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15/11/2018

Leitura espiritual

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LEGENDA MAIOR 

Vida de São Francisco de Assis

ALGUNS MILAGRES REALIZADOS APÔS A MORTE DE SÃO FRANCISCO

O PODER DOS ESTIGMAS

CAPÍTULO III

ALGUNS QUE SÃO FRANCISCO SALVOU DO PERIGO DA MORTE

3. Alguns jovens de Celano tinham ido cortar pasto num campo, onde havia um velho poço cuja boca estava coberta de mato abundante. Tinha mais ou menos quatro metros de profundidade.
Andavam trabalhando separadamente pelo campo, quando um deles repentinamente caiu no poço.
Mas enquanto seu corpo descia àquelas profundezas, o seu espírito subia invocando a protecção de São Francisco. E já ao sair gritava: “São Francisco, socorro!”
Todos os outros, não o vendo mais, começaram a procurá-lo por toda parte, gritando e chorando. Quando descobriram que ele havia caído no poço, correram a comunicar o acidente e pedir socorro. E voltaram com muita gente.
Um homem desceu ao fundo do poço atado com uma corda e viu o jovem sentado tranquilamente sobre as águas, sem o menor ferimento.
Tirado com grande facilidade daquele lugar, disse aos circunstantes: “Quando caí tão inesperadamente, invoquei o auxilio de São Francisco, o qual logo me apareceu em pessoa e, estendendo a mão, tomou-me com grande cuidado e não me abandonou até que juntamente convosco me tirou do poço”.

4. Na igreja de São Francisco de Assis, enquanto o bispo de Óstia, que seria mais tarde Alexandre IV, estava pregando diante da Cúria Romana, uma grande pedra, deixada por descuido no púlpito que era muito alto, desprendeu-se repentinamente e caiu em cima da cabeça de uma senhora.
Julgando os presentes que ela estava morta por causa da violência da pancada e que tinha a cabeça esmagada, cobriram-na com o manto que ela levava, dispostos a levar para fora da igreja aquele cadáver, logo que terminasse o sermão.
Entretanto, ela se encomendava a São Francisco, diante de cujo altar se encontrava. E quando terminou a pregação, a mulher levantou-se em presença de todos sã e salva, não se encontrando nela nenhum sinal de lesão física.
E o mais curioso é que as dores de cabeça contínuas de que sofria até então cessaram definitivamente, como ela mais tarde atestou.

5. Em Corneto, estavam reunidas diversas pessoas devotas num lugar próximo ao convento dos Irmãos para presenciar a fundição de um sino, e um menino de oito anos, chamado Bartolomeu, ocupava-se em levar material aos Irmãos que trabalhavam.
Levantou-se um furacão que fez tremer a casa e arremessou com tanta força uma das pesadas portas sobre a criança que, vendo-a debaixo daquele enorme peso, todos a julgavam morta, pois não aparecia dela nenhuma parte do corpo oculto atrás daquela carga pesadíssima.
Acorreram todos para socorrê-la, invocando ao mesmo tempo a poderosa intercessão de São Francisco.
O próprio pai da criança, que por ter os membros tolhidos não podia mover-se por causa da dor, oferecia em altas vozes o seu filho a São Francisco, fazendo-lhe várias promessas.
Removeram, por fim, não sem grande labuta, a pesada porta que esmagava o menino E para admiração de todos, lá estava o pequeno, muito alegre, como se houvesse despertado de um suave sono, sem apresentar nó corpo a menor lesão.
Aos catorze anos, o menino miraculado entrou na Ordem e foi homem de grande saber e pregador eloquente.

6. Em Lentino, alguns homens cortaram no monte uma grande pedra que devia ser colocada sobre o altar de uma igreja dedicada a São Francisco e que em breve seria consagrada.
Uns quarenta homens procuraram colocar a pesada pedra numa carroça para transportá-la ao lugar apropriado. Infelizmente, depois de tantos esforços, caiu a pedra sobre um dos homens que ficou debaixo daquele enorme peso.
Perplexos e totalmente confusos, não sabiam os trabalhadores o que fazer.
E a maior parte fugiu desesperada.
Só dez tiveram coragem de ali permanecer e com voz lastimosa invocaram a protecção de Francisco, rogando-lhe que se compadecesse da desgraça daquele homem que trabalhava para honra dele.
Animados e confiantes, removeram com tanta facilidade a pedra, que logo se percebeu que ali interviera a virtude milagrosa do santo.
Logo se levantou aquele homem sem nenhum dano físico. Aliás, até mesmo recuperou uma das vistas, que antes estava quase cega.
Manifestou-se assim claramente que a intercessão de São Francisco é eficaz ainda mesmo nos casos mais desesperados.

7. Em São Severino, povoado da Marca de ocorreu prodígio semelhante.
Levavam muitos homens uma grande pedra trazida de Constantinopla para a basílica de São Francisco, com grande esforço físico, quando ela caiu sobre um dos homens.
Tão violento foi o golpe, que os companheiros pensaram que ele tivesse sido esmagado e morto.
Mas, por favor do bem-aventurado Francisco, que o livrou daquele enorme peso, saiu são e sem a mínima lesão corporal.

8. Bartolomeu, cidadão de Gaeta, trabalhava com multo empenho na construção de uma igreja em honra de São Francisco, quando desgraçadamente lhe caiu no pescoço uma grande viga mal colocada; esmagando-o e deixando-o gravemente ferido.
Sabendo estar iminente a morte e sendo homem fiel e de grande piedade, pediu a um Irmão que lhe administrasse o santo viático.
Mas, parecendo ao Irmão que a urgência do caso não dava tempo para isso, pois pensava estar bem perto a morte, aproximou-se do enfermo e lhe sugeriu estas palavras de Santo Agostinho: “Crê e já comungaste”.
Essa noite, apareceu-lhe São Francisco com outros Irmãos, trazendo um cordeirinho nos braços.
Colocou-o junto ao doente, chamou-o pelo seu nome dizendo: “Bartolomeu, não temas, porque não poder prevalecer contra ti o inimigo que pretendia inutilizar-te em meu serviço. Este é o Cordeiro que pedias e recebes pelo teu bom desejo e que por sua virtude te concede a saúde do corpo e a da alma”. E tomando o ferido com suas mãos chagadas, o conduziu são e salvo ao trabalho onde antes estava ocupado.
Bartolomeu levantou-se muito cedo e aparecendo alegre e são aos que pouco antes o haviam visto meio morto, encheu-os de espanto e admiração, inflamando os seus corações em reverência e amor ao seráfico Pai, não só com seu exemplo, mas também com o milagre do santo que acabavam de presenciar.

(cont

São Boaventura
Revisão da versão portuguesa por AMA

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