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16/01/2018

Dar é próprio dos apaixonados

O teu talento, a tua simpatia, as tuas condições... perdem-se; não te deixam aproveitá-las. – Pensas bem nestas palavras de um autor espiritual: "Não se perde o incenso que se oferece a Deus. – Mais se honra o Senhor com o abatimento dos teus talentos do que com o seu uso vão". (Caminho, 684)


E, abrindo os seus tesouros, ofereceram-lhe presentes de ouro, incenso e mirra. Detenhamo-nos um pouco para entender este passo do Santo Evangelho. Como é possível que nós, que nada somos e nada valemos, ofereçamos alguma coisa a Deus? Diz a Escritura: toda a dádiva e todo o dom perfeito vem do alto. O homem não consegue descobrir plenamente a profundidade e a beleza dos dons do Senhor: se tu conhecesses o dom de Deus... – responde Jesus à mulher samaritana. Jesus Cristo ensinou-nos a esperar tudo do Pai, a procurar antes de mais o Reino de Deus e a sua justiça, porque tudo o resto se nos dará por acréscimo e Ele conhece bem as nossas necessidades.


Na economia da salvação, o nosso Pai cuida de cada alma com amor e delicadeza: cada um recebeu de Deus o seu próprio dom; uns de um modo, outros de outro. Portanto, podia parecer inútil cansarmo-nos, tentando apresentar ao Senhor algo de que Ele precise; dada a nossa situação de devedores que não têm com que saldar as dívidas, as nossas ofertas assemelhar-se-iam às da Antiga Lei, que Deus já não aceita: Tu não quiseste os sacrifícios, as oblações e os holocaustos pelo pecado, nem te são agradáveis as coisas que se oferecem segundo a Lei.



Mas o Senhor sabe que o dar é próprio dos apaixonados e Ele próprio nos diz o que deseja de nós. Não lhe interessam riquezas, nem frutos, nem animais da terra, do mar ou do ar, porque tudo isso lhe pertence. Quer algo de íntimo, que havemos de lhe entregar com liberdade: dá-me, meu filho, o teu coração. Vedes? Se compartilha, não fica satisfeito: quer tudo para si. Repito: não pretende o que é nosso; quer-nos a nós mesmos. Daí – e só daí – advêm todas as outras ofertas que podemos fazer ao Senhor. (Cristo que passa, 35)

Temas para reflectir e meditar

Orgulho


O verdadeiro remédio para nos curar-mos do orgulho, consiste em manter baixo e contrariar a susceptibilidade do espírito.



(SÃO FILIPE DE NÉRI, The Maxim’s of St Philip Neri, F. W. Faber Cromwell Press SN12 8PH Julho nr. 9, trad AMA)



Evangelho e comentário

Tempo Comum


Evangelho: Mc 2, 23-28

23 Ora num dia de sábado, indo Jesus através das searas, os discípulos puseram-se a colher espigas pelo caminho. 24 Os fariseus diziam-lhe: «Repara! Porque fazem eles ao sábado o que não é permitido?» 25 Ele disse: «Nunca lestes o que fez David, quando teve necessidade e sentiu fome, ele e os que estavam com ele? 26 Como entrou na casa de Deus, ao tempo do Sumo Sacerdote Abiatar, e comeu os pães da oferenda, que apenas aos sacerdotes era permitido comer, e também os deu aos que estavam com ele?» 27 E disse-lhes: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. 28 O Filho do Homem até do sábado é Senhor.»

Comentário:

A grande diferença que existe entre os chefes do povo judaico e Jesus Cristo é o critério.

Os primeiros “agarram-se” à letra da Lei e nem se preocupam em interpretá-la e, na verdade, deveriam ter essa preocupação porque transmitir a outros – ou impor, o que é pior – algo que não se explica nem se dá a razão porque deve ser assim, é uma prepotência que coarcta a liberdade de escolha.

Jesus Cristo explica e aconselha, interpreta e indica o caminho, segui-lo ou não depende de cada um.

O Senhor respeita a liberdade do homem precisamente porque foi Ele quem lha deu e não pode ir contra a Sua própria Vontade.

(ama, comentário sobre Mc 2, 23-28, 17.01.2017)







Leitura espiritual

Jesus Cristo o Santo de Deus

Capítulo III

ACREDITAS?

A divindade de Cristo no Evangelho de S. João


1.       «Bem-aventurado aquele que não se escandaliza por causa de Mim»

Ninguém pode, portanto, tornar-se crente, segundo esta perspectiva, sem caminhar para Cristo no Seu estado de submissão, como sinal de escândalo e objecto de fé.

