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03/04/2017

Fátima: Centenário - Poemas

SANTA VIRGEM DAS VIRGENS

Oh! Virgem das Virgens quem não há-de
Exaltar as mil graças preciosas?!
É Mãe de Deus, Rainha de bondade,
A mais santa das mães e das esposas!

Cecília, Inês…, ó almas generosas
Que amastes tanto a flor da virgindade,
Sois a coroa de cecéns e rosas
Que exorna a Virgem-Mãe na eternidade!

De lava infecta um rio inunda a terra
E almas e corpos em vil lodo encerra…
Quem nos poupa ao dilúvio universal?

- É só a bela grei das almas puras.
Glória à Virgem que alcança nas alturas
Triunfo eterno sobre o rei do mal!...

Visconde de Montelo, Paráfrase da Ladainha Lauretana, 1956 [i]



[i] Cónego Manuel Nunes Formigão
1883 - Manuel Nunes Formigão nasce em Tomar, a 1 de Janeiro. 1908 - É ordenado presbítero a 4 de Abril em Roma. 1909 - É laureado em Teologia e Direito Canónico pela Universidade Gregoriana de Roma. 1909 - No Santuário de Lourdes, compromete-se a divulgar a devoção mariana em Portugal. 1917 - Nossa Senhora aceita o seu compromisso e ele entrega-se à causa de Fátima. 1917 / 1919 - Interroga, acompanha e apoia com carinho os Pastorinhos. - Jacinta deixa-lhe uma mensagem de Nossa senhora, ao morrer. 1921 - Escreve o livro: "Os Episódios Maravilhosos de Fátima". 1922 - Integra a comissão do processo canónico de investigação às aparições. 1922 - Colabora e põe de pé o periódico "Voz de Fátima". 1924 - A sua experiência de servita de Nossa Senhora em Lurdes, leva-o a implementar idêntica actividade em Fátima. 1928 - Escreve a obra mais importante: "As Grandes Maravilhas de Fátima". 1928 - Assiste à primeira profissão religiosa da Irmã Lúcia, em Tuy. Ela comunica-lhe a devoção dos primeiros sábados e pede-lhe que a divulgue. 1930 - Escreve "Fátima, o Paraíso na Terra". 1931 - Escreve "A Pérola de Portugal". 1936 - Escreve " Fé e Pátria". 1937 - Funda a revista "Stella". 1940 - Funda o jornal "Mensageiro de Bragança". 1943 - Funda o Almanaque de Nossa Senhora de Fátima. 1954 – Muda-se para Fátima a pedido do bispo de Leiria-Fátima 1956 - Escreve sonetos compilados na "Ladainha Lauretana". 1958 – Morre em Fátima. 06/01/1926 - Funda a congregação das Religiosas Reparadoras de Nossa Senhora das Dores de Fátima. 11/04/1949 – A congregação por ele fundada é reconhecida por direito diocesano. 22/08/1949 – Primeiras profissões canónicas das Religiosas. 16/11/2000 - A Conferência Episcopal Portuguesa concede a anuência por unanimidade, para a introdução da causa de beatificação e canonização deste apóstolo de Fátima. 15/09/2001 - Festa de Nossa Senhora das Dores, padroeira da congregação - É oficialmente aberto o processo de canonização do padre Formigão. 16/04/2005 – É oficialmente encerrado e lacrado o processso de canonização do padre Formigão.
Fátima, 28 Jan 2017 (Ecclesia) – Decorreu hoje a cerimónia de trasladação dos restos mortais do padre Manuel Nunes Formigão, conhecido como 'o apóstolo de Fátima, do cemitério local para um mausoléu construído na Casa de Nossa Senhora das Dores.
A celebração de trasladação deste sacerdote e servo de Deus começou com uma concentração, rua Francisco Marto, 203, com centenas de pessoas, seguida de saída para o cemitério da Freguesia de Fátima.
Na eucaristia inserida neste evento, na Basílica da Santíssima Trindade, do Santuário de Fátima, D. António Marto destacou uma figura que "se rendeu ao mistério e à revelação do amor de Deus, da beleza da sua santidade tal como brilhou aos pastorinhos de Fátima".
O bispo de Leiria-Fátima recordou ainda o padre Manuel Formigão como alguém que "captou de uma maneira admirável para o seu tempo, a dimensão reparadora da vivência da fé tão sublinhada na mensagem de Fátima".

