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31/01/2018

Servir o Senhor no mundo

Repara bem: há muitos homens e mulheres no mundo, e nem a um só deles o Mestre deixa de chamar. Chama-os a uma vida cristã, a uma vida de santidade, a uma vida de eleição, a uma vida eterna. (Forja, 13)


Permiti-me que volte de novo à naturalidade, à simplicidade da vida de Jesus, que já vos tenho feito considerar tantas vezes. Esses anos ocultos do Senhor não são coisa sem significado, nem uma simples preparação dos anos que viriam depois, os da sua vida púbica. Desde 1928 compreendi claramente que Deus deseja que os cristãos tomem exemplo de toda a vida do Senhor. Entendi especialmente a sua vida escondida, a sua vida de trabalho corrente no meio dos homens: o Senhor quer que muitas almas encontrem o seu caminho nos anos de vida calada e sem brilho. Obedecer à vontade de Deus, portanto, é sempre sair do nosso egoísmo; mas não tem por que se traduzir no afastamento das circunstâncias ordinárias da vida dos homens, iguais a nós pelo seu estado, pela sua profissão, pela sua situação na sociedade.


Sonho – e o sonho já se tornou realidade – com multidões de filhos de Deus santificando-se na sua vida de cidadãos correntes, compartilhando ideais, anseios e esforços com as outras pessoas. Preciso de lhes gritar esta verdade divina: se permaneceis no meio do mundo, não é porque Deus se tenha esquecido de vós; não é porque o Senhor vos não tenha chamado; convidou-vos a permanecer nas actividades e nas ansiedades da Terra, porque vos fez saber que a vossa vocação humana, a vossa profissão, as vossas qualidades não só não são alheias aos seus desígnios divinos, mas que Ele as santificou como oferenda gratíssima ao Pai! (Cristo que passa, 20)

Temas para reflectir e meditar

Vontade de Deus


A Minha vontade não quer mais que o vosso bem, e quanto dou ou permito, permito-o e dou-o para que consigais o vosso fim, para o qual vos criei.


(SANTA CATARINA DE SENA, El Diálogo, Rialp Madrid 1956.2.14 49 50 trad AMA),



Evangelho e comentário

Tempo Comum


Evangelho: Mc 6, 1-6

1 E partiu dali. Foi para a sua terra, e os discípulos seguiam-no. 2 Chegado o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes enchiam-se de espanto e diziam: «De onde é que isto lhe vem e que sabedoria é esta que lhe foi dada? Como se operam tão grandes milagres por suas mãos? 3 Não é Ele o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?» E isto parecia-lhes escandaloso. 4 Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e em sua casa.» 5 E não pôde fazer ali milagre algum. Apenas curou alguns enfermos, impondo-lhes as mãos. 6 Estava admirado com a falta de fé daquela gente. Jesus percorria as aldeias vizinhas a ensinar.

Comentário:

São Marcos diz expressamente que Jesus se admirava com a incredulidade dos Seus conterrâneos, não obstante ter por certo que "um profeta não tem crédito na sua terra".

As pessoas preconceituosas têm este costume reprovável: mais facilmente dão crédito a um estranho que a alguém conhecido!

Porquê?

Porque vêm nesse alguém incapaz de outra coisa que não seja a ideia que fazem dele: um carpinteiro, na sua opinião, só terá aptidões de carpinteiro...


(AMA, comentário sobre Mc 6, 1-6, 05.07.2015)







Leitura espiritual

Jesus Cristo o Santo de Deus

CAPÍTULO V

O SUBLIME CONHECIMENTO DE CRISTO


3.   «A fé termina nas coisas»
…/2

Devemos passar da atenção à essência da pessoa, para a atenção à existência da pessoa de Cristo.
Eis como um filósofo contemporâneo descreveu aquilo que produz a descoberta improvisada da existência das coisas:
«Eu estava – escreve ele – num jardim público. As raízes do castanheiro aprofundavam-se na terra, mesmo debaixo do meu assento. Não me lembrava já que eram raízes.
As palavras tinham desaparecido e, com elas, o significado das coisas, os modos do seu uso, os ténues sinais de distinção que os homens gravaram sobre a sua superfície.
Estava sentado, um pouco curvado, com a cabeça inclinada para o chão, sozinho diante daquela massa enorme, nodosa e tão feia que me causava medo. E depois aquele lampejo de iluminação. Fiquei sem respiração.
Nunca, até então, eu tinha pressentido o significa “existir”, afinal era como os outros, como aqueles que passeavam na praia do mar, vestidos de festa.
Também eu dizia como eles:
«O mar é verde; aquele ponto branco acolá é uma gaivota»; mas eu não sentia que isso existia, que a gaivota era uma gaivota existente»; habitualmente a existência esconde-se.
Mas ela está aqui, junto de nós, não se podem dizer duas palavras sem falar dela e, afinal, não a apalpamos.
Quando eu julgava que pensava nela, evidentemente não pensava em nada, tinha a cabeça vazia, ou tinha na cabeça somente uma palavra, apalavra “existir”…E depois, de repente, eis que estava ali, límpida coo o dia: a existência tinha-se improvisadamente revelado» [i]