Ele ainda não voltou na Sua Glória e é para sempre Aquele que Se rebaixou.
A esta visão falta qualquer coisa, é verdade.
Falta a atenção que é devida à Ressurreição de Cristo.
Nós, hoje, encontramos Aquele que Se rebaixou e que foi exaltado, e não somente Aquele que foi rebaixado.
Falta também. a devida atenção ao testemunho apostólico.
O Espírito Santo -Dizia Jesus - «dará testemunho de Mim, e também vós dareis testemunho de Mim» [i].
Nós somos testemunhas desses factos – dizias. Pedro, falando da Ressurreição de Cristo- tanto nós como o Espírito Santo que Ele deu aqueles que a Ele se submeteram [ii].
Por isso não é de todo exacto dizer-se que não há senão uma prova do cristianismo: a prova interior, o argumentum Spirictus Sancti» [iii].
Há uma prova invisível constituída pelo testemunho do Espírito e uma prova exterior diferente, mas também ela importante, constituída pelo testemunho dos Apóstolos.
Para além da dimensão pessoal, existe na fé uma dimensão comunitária:
«O que nós vimos e ouvimos, nós vo-lo anunciamos, para que também vós estejais em comunhão connosco» [iv].
A afirmação de Kierkegaard, segundo a qual a única verdadeira relação com Cristo não acontece graças aos “dezoito séculos” de história do cristianismo, mas sim graças à contemporaneidade, é uma afirmação que deve ser esclarecida.
Os dezoito séculos de história e a contemporaneidade não devem contrapor-se, mas manter-se unidos.
A contemporaneidade, tal como a entende o Novo Testamento, não é outra coisa senão o Espírito Santo que é precisamente a presença e a permanência de Jesus no mundo e Aquele que «permanece connosco para sempre» [v]; os dezoito séculos – agora já á passados vinte – em termos teológicos, não são outra coisa senão a Igreja.
Na perspectiva católica, por isso, o Espírito Santo e a Igreja são as condições peculiares da possibilidade da nossa relação com Cristo, relação que se torna importante, é verdade, somente através da fé e da imitação do modelo que é Cristo.

Porém, não obstante estas reservas, existe naquela descrição da fé na divindade de Cristo um profundo elemento de verdade, do qual é necessário tomarmos consciência, especialmente nós católicos.
De facto, que queriam dizer, em palavras mais simples, todas aquelas afirmações de Kierkegaard sobre o crer enquanto contemporâneos?
Queriam dizer que crer na divindade de Cristo é tarefa de cada um de nós,
Crer em situações de contemporaneidade significa também crer na solidão.
A divindade de Cristo – dizia eu mais tarde – é o Evereste da fé.
Mas na escalada deste Evereste não há carregadores, “sherpas” para nos transportarem a nós e à nossa bagagem até uma determinada cota, deixando-nos somente a tarefa de caminharmos os últimos metros.
Cada um de nós deve fazer por completo essa escalada.
Trata-se, na verdade, de um salto infinito, onde um século ou um milénio a mais nada acrescentam ou diminuem.
O facto de serem apenas dois, ou dois biliões, os que creem, isso não muda essencialmente a dificuldade dessa tarefa.
É claro que se houver outros crentes à nossa volta, isso pode servir-nos de ajuda na nossa crença, mas tal não é ainda crer naquele sentido peculiar que tem por motivo somente Deus.
Não podemos, por isso, raciocinar que os crentes que nos antecederam tivessem tido a tarefa mais difícil e a nós coubesse somente trabalho de concluir o seu esforço.
Se assim fosse, deveria ser progressivamente cada vez mais fácil acreditar em Cristo, à medida que se avança na história; pelo contrário, verificamos que não é isso que sucede.
Não é mais fácil ou mais difícil crer hoje que nos tempos de João, de Atanásio, ou de Lutero.
Tudo assenta sobre a “força demonstrativa que tem de per si a Palavra de Deus operante nas palavras e nos actos de Jesus” e sobre o facto que ela encontre ou não uma disposição para a acolher.

Não há dúvida que existem “sinais” e “actos”.
Jesus aponta frequentemente para eles.
Jesus dizia que, ao menos, acreditassem nas Suas obras, e que se Ele não tivesse feito tantos milagres, persistiam mil razões para permanecer na incredulidade.
«Apesar de tantos prodígios que fizera na sua presença, não acreditavam n’Ele» diz o Evangelista [vi].
A história do cego de nascença serve para ilustrar precisamente Este facto: que mesmo perante o mais clamoroso dos milagres permanece a possibilidade de alguém se abrir ou fechar para a luz.
Uma outra vez, tinha Jesus acabado de fazer o grande prodígio da multiplicação dos pães, e já alguns Lhe faziam a seguinte pergunta:
«Que milagres fazes Tu, para que possamos crer em Ti» [vii], como se o milagre acabado de fazer não tivesse relevância.
De resto, é o próprio Jesus que nos põe de sobreaviso em relação a uma fé baseada somente nos milagres; desconfia daqueles que, se não virem prodígios, não creem [viii]. E quando alguns, «vendo os milagres, acreditaram n’Ele, diz o Evangelista que Jesus não acreditava neles» [ix].

