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12/07/2018

Temas para reflectir e meditar


Solidariedade e indiferença para com o próximo

Dois temas opostos, antagónicos que coexistem na sociedade.

O Evangelho dá-nos abundantes exemplos, mas, vou referir apenas dois para melhor ilustrar o que direi em seguida.

Em São Lucas 5, 17 narra-se uma atitude espantosa de solidariedade humana:
«Apareceram uns homens que traziam um paralítico num catre e procuravam fazê-lo entrar e colocá-lo diante dele. Não achando por onde introduzi-lo, devido à multidão, subiram ao tecto e, através das telhas, desceram-no com a enxerga, para o meio, em frente de Jesus».

Disse “espantosa” porque, na verdade causou o espanto de quantos a presenciaram.
Aqueles homens não se deixaram vencer pelas dificuldades queriam levar o amigo a Jesus e encontraram o meio de o fazer. Sem receio das críticas ou do insólito da solução encontrada: cumpriram o que se tinham proposto fazer.

Depois, em São João 5, encontramos exactamente o oposto: a indiferença mais agreste e inaceitável;

«Estava ali um homem que padecia da sua doença há trinta e oito anos. Jesus, ao vê-lo prostrado e sabendo que já levava muito tempo assim, disse-lhe: «Queres ficar são?» Respondeu-lhe o doente: «Senhor, não tenho ninguém que me meta na piscina quando se agita a água, pois, enquanto eu vou, algum outro desce antes de mim».

Trinta anos!
Em trinta anos quantos milhares de pessoas não terão passado por aquele pobre homem sem se deterem um segundo sequer para inquirir da sua necessidade!

E, no entanto, o que será mais fácil:

Atirar com um paralítico para dentro da água de uma piscina ou subir ao telhado, transportando o catre onde o amigo jazia, retirar as telhas e desce-lo com umas cordas para o lugar onde estava Jesus?

Talvez tenhamos de ler o texto outra vez para reter bem as duas situações porque, num exame sério e coerente, talvez encontremos algum paralelo com atitudes que já tomámos.

AMA, reflexões, 15.01.2018