutrina há de sustentar a santa Igreja de Deus”.
Por essa razão anuiu benignamente ao pedido do santo, e daí em diante o teve sempre em grande estima.
Concedeu-lhe pois o que pedia, prometendo-lhe conceder muito mais para o futuro.
Aprovou também a Regra e deu-lhe a missão de ir por todo o mundo pregar a penitência.
Mandou igualmente impor tonsuras em todos os leigos companheiros de Francisco para lhes permitir pregar a palavra de Deus sem empecilhos. “

CAPITULO 4

Progresso da Ordem sob a sua direcção e confirmação da Regra aprovada anteriormente

1. Com a graça de Deus e aprovação do papa, Francisco sentia-se agora confiante; e outra vez tomou O caminho pelo vale de Espoleto, onde resolveu pregar o Evangelho de Cristo e viver de acordo com ele. E confabulando pelo caminho com os seus companheiros, discutiam a maneira como observar com toda sinceridade a Regra que haviam recebido e como viveriam diante de Deus em santidade e justiça. Discutiam igualmente como se aperfeiçoariam e dariam aos outros o bom exemplo.
Já se fazia tarde e eles ainda prosseguiam o colóquio.
Estavam cansados pelo esforço contínuo do caminho e começaram a ficar com fome. Decidiram então parar num lugar solitário. Premidos por essa necessidade e não podendo de nenhum modo ir à procura de alimentos, experimentaram logo os efeitos da amorosa providência do Senhor.
Apareceu inesperadamente um homem carregando algum pão que lhes deu, desaparecendo logo a seguir, sem lhes deixar qualquer ideia de onde viera ou para onde seguira.
Os irmãos reconheceram então que a companhia do homem de Deus era para eles uma garantia da ajuda de Deus e sentiram-se saciados mais pelo dom da generosidade divina do que pelo alimento material recebido.
Ainda muito comovidos, decidiram firmemente e assumiram o compromisso irrevogável de jamais ser infiéis ao voto de pobreza, quaisquer que fossem sua escassez e trabalhos.

2. Chegaram finalmente ao vale de Espoleto, animados dessas boas disposições.
Começaram a discutir se haveriam de viver entre o povo ou procurar a solidão.
Francisco, que era um verdadeiro servo de Deus, recusou confiar apenas na sua própria opinião ou nas sugestões dos seus companheiros. Mas quis saber a vontade de Deus perseverando na oração. Depois, iluminado por uma revelação divina, sentiu que era enviado por Deus para conquistar para Cristo as almas que o demónio estava tentando roubar. Por isso resolveu viver para utilidade de todos e não apenas para si só, sentindo nisso o exemplo daquele que se dignou morrer pela salvação de todos os homens.

3. Retirou-se pois o servo de Deus com os seus companheiros para um tugúrio pobre e abandonado, perto de Assis.
Viviam aí trabalhando muito e passando penúria, de acordo com a altíssima pobreza, comprazendo-se em alimentar-se mais com o pão das lágrimas do que com a abundância e as delícias terrenas.
Entregavam-se ali a santos e piedosos exercícios; a sua oração devota e quase nunca interrompida era mais mental do que vocal, pois não dispunham de livros litúrgicos pelos quais pudessem recitar as horas canónicas do ofício divino. Mas, na falta desses, revolviam dia e noite o livro da cruz de Cristo, que sempre tinham à vista, incitados pelo exemplo e pela palavra do amantíssimo pai, que frequentemente lhes pregava com inefável doçura as glórias da cruz de Cristo. E como os irmãos lhe pedissem com insistência que os ensinasse a orar, disse-lhes:
“Quando quiserdes orar, dizei:
“Pai-nosso” e: “Nós vos adoramos, ó Cristo, em todas as igrejas que estão no mundo inteiro e vos bendizemos porque por vossa santa cruz remistes o mundo”. Ensinou-lhes também a louvar a Deus em todas as suas criaturas, a venerar com especial respeito os sacerdotes, a crer firmemente e confessar com simplicidade os dogmas da fé conforme crê e ensina a santa Igreja Romana.
Os discípulos seguiam fielmente a doutrina do seu santo mestre e todas as vezes que divisavam ao longe alguma igreja ou cruz, prostravam-se humildemente e adoravam-nas na forma que haviamaprendido.

