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11/02/2018

Enamora-te da Santíssima Humanidade de Jesus Cristo.

– Não te dá alegria que tenha querido ser como nós? Agradece a Jesus este cúmulo de bondade. (Forja, 547)

Obrigado, meu Jesus, porque quiseste fazer-te perfeito Homem, com um Coração amante e amabilíssimo, que ama até à morte e sofre; que se enche de júbilo e de dor; que se entusiasma com os caminhos dos homens, e nos mostra o que nos leva ao Céu; que se sujeita heroicamente ao dever, e se guia pela misericórdia; que vela pelos pobres e pelos ricos; que cuida dos pecadores e dos justos...

Obrigado, meu Jesus, e dá-nos um coração à medida do Teu! (Sulco, 813)

Nisto se define a verdadeira devoção ao Coração de Jesus: em conhecer a Deus e conhecermo-nos a nós mesmos, e em olhar para Jesus e recorrer a Ele – que nos anima, nos ensina, nos guia. A única superficialidade que pode haver nesta devoção é a do homem que não é integralmente humano e que, por isso, não consegue aperceber-se da realidade de Deus feito carne.


Cristo na Cruz, com o Coração trespassado de Amor pelos homens, é uma resposta eloquente – as palavras não são necessárias – à pergunta sobre o valor das coisas e das pessoas. (Cristo que passa, nn. 164–165)

Temas para meditar e reflectir

Sou um inocente!


Em vez de (!) Talvez, antes (?)

Que pergunta? Que exame?

No fim e ao cabo o que é ser inocente?

Penso que, resumindo, é não ter nenhuma responsabilidade sobre algo que se fez ou que se pensou.

Mas como?

Fazer ou pensar são actos da vontade que só acontecem com consentimento pessoal, logo...

Julgo que a resposta está na intenção ao contrário do que será fazer ou pensar de acordo com a minha conveniência.

Inocente significa, ao mesmo tempo, inimputável, um termo muito em uso nos dias de hoje.

Mas, não exactamente iguais.

Posso ser inimputável por algo que fiz sob o efeito de bebida ou outro meio qualquer que alterou significativamente a minha capacidade de avaliação, mas o efeito é resultado da causa e esta é altamente reprovável pelo que não inocente.

Por outro lado, quando se actua sob pressão ou qualquer condicionante, tal não significa por si só que se seja inocente porque, para cair nessa situação, foi necessário dar passos, consentir de alguma forma colaborar.

Assim, resumindo, ser inocente é não ter nem intenção, nem consequência, é como a criança que faz o que faz porque quer sem que deseje saber se tal lhe convém, é útil ou interessa.

Donde que, para um adulto, ser inocente é extremamente difícil… tão difícil como uma criança portar-se como um adulto.


(ama, reflexões, 2016.11.09)

Evangelho e comentário

Tempo Comum

Evangelho: Mc 1, 40-45

40 Um leproso veio ter com Ele, caiu de joelhos e suplicou: «Se quiseres, podes purificar-me.» 41 Compadecido, Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse: «Quero, fica purificado.» 42 Imediatamente a lepra deixou-o, e ficou purificado. 43 E logo o despediu, dizendo-lhe em tom severo: 44 «Livra-te de falar disto a alguém; vai, antes, mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que foi estabelecido por Moisés, a fim de lhes servir de testemunho.» 45 Ele, porém, assim que se retirou, começou a proclamar e a divulgar o sucedido, a ponto de Jesus não poder entrar abertamente numa cidade; ficava fora, em lugares despovoados. E de todas as partes iam ter com Ele.

Comentários:

«Compadecido, Jesus estendeu a mão, tocou-o».

A lepra, um leproso e, o Senhor, tocou-o com a mão!

Não Lhe bastaria fazer o milagre, operar a cura do que Lhe pedia, tinha de o tocar como se faz com um amigo quando queremos comunicar-lhe algo importante que envolve afecto, estima.

Os circunstantes deverão ter ficado assombrados talvez mais pelo gesto que pelo milagre:

Tocar um leproso!

