Transfiguração
Evangelho e comentário
Nunca amarás bastante
Leitura espiritual
Um vazio cheio de amor
Actos dos Apóstolos
Fátima: Centenário - Oração diária
Hoy el reto del amor es no hacer apaños superficia...
Pequena agenda do cristão
Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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22/02/2017
Transfiguração
Abro os olhos
desmedidamente,
Senhor!
Quero ver-Te,
assim,
na Tua glória,
com as vestes,
que nenhuma lavadeira,
podia assim branquear!
Peço-Te,
Senhor,
sê Tu a lavadeira,
que branqueia o meu coração,
lavando-o,
no Teu amor.
Já Te vejo,
Senhor,
com o meu coração
branqueado,
mais brilhante do que o Sol,
mais branco do que o luar,
porque fui lavado,
no sangue do teu amor.
Transfiguração,
Razão,
Fé,
Amor,
Tu,
Senhor,
enches,
o meu coração!
Glória,
Glória a Ti,
sempre e para sempre,
Senhor!
Joaquim Mexia Alves, Marinha
Grande, 18 de Fevereiro de 2017
Evangelho e comentário
Cadeira de São Pedro
Evangelho:
Mt 16, 13-19
Naquele
tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus
discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?». Eles responderam:
«Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou
algum dos profetas». Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Então,
Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».
Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a
carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus. Também Eu
te digo: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do
inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus:
tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na
terra será desligado nos Céus».
Comentário:
A pergunta de Jesus pode
parecer desnecessária e, de facto, é porque Ele sabe muito bem, com detalhado
pormenor, o que diz dele.
A intenção é clara: quer
suscitar a resposta de Pedro que, assim, assume, desde logo, a responsabilidade
de responder por todos os discípulos.
Cristo aproveita esta
atitude de Pedro e confirma-o como chefe da Igreja que irá fundar.
E não só como chefe mas como
detentor de um poder que é unicamente de Deus: ligar e desligar, ou seja,
aceitar os pedidos de perdão dos homens pelos pecados cometidos, reatando as
relações deste com Deus.
Este poder, claramente dado
a Pedro, que será depois transmitido por este aos seus sucessores, é extensivo
aos Bispos da Igreja Católica que o repartem pelos presbíteros sob o seu múnus.
A grande questão dos
Escribas que por várias vezes afirmam que só Deus tem poder para perdoar os
pecados tem, assim, uma resposta mais completa ainda porque, na verdade, Deus
pode fazer o que quiser com os Seus poderes – que são absolutos – inclusive,
como neste caso, autorizar outros para os usarem em Seu Nome.
É, efectivamente o que faz o
Sacerdote ao declarar ao penitente: ‘Eu
te absolvo dos teus pecados, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo’,
não em meu nome, mas em nome daquele de Quem me vem este poder.
Quando se ouve – com alguma
frequência, infelizmente – eu confesso-me a Deus, essa pessoa está a dizer uma
verdade absoluta embora a sua intenção seja outra.
(ama, comentário sobre Mt 16, 13-19, 2011.01.17)
Nunca amarás bastante
Por muito que ames, nunca amarás
bastante. O coração humano tem um coeficiente de dilatação enorme. Quando ama,
dilata-se num crescendo de carinho que supera todas as barreiras. Se amas o
Senhor, não haverá criatura que não encontre lugar no teu coração. (Via
Sacra, 8ª Estação, n. 5)
Vede agora o mestre reunido com os seus
discípulos na intimidade do Cenáculo. Ao aproximar-se o momento da sua Paixão,
o Coração de Cristo, rodeado por aqueles que ama, abre-se em inefáveis
labaredas: dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros e que, do
mesmo modo que eu vos amei, vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos
que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros. (Ioh XIII, 34–35.)
(...).
Senhor, porque chamas novo a este
mandamento? Como acabamos de ouvir, o amor ao próximo estava prescrito no
Antigo Testamento e recordareis também que Jesus, mal começa a sua vida
pública, amplia essa exigência com divina generosidade: ouvistes que foi dito:
amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu peço-vos mais: amai os
vossos inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem e orai pelos que vos perseguem
e caluniam.
Senhor, deixa-nos insistir: porque
continuas a chamar novo a este preceito? Naquela noite, poucas horas antes de
te imolares na Cruz, durante aquela conversa íntima com os que - apesar das
suas fraquezas e misérias pessoais, como as nossas - te acompanharam até
Jerusalém. Tu revelaste-nos a medida insuspeitada da caridade: como eu vos
amei. Como não haviam de te entender os Apóstolos, se tinham sido testemunhas
do teu amor insondável!
