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Hoy el reto del Amor es desatar nudos.

PARA COMENZAR EL DÍA... "CON BUEN PIE"

Muchas mañanas me sucede lo mismo: cuando ya están a punto de tocar las 6:30, cuando más tarde voy, voy a meter los pies en los zapatos y... ¡vaya, los cordones atados! Con lo poco que cuesta desatarlos para quitártelos por la noche... pero muchas veces me puede la comodidad de sacarlos sin más, y, claro, al día siguiente me pasa factura.

Anoche, sin embargo, al quitármelos decidí desatar primero los cordones y ensanchar bien el zapato para que hoy pudiera ponérmelos de nuevo con toda comodidad. ¡Y qué gozada por la mañana saber que no hay nudos que te entorpecen para comenzar el día "con buen pie"!

Cuántas veces nos vamos a la cama con ciertos nudos sin deshacer: ese problema que te preocupa, o con ese enfado que no has soltado... y pensamos en dormir como solución temporal, pero al día siguiente descubrimos que los nudos con los que nos fuimos a la cama continúan estando ahí, y ya te condicionan para comenzar tu día.

Cristo conoce nuestra vida, sabe cómo somos y conoce lo que estamos viviendo, por eso se encarnó, porque Dios sabía que nosotros no éramos capaces de desatar todos esos nudos. Necesitábamos al mismo Dios en persona que viniera a hacerlo por nosotros.

Y ésta es la buena noticia: que Él ya lo hace por ti, tan sólo necesita que, en tu libertad, le entregues aquello que te ata, aquello que te esclaviza o que te preocupa. Él sabe confortarte en tu enfermedad, consolarte en los momentos difíciles, calmarte en los enfados, llenar de Vida tu día... por eso ya no tienes que irte a dormir con todos esos nudos, porque, si le dejas a Él, los irá desatando en cualquier momento del día, y, a cambio, pondrá en tu corazón tal Paz, que no dudarás en confiar que Él lo lleva todo.

Hoy el reto del Amor es desatar nudos. Cuando sientas que algo te está pesando, que se te pone un nudo por delante, vuelve tu mirada a Cristo y pídele que sea Él quien lo desate todo. Eso sí, pídele unos ojos nuevos para poder ver cómo lo va a hacer.


VIVE DE CRISTO

Actos dos Apóstolos

Actos dos Apóstolos

IV. PAULO PRISIONEIRO DE CRISTO [i]

Capítulo 26

Discurso de Paulo perante Agripa

1Agripa disse a Paulo: «Estás autorizado a falar em tua defesa.» Então, estendendo a mão, Paulo começou a sua defesa:
2«Sinto-me feliz, ó rei Agripa, por ter de me defender hoje diante de ti, das acusações apresentadas pelos judeus contra mim, 3tanto mais que estás ao corrente de todos os costumes e controvérsias dos judeus. Rogo-te, por isso, que me oiças com paciência. 4A minha vida, a partir da mocidade, tal como decorreu desde os primeiros tempos, no meu povo e em Jerusalém, conhecem-na todos os judeus. 5Eles conhecem-me de longa data e, se quiserem, podem atestar que eu vivi, como fariseu, segundo o partido mais severo da nossa religião. 6E, agora, encontro-me aqui a ser julgado por causa da minha esperança na promessa feita por Deus a nossos pais, 7promessa que as nossas doze tribos esperam ver realizada, servindo a Deus, noite e dia, continuamente. É a respeito dessa esperança, ó rei, que os judeus me acusam. 8Porque é que, entre vós, se afigura incrível que Deus ressuscite os mortos? 9Quanto a mim, julguei dever levantar grande oposição ao nome de Jesus de Nazaré. 10E foi precisamente o que fiz em Jerusalém: com o pleno assentimento dos sumos sacerdotes, meti na prisão grande número de santos e, quando eram mortos, eu dava o meu assentimento. 11Muitas vezes ia de sinagoga em sinagoga e obrigava-os a blasfemar, à força de torturas. Num excesso de fúria contra eles, perseguia-os até nas cidades estrangeiras.
12Foi assim que, indo para Damasco com poder e delegação dos sumos sacerdotes, 13vi no caminho, ó rei, uma luz vinda do céu, mais brilhante do que o Sol, que refulgia em volta de mim e dos que me acompanhavam. 14Caímos todos por terra e eu ouvi uma voz dizer-me em língua hebraica: ‘Saulo, Saulo, porque me persegues? É duro para ti recalcitrar contra o aguilhão.’ 15Perguntei: ‘Quem és tu, Senhor?’ E o Senhor respondeu: ‘Eu sou Jesus a quem tu persegues. 16Ergue-te e firma-te nos pés, pois para isto te apareci: para te constituir servo e testemunha do que acabas de ver e do que ainda te hei-de mostrar. 17Livrar-te-ei do povo e dos pagãos, aos quais vou enviar-te, 18para lhes abrires os olhos e fazê-los passar das trevas à luz, e da sujeição de Satanás para Deus. Alcançarão, assim, o perdão dos seus pecados e a parte que lhes cabe na herança, juntamente com os santificados pela fé em mim.’
19Desde então, ó rei Agripa, não resisti à visão celeste. 20Pelo contrário, aos habitantes de Damasco, em primeiro lugar, depois aos de Jerusalém e de toda a província da Judeia, em seguida, aos pagãos, preguei que se arrependessem e voltassem para Deus, fazendo obras dignas de tal arrependimento. 21Eis o motivo por que os judeus se apoderaram de mim no templo e tentaram matar-me. 22Amparado pela protecção de Deus, continuei a dar o meu testemunho, diante de pequenos e grandes, sem nada dizer além do que os Profetas e Moisés predisseram que havia de acontecer: 23que o Messias tinha de sofrer e que, sendo o primeiro a ressuscitar de entre os mortos, anunciaria a luz ao povo e aos pagãos.»