Nota de AMA:
Este livro de Sonetos foi por sua expressa vontade, depois da sua morte, devidamente autografado, entregue a meu Pai. Guardo o exemplar como autêntica relíquia.

Fátima:Centenário - Oração diária


Senhora de Fátima:

Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.
No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.
Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.

Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

Epístolas de São Paulo – 34

1ª Epístola de São Paulo aos Coríntios

EPÍLOGO (16,1-24)

Capítulo 16

A colecta para Jerusalém (Act 24,17; Rm 15,25-27; 2 Cor 8-9; Gl 2,10)

1Quanto à colecta em favor dos santos, fazei vós também o que ordenei às igrejas da Galácia. 2No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em sua casa, o que tiver conseguido poupar, para que, à minha chegada, não se tenha ainda de fazer a colecta. 3Quando aí chegar, enviarei, munidos de cartas, aqueles que tiverdes escolhido para levar a vossa oferta a Jerusalém. 4E, se convier que eu vá também, farão a viagem comigo.

Projectos e notícias

5Irei ter convosco depois de passar pela Macedónia, pois a Macedónia, só a pretendo atravessar. 6É possível que me demore entre vós ou até passe aí o Inverno, para que me acompanheis aonde eu tenho de ir. 7Não vos quero ver só de passagem, mas espero permanecer algum tempo convosco, se o Senhor o permitir. 8Entretanto, ficarei em Éfeso até ao Pentecostes, 9pois abriu-se ali uma porta larga e propícia, embora os adversários sejam muitos.
10Se Timóteo aí chegar, velai para que esteja convosco sem receios, porque ele trabalha, como eu, na obra do Senhor. 11Que ninguém o despreze. E preparai-lhe a viagem para voltar em paz para junto de mim, pois estou à sua espera, com os irmãos.
12Quanto ao nosso irmão Apolo, pedi-lhe muito que fosse visitar-vos, com os irmãos, mas ele, de modo algum, quis ir agora; irá quando tiver oportunidade.

Últimas recomendações e saudações

13Estai vigilantes, permanecei firmes na fé, sede corajosos e fortes. 14Que, entre vós, tudo se faça com amor. 15Mais uma recomendação, irmãos: conheceis os da família de Estéfanes, que são as primícias da Acaia e todos se consagraram ao serviço dos santos. 16Sede serviçais para pessoas como eles e para com todos os que trabalham e sofrem com eles. 17Sinto-me feliz com a chegada de Estéfanes, Fortunato e Arcaico, pois eles supriram a vossa ausência. 18Trouxeram a tranquilidade ao meu espírito e ao vosso. Tende, pois, apreço por tais pessoas. 19Saúdam-vos as igrejas da Ásia. Áquila e Priscila, juntamente com a assembleia que se reúne em sua casa, enviam-vos muitas saudações no Senhor. 20Saúdam-vos todos os irmãos. Saudai-vos uns aos outros com um ósculo santo. 21A saudação é do meu próprio punho: Paulo. 22Se alguém não ama o Senhor, seja anátema! «Vem, Senhor!» 23A graça do Senhor Jesus esteja convosco! 24Eu amo-vos a todos em Cristo Jesus.


Doutrina – 258

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ

CAPÍTULO PRIMEIRO CREIO EM DEUS PAI

OS SÍMBOLOS DA FÉ

37. Porque professamos um só Deus?

Porque Ele se revelou ao povo de Israel como o Único, quando disse: «Escuta Israel, o Senhor é um só», [1] «não há outros». [2] O próprio Jesus o confirmou: Deus é «o único Senhor». [3] Professar que Jesus e o Espírito Santo são também eles Deus e Senhor, não introduz nenhuma divisão no Deus Uno.







[1] Dt 6,4
[2] Is 45,22
[3] Mc 12,29

Diálogos apostólicos

Diálogos apostólicos II Parte

Pergunto:

2. Esses três aspectos são a mesma coisa?

Respondo:


Coincidem: o Criador deseja o verdadeiro bem dos homens, e criou-nos com um modo de ser que se aperfeiçoa cumprindo as suas leis. Opor-se a essa Vontade equivale a ir contra a nossa natureza e causar-nos um mal. Estas más acções chamam-se pecados.