4. Durante o tempo em que os irmãos moravam nesse lugar, foi o santo à cidade de Assis num Sábado para no Domingo fazer o sermão costumeiro na catedral.
Enquanto passava a noite em oração, conforme seu hábito, num tugúrio situado no jardim dos cónegos, longe dos seus filhos, eis que por volta da meia-noite - alguns irmãos dormiam, outros ainda oravam - um carro de fogo de maravilhoso esplendor encimado por um globo resplandecente, semelhante ao sol, que iluminava a noite, entrou pela porta da cabana e deu três voltas.
Os que vigiavam ficaram estupefactos e os que dormiam acordaram apavorados; os seus corações iluminaram-se mais que os seus corpos, embora a essa luz admirável pudessem ler às claras a consciência de cada um; eram capazes de penetrar os sentimentos uns dos outros, e acreditavam unanimemente que era o Pai que, embora ausente de corpo, se encontrava presente em espírito, aparecendo-lhes sob essa imagem, fulgurante e abrasado de amor.
Também tinham plena certeza de que o Senhor lhes queria mostrar por esse carro de fogo resplendente que eles seguiam, como verdadeiros israelitas, o novo Elias estabelecido por Deus para ser “o carro e o condutor” (cf. 4Rs 2,12) dos homens do Espírito.
Devemos crer que Deus, pela oração de Francisco, abriu os olhos desses homens simples para que contemplassem as suas grandezas, como outrora havia aberto os olhos do servo de Eliseu para que visse “a montanha coberta de carros de fogo e de cavalos que rodeavam o profeta” (cf. 4Rs 6,17).
Ao voltar o santo homem para junto de seus irmãos, penetrou os segredos das suas consciências, reanimou-lhes a coragem falando-lhes da visão extraordinária que haviam tido e fez-lhes numerosas predições com relação aos progressos da Ordem.
Ao ouvi-lo expor assim tantas coisas fora do alcance de uma inteligência humana, compreenderam os irmãos claramente que o Espírito do Senhor estava sobre seu servo Francisco com tal plenitude que para eles a escolha mais acertada era seguir a sua vida e doutrina.

5. Depois desses acontecimentos, Francisco, pastor da pequena grei, inspirado pela graça divina, conduziu os seus doze irmãos a Santa Maria da Porciúncula, pois desejava que a Ordem dos irmãos menores crescesse e se desenvolvesse sob a protecção da Mãe de Deus, naquele lugar em que, pelos méritos dela, havia dado os primeiros passos.
Como arauto do Evangelho, percorria cidades e vilas, anunciando o reino de Deus, “não por doutas palavras da sabedoria humana, mas pela virtude do Espírito Santo” (1Cor 2,13).
Parecia um homem do outro mundo, conservando a alma e o semblante continuamente voltados para o alto e procurando erguer da terra todos os corações.
Desde então a vinha do Senhor começou a produzir rebentos perfumados, flores de suavidade, de honra e de santidade e a dar frutos abundantes.


São Boaventura

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por AMA)

Pequena agenda do cristão

Sexta-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?





