Páginas

26/01/2018

A raça dos filhos de Deus

Filhos de Deus. Portadores da única chama capaz de iluminar os caminhos terrenos das almas, do único fulgor, no qual nunca poderão dar-se escuridões, penumbras nem sombras. Nosso Senhor serve-se de nós como archotes, para que essa luz ilumine... De nós depende que muitos não permaneçam em trevas, mas que andem por sendas que levem até à vida eterna. (Forja, 1)


Jesus Christus, Deus Homo, Jesus Cristo, Deus-Homem! Eis uma magnalia Dei, uma das maravilhas de Deus em que temos de meditar e que temos de agradecer a este Senhor que veio trazer a paz na terra aos homens de boa vontade, a todos os homens que querem unir a sua vontade à Vontade boa de Deus. Não só aos ricos, nem só aos pobres! A todos os homens, a todos os irmãos! Pois irmãos somos todos em Jesus; filhos de Deus, irmãos de Cristo. Sua Mãe é nossa Mãe.

Na terra há apenas uma raça: a raça dos filhos de Deus. Todos devemos falar a mesma língua: a que o nosso Pai que está nos Céus nos ensina; a língua dos diálogos de Jesus com seu Pai; a língua que se fala com o coração e com a cabeça; a que estais a usar agora na vossa oração. É a língua das almas contemplativas, dos homens espirituais por se terem dado conta da sua filiação divina; uma língua que se manifesta em mil moções da vontade, em luzes vivas do entendimento, em afectos do coração, em decisões de rectidão de vida, de bem-fazer, de alegria, de paz. (Cristo que passa, 13)

Temas para reflectir e meditar

Temor

O temor aos castigos que por nossos pecados merecemos dá-nos valor para tomar sobre nós os esforços diários, as renúncias as lutas sem as quais não podemos livrar-nos do pecado nem unir-nos plenamente a Deus.

Sempre temos motivos para nos sentirmos trespassados do temor de Deus à vista de muitas ocasiões de pecar, à vista da nossa fraqueza, da força dos costumes e apetências retorcidas, da inclinação da nossa natureza em deixar-se levar pelos atractivos da concupiscência e do mundo, das muitas faltas, descuidos e defeitos que cometemos todos dias.


(BENEDICKT BAUR, En La Intimidad con Dios, 153 trad AMA),



Evangelho e comentário

Tempo Comum


Evangelho: Lc 10, 1-9

1 Depois disto, o Senhor designou outros setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois, à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. 2 Disse-lhes: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe. 3 Ide! Envio-vos como cordeiros para o meio de lobos. 4 Não leveis bolsa, nem alforge, nem sandálias; e não vos detenhais a saudar ninguém pelo caminho. 5 Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6 E, se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós. 7 Ficai nessa casa, comendo e bebendo do que lá houver, pois o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. 8 Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei do que vos for servido, 9 curai os doentes que nela houver e dizei-lhes: ‘O Reino de Deus já está próximo de vós’

Comentário:

O Príncipe da Paz envia mensageiros a todo o lado a levar a Sua Paz.

A Paz de Cristo!

Em muitos lugares da terra estes mensageiros da Paz são recebidos em clima de guerra aberta e declarada, sujeitos aos maiores vexames e ultrajes, muitas vezes, dando a sua própria vida em defesa da Paz de Cristo.

Sim... a paz gera a guerra porque os espíritos retorcidos e maquiavélicos obedecem às instruções do demónio que só consegue dominar os homens - o mundo - com a guerra, o ódio e a intolerância.                    
Temos o dever - sagrado dever - todos os cristãos, de rezar ao Príncipe da Paz que proteja esses Seus enviados e lhes dê, como prometeu, a força, a coragem e o ânimo para seguirem indómitos e corajosos no caminho que o Senhor lhes indicou.

 (AMA, comentário sobre Lc 10, 1-9, 14.02.2017)








Leitura espiritual

CAPÍTULO IV

«ELE É O VERDADEIRO DEUS E A VIDA ETERNA»            

Divindade de Cristo e anúncio da eternidade

3. Passar do dogma para a vida

5. Nostalgia da eternidade!

…/2

A presença da eternidade na Igreja e em cada um de nós, à maneira de primícias, tem um nome próprio: chama-se Espírito Santo.
O Espírito Santo é definido como «o penhor da nossa esperança» [i], e foi-nos dado a fim de que, tendo nós recebido as primícias, desejemos ardentemente a plenitude.
«Cristo – escreve Stº Agostinho – deu-nos o sinal do Espírito Santo com o qual Ele, que não nos poderia enganar, nos quis tornar seguros do cumprimento da Sua promessa, promessa que Ele certamente manteria sem esse mesmo sinal.
E que prometeu Ele?
Prometeu a vida eterna, da qual é sinal o Espírito eu Ele nos deu.
Avida eterna é possuída por aqueles que já chegaram à Sua morada; o Seu sinal é o lenitivo para aqueles que se encontram ainda em viajem.
É mais exacto dizer sinal do que penhor; os dois termos parecem semelhantes, mas existe entre eles uma diferença de significado: tanto com o penhor como com o sinal dá-se uma garantia de que se dá aquilo que se prometeu; mas, enquanto que o penhor volta a ser restituído quando se acaba de cumprir aquilo para o que havia sido recebido, o sinal, pelo contrário, não volta a ser restituído, mas sim acrescentado com o restante que é devido» [ii].
É pelo Espírito Santo que nós gememos interiormente, na esperança de entrarmos na glória dos filhos de Deus [iii].
Ele, que é «um Espírito eterno» [iv] é capaz de atear em nós a verdadeira nostalgia da eternidade e fazer novamente da palavra “eternidade” uma palavra viva e palpitante que suscite alegria e não temor.