Se professamos essa mesma fé, se
ambicionamos verdadeiramente seguir as pegadas, tão nítidas, que os passos de
Cristo deixaram na terra, não podemos conformar-nos com evitar aos outros os
males que não desejamos para nós mesmos. Isto é muito, mas é muito pouco,
quando compreendemos que a medida do nosso amor é definida pelo comportamento
de Jesus. Além disso, Ele não nos propõe essa norma de conduta como uma meta
longínqua, como o coroamento de toda uma vida de luta. É – e insisto que deve
sê-lo para que o traduzas em propósitos concretos – o ponto de partida, porque
Nosso Senhor o indica como sinal prévio: nisto conhecerão que sois meus
discípulos. (Amigos de Deus, nn. 222-223)
Leitura espiritual
Vol. 1
CAPÍTULO XXXII
O sacramento da Redenção de
Cristo nunca faltou nos tempos passados e sempre foi anunciado por diversos
sinais.
Desde
a origem da humanidade que este mistério da vida eterna foi, por meio de
símbolos e de sinais sagrados apropriados aos tempos, anunciado pelos anjos aos
que o deviam conhecer. Depois, o Povo Hebreu foi congregado numa espécie de
Estado encarregado de realizar este mistério. Aí, pela voz de certos homens,
uns disso conscientes outros inconscientes, foi predito tudo o que devia
acontecer desde a vinda de Cristo até aos nossos dias e depois. Posteriormente
este povo dispersou-se por diversas nações, para dar testemunho das Escrituras
em que se anunciava a salvação eterna que viria a realizar-se em Cristo.
Porque, não apenas as profecias, que consistem em palavras, nem apenas os
preceitos da vida, que regem os costumes e a religião, e estão contidos nessas
Escrituras, mas também os ritos sagrados, o sacerdócio, o tabernáculo ou o
templo, os altares, os sacrifícios, as cerimónias, os dias de festa e as outras
instituições pertinentes ao serviço a Deus devido, tudo isto figurou e
pressagiou os acontecimentos que para a vida eterna dos fiéis em Cristo se
realizaram, como nós acreditamos, se realizam, como estamos a ver, e se virão a
realizar, como esperamos.
CAPÍTULO XXXIII
Só a religião cristã pôde
descobrir o engano dos espíritos malignos que se alegram com os erros dos
homens.
Pois
foi esta religião, única e verdadeira, que foi capaz de pôr a descoberto que os
deuses dos gentios mais não são que impuros demónios. Aproveitando-se das almas
dos mortos e sob a aparência de criaturas deste mundo, desejando passar por
deuses, têm-se deleitado com uma orgulhosa impudência nas honras quase divinas,
que mais não eram senão abominação e torpeza e têm invejado às almas humanas a
sua conversão ao verdadeiro Deus. De tão monstruosa e sacrílega tirania se
libertou o homem pela sua fé n’Aquele que, para o elevar, lhe deu o exemplo de
uma humildade igual em grandeza ao orgulho que fez cair os demónios. Entre
estes é preciso colocar, não somente os deuses de que já tanto falámos e tantos
outros de outras terras e povos, mas também aqueles de que falamos agora, os
deuses escolhidos para constituírem como que um Senado dos deuses, a todos
preferidos, não pela dignidade das suas virtudes, mas pela fama dos seus
crimes. Nos seus esforços por reduzir o seu culto a explicações naturais,
Varrão, procurando coonestar torpezas, não é capaz de as enquadrar e harmonizar
com as suas explicações. É que as verdadeiras causas destes ritos não são as
que ele crê ou pretende fazer crer. Se, efectivamente, houvesse tais causas ou
outras semelhantes, elas, sem dúvida, não teriam nenhuma relação com Deus e a
vida eterna, que há que procurar na religião. Mas, dando a estes ritos uns
laivos de explicação tirada dos seres da natureza, elas teriam pelo menos
atenuado um pouco o escândalo causado pela obscenidade e absurdidade desses
mesmos ritos mantidos sem explicações. Foi assim que tentou fazer para certas
fábulas do teatro ou certos mistérios do templo, sem justificar os teatros ao
compará-los aos templos, mas antes condenando os templos ao compará-los aos
teatros. Pelo menos, esforçou-se por, com semelhantes explicações naturais,
apaziguar o bom senso revoltado por tais horrores.