Mas, a verdade, é que o Senhor nunca deixa de nos tocar intimamente quando, sujos, imundos com a lepra do pecado, nos aproximamos dele para Lhe pedir perdão.

Ah! E a lepra do pecado é mais repugnante que a lepra física porque não há maior doença, mal mais horrível que a ofensa feita a Deus.


(ama, comentário sobre Mc 1, 40-45, 17.12.2015)

Leitura espiritual

RESUMOS DA FÉ CRISTÃ

TEMA 6 A Criação

A doutrina da Criação constitui a primeira resposta às questões fundamentais sobre a nossa origem e o nosso fim.

Introdução

A importância da verdade da criação baseia-se «no fundamento de todos os projectos divinos de salvação; [...] é o primeiro passo para a Aliança do Deus único com o seu povo; é o início da história da salvação que culmina em Cristo» [i].

Quer a Bíblia [ii] quer o Credo começam com a profissão de fé em Deus Criador.

A diferença dos outros grandes mistérios da nossa fé – a Trindade e a Encarnação – a criação é «a primeira resposta às questões fundamentais do homem acerca da sua própria origem e do seu fim» [iii], que o espírito humano coloca e pode também, em parte, responder, como mostra a reflexão filosófica e os relatos das origens pertencentes à cultura religiosa de tantos povos [iv], não obstante, a especificidade da noção de criação, somente se captou, de facto, com a revelação judaico-cristã.

A criação é, pois, um mistério de fé e, ao mesmo tempo, uma verdade acessível à razão natural [v].

Esta peculiar posição entre fé e razão, faz da criação um bom ponto de partida na tarefa de evangelização e diálogo que os cristãos estão sempre – particularmente nos nossos dias [vi] – chamados a realizar, como já fizera São Paulo no Areópago de Atenas [vii].

Costuma fazer-se a distinção entre acto criador de Deus – a criação active sumpta – e realidade criada, que é efeito de tal acção divina – a criação passive sumpta [viii].

Seguindo este esquema expõem-se a seguir os principais aspectos dogmáticos da criação.

1. O acto criador

1.1. «A criação é obra comum da Santíssima Trindade» [ix]
A Revelação apresenta a acção criadora de Deus como fruto da Sua omnipotência, da Sua sabedoria e do Seu amor.

Costuma atribuir-se a criação, particularmente, ao Pai [x], assim como a redenção ao Filho e a santificação ao Espírito Santo.

Do mesmo modo, as obras “ad extra” da Trindade – a primeira delas, a criação – são comuns a todas as Pessoas e, por isso, é lógico perguntar qual o papel específico de cada Pessoa na criação, pois «cada pessoa divina realiza a obra comum segundo a Sua propriedade pessoal» [xi].

É este o sentido da, igualmente, tradicional apropriação dos atributos essenciais – omnipotência, sabedoria, amor – respectivamente, ao operar criador do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

No Símbolo niceno-constantinopolitano confessamos a nossa fé «num só Deus, Pai omnipotente, criador do céu e da terra»; «num só Senhor Jesus Cristo [...] por quem tudo foi feito»; e no Espírito Santo «Senhor que dá a vida» [xii].

A fé cristã fala, portanto, não somente de uma criação ex nihilo, do nada, que indica a omnipotência de Deus Pai; mas também de uma criação feita com inteligência, com a sabedoria de Deus – o Logos por meio do qual tudo foi feito [xiii]; e de uma criação ex amore [xiv], fruto da liberdade e do amor que é o próprio Deus, o Espírito que procede do Pai e do Filho.

Em consequência, as processões eternas das Pessoas estão na base do Seu operar criador [xv].

Assim, como não há contradição entre a unicidade de Deus e ser três pessoas, de modo análogo não se contrapõe a unicidade do princípio criador com a diversidade dos modos de operar de cada uma das Pessoas.

«Criador do céu e da terra»

«”No princípio, Deus criou o céu e a terra”.

Três coisas são afirmadas nestas primeiras palavras da Escritura: Deus eterno deu um princípio a tudo quanto existe fora d’Ele.