Para se conhecer Cristo em pessoa, Ele mesmo, “em carne e osso”, é preciso passar por uma experiência semelhante.
Temos que nos aperceber que Ele existe.
Isto, de facto, não é possível somente em relação às raízes de um castanheiro, ou seja, com qualquer coisa que se vê e se apalpa, mas, pela fé, também com as coisas que não se vêm e com o próprio Deus.
Foi assim que numa noite o crente B. Pascal descobriu o Deus vivo de Abraão e O recordou, com breves e inflamadas frases de exclamação:
«Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacob, não dos filósofos e dos eruditos.
Ele não Se encontra senão através do Evangelho.
Certeza. Sentimento. Alegria. Paz.
Esquecimento do mundo e de tudo, excepto de Deus» [ii]

Naquela noite, Deus tinha-Se tornado para ele “realidade activa”.
Uma pessoa “que respira”, como lhe chama P. Claudel.

4.   O Nome e o Coração de Jesus            

Como é possível fazer uma experiência deste tipo?

Depois de, durante muito tempo e com todos os métodos, ter procurado atingir o ser das coisas e de lhes arrancar, por assim dizer, o seu mistério, uma corrente de filosofia existencial teve que se render e reconhecer (aproximando-se assim sem o saber do conceito cristão de graça) que a única maneira, para que tal possa acontecer, é que o próprio ser se revele e venha por sua iniciativa, ao encontro do homem.
E o lugar onde isto pode acontecer é na linguagem, que é uma espécie de “casa do ser”.
Ora, isto é verdade certamente, se, por “ser”, entendemos dizer o Ser (Deus, ou Cristo ressuscitado) e por “linguagem” entendemos dizer a palavra ou o kerigma.
Cristo ressuscitado em pessoa revela-Se-nos e nós podemos encontrá-Lo pessoalmente na Sua palavra.
Esta é verdadeiramente a Sua “casa”, cuja porta é aberta pelo Espírito Santo aos que a ela batem.

No Apocalipse, Ele vai ao encontro da Igreja, dizendo:
«Eu sou o Primeiro e o Último e o que vive. Eu estive morto, mas agora estou vivo» [iii] .
Ressoam também agora, depois que morreu e ressuscitou, aquelas palavras de Cristo:
«Eu Sou!»
Quando Deus Se a presentou a Moisés com estas palavras, o seu significado parece ter sido: «Eu estou», ou seja, existo para vós; não sou mais um dos muitos deuses ou ídolos que têm boca, mas não falam, que têm olhos, mas não vêm. Eu existo verdadeiramente.
Jesus Cristo diz o mesmo agora.

Pudéssemos nós aperceber-nos disto e fazer esta experiência como afez S. Paulo:
«Quem és Tu, Senhor? Eu sou Jesus»!
Então a nossa fé mudaria e tornar-se-ia contagiosa.
Descalçaríamos as sandálias, como fez Moisés naquele dia, e diríamos como Job:
«Eu conhecia-te por ter ouvido falar de Ti, mas agora os meus olhos vêm-Te» [iv].
Também nós ficaríamos sem respiração!

Tudo isto é possível
Não se trata de exaltação mística já que se fundamenta sobre um dado objectivo que é a promessa de Cristo:
«Ainda um pouco – dizia Jesus aos discípulos na Última Ceia – e o mundo não Me verá mais. Vós, porém, ver-me-eis, porque Eu vivo e vós vivereis» [v].
Depois da Sua ressurreição e ascensão ao Céu – porque é a este tempo que Jesus Se refere – os discípulos verão Jesus com uma visão nova, espiritual e interior, mediante a fé, mas de tal modo real que Jesus pôde dizer simplesmente:
«Vós ver-Me-eis».
E a explicação de tudo isto é que Ele «vive».