Bento XVI – Pensamentos espirituais 139

Cristo médico

A doença faz de tal maneira parte da condição humana que pode ser transformada numa metáfora realista, como Santo Agostinho bem exprime na sua oração:

«Tem piedade de mim, Senhor! Vê: não te escondo as minhas feridas. Tu és o médico, eu sou o doente; Tu és misericordioso, eu sou miserável» (Confissões, X, 39).

Angelus, (12.Fev.06)

(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, Lucerna 2006)

Leitura espiritual

A Cidade Deus
A CIDADE DE DEUS


Vol. 2

LIVRO X

CAPÍTULO XVIII

Contra os que negam, a propósito dos milagres cumpridos para a instrução do povo de Deus, que se deva crer nos livros da Igreja.

Haverá alguém que diga que esses milagres são falsos, que nunca se realizaram, que mais não são que escritos com mentiras? Se alguém pretende com isto dizer que, em tais assuntos, absolutamente nenhum escrito é digno de crença, também pode dizer que nenhum deus cuidou dos mortais. Com efeito, que esses deuses não conseguiram convencer os homens a prestarem-lhes culto senão operando obras maravilhosas, atesta-o a história das nações cujos deuses souberam manifestar-se mais prodigiosos do que úteis. Por isso, nesta obra, de que já temos em mãos o décimo livro, não procuram os refutar os que negam todo
o poder divino ou sustentam que este se não ocupa das coisas humanas; dirigimo-nos aos que antepõem os seus deuses ao nosso Deus, fundador da santa e gloriosíssima Cidade, ignorando que o mesmo é fundador invisível e imutável deste Mundo visível e mutável e dispensador veríssimo desta vida feliz que vem dele e não das coisas
que criou.

Diz, com efeito, o seu fidelíssimo profeta:

Para mim o estar unido a Deus é que é bom '.

Discute-se entre os filósofos qual o último bem para a aquisição do qual devem tender todos os nossos deveres, profeta não disse: «para mim é bom abundar em riquezas distinguido pela púrpura e pelo ceptro ou sobressair pelo diadema»; nem, com o se não envergonharam de dizer alguns filósofos: «o meu bem é o prazer do corpo»; ou melhor, com o parece que disseram os melhores: «o meu bem é a virtude da minha alma». O que ele disse, foi:

Para mim o estar unido a Deus é que é bom '.

Quem isto lhe ensinara foi Aquele que é o único digno das honras do sacrifício, com o os seus santos anjos nos advertiram, confirmando-o com milagres. Por isso, Ele próprio se tornara sacrifício d’Aquele cujo fogo inteligível o tinha arrebatado e abrasado e para Quem o impelia o santo desejo de um incorpóreo abraço.

Se, pois, os adoradores duma multidão de deuses (seja qual for a opinião que deles tenham ) acreditam nos milagres feitos por esses deuses ou dão crédito à história das coisas profanas ou aos livros mágicos, ou, o que lhes parece mais honesto, aos livros teúrgicos — porque se recusam a crer nos factos testemunhados pelas Escrituras cuja autoridade é tanto maior quanto mais acima de todos está Aquele unicamente a Quem elas prescrevem que se ofereçam sacrifícios?

CAPÍTULO XIX

Motivo por que se deve, segundo a verdadeira religião, oferecer um sacrifício visível ao único Deus invisível e verdadeiro.

Julgam alguns que esses sacrifícios visíveis convêm aos outros deuses, mas que ao Deus invisível, maior e melhor, convêm sacrifícios invisíveis, maiores e melhores, tais como as homenagens de uma alma pura e de um a boa vontade. Não há dúvida que estes ignoram que os sacrifí­cios visíveis são sinais dos invisíveis, com o as palavras pronunciadas são sinais das coisas.