CAPÍTULO XXXIV
Dos livros de Numa Pompílio
que o Senado mandou queimar para se não divulgarem as causas das instituições
religiosas tal como neles vinham expostas.
Bem
ao contrário, sabemos, como no-lo relata esse tão douto Varrão, que a revelação
das causas dos ritos sagrados referida nos livros de Numa Pompílio, pareceu a
tal ponto intolerável e foi considerada indigna, não só de ser lida pelos
homens religiosos, mas mesmo de ser conservada por escrito às ocultas.
É
a ocasião de eu dizer o que no livro terceiro desta obra eu tinha prometido
relatar no momento próprio. Efectivamente, assim se lê no livro do mencionado
Varrão acerca do culto dos deuses:
Um
certo Terêncio possuía uma propriedade perto do Janículo. O seu boieiro, ao
arrastar o arado perto do túmulo de Numa Pompílio, desenterrou os livros em que
se encontravam escritas as causas das instituições religiosas. Levou-os a Roma,
ao pretor. Este viu o princípio deles e deferiu ao Senado questão de tanta
monta. Aí, quando leram algumas das razões que explicavam cada uma das
instituições, o Senado concordou com o falecido rei, determinando os Senadores
(padres conscritos) [i], religiosos como eram, que o pretor
queimasse esses livros [ii].
Pense
cada um o que quiser. Mais ainda: diga qualquer ilustre defensor de tamanha
impiedade o que lhe sugerir a sua extravagante teimosia. Quanto a mim, basta-me
constatar que as explicações religiosas escritas pela mão do rei Pompílio,
fundador da Religião Romana, tiveram de se conservar escondidas do povo, do
Senado, dos próprios sacerdotes. Foi este rei em pessoa quem, impelido por uma
curiosidade culpável, se iniciou nos segredos dos demónios e os reduziu a
escrito para os recordar quando os lesse. Mas, embora, por ser rei, nada
tivesse a temer, não se atreveu nem a comunicá-los nem a perdê-los,
destruindo-os de qualquer maneira. Assim, como não queria que ninguém
conhecesse coisas tão abomináveis, e como, por outro lado, receava profaná-los,
com o que atrairia a ira dos deuses, enterrou-os num sítio que julgou seguro —
não pensando que um arado poderia passar tão perto da sua sepultura. Quanto ao
Senado, teve receio de ter de condenar a religião dos antepassados e viu-se consequentemente
constrangido a concordar com Numa. Todavia, julgou estes livros tão perniciosos
que se recusou a enterrá-los de novo, para evitar que a curiosidade humana
procurasse, com mais ardor, uma coisa já tomada pública — e mandou destruir
pelo fogo tão nefandos documentos. E assim, porque se julgou necessária a
manutenção desse culto, — a ilusão sustentada pela ignorância das causas
pareceu preferível às perturbações que o seu conhecimento suscitaria na cidade.
CAPÍTULO XXXV
Da hidromancia, na qual Numa
foi mistificado por certas imagens dos demónios.
Como
lhe não foi enviado nenhum profeta de Deus, nenhum santo anjo, Numa viu-se
forçado a recorrer à hidromancia para ver na água as imagens dos deuses, ou
antes, as mistificações dos demónios e aprender o que devia instituir e
observar em matéria de ritos sagrados. O mesmo Varrão nos refere que este
género de adivinhação, importado da Pérsia, foi praticado por Numa e mais tarde
pelo filósofo Pitágoras. Acrescenta ainda que, desde que se empregue sangue, se
podem consultar também os infernos (método que também se chama hidromancia ou
necromancia — que é tudo o mesmo: aí, ao que parece, são os mortos quem revela
o futuro). Por que artifícios o conseguem, eles lá sabem. O que eu não quero é
afirmar que estes artifícios costumavam ser proibidos e punidos pela severidade
das leis dos gentios nas suas cidades antes da vinda do nosso Salvador. Não,
repito, não o quero afirmar: é que talvez, de facto, fossem então permitidos.