(cont)
rainiero cantalamessa, Pregador da Casa Pontifícia.





[i] J. P. Sartre, A náusea
[ii] B. Pascal, «Memorial», in Pensamentos, Apêndice
[iii] Ap1,18
[iv] Job 42,5
[v] Jo14,19

Perguntas e respostas

A CLONAGEM


A. O QUE É A CLONAGEM?


3. O que é a clonagem humana terapêutica?


Chama-se terapêutica a uma clonagem por transplante nuclear que procura curar uma doença.

A ideia é criar um clone, tomar dele o que se necessite e matá-lo.

Veja-se o final do tema células mãe.

Pequena agenda do cristão

Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?







30/01/2018

Os filhos de Deus têm de ser contemplativos

Nunca compartilharei a opinião – ainda que a respeite – dos que separam a oração da vida activa, como se fossem incompatíveis. Os filhos de Deus têm de ser contemplativos: pessoas que, no meio do fragor da multidão, sabem encontrar o silêncio da alma em colóquio permanente com Nosso Senhor: e olhá-lo como se olha um Pai, como se olha um Amigo, a quem se quer com loucura. (Forja, 738)


Não duvideis, meus filhos: qualquer forma de evasão das honestas realidades diárias é, para vós, homens e mulheres do mundo, coisa oposta à vontade de Deus.

Pelo contrário, deveis compreender agora – com uma nova clareza – que Deus vos chama a servi-Lo em e a partir das ocupações civis, materiais, seculares da vida humana: Deus espera-nos todos os dias no laboratório, no bloco operatório, no quartel, na cátedra universitária, na fábrica, na oficina, no campo, no lar e em todo o imenso panorama do trabalho. Ficai a saber: escondido nas situações mais comuns há um quê de santo, de divino, que toca a cada um de vós descobrir.

Eu costumava dizer àqueles universitários e àqueles operários que vinham ter comigo por volta de 1930 que tinham que saber materializar a vida espiritual. Queria afastá-los assim da tentação, tão frequente então como agora, de viver uma vida dupla: a vida interior, a vida de relação com Deus, por um lado; e por outro, diferente e separada, a vida familiar, profissional e social, cheia de pequenas realidades terrenas.

Não, meus filhos! Não pode haver uma vida dupla; se queremos ser cristãos, não podemos ser esquizofrénicos. Há uma única vida, feita de carne e espírito, e essa é que tem de ser – na alma e no corpo – santa e cheia de Deus, deste Deus invisível que encontramos nas coisas mais visíveis e materiais.


Não há outro caminho, meus filhos: ou sabemos encontrar Nosso Senhor na nossa vida corrente ou nunca O encontraremos Por isso posso dizer-vos que a nossa época precisa de restituir à matéria e às situações que parecem mais vulgares o seu sentido nobre e original, colocá-las ao serviço do Reino de Deus, espiritualizá-las, fazendo delas o meio e a ocasião do nosso encontro permanente com Jesus Cristo. (Temas Actuais do Cristianismo, n. 114)

Temas para reflectir e meditar

Virgindade

Não obstante ter renunciado à fecundidade física, a pessoa virgem torna-se espiritualmente fecunda, pai e mãe de muitos, cooperando para a realização da família segundo o desígnio de Deus.

Os esposos cristãos têm, pois, o direito de esperar das pessoas virgens o bom exemplo e o testemunho da fidelidade à sua vocação até à morte.

Assim como para os esposos a fidelidade se torna por vezes difícil e exige sacrifício, mortificação e renúncia de si, assim também pode acontecer ás pessoas virgens.

A fidelidade destas inclusive perante eventuais provas, deve edificar a fidelidade daqueles.


SÃO JOÃO PAULO II, Exort. Apost. Familiaris Consortio 1981.11.22 nr. 16.



