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08/03/2018

Consummati in unum

Aos que procuram a unidade, temos de colocá-los perante Cristo, que pede que estejamos consummati in unum, consumados na unidade. A fome de justiça deve conduzir-nos à fonte originária da concórdia entre os homens: ser e saber-se filhos do Pai, irmãos. (Cristo que passa, 157)


Pobre ecumenismo o que anda na boca de muitos católicos, que maltratam outros católicos! (Sulco, 643)


Uma vez disse ao Santo Padre João XXIII, movido pelo encanto afável e paterno do seu trato: “Santo Padre, na nossa Obra, todos os homens, católicos ou não, encontraram sempre um ambiente acolhedor: não aprendi o ecumenismo de Vossa Santidade”. Ele riu-se emocionado, porque sabia que, já desde 1950, a Santa Sé tinha autorizado o Opus Dei a receber como associados Cooperadores os não católicos e até os não cristãos.



São muitos, efectivamente – e entre eles contam-se pastores e até bispos das suas respectivas confissões –, os irmãos separados que se sentem atraídos pelo espírito do Opus Dei e colaboram nos nossos apostolados. E são cada vez mais frequentes – à medida que os contactos se intensificam – as manifestações de simpatia e de cordial entendimento, resultantes de os sócios do Opus Dei centrarem a sua espiritualidade no simples propósito de viver com sentido de responsabilidade os compromissos e exigências baptismais do cristão. O desejo de procurar a plenitude da vida cristã e de fazer apostolado, procurando a santificação do trabalho profissional; a vida imersa nas realidades seculares, respeitando a sua própria autonomia, mas tratando-as com espírito e amor de almas contemplativas; a primazia que na organização dos nossos trabalhos concedemos à pessoa, à acção do Espírito nas almas, ao respeito da dignidade e da liberdade que provêm da filiação divina do cristão. (Temas Actuais do Cristianismo, 22)

Temas para reflectir e meditar

Deus: Supremo bem

O oiro que pensas emprestar, dá-mo a mim, que te pagarei mais juros e com mais segurança.
O corpo que pensas alistar na milícia de outro, alista-o na minha, porque eu supero a todos em pagamento e retribuição…
O Seu amor é grande. Se desejas emprestar-Lhe, Ele está disposto a receber.
Se queres semear Ele vende a semente; se construir, Ele diz-te: edifica nos meus solares.
Porque corres atrás das coisas dos homens, que são pobres mendigos e nada podem?
Corre atrás de Deus, que por coisas pequenas te dá outras grandes.



(SÃO JOÃO CRISÓSTOMO, Homílias sobre S. Mateus, 76, 4)






Evangelho e comentário

Tempo de Quaresma

Evangelho: Lc 11, 14-23

14 Jesus estava a expulsar um demónio mudo. Quando o demónio saiu, o mudo falou e a multidão ficou admirada. 15 Mas alguns dentre eles disseram: «É por Belzebu, chefe dos demónios, que Ele expulsa os demónios.» 16 Outros, para o experimentarem, reclamavam um sinal do Céu. 17 Mas Jesus, que conhecia os seus pensamentos, disse-lhes: «Todo o reino, dividido contra si mesmo, será devastado e cairá casa sobre casa. 18 Se Satanás também está dividido contra si mesmo, como há-de manter-se o seu reino? Pois vós dizeis que é por Belzebu que Eu expulso os demónios. 19 Se é por Belzebu que Eu expulso os demónios, por quem os expulsam os vossos discípulos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes. 20 Mas se Eu expulso os demónios pela mão de Deus, então o Reino de Deus já chegou até vós. 21 Quando um homem forte e bem armado guarda a sua casa, os seus bens estão em segurança; 22 mas se aparece um mais forte e o vence, tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos. 23 Quem não está comigo está contra mim, e quem não junta comigo, dispersa.»

Comentários:

 Este episódio termina com uma "sentença" lapidar de Jesus.