Mas não deixou de ser graças a tais artifícios que Pompílio tomou conhecimento
dessas instituições sagradas cujos ritos publicou e cujas explicações enterrou
(tal foi o medo que ele próprio sentiu pelo que ficou a saber) contidas nos
livros que o Senado entregou às chamas logo que os descobriu. A que propósito
vem, pois, Varrão, não sei com que pretensas causas físicas para explicar esses
ritos? Se os livros de Numa contivessem semelhantes explicações, não os teriam
queimado com certeza, ou então os livros do mesmo Varrão dedicados ao pontífice
César teriam sido, da mesma forma, lançados ao fogo pelos Senadores (padres
conscritos). Quanto ao acto de Numa Pompílio, carreando, isto é, transportando
água para as suas operações de hidromancia, ele explica a tradição do seu
casamento com a ninfa Egéria, conforme o expõe Varrão no citado livro. Assim
costuma acontecer que factos reais, uma vez aspergidos de mentiras, se
transformam em fábulas. Foi, pois, pela hidromancia que este curiosíssimo rei
romano aprendeu os ritos sagrados que os pontífices deviam conservar nos seus
livros, e as explicações destas cerimónias que ele quis ser o único a
conhecer. Foi por isso que, depois de as ter escrito em segredo, teve o cuidado
de as enterrar, para as subtrair ao conhecimento dos homens.
Portanto,
ou as paixões dos demónios lá descritas eram tão sórdidas, tão perniciosas, que
toda a teologia civil delas haurida devia parecer execrável, mesmo a homens que
tinham aceitado tantas infâmias nos seus ritos sagrados, ou então revelava-se
aí que todos estes deuses, tidos por imortais desde há tanto tempo pela quase
totalidade dos povos pagãos, mais não eram que homens falecidos. Estes ritos
agradavam aos demónios que, firmando a sua autoridade em falsos milagres, se
faziam adorar em vez desses mortos, fazendo-se passar por deuses. Por uma
secreta Providência do verdadeiro Deus, os demónios, tomados favoráveis pelos
artifícios da hidromancia, puderam revelar ao seu amigo Pompílio todas estas
ignomínias, sem, todavia, o advertirem de, à sua morte, as queimar em vez de as
enterrar. De resto, para evitarem que elas fossem conhecidas, não puderam eles
impedir nem que a charrua as exumasse nem que a pena de Varrão fizesse chegar
até nós o relato deste facto. É que eles não podem fazer mais do que lhes é
permitido. Por um justo e profundo desígnio de Deus soberano, foi-lhes
permitido afligir ou mesmo sujeitar e enganar aqueles que é justo tratar assim
porque o merecem.
Na
verdade, quão perniciosos, quão afastados do culto da verdadeira divindade
foram esses escritos julgados, pode-se deduzir do facto de o Senado achar
preferível queimar os livros, que Pompílio tinha escondido a recear o que
receou aquele que se não atreveu a fazê-lo. Por conseguinte, quem nem mesmo
agora quer levar uma vida religiosa, procure a eterna em tais mistérios; mas
quem não desejar alianças com os demónios malignos, não tema a perniciosa
superstição com que são venerados, mas, bem ao contrário, reconheça a
verdadeira religião graças à qual eles são desmascarados e vencidos!
(cont)
(Revisão da versão portuguesa por ama)
Um vazio cheio de amor
Há dias que começam
assim!
Uma sensação de vazio interior, um frio insensível, um
sentimento de abandono.
Elevo os olhos ao Céu, levanto as mãos para Deus, faço
uma oração envergonhada, e digo baixinho, como se quisesse que Ele me ouvisse,
mas não percebesse a minha dúvida sobre a Sua presença: Bom dia, meu Deus.
Estás aí?
Tudo fica na mesma, o vazio continua, o sentimento de
abandono parece instalar-se, mas um calor sensível toca o meu coração e ouço no
meu interior: Claro que estou! Não estou Eu sempre aqui, contigo? Bom dia meu
filho!
Abandono-me, rendo-me!
Que me interessa o vazio interior, se o Amor está
presente!
Joaquim Mexia Alves, Monte Real, 10 de Janeiro de 2017
Actos dos Apóstolos
IV. PAULO PRISIONEIRO
DE CRISTO [i]
Capítulo 27
Viagem do Cativeiro [ii]
1Quando o nosso embarque para Itália foi decidido,
entregaram Paulo e mais alguns presos a um centurião da coorte Augusta, chamado
Júlio. 2Embarcámos num navio de Adramítio que ia para as costas da Ásia, e
fizemo-nos ao mar. Aristarco, macedónio de Tessalónica, ia connosco. 3No dia
seguinte, fizemos escala em Sídon, e Júlio, que tratava Paulo com humanidade,
permitiu-lhe que fosse ter com os amigos e deles recebesse os seus cuidados.