Só Ele é criador (o verbo “criar” – em hebreu bara – tem sempre Deus por sujeito).

E tudo quanto existe (expresso pela fórmula “o céu e a terra”) depende d’Aquele que lhe deu o ser» [xvi].

Só Deus pode criar em sentido próprio [xvii], o que implica originar as coisas a partir do nada – ex nihilo – e não a partir de algo preexistente; para isso requer-se uma potência activa infinita, que só a Deus corresponde [xviii].

É congruente, portanto, apropriar a omnipotência criadora ao Pai, já que Ele é na Trindade (segundo uma clássica expressão) fons et origo, quer dizer, a Pessoa de quem procedem as outras duas, princípio sem princípio.

A fé cristã afirma que a distinção fundamental na realidade é a que se dá entre Deus e as Suas criaturas.

Isto supôs uma novidade nos primeiros séculos, nos quais, polaridade entre matéria e espírito motivava visões inconciliáveis entre si (materialismo e espiritualismo, dualismo e monismo).

O cristianismo quebrou estes moldes, sobretudo com a sua afirmação de que também a matéria, como o espírito, é criação do único Deus transcendente. Mais tarde, São Tomás desenvolveu uma metafísica da criação que descreve Deus como o próprio Ser subsistente – Ipsum Esse Subsistens.

Como causa primeira, é absolutamente transcendente ao mundo e, ao mesmo tempo, em virtude da participação do Seu ser nas criaturas, está presente intimamente nelas, as quais dependem, em tudo, d’Aquele a que pertence a fonte do ser.

Deus é superior summo meo e ao mesmo tempo, intimior intimo meo [xix].

(cont)

Santiago Sanz





[i] Compêndio, 51
[ii] Gn1, 1
[iii] Compêndio, 51
[iv] cf. Catecismo, 285
[v] cf. Catecismo, 286
[vi] Entre outras muitas intervenções, cf. Bento XVI, Discurso aos membros da Cúria romana, 22-XII-2005; Fé, Razão e Universidade (Discurso em Regensburg), 12-IX2006; Angelus, 28-I-2007.
[vii] Act17, 16-34
[viii] cf. São Tomás, De Potentia, q. 3, a. 3, co.; o Catecismo segue este mesmo esquema.
[ix] Catecismo, 292
[x] cf. Compêndio, 52
[xi] Catecismo, 258
[xii] DS 150
[xiii] Jo 1, 3
[xiv] GS 19
[xv] cf. São Tomás, Super Sent., lib. 1, d. 14, q. 1, a. 1, co.: «são a causa e a razão da processão das criaturas».
[xvi] Catecismo, 290
[xvii] Por isso se diz que Deus não necessita de instrumentos para criar, já que nenhum instrumento possui a potência infinita necessária para criar. Daí também que, quando se fala, por exemplo, do homem como criador ou inclusive como capaz de participar no poder criador de Deus, o emprego do adjectivo “criador” não é analógico mas metafórico.
[xviii] cf. Catecismo, 296-298
[xix] Santo Agostinho, Confissões, 3, 6, 11; cf. Catecismo, 300

Tratado da vida de Cristo 190

Os sacramentos em geral 

Questão 60: Dos Sacramentos

Art. 6 — Se para significar os sacramentos são necessárias palavras.

O sexto discute-se assim. — Parece que para significar os sacramentos não são necessárias palavras.

1. — Pois, diz Agostinho: Que outra coisa, são os sacramentos corpóreos senão umas como palavras visíveis? E assim acrescentar palavras às coisas sensíveis, nos sacramentos, é acrescentar palavras a palavras. Ora, isso é supérfluo. Logo não é necessário que, nos sacramentos, sejam as palavras acrescentadas às coisas sensíveis.

2. Demais. — Um sacramento, é uma certa unidade. Ora, de coisas de géneros diversos não pode resultar nenhuma unidade. Pertencendo, pois, as coisas sensíveis e as palavras a géneros diversos, porque as coisas sensíveis provêm da natureza, e as palavras da razão parece que nos sacramentos não é necessário acrescentar as palavras às coisas sensíveis.