Por isso é que, assim como nas nossas preces e nos nossos louvores dirigimos os sinais das nossas palavras àquele a quem oferecem os em nosso coração as próprias realidades que significamos, — assim também, ao oferecermos um sacrifício, sabemos que o sacrifício visível não deve ser oferecido senão Àquele para quem nós devemos ser, no nosso coração, o sacrifício invisível. E então que os anjos e as virtudes superiores, cuja bondade e piedade mais aumentam o seu poderio, nos concedem os seus favores e partilham da nossa alegria. E se a eles mesmos quisermos oferecê-los, eles não os aceitam de bom agrado e, quando são enviados aos homens de forma que se note a sua presença, negam-se terminantemente a aceitá-los. Há disto exemplos nas Sagradas Escrituras: alguns julgaram que deviam prestar aos anjos pela adoração e pelo sacrifício a honra que apenas a Deus é devida; foram disso impedidos por admoestação deles, que ordenaram os tributassem apenas Aquele a quem sabem serem devidos.

Os santos homens de Deus imitaram os santos anjos: Paulo e Barnabé, em Licaónia, por terem realizado uma cura miraculosa, foram tomados por deuses. Os licaónicos quiseram imolar-lhes vítimas. Mas na sua humilde piedade repeliram essa honra e anunciaram-lhes o Deus em Quem deviam acreditar. E, se os espíritos embusteiros orgulhosamente os exigem para si próprios, é unicamente porque sabem que eles são devidos ao verdadeiro Deus. Porque, na verdade, não é no fedor dos cadáveres que se comprazem, como pensam alguns e o diz Porfírio, mas sim nas honras divinas. Aliás, desses fedores têm eles grande abundância por toda a parte e, se mais quisessem, eles próprios a si mesmo os poderiam fornecer. Portanto, os espíritos que se arrogam a divindade deleitam-se, não com o fumo dos corpos mas com a alma do suplicante sobre a qual dominarão depois de o terem enganado e escravizado; e, assim, vedam -lhe o caminho que conduz ao verdadeiro Deus para que ele, homem, não seja sacrifício de Deus, quando sacrifica em honra de outrem em vez de sacrificar a Deus.

CAPÍTULO XX

Do verdadeiro e supremo sacrifício cumprido pelo próprio Mediador de Deus e dos homens.

Por isso o verdadeiro Mediador, que, ao tomar a forma de escravo, se tornou mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus-Cristo, sob a forma de Deus, aceita o sacrifício com o Pai, com o qual é um só Deus; mas, sob a forma de escravo, preferiu ser sacrifício a aceitá-lo, para que ninguém aproveitasse esta oportunidade para sacrificar a qualquer criatura. É por isto que Ele é sacerdote: é Ele quem oferece, é Ele a oblação. Desta realidade quis que seja sacramento quotidiano o sacrifício da Igreja que, sendo corpo da mesma cabeça, aprendeu a oferecer-se a si própria por intermédio d’Ele. Sinais variados e múltiplos deste verdadeiro sacrifício eram os antigos sacrifícios dos santos, sendo eles figura deste único sacrifício, como se, por muitas palavras, se expressasse uma só realidade para ser bem ponderada sem causar enfado. Comeste supremo e autêntico sacrifício cessaram todos os falsos sacrifícios.

CAPÍTULO XXI

Do grau de poder concedido aos demónios tendo em vista a glorificação, pela paciência dos seus sofrimentos, dos santos que venceram os espíritos aéreos, não os apaziguando, mas permanecendo fiéis a Deus.

Em tempos limitados e previamente fixados foi mesmo permitido aos demónios um poder que lhes permite incitar os homens que eles dominam e neles fomentar tiranicamente ódios contra a Cidade de Deus. Aceitam os sacrifícios de quem lhos oferece; reclamam-nos de quem já a isso está disposto; chegam a extorqui-los violentamente pela perseguição daqueles que a isso se recusam. Todavia, a sua conduta, longe de ser nociva à Igreja, é-lhe antes proveitosa porque completa o número de mártires; e a estes a Cidade de Deus tem-nos por cidadãos tanto mais gloriosos e ilustres quanto mais valentemente lutaram até ao sangue contra o pecado da impiedade.

