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18/11/2018

Leitura espiritual

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LEGENDA MAIOR 

Vida de São Francisco de Assis

ALGUNS MILAGRES REALIZADOS APÔS A MORTE DE SÃO FRANCISCO

CAPÍTULO IV

MULHERES SOCORRIDAS NA HORA DO PARTO

1. Havia na Eslavônia certa condessa, ilustre por sua nobreza, muito devota de São Francisco e afeiçoada à Ordem franciscana.
Veio a hora de ela dar à luz e sentia tantas dores e angústias, que o nascimento da criança prenunciava já a morte da Mãe. Não era possível que a criança nascesse viva, salvando-se a Mãe. Era mais um perecer do que aparecer aquele parto.
Vieram-lhe então à memória e mais ainda ao coração a fama, a virtude e a glória de São Francisco.
Cresceu a sua confiança e aumentou a sua devoção. Recorreu ao auxilio eficaz, ao amigo fiel, ao consolo de seus devotos, ao refúgio dos aflitos e disse: “Glorioso São Francisco, à tua piedade recorro com todas as veras da alma e não consigo explicar o que desejo prometer-te”.
E com extraordinária prontidão, às últimas palavras daquela mulher, cessaram as dores e foram o princípio de um parto feliz. No mesmo instante acabaram-se as angústias e deu à luz sem nenhum sofrimento.
Mandou construir uma linda igreja com seu dinheiro e depois de construída cedeu-a aos Irmãos para honrar o santo.

2. Uma senhora chamada Beatriz que vivia perto de Roma estava às portas do esperado parto, mas a criança morrera no ventre materno havia alguns dias. Por isso se viu a infeliz atormentada por angústias mortais e dores intoleráveis.
O feto morto provocava a morte; sem ter visto a luz do dia, punha em risco a vida da Mãe.
Recorreu a vários médicos, mas não se encontrava remédio humano para ela. A infeliz mulher arcava com uma maldição pesada demais, devida ao pecado original: transformada em sepultura de seu filho, ela mesma estava certa de em breve parar na sepultura.
Por fim, pondo toda a sua esperança nos Irmãos menores, mandou pedir deles, com toda fé e humildade, uma relíquia de São Francisco. Conseguiram encontrar um pedacinho de corda que o santo durante certo tempo usou como cíngulo.
Mal colocaram sobre o corpo aquele pedacinho de corda, a mulher em trabalho de parto sentiu desaparecer toda dor, expeliu com extrema facilidade o feto morto e causa de morte, e recuperou a saúde.

3. A esposa de um cavaleiro de Calvi, chamada Juliana, vivia sempre triste e desconsolada ao ver que não conseguia nenhum filho, pois todos eles morriam pouco depois de nascidos.
Como estivesse já no quarto mês de gestação, começou a temer, pela experiência dos casos anteriores, que o seu futuro parto seria antes a morte e não o nascimento de um filho; mas com grande confiança suplicava a São Francisco pela vida daquela criança que ainda não nascera.
Sucedeu, porém, que estando dormindo certa noite, apareceu-lhe em sonhos uma mulher que trazia em suas mãos um menino muito lindo e o oferecia a ela com grandes mostras de prazer. Mas como ela se negasse a recebê-lo, por medo de perdê-lo logo, aquela mulher lhe acrescentou:
“Recebe-o sem medo porque, compadecido de tuas lágrimas, é o próprio São Francisco quem te envia este, e tem plena certeza que viver e gozar de perfeita saúde”.
Acordou Juliana naquele instante e pela visão celeste compreendeu que o bem-aventurado Francisco viera em seu auxílio.
Desde então, repleta de extraordinária alegria, multiplicou as suas orações e promessas pelo filho que esperava ter.
Chegou enfim o tempo do parto, e ela deu à luz um menino, que a seguir cresceu, cheio de força e juventude vigorosa, como se São Francisco lhe houvesse dado um reforço de saúde e foi para os pais motivo de devoção ainda mais sentida para com Cristo e o santo.
Prodígio análogo realizou São Francisco na cidade de Tivoli.
Uma mulher, Mãe de muitas filhas, era atormentada pelo desejo de ter um filho homem.
Voltou-se a São Francisco com orações e votos e obteve a graça, superior a todas as suas esperanças, de dar à luz dois gémeos.

4. Uma mulher de Viterbo, aproximando-se a hora do parto, estava para morrer, atormentada de dores nas vísceras, além de angustiada com o trabalho normal do parto.
Baldados todos os recursos da medicina, por causa de sua debilidade, invocou com grande fervor a São Francisco.
 No mesmo instante ficou livre de suas dores e deu à luz com felicidade.
Obteve a graça, mas esqueceu-se de agradecer, entregando-se no dia seguinte, festa do santo, a trabalhos servis.
De repente, o braço direito da mulher ficou rido e tolhido e ao tentar colocá-lo em movimento com o esquerdo também este ficou inflexível.
Atemorizada a mulher com esse castigo, repetiu o seu voto e pela segunda vez se consagrou ao misericordioso e humilde santo, obtendo, pelos méritos dele, recuperar o uso dos membros, que havia perdido pela ingratidão e irreverência.

5. Uma senhora de Arezzo durante sete dias se encontrava nas dores de um parto perigoso, e todos a supunham desenganada, pois o corpo já estava completamente negro.
Fez promessa a São Francisco e, estando para morrer, começou a invocar o nome do santo.
Assim que fez a sua promessa, adormeceu e viu em sonho ao bem-aventurado Francisco que lhe falava suavemente. Perguntava-lhe o santo se lhe reconhecia a fisionomia e se sabia recitar a salve-rainha. Respondeu-lhe a senhora que o reconhecia e sabia aquela oração. E o santo lhe disse:
“Começa a oração e, antes de terminá-la, terás dado à luz sem dificuldades. Enquanto suplicava “esses olhos misericordiosos a nós volvei” e mencionava “bendito fruto do vosso ventre”, a mulher, livre de toda angústia, deu à luz um menino.
Deu então graças à “Rainha, Mãe de misericórdia”, que pelos méritos de São Francisco tivera misericórdia com ela.

(cont

São Boaventura
Revisão da versão portuguesa por AMA

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