Evangelho e comentário

Tempo Comum


Evangelho: Mc 5, 21-43

21 Depois de Jesus ter atravessado, no barco, para a outra margem, reuniu-se uma grande multidão junto dele, que continuava à beira-mar. 22 Chegou, então, um dos chefes da sinagoga, de nome Jairo, e, ao vê-lo, prostrou-se a seus pés 23 e suplicou instantemente: «A minha filha está a morrer; vem impor-lhe as mãos para que se salve e viva.» 24 Jesus partiu com ele, seguido por numerosa multidão, que o apertava. 25 Certa mulher, vítima de um fluxo de sangue havia doze anos, 26 que sofrera muito nas mãos de muitos médicos e gastara todos os seus bens sem encontrar nenhum alívio, antes piorava cada vez mais, 27 tendo ouvido falar de Jesus, veio por entre a multidão e tocou-lhe, por detrás, nas vestes, 28 pois dizia: «Se ao menos tocar nem que seja as suas vestes, ficarei curada.» 29 De facto, no mesmo instante se estancou o fluxo de sangue, e sentiu no corpo que estava curada do seu mal. 30 Imediatamente Jesus, sentindo que saíra dele uma força, voltou-se para a multidão e perguntou: «Quem tocou as minhas vestes?» 31 Os discípulos responderam: «Vês que a multidão te comprime de todos os lados, e ainda perguntas: ‘Quem me tocou?’» 32 Mas Ele continuava a olhar em volta, para ver aquela que tinha feito isso. 33 Então, a mulher, cheia de medo e a tremer, sabendo o que lhe tinha acontecido, foi prostrar-se diante dele e disse toda a verdade. 34 Disse-lhe Ele: «Filha, a tua fé salvou-te; vai em paz e sê curada do teu mal.» 35 Ainda Ele estava a falar, quando, da casa do chefe da sinagoga, vieram dizer: «A tua filha morreu; de que serve agora incomodares o Mestre?» 36 Mas Jesus, que surpreendera as palavras proferidas, disse ao chefe da sinagoga: «Não tenhas receio; crê somente.» 37 E não deixou que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. 38 Ao chegar a casa do chefe da sinagoga, encontrou grande alvoroço e gente a chorar e a gritar. 39 Entrando, disse-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu, está a dormir.» 40 Mas faziam troça dele. Jesus pôs fora aquela gente e, levando consigo apenas o pai, a mãe da menina e os que vinham com Ele, entrou onde ela jazia. 41 Tomando-lhe a mão, disse: «Talitha qûm!», isto é, «Menina, sou Eu que te digo: levanta-te!» 42 E logo a menina se ergueu e começou a andar, pois tinha doze anos. Todos ficaram assombrados. 43 Recomendou-lhes vivamente que ninguém soubesse do sucedido e mandou dar de comer à menina.

Comentário:

Parece-me que a intenção da Liturgia ao propor estes versículos do Capítulo 5 do Evangelho escrito por São Marcos é clara:

Dar-nos uma ideia – embora sempre aproximada - do que era um dia de Jesus.

Dois milagres portentosos, os detalhes de como se realizaram, as consequências, ou melhor, os efeitos que tiveram nos que os constataram.

Cristo não faz milagres adrede, mas para confirmar na Fé os que O seguem. Alguns são espectaculares - como por exemplo a multiplicações de pães e peixes – outros só perceptíveis pelos mais atentos:

«Quem tocou as minhas vestes?» 31 Os discípulos responderam: «Vês que a multidão te comprime de todos os lados, e ainda perguntas: ‘Quem me tocou?’»

Também a nós o Senhor nos pergunta muitas vezes porque não O tocamos, ou melhor, porque não O recebemos em Corpo, Alma e Divindade na Hóstia Consagrada.

Haverá milhões de pessoas a comungar cada dia, mas, para Cristo, cada uma é individual, única como a nossa, por exemplo.

Portanto que preparação, entusiasmo, respeito e fé devemos ter ao aproximar-nos da Sagrada Comunhão!

(AMA, comentário sobre Mc 5, 21-43, 31.01.2017)







Leitura espiritual

CAPÍTULO V
  
O SUBLIME CONHECIMENTO DE CRISTO


3.   «A fé termina nas coisas»

Revitalizar o dogma que fala de Jesus como “uma pessoa” significa passar da consideração da essência da pessoa para a sua existência, isto é, aperceber-se que Jesus Ressuscitado é uma pessoa viva que está à minha frente, que me chama pelo nome, do mesmo modo que chamou Saulo.
É preciso que, também no âmbito da fé, levemos a efeito o programa, tão querido do filósofo Husserl e de toda a fenomenologia, de se “ir às coisas”; é preciso ultrapassar os conceitos, as palavras, os enunciações de fé, para atingir as realidades da fé tais como elas são.
Neste caso a realidade da fé é Cristo Jesus ressuscitado e vivente.
“A fé não acaba nos enunciados, mas sim nas coisas”, disse S. Tomás [i] .
Não nos podemos contentar com o acreditar na fórmula “uma pessoa”, devemos atingir essa pessoa e, em certo sentido, tocar-lhe.