Ser cada um outro Cristo


Custou-te muito ir afastando e esquecendo as tuas preocupaçõezitas, os teus sonhos pessoais, pobres e poucos, mas enraizados. Agora, pelo contrário, estás bem seguro de que o teu entusiasmo e a tua ocupação são os teus irmãos, e só eles, porque aprendeste a descobrir Jesus Cristo no próximo. (Sulco, 765)

Se não queremos desperdiçar o tempo inutilmente – nem sequer com falsas desculpas das dificuldades exteriores do ambiente, que nunca faltaram desde o princípio do cristianismo – devemos ter muito presente que, de um modo normal, Jesus Cristo vinculou à vida interior a eficácia da nossa acção para arrastar os que nos rodeiam. Cristo pôs a santidade como condição para a eficácia da acção apostólica; corrijo-me, o esforço da nossa fidelidade, porque na terra nunca seremos santos. Parece inacreditável, mas Deus e os homens precisam que, da nossa parte, haja uma fidelidade sem condições, sem eufemismos, que chegue até às últimas consequências, sem mediocridade ou concessões, em plenitude de vocação cristã assumida e praticada com delicadeza.
Talvez entre vocês algum esteja a pensar que me refiro exclusivamente a um sector de pessoas selectas. Não se deixem enganar tão facilmente, movidos pela cobardia ou pelo comodismo. Pelo contrário, que cada um sinta a urgência divina de ser outro Cristo, ipse Christus, o próprio Cristo; em poucas palavras, a urgência de que a nossa conduta seja coerente com as normas da fé, pois a nossa santidade – a que temos de aspirar – não é uma santidade de segunda categoria, que não existe. (Amigos de Deus, 5–6)

Evangelho e comentário


Tempo comum


Evangelho: Lc 12, 1-7

1 Entretanto, a multidão tinha-se reunido; eram milhares, a ponto de se pisarem uns aos outros. Jesus começou a dizer primeiramente aos seus discípulos: «Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. 2 Nada há encoberto que não venha a descobrir-se, nem oculto que não venha a conhecer-se. 3 Porque tudo quanto tiverdes dito nas trevas há-de ouvir-se em plena luz, e o que tiverdes dito ao ouvido, em lugares retirados, será proclamado sobre os terraços. 4 Digo-vos a vós, meus amigos: Não temais os que matam o corpo e, depois, nada mais podem fazer. 5 Vou mostrar-vos a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem o poder de lançar na Geena. Sim, Eu vo-lo digo, a esse é que deveis temer. 6 Não se vendem cinco pássaros por duas pequeninas moedas? Contudo, nenhum deles passa despercebido diante de Deus. 7 Mais ainda, até os cabelos da vossa cabeça estão contados. Não temais: valeis mais do que muitos pássaros.

Comentário:

Para Deus Nosso Senhor e Criador a vida humana tem um valor absoluto em primeiro lugar porque nos criou à Sua imagem e semelhança – impressa na nossa alma imortal – e, depois porque somos Seus filhos.

Daí que Jesus diga aos discípulos que não têm que temer nada a não ser o Demónio que procurará sempre a nossa perdição e desviar-nos no nosso caminhar para Deus.

Para resistirmos contamos com a assistência do Espírito Santo que nunca permitirá que sejamos tentados além das nossas forças e capacidades.

Como pedimos no Pai-Nosso, «livrai-nos da tentação» Ele nunca deixará de nos ouvir.

(AMA, comentário sobre Lc 12,1-7, 11.07.2018)




Doutrina – 455


CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
Compêndio


PRIMEIRA SECÇÃO
A ECONOMIA SACRAMENTAL


CAPÍTULO SEGUNDO

A CELEBRAÇÃO SACRAMENTAL DO MISTÉRIO PASCAL


CELEBRAR A LITURGIA DA IGREJA

Quem celebra?


Pergunta:

234. Por quem é celebrada a liturgia celeste?


Resposta:

A liturgia celeste é celebrada pelos anjos, pelos santos da Antiga e da Nova Aliança, em particular pela Mãe de Deus, pelos Apóstolos, pelos mártires e por uma «numerosa multidão, que ninguém» pode contar, «de todas as nações, tribos, povos e línguas» (Ap 7,9).
Quando nos sacramentos celebramos o mistério da salvação, participamos nesta liturgia eterna.