Sem lugar a dúvidas, declara que quem não está com Ele está contra e não vale dizer: eu não fiz, eu não disse, eu não sabia...
Cuidado, pois, tudo é pesado e avaliado pelo que realmente vale e não pelo que possa querer parecer.



(AMA, comentário sobre LC 11, 14-23, HGSA, 23.02.2017)


Leitura espiritual

Jesus Cristo o Santo de Deus

CAPÍTULO VI

«TU AMAS-ME?»

O AMOR POR JESUS


2. Que significa amar Jesus Cristo

…/4

A célebre afirmação de Stº Agostinho, dirigindo-se a Deus:
«Tu fizeste-nos para Ti e o nosso coração fica inquieto enquanto não repousar em Ti» [i] é claramente também talvez voluntariamente aplicada a Cristo por Cabasillas.
Ele é “o lugar do nosso repouso”, é aquele para o qual tendem as aspirações mais íntimas do coração humano.
Não como para um objecto diferente, o que é indicado pela palavra “Deus”, mas sim para aquele mesmo objecto na forma que Ele quis assumir para nós e que desde a eternidade tinha projectado.

Com isto não se quer de modo algum menosprezar ou ocultar a grande variedade de meios que existe para as almas se aproximarem de Deus, consoante a diversidade das faculdades oferecidas a cada um ou consoante a diferente psicologia e estrutura mental de cada pessoa.
Há quem tenha um amor e uma prece mais voltados para o Pai, quem os tenha mais voltados para Jesus Cristo, quem os tenha voltados mais para o Espírito Santo e quem os tenha voltados mais para a SS Trindade no seu conjunto, amor e preces através dos quais constantemente ama, reza e louva “o Pai por meio do Espírito Santo”.
Há, finalmente, quem oriente o seu amor e a sua prece simplesmente para “Deus”, compreendendo, com a palavra “Deus”, o “Deus-Trindade da Bíblia, como Stª Ângela de Foligno quando exclamava «Quero Deus!».
Todos eles são caminhos bons e largamente experimentados pelos santos, que se alternam muitas vezes na vida e na experiência de uma mesma pessoa.
Através da mútua compenetração das pessoas divinas entre si, amando-Se uma delas, amam-se todas as outras, porque cada uma está em todas e todas em cada uma., por força da Sua única natureza e vontade.
Aquilo que eu pretendi dizer é simplesmente que quem ama Jesus Cristo não caminha por isso por um nível inferior e num estado imperfeito, mas sim ao mesmo nível de quem ama o Pai.

3.Como cultivar o amor por Jesus?

Procurei responder assim à pergunta “que significa amar Jesus Cristo?», mas estou convencido de que aquilo que disse nada é em comparação com o que poderia dizer e que só os Santos poderiam exprimir num hino da liturgia que se recita frequentemente nas festividades de Jesus, canta assi:

Nenhuma língua pode dizer
Nenhuma palavra pode exprimir
Somente o entendido pode julgar
Aquilo que é amar Jesus. [ii]

Esta nossa recolha não pode ser senão uma recolha das migalhas que caem da mesa dos donos [iii],, isto é, um enriquecimento através da experiência dos grandes amantes de Jesus.
É a eles que fizeram essa experiência, que devemos recorrer para aprendermos a arte de amar Jesus Cristo.
Recorrer por exemplo a S. Paulo que ansiava desfazer-se do corpo «para estar com Cristo» [iv], ou a Santo Inácio de Antioquia que, a caminho do martírio, escrevia:
«É belo deixar este mundo pelo Senhor e ressuscitar com Ele… Somente me interessa encontrar Jesus Cristo… Vou ao encontro d’Aquele que morreu por mim, anseio por Aquele que ressuscitou por mim!»[v].