4Levantámos ferro e passámos a sotavento de Chipre, porque os ventos eram
contrários.
5Atravessámos, depois, os mares da Cilícia e da Panfília
e chegámos, ao fim de quinze dias, a Mira, na Lícia. 6O centurião encontrou lá
um barco de Alexandria que ia de viagem para a Itália, e mandou-nos subir para
bordo. 7Durante vários dias navegámos lentamente, até que chegámos, a custo, às
imediações de Cnido, onde o vento não nos permitiu arribar. Contornámos, então,
a sotavento de Creta, por alturas de Salmona; 8e, depois de a termos
penosamente costeado, chegámos a um lugar denominado Bons Portos, a curta
distância da cidade de Laseia.
9O tempo ia passando e a navegação tornou-se perigosa,
por já ter mesmo passado o jejum. Paulo fez-lhes a seguinte advertência:
10«Meus amigos, eu vejo que a travessia não pode ser levada a cabo sem risco e
graves prejuízos, tanto para a carga e para o barco, como também para as nossas
vidas.»
11Mas o centurião deu mais crédito ao que o piloto e o
capitão diziam do que à observação de Paulo. 12Como o porto não era adequado
para passar o Inverno, a maior parte foi de parecer que largassem dali, para
ver se podiam alcançar Fenice e lá passar o Inverno, por ser um porto de Creta
voltado para sudoeste e noroeste. 13Começou então a soprar um ligeiro vento sul
e julgaram-se capazes de levar avante o seu projecto, pelo que levantaram ferro
e começaram a costear Creta junto à costa.
Tempestade e
naufrágio
14Em breve, porém, vindo da ilha, desencadeou-se, um
vento ciclónico, chamado Euro-aquilão. 15Sem poder resistir ao vento, o barco
foi arrastado e deixámo-nos ir à deriva. 16Passando velozmente ao abrigo de uma
ilhota chamada Cauda, conseguimos, com grande dificuldade, lançar a mão à
canoa. 17Depois de içada, empregaram-se os recursos de emergência: amarraram o
barco com cabos e, com receio de encalharem no golfo de Sirte, soltaram a
âncora flutuante e, assim, se deixaram ir.
18No dia seguinte, como éramos violentamente açoitados
pela tempestade, começaram a alijar a carga 19e, ao terceiro dia, lançaram, com
as próprias mãos, os aparelhos do barco. 20Durante vários dias, nem o Sol nem
as estrelas foram visíveis, e a tempestade continuava a açoitar-nos
furiosamente. Desde então, foi-se desvanecendo toda a esperança de salvação.
21Havia já muito tempo que ninguém comia. Então Paulo
colocou-se no meio deles e disse: «Meus amigos, devíeis ter-me escutado e não
largar de Creta. Isso ter-nos-ia poupado estes riscos e estes prejuízos. 22Seja
como for, convido-vos a ter coragem, pois ninguém perderá a vida aqui, apenas o
barco se vai perder. 23Esta noite, apareceu-me um Anjo de Deus, a quem pertenço
e a quem sirvo, e disse-me: 24‘Nada receies, Paulo. É necessário que compareças
diante de César e, por isso, Deus concedeu-te a vida de todos quantos navegam
contigo.’ 25Portanto, coragem, meus amigos, pois tenho confiança em Deus que
tudo sucederá como me foi dito. 26Contudo, temos de encalhar numa ilha.»
27Quando chegou a décima quarta noite, andando nós à
deriva no Adriático, os marinheiros suspeitaram, pelo meio da noite, que estava
próxima uma terra. 28Lançaram a sonda e encontraram vinte braças; um pouco mais
adiante, lançaram-na outra vez e encontraram quinze. 29Receando que fôssemos
bater em qualquer ponto contra os recifes, lançaram da popa quatro âncoras e
ficaram, impacientemente, à espera, do dia. 30Os marinheiros, todavia,
procuravam fugir do barco e, sob pretexto de irem largar as âncoras da proa,
deitaram o escaler ao mar. 31Paulo, apercebendo-se de tudo, disse ao centurião
e aos soldados: «Se esses homens não ficarem no barco, não podereis
salvar-vos.» 32Então, os soldados cortaram as amarras do escaler e deixaram-no
cair.