Existe um conhecimento que é experiência, isto é, o de alguém que provou e tocou,
Dela fala S. Paulo quando diz: «Para que eu O possa conhecer a Ele…»
Aqui a palavra “conhecer” é muito evidente, pois segundo a linguagem bíblica significa “possuir”.
Não conhecer através de conceitos, mas de modo directo e imediato.
Falando de Jesus ressuscitado, Stº Agostinho diz:
«Se alguém O não puder tocar quando está sobre a terra, que, de entre os mortais, poderá tocar-Lhe, quando estiver no Céu? Pois bem, esse toque [ii] representa a fé! Toca em Cristo aquele que crê em Cristo [iii]»
Sucede, no conhecimento de fé, que, às vezes por instantes o nosso espírito fica “deslumbrado pelo esplendor da verdade como se fosse um relâmpago” e, então, estabelece-se “uma espécie de contacto espiritual” (quidam spirittatis contactus) com a realidade em que se crê [iv].

Não se trata de uma coisa que está longe de ti; não está nem no céu nem para além do mar, mas no teu próprio coração e falta somente sabê-la reconhecer.
Houve porventura um momento da tua vida em que Cristo se apresentou ao teu olhar interior em toda a Sua majestade, doçura e beleza, e em que, como o Apóstolo, te sentiste também tu «conquistado por Cristo»? [v]
Terá sido um momento, talvez breve, em que o mistério de Jesus e do Seu corpo místico te fascinou de tal maneira que desejaste “dissolver-te para estares com Cristo” e conhecê-Lo como Ele é?
Terá sido um momento – talvez nos teus anos de juventude – em que, por um instante, te foi manifestada claramente a “verdade” de Cristo, tanto que, por ela, poderias ter resistido ao mundo inteiro?
A verdade das profecias, a verdade dos evangelhos, a verdade de tudo quanto diz respeito a Cristo?
Pois foi esse o sublime conhecimento de Cristo, operado em ti pelo Espírito Santo.

A fé termina assim verdadeiramente nas “coisas”.
Tanto o Oriente como o Ocidente concordam em afirmar este tipo de conhecimento que atinge a realidade final.
«o nosso conhecimento das coisas – diz Cabasillas – é duplo: aquele que se pode adquirir ouvindo, e o que se ganha por experiência directa.
No primeiro não tocamos a coisa, mas vêmo-la nas palavras como numa imagem, embora não seja uma imagem exacta da sua forma.
De facto, entre as coisas existentes, não é possível encontrar uma única que seja em tudo semelhante a outra e que, sendo usada como modelo, seja suficiente para o conhecimento da primeira.
Conhecer por experiência, pelo contrário, significa atingir a coisa em si: então aqui a forma imprime-se na alma e suscita o desejo como um vestígio proporcionado à sua beleza,
Mas quando somos privados da ideia própria do objecto e recebemos dele uma imagem débil e obscura, extraída das suas relações com os outros objectos, o nosso desejo torna-se proporcional a esta imagem, e então não o amamos como devemos e não temos por ele os mesmos sentimentos que ele poderia suscitar, porque não lhe saboreámos a forma.
Do mesmo modo que as formas diversas das diferentes essências, imprimindo-se na alma, a configuram de maneira diferente, assim sucede com o amor.
Portanto, quando o amor do Salvador não deixa vislumbrar em nós nada de extraordinário e para além da natureza, é sinal evidente que encontrámos somente vozes que falam d’Ele; mas como é possível conhecer bem por este meio Aquele a Quem nada se assemelha, Aquele que nada tem de comum com os outros, ao Qual nada pode ser comparado e a nada pode comparar-Se?
Como conhecer a Sua beleza e amá-lO de modo digno da Sua beleza?
Aqueles aos quais foi dado um tal ardor que fora levados para fora da própria natureza e induzidos a desejar e a poder realizar obras maiores do que as dos homens vulgares podem conceber, esses foram feridos directamente pelo Esposo, foi Ele que lhes infundiu no olhar um raio da Sua beleza: o tamanho de ferida indica a flecha, o ardor revela aquele que feriu» [vi].

Quando o amor do Salvador não deixa vislumbrar em nós nada de extraordinário, é sinal que encontrámos somente vozes que falam d’Ele, Não a Ele!