O Espírito atrai para as alturas.
Ele é a Ruah Jahvé, o sopro de Deus.
Recentemente, foi inventado um método para trazer à superfície os barcos ou os objectos que jazem no fundo dos mares.
Consiste em insuflá-los mediante câmaras de ar especiais, de modo a puxá-los do fundo tornando-os mais leves que a água,
Nós, homens de hoje, somos como esses objectos caídos no fundo do mar.
Estamos “afundados” na temporalidade e na mundanidade.
Estamos “secularizados”.
O Espírito Santo foi derramado na Igreja com uma finalidade semelhante: para nos arrancar do fundo e para nos levantar até fazer-nos contemplar o céu e exclamar, cheios de gloriosa esperança:
“eternidade, eternidade!”


CAPÍTULO V

O SUBLIME CONHECIMENTO DE CRISTO
A finalidade destas reflexões sobre a Pessoa de Jesus Cristo – como já se disse no começo – é preparar o terreno para uma nova vaga de evangelização, agora que estamos a completara o segundo milénio da vinda de Cristo à Terra.
Mas qual é a finalidade principal de toda a evangelização e de toda a catequese?
Será, porventura, a de ensinar aos homens um certo número de verdades eternas, ou de transmitir à geração vindoura os valores cristãos?
Não; a finalidade principal da evangelização é levar  Seus “discípulos” homens a encontrarem-se pessoalmente com Jesus Cristo, único salvador, fazendo-os Seus “discípulos”.
O grande mandato de Cristo aos Apóstolos é este:

«Ide e ensinai todas as gentes» [v].

1.       O encontro pessoal com Cristo.

S. João, no início do seu evangelho, diz-nos como alguém se torna discípulo de Cristo, contando-nos a sua experiência e como ele próprio se tornou discípulo de Jesus.
Vale a pena reler este trecho, que é um dos primeiros e mais tocantes exemplares daquilo que hoje chamamos “dar testemunho” pessoal.
«No outro dia João estava lá novamente com dois dos seus discípulos, e, vendo Jesus que ia passando, disse: ‘Eis o Cordeiro de Deus!’
Ouvindo estas palavras, os dois discípulos seguiram Jesus.
Jesus voltando-Se e, vendo que O seguiam, disse-lhes: ‘Que procurais?’ Eles responderam-Lhe: ‘Rabi (que quer dizer Mestre) onde moras?’ Respondeu-lhes Jesus: ‘Vinde ver’.
Eles seguiram-no e viram onde morava; e ficaram com Ele aquele dia; eram então quase quatro horas da tarde» [vi].

Não há nada de abstracto e de escolástico neste modo de se tornar discípulo de Jesus.
É um encontro de pessoas; trata-se de estabelecer um conhecimento, uma amizade e uma familiaridade, destinadas a durar toda a vida, ou antes, toda a eternidade.
Jesus, olha para trás e, apercebendo-se de que é seguido para e pergunta:
«Que procurais?
Respondem-Lhe:
«Rabi, Mestre, onde é que moras?»
E, assim, quase sem se aperceberem, proclamam-no seu Mestre e decidiram que seriam Seus discípulos.
Jesus não lhes dá livros para estudar, ou preceitos para decorar, mas diz, simplesmente:
«Vinde ver».
Convida-os a fazer-Lhe companhia.
Eles seguiram-No e ficaram com Ele.


(cont)
rainiero cantalamessa, Pregador da Casa Pontifícia.





[i] Cfr. Ef. 1,14; 2Cro 5,5
[ii] Stº Agostinho, Sermo 378,1
[iii] Cfr. Rm 8,20-23
[iv] Hb 9,14
[v] Mt 28,19
[vi] Jo 1,35-39

Doutrina – 396

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO TERCEIRO

CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA

A Igreja é una, santa, católica e apostólica

174. Porque é que a Igreja é apostólica?



A Igreja é apostólica pela sua origem, sendo construída sobre o «fundamento dos Apóstolos» (Ef 2,20); pelo ensino, que é o mesmo dos Apóstolos; pela sua estrutura, enquanto instruída, santificada e governada, até ao regresso de Cristo, pelos Apóstolos, graças aos seus sucessores, os Bispos em comunhão, com o sucessor de Pedro.

Perguntas e respostas

A CLONAGEM


A. O QUE É A CLONAGEM?

2. Tipos de clonagem.


Há duas técnicas muito diferentes:

Clonagem por excisão embrionária.
É um processo similar ao que se produz quando nascem gémeos. Quando o embrião tem 4 ou 8 células, cada uma delas é totipotente e se se separa das restantes e pode originar um gémeo do outro. A separação artificial chama-se cisão gemela, embryo-splitting, ou clonagem por cisão.
Clonagem por transplante nuclear.

Toma-se um óvulo ou embrião unicelular e extrai-se o núcleo; toma-se uma célula adulta e se funde com a anterior; o resultado é uma célula com o núcleo e cromossomas da adulta, envolta num citoplasma de uma célula totipotente. Esta nova célula é também totipotente e desenvolve um novo ser, quase idêntico ao adulto inicial. Quase, pois também o citoplasma influi no resultado.

Pequena agenda do cristão

Sexta-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?