33Enquanto esperavam pelo dia, Paulo foi aconselhando a
todos que tomassem alimento. «Hoje - dizia ele - é o décimo quarto dia que vos
conservais na expectativa, em jejum, sem tomar nada. 34Aconselho-vos, portanto,
a tomar algum alimento, pois é a vossa própria salvação que está em jogo.
Nenhum de vós perderá um só cabelo da cabeça.» 35Dito isto, tomou um pão, deu
graças a Deus diante de todos, partiu-o e começou a comer. 36Então, cobraram
ânimo e também eles se alimentaram. 37Éramos ao todo duzentas e setenta e seis pessoas
no barco. 38Uma vez saciados, aliviaram o barco, lançando o trigo ao mar.
39Quando o dia surgiu, não reconheceram a terra.
Divisavam, porém, uma enseada com a sua praia e pretenderam impelir para lá o
barco. 40Soltaram as âncoras, abandonando-as ao mar e, ao mesmo tempo,
afrouxaram as cordas dos lemes. Depois içaram ao vento a vela da frente e
seguiram rumo à praia. 41Mas, tendo batido num baixio, que tinha mar de ambos
os lados, fizeram encalhar o navio. A proa, bem fincada, manteve-se firme, mas
a popa foi-se desconjuntando com a força das vagas.
42Os soldados resolveram, então, matar os prisioneiros,
para que nenhum deles fugisse a nado. 43Mas o centurião, querendo salvar Paulo,
impediu-os de executar os seus planos e ordenou primeiro aos que sabiam nadar
que alcançassem a terra, atirando-se à água. 44Quanto aos outros, foram para
terra, quer sobre pranchas, quer sobre os destroços do barco. E, assim,
chegaram todos a terra, sãos e salvos.
Fátima: Centenário - Oração diária
Senhora de Fátima:
Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.
No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.
Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.
Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.
Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.
Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:
“Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.
Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.
AMA, Fevereiro, 2017
Hoy el reto del amor es no hacer apaños superficiales
Hace unos días se me rompió el hábito a la altura de la
cintura. El roce del cinto hace que la tela se desgaste poco a poco, y llega un
día en que se abre. Pero lo curioso es que, hace ya unos meses, había ido con
lo mismo, y sor Puri me había zurcido el hábito. Esta vez el zurcido estaba
intacto, pero había tirado y el resto de la tela (que estaba desgastada) se
había vuelto a abrir.
Fui de nuevo donde sor Puri. Al enseñarle el hábito, ella
me propuso poner una pieza. Yo le dije que no me importaba que me hiciese un
nuevo zurzido, pero sor Puri me explicó que ahora tenía que poner una tela por
debajo, que es la que va a sostener el hilo y el nuevo zurcido. Yo no lo
entendía muy bien, pero me fié de que ella sabía lo que hacía. Me lo había
dicho muy convencida.
La verdad es que quedó fenomenal, pero, a la vuelta de un
tiempo, ¡el hábito se me ha roto en otro sitio! Esta vez le he pedido que me
ponga una tela por debajo desde el primer momento...
Mirando el hábito, el roto, el zurcido, me daba cuenta de
que muchas veces dejamos lo de fuera "arreglado por un tiempo", pero
luego, como no hemos puesto la tela por debajo, todo vuelve a romperse.
¡Cuántas veces, con las personas que tenemos junto a
nosotros, lo que hacemos es poner un apaño por encima en vez de ayudarles a
poner una tela! No acabamos de poner la confianza en el Señor, soltar nuestras
seguridades, dejar a un lado la razón y permitir que Él lleve nuestra vida. Confiamos
en nuestras fuerzas y dejamos el zurcido más o menos apañado para un tiempo.
Pero, cuando te cuelgas de Cristo y dejas que sea Él
quien sostenga tu roto, que Él sea tu seguridad, tu sostén, en ese momento,
sientes una felicidad que nunca antes habías tenido.
Hoy el reto del amor es no hacer apaños superficiales:
deja a Cristo que entre en tu vida. Párate y haz un rato de oración y, desde
esa oración, con su fuerza en tu corazón, vete a esa persona que sabes que
tiene un apaño, y ayúdale a poner la tela. Llévale al Señor. Y hoy deja que
Cristo sea el que te sostenga. No tengas miedo a sentir a veces que te rompes.
Dale la mano y verás cómo Él te quita el miedo.
VIVE DE CRISTO
Pequena agenda do cristão
Quarta-Feira
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Simplicidade e modéstia.
Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.
Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.
Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.
Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?