Mas como poeremos restituir à nossa fé, tornada árida pelas fórmulas, este realismo que foi a fonte da Sua força nos Padres e nos Santos?
As fórmulas, os conceitos, as palavras ganharam tanta importância que se transformaram frequentemente num tremendo “isolador” que encobre as realidades e impede que elas nos sacudam.
Do mesmo modo que, na Eucaristia, os sinais visíveis – o pão e o vinho - se desfazem de si, se põem de lado, por assim dizer, e se reduzem a meros sinais, para dar lugar à realidade do Corpo e do Sangue de Cristo que devem transmitir, assim também, ao falarem de Deus, as palavras devem ser sinais humildes, preocupadas em afirmar as realidades e as verdades vivas que contém e depois pôr-se de lado.
Só assim as palavras de Cristo podem revelar-se por aquilo que são, isto é, «Espírito e vida» [vii].


(cont)
rainiero cantalamessa, Pregador da Casa Pontifícia.





[i] S. Tomás de Aquino, S. Th. II, ad 2 e, q. 1, a. 2
[ii] Cfr. Jo 20,17
[iii] Stº Agostinho, Sermo 243,1-2 (PI. 38,1144
[iv] Stº Agostinho, Sermo 52,6-16 (PI. 38,360
[v] Fl 3,12
[vi] N. Cabsillas, Vida em Cristo, II, 8 (PG 150,552 ss
[vii] Cfr. Jo 6,63

Doutrina – 397

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO TERCEIRO

CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA

A Igreja é una, santa, católica e apostólica

175. Em que consiste a missão dos Apóstolos?



A palavra Apóstolo significa enviado. Jesus, o Enviado do Pai, chamou a Si doze entre os Seus discípulos e constituiu-os como seus Apóstolos, fazendo deles testemunhas escolhidas da sua ressurreição e fundamentos da sua Igreja. Deu-lhes o mandato de continuarem a sua missão, dizendo: «Como o Pai me enviou, assim também Eu vos envio a vós» (Jo 20,21). E prometeu estar com eles até ao fim do mundo.

Hoy el reto del amor es que vayas a una Eucaristía

HOY EL MOMENTO MÁS FELIZ DE TU VIDA  

Una persona nos compartía que un estudio realizado entre personas mayores de 50 años encontró que el 90% de los entrevistados recuerda su Primera Comunión como uno de los momentos más importantes de su vida. Y es que es un día de nervios, de emoción... que nunca se olvida. Empieza una nueva etapa, y el niño es consciente de ello. Hasta ahora te llevan tus padres a catequesis, a hacer la Primera Comunión, pero, desde ese momento, es Jesús el que va a ti, el que empieza una historia más personal e íntima contigo. ¡Es Él en ti!

A lo largo de esta semana, muchas familias, sacerdotes y niños nos han escrito pidiendo oración por las Primeras Comuniones que tendrán lugar este fin de semana. 

La Primera Comunión... ¿Uno de los momentos más importantes? ¿O el más importante?

Seguro que pensarás:
-Nooo, el día más importante fue cuando me casé, cuando nació mi hijo, cuando me gradué, cuando...

Sin embargo, es Cristo el que hace que todo esto tenga sentido, pues Él en ti lo cambia todo. La soledad es habitada, tus miedos son vencidos, tu corazón se ensancha, tus alegrías son compartidas, el abrazo que necesitabas se te da, tus descisiones son iluminadas... y todo lo demás se llena de plenitud.

¿Y si hoy vuelves a ser niño? ¿Y si dejas que sea el momento más feliz de tu vida hoy y cada día? Aparca la razón, deja que lata el corazón de niño que tienes dentro y acércate a recibir a Jesús como la primera vez. Pídele esa ilusión, sentirle fuerte dentro de ti, experimentarle.

Hoy el reto del amor es que vayas a una Eucaristía y, cuando recibas a Jesús, quédate un rato con Él en silencio. No pasa nada si se vacía la iglesia, tú permanece con Él. Y si no puedes recibirle, para de igual manera delante de un Sagrario y, antes de hablarle, dile cuánto desearías tenerle dentro de ti. ¡Es el momento más feliz de tu vida! ¿Y mañana? ¡También! Y si tienes un rato, desempolva tus fotografías de ese día y comparte con alguien lo que viviste.

Oramos por todos los niños que hacen la Primera Comunión este año: nunca os separéis de Jesús, que siempre sea vuestro mejor amigo.


VIVE DE CRISTO

Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?