3. Demais. — Os sacramentos da lei nova sucederam aos da antiga; pois, desaparecidos aqueles, foram instituidos estes, como ensina Agostinho. Ora, nos sacramentos da lei antiga não era necessária nenhuma forma de palavras. Logo, nem nos sacramentos da lei nova o são.

Mas, em contrário, o Apóstolo: Cristo amou a Igreja e por ela se entregou a si mesmo, para a santificar purificando-a no batismo da água pela palavra da vida. E Agostinho diz: Acrescentou-se a palavra ao elemento e nasceu o sacramento.

Os sacramentos como foi dito, aplicam-se à santificação dos homens, como uns sinais. Por isso podem ser considerados a tríplice luz, e de qualquer modo convém-lhes que se acrescentem as palavras às coisas sensíveis. — Assim, primeiro, podem ser considerados em relação à causa santificante que é o Verbo encarnado, ao qual o sacramento de certo modo se conforma por ser acrescentada a palavra à coisa sensível, como no mistério da Encarnação o Verbo de Deus se uniu à carne sensível. — Segundo, podem ser considerados os sacramentos relativamente ao homem que se santifica, composto de alma e de corpo; — ao qual se proporciona o remédio sacramental que, por meio de uma coisa visível toca o corpo e é crido pela alma por meio da palavra. Por isso, àquilo do Evangelho — Vós já estais puros em virtude da palavra etc., diz Agostinho: Donde vem essa tão grande virtude da água, de tocar o corpo e purificar o coração, senão causada pelo verbo, não enquanto proferido, mas enquanto crido? ­ Terceiro, podem ser considerados relativamente à própria significação sacramental. Assim, como diz Agostinho, as palavras obtiveram entre os homens o principado no significar; porque as palavras podem ser formadas diversamente para significar os diversos conceitos da mente, donde vem que pelas palavras podemos mais distintamente exprimir o que na mente concebemos. Por isso, para a perfeição da significação sacramental foi necessário que a significação das coisas sensíveis fosse determinada por certas palavras. Assim a água pode significar tanto a ablução, por causa da sua humildade, como o refrigério por causa da sua frigidez. Mas quando dizemos — Eu te batizo — manifestamos que usamos da água no batismo para significar a purificação espiritual.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. As coisas visíveis dos sacramentos se chamam palavras por uma certa semelhança; isto é, enquanto participam de uma certa virtude significativa, que principalmente está nas palavras mesmo, como se disse. Por isso não há supérflua duplicação de palavras quando nos sacramentos o verbo se acrescenta às coisas visíveis; pois, uma dessas realidades é determinada pela outra.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Embora as palavras e as outras coisas sensíveis sejam de género diverso, no concernente à natureza delas, contudo convêm pelo modo de significar, mais perfeito nas palavras do que nas outras coisas. Por isso, das palavras e das coisas resulta de certo modo uma unidade nos sacramentos, como da forma e da matéria; isto é, enquanto que pelas palavras se completa a significação das coisas, como se disse. Pois, nas palavras também se compreendem os próprios actos sensíveis, como a ablução, a unção e outros semelhantes; porque têm elas o mesmo modo de significar que as coisas.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Como diz Agostinho, uns são os sacramentos da realidade presente e outros os da futura. Assim, os sacramentos da lei antiga eram o prenúncio de Cristo que devia vir. Por isso não significavam a Cristo de modo tão expressivo como os sacramentos da lei nova, que emanam do próprio Cristo, e encerram em si mesmos uma certa semelhança, como se disse. — Na vigência da lei antiga, porém usavam de certas palavras, no atinente ao culto de Deus, tanto os sacerdotes, que eram os ministros desses sacramentos, segundo a Escritura — Assim abençoareis os filhos de Israel e lhes direis: O Senhor te abençoe, etc.; como também os que se serviam desses sacramentos, segundo aquele outro lugar: Confesso hoje diante do Senhor teu Deus, que, etc.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Pequena agenda do cristão

DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?