Mas é possível amar Jesus, agora que o Verbo da vida Se não pode ver, apalpar e contemplar com os nossos olhos de carne?
S. Leão Magno dizia que «tudo aquilo que havia de visível em Nosso Senhor Jesus Cristo, depois da Sua Ascensão, passou para os Sacramentos da Igreja» [vi].
É através dos Sacramentos, por isso, e através especialmente da Eucaristia, que se alimenta o amor de Cristo porque neles se realiza a inefável união com Ele.
É uma união mais forte do que a que existe entre os sarmentos e a videira, entre os esposos e do que qualquer outro tipo de união.
É possível “amar” a Jesus Cristo, pelo motivo que demonstrámos no capítulo precedente: porque Ele é uma pessoa viva e “existente”.
Isto é, não se trata somente de uma personagem da História ou uma noção de filosofia, mas de um “tu”, um “amigo” que se pode, por isso, amor com amor de amizade.
São inúmeros os meios para cultivar esta amizade com Jesus e cada um de nós tem a sua maneira preferida, o seu dom, o seu caminho.
Pode ser a Sua palavra, na qual cada um de nós O sente vivo e em diálogo connosco, pode ser simplesmente a oração.
Porém é necessário, em todos os casos, que haja a unção do Espírito, porque somente o Espírito Santo sabe quem é Jesus e sabe inspirar o amor por Jesus.
Queria chamar ainda a atenção para um meio que sempre mereceu o carinho da Tradição, especialmente da tradição da Igreja ortodoxa: a memória de Jesus.
Foi Ele mesmo que Se confiou à memória dos discípulos, quando disse: «Fazei isto em memória de Mim» [vii].
A memória é a porta do coração. Pois que – escreve ainda Cabasillas – a dor cheia de graça nasce do amor de Cristo, e o amor nasce dos pensamentos que têm Cristo como objecto e o Seu amor pelos homens; é de grande ajuda conservar na memória tais pensamentos, ligá-los intimamente e não deixar de o fazer a todos o momento…
Pensar em Cristo é a ocupação própria das almas baptizadas [viii].
Já S. Paulo comparava o amor de Cristo com a Sua recordação:
«O amor de Cristo constrange-nos ao pensamento de que um morreu por todos» [ix].
Quando nós reflectimos e sopesamos na mente (krimantes) este facto, ou seja, que Ele morreu por nós, por todos, nós somos como que compelidos a amar Jesus.
O pensamento ou a recordação d’Ele “acende” o amor.

Neste sentido, podemos dizer que para amar Jesus Cristo é necessário redescobrir e cultivar um certo gosto pela interioridade e contemplação.
O Apóstolo estabelece esta prova: na medida em que nós «nos corroboramos no homem interior”, Cristo habita pela fé no nosso coração; então arreigados e fundados em caridade, nós possamos compreender a amplitude, o comprimento, a altura e a profundidade e conhecer «o amor de Cristo que excede todo o entendimento» [x].
É preciso, portanto, começar por fortalecer o homem interior, o que para o crente significa crer mais, esperar mais, rezar mais, deixar-se guiar mais pelo Espírito.
«Cristo, no Qual temos a esperança da glória» [xi]: esta é a definição da interioridade cristã.




(cont)
rainiero cantalamessa, Pregador da Casa Pontifícia.





[i] Stº Agostinho, Confissões, I. 1; IX, 9
[ii] Hino Jesu dulcis memoria
[iii] Cfr.Mt 15,27
[iv] Cfr. Fl 1,23
[v] Stº Inácio de Antioquia, Aos romanos, 2.1 5; 6,1
[vi] S. Leão Magno, Discurso 2 sobre a Ascensão, 2 (PL 54,398
[vii] Lc 22,19
[viii] Cabasillas, op. Ci. VI, 4 (PG 150, 653.600
[ix] 2Cor 5,14
[x] cf. Ef 3,14-19
[xi] Cfr.1,27

Madre del silêncio






La canción Madre del Silencio, con letra y música de Luis Hernán Muñoz, es interpretada por Canto Católico como homenaje a la Madre de Dios, que nos habló, más que con palabras (muy pocas han recogido los Evangelios), con su vida como modelo y testimonio, incluso ante el sufrimiento de su Hijo en la cruz.

Pequena agenda do cristão

Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?