Se a linguagem habitual da Igreja o permitisse, chamar-lhes-íamos, com mais propriedade, os nossos heróis. De facto, este nome, diz-se, provém de Juno, porque Juno em Grego chama-se “IIpa — donde não sei qual dos seus filhos, segundo as fábulas dos gregos, teria tomado o nome Herói. O sentido místico desta fábula era o de que a Juno tinha sido atribuído o domínio do ar, morada, como eles pretendem, dos demónios e dos heróis, e designam por este nome as almas dos defuntos decerto mérito. Mas é num sentido contrário que os nossos mártires seriam amados heróis se, como disse, o permitisse o uso da linguagem eclesiástica: não porque vivessem no ar na companhia dos demónios, mas porque venceram os próprios demónios, potências do ar, e neles a própria Juno — seja qual for o seu significado — tão justamente apresentada pelos poetas como inimiga da virtude e ciosa dos homens fortes que aspiram ao Céu. Mas de novo Vergílio sucumbe perante ela e cede desastradamente, depois do que ela diz na Eneida:

Por Eneias sou vencida.[i]

O próprio Eneias recebe de Heleno este conselho como que religioso:

Oferece de boa vontade os teus votos a Juno e com súplices oferendas vence a poderosa soberana [ii].

Segundo esta opinião, que não emite como sua mas como vinda de outros, Porfírio diz que deus bom ou bom génio não virá a um homem se o mau não for antes apaziguado: como se as divindades más fossem mais fortes do que as boas — pois que as más impedem a assistência das boas; elas não deixam o lugar senão depois de terem sido apaziguadas e, contra a sua oposição, as boas não podem ser úteis; mas as más podem causar mal sem que as boas lhes possam resistir!

Não é este o caminho da verdadeira e verdadeiramente santa religião; não foi assim que os nossos mártires triunfaram de Juno, isto é, das potências aéreas invejosas das virtudes dos santos. Os nossos heróis, se nos é permitido usar deste nom e, triunfaram de Hera por virtudes divinas e de forma nenhuma por «súplices oferendas». Cipião foi mais a propósito cognominado «O Africano» ao triunfar da África pelo seu valor do que se tivesse aplacado os seus inimigos com dávidas para o pouparem.

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)





[i] Vergílio, Eneida, VII, 310.
[ii] Vergílio, Eneida, III, 438-439.

Eutanásia: o que está em causa? Contributos para um diálogo sereno e humanizador

Nota Pastoral do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, 14 de Março de 2016

12. Com esta Nota Pastoral, apelamos à consciência dos nossos legisladores.

Mas também sabemos que uma grande percentagem dos nossos concidadãos afirma aprovar a legalização da eutanásia e do suicídio assistido. Estamos convictos de que muitos o fazem sem a consciência clara do que está verdadeiramente em causa. Daí a importância de um vasto trabalho de esclarecimento para o qual queremos dar o nosso contributo.

No Ano Jubilar da Misericórdia, recordamos que esta nos leva a ajudar a viver até ao fim. Não a matar ou a ajudar a morrer.


Nota Pastoral do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, 14 de Março de 2016 

Evangelho e comentário

Tempo da Quaresma


Evangelho: Jo 8, 1-11

Naquele tempo, Jesus foi para o Monte das Oliveiras. Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo e todo o povo se aproximou d’Ele. Então sentou-Se e começou a ensinar. Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus: «Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?». Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão. Como per¬¬sistiam em interrogá-l’O, Ele ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra». Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão. Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?». Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Jesus acrescentou: «Também Eu não te condeno. Vai e não tornes a pecar».

Comentário:

O versículo 9 diz expressamente: «Mas eles, ouvindo isto, foram-se retirando, um após outro, começando pelos mais velhos».

Parece lógico por duas razões principais:

A Primeira: são “os mais velhos” que normalmente tomam as iniciativas que, como esta, pretendem defender os costumes, a moral, as boas práticas;

A Segunda: Porque “os mais velhos” terão a consciência mais “afinada” e critérios mais desenvolvidos.

Trata-se, numa palavra, o que podemos chamar “rebate de consciência”.

(ama, comentário sobre Jo 8 1-11, 2016.03.13)





Pequena agenda do cristão

SeGUNDa-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)







Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça ‘boa cara’, que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Oração:

Começa hoje uma nova semana, ajuda-me, Senhor, a vivê-la de tal modo que todas as minhas acções e desejos sirvam para Te louvar e servir.