É, preciso, portanto, não depreciar os sinais.
Se existe uma certa predisposição interior para reconhecer a Verdade, as obras de Cristo são a prova evidente de que nelas age o próprio poder divino e que, por consequência, Jesus era o Mediador de vida eterna.
Mas que peso poderiam ter essas obras e esses prodígios, fora do momento em que foram feitos?
Bastariam para se concluir que se tratava de Deus em pessoa?
O mundo helenístico não conhecia ele também tantos outros taumaturgos, isto é, operadores de prodígios?
Por isso é preciso concluir que, para S. João, as obras de Cristo não se resumiam a algumas curas esporádicas, mas a toda a Sua obra, de ter trazido à terra a vida eterna.
Quem escutava a boa nova era convidado a considerar se, de facto, não se poderia encontrar na Igreja um novo género de vida [x].
Mas tal experiência só poderia ser feita indo ao encontro de Cristo, isto é, acreditando n’Ele.
E isto demonstra, mais uma vez, que somente na fé se obtém o conhecimento suficiente sobre Jesus e que a fé é testemunho de si mesma.

(cont)

rainiero cantalamessa, Pregador da Casa Pontifícia.





[i] Jo 15, 26-27
[ii] Cf. Act 5,12
[iii] Cf. S. Kierkegaard, Diário, ário, X I A, 481
[iv] 1 Jo 1,3
[v] Jo 14,16
[vi] Jo 12,37
[vii] Jo 6,36
[viii] Cf. Jo 4,48
[ix] Cf. Jo 2,23
[x] Ch. C. H. Dodd, op. Cit., P. 409

Doutrina – 393

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO TERCEIRO

CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA

A Igreja é una, santa, católica e apostólica

171. Que significa a afirmação: «Fora da Igreja não há salvação»?



Significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é o seu corpo. Portanto não poderiam ser salvos os que, conhecendo a Igreja como fundada por Cristo e necessária à salvação, nela não entrassem e nela não perseverassem. Ao mesmo tempo, graças a Cristo e à sua Igreja, podem conseguir a salvação eterna todos os que, sem culpa própria, ignoram o Evangelho de Cristo e a sua Igreja mas procuram sinceramente Deus e, sob o influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade, conhecida através do que a consciência lhes dita.

Hoy el reto del amor es que te pongas el buzo en la tarea escondida

NO TENGAS MIEDO A LLEVAR "BUZO" 

Cristo es para todos, mayores y pequeños, pero, claro, el reto, para los más pequeños de la casa, se hace muchas veces incomprensible... Pues bien, el Señor nos ha puesto en el corazón un proyecto con el que invitar a los "peques" a vivir de Cristo. Un proyecto... ¡con marionetas!

Muy entusiasmadas y sin saber apenas por dónde empezar, nos pusimos ayer manos a la obra. El comienzo fue bastante pintoresco, pues las que manejábamos a las marionetas nos tuvimos que vestir con unos buzos verdes; es decir, color chroma. ¿Para qué? Para después desaparecer al hacer el montaje en el ordenador.

Con los buzos y la marioneta nos veíamos ridículas; de hecho, ocupamos más tiempo en reír que en grabar. Sin embargo, me impresionó mucho cuando pasamos las grabaciones al ordenador y se eliminó todo aquello que tenía el color verde: ¡desaparecimos nosotras! Y se veía a cada marioneta moverse a sus anchas como si de repente cobrase vida en la pantalla.

Al ver las imágenes y el efecto que causaban, me quedé pensando en los buzos. Buzos que te hacen desaparecer para luego crear algo maravilloso... Y es que, a lo largo del día, se nos presentan muchas situaciones en las que tenemos que vestirnos con el buzo para luego desaparecer. Situaciones en las que se nos pide un trabajo escondido, e incluso ridículo, comparado con todo aquello que podemos "llegar a ser o hacer". Y así nos comparamos, queremos llegar a más, ser considerados... y, lo que no se ve, nos cansa, nos aburre o no nos interesa.

Sin embargo, Cristo te invita a que disfrutes del buzo que te toca llevar en clase o en el trabajo. Puede que tengas que mover los brazos del jefe o de un compañero para que "brillen" ellos, o hacer algo en lo que ni siquiera te verán ni valorarán "tus resultados", pero con Él todo es diferente.

Cristo tiene ese botón del ordenador que hace que veas todo lo maravilloso que hay detrás de cada trabajo, por pequeño que sea: es el botón del Amor, el botón que te va a plenificar. Ponerte el buzo para que se le vea a Él detrás de todo, para que todo cobre vida desde el Amor, desde cuidar los detalles pequeños, desde la sonrisa o el gesto de cariño hacia los demás "buzos verdes" con los que te encontrarás.

Hoy el reto del amor es que te pongas el buzo en la tarea escondida que tengas entre manos, que pongas Amor. Si te pones el buzo, no te importarán tus resultados hacia los demás, sino el haber sido instrumento que muestra el corazón de Cristo en lo que haces. Que hoy preparar la comida, conducir tu taxi, peinar cabezas, visitar enfermos... no sea como un día más. Que, cuando tenga que desaparecer tu buzo... sea Cristo el que brille.


VIVE DE CRISTO

Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?