Agripa reconhece a inocência de Paulo

24Neste ponto da sua defesa, Festo exclamou em voz alta: «Estás doido, Paulo! A tua grande sabedoria faz-te perder o juízo.» 25Disse Paulo: «Eu não estou doido, excelentíssimo Festo! Pelo contrário, estou a falar a linguagem da verdade e do bom senso. 26O rei está inteirado destas coisas e, por isso, lhe falo francamente, pois não creio que ele ignore nada disto, tanto mais que não foi a um canto que tudo se passou! 27Acreditas nos Profetas, rei Agripa? Eu sei que acreditas.»
28Agripa respondeu a Paulo: «Por pouco não me persuades a fazer-me cristão!» 29Disse Paulo: «Prouvera a Deus que, por pouco ou por muito, não só tu, mas todos quantos hoje estão a ouvir-me se fizessem tais como eu sou, à excepção destas cadeias!»
30O rei levantou-se, assim como o governador, Berenice e os que estavam sentados com eles. 31Ao retirarem-se, diziam entre eles: «Este homem nada fez que mereça a morte ou os grilhões.» 32Agripa disse a Festo: «Este homem poderia ser posto em liberdade, se não tivesse apelado para César.»




[i] (21,27-28,31)

Leitura espiritual


A CIDADE DE DEUS 


Vol. 1

CAPÍTULO XXVII

Explicações físicas imaginadas por alguns, que não honram a verdadeira divindade e cujo culto não é o que convém à verdadeira divindade.




Vemos que estes deuses escolhidos se tornaram mais conhecidos do que os outros, não porque se tenham posto em relevo os seus méritos, mas sim porque os seus crimes não ficaram ocultos. Por isso é mais verosímil que tenham sido homens, como o testemunham não só os escritos dos poetas, mas também a tradição histórica. De facto, o que diz Vergílio:

O primeiro que veio do alto Olimpo foi Saturno, fugindo das armas de Júpiter e desterrado dos reinos perdidos [i],
e os versos que se seguem sobre este facto referem-se a acontecimentos contados por Evémero, cujo relato foi traduzido por Énio para latim. E, como disseram já tantas coisas os que antes de mim escreveram em grego e em latim contra estes erros, não vale a pena deter-me nisso.

Quando considero as teorias naturais pelas quais os homens doutos e argutos se esforçam por converter as coisas humanas em coisas divinas, constato que tudo nelas recai unicamente em obras temporais e terrestres, numa natureza corporal que, apesar de invisível, nem por isso é menos mutável e, por conseguinte, de maneira nenhuma poderia ser o verdadeiro Deus. Se ao menos elas se exprimissem em simbolismos conformes com o sentido religioso, certamente que se lamentaria que eles não tenham servido para anunciar e glorificar o verdadeiro Deus, mas seriam de certo modo suportáveis pelo simples facto de não obrigarem nem prescreverem qualquer rito imundo e torpe.

Mas, uma vez que não é lícito adorar, em lugar do verdadeiro Deus — único que pode tomar feliz a alma em que habita — quer um corpo quer uma alma, quanto mais ilícito não será adorá-los duma forma que não assegura ao corpo e à alma do adorador nem a salvação nem a honra humana.

Por isso, se, com templos, sacerdotes e sacrifícios (que só ao verdadeiro Deus são devidos), se venera algum elemento do mundo ou algum espírito criado (mesmo que não seja imundo nem mau) — não é com certeza mau porque sejam más essas honras, mas porque elas são de tal natureza que só devem ser empregadas no culto daquele a quem se deve todo o culto e serviço.

Por outro lado, se se pretende que ridículas e monstruosas estátuas, sacrifícios homicidas, coroas depostas sobre os órgãos viris, o comércio da prostituição, o corte dos membros, as mutilações vergonhosas, as consagrações de invertidos, a celebração de jogos impuros e obscenos, contribuem para honrar o verdadeiro Deus, isto é, o Criador de todas as almas e de todos os corpos, peca-se, não porque se adore um ser que não devia ser adorado, mas porque se não adora como deve ser o Deus que se deve adorar.

Mas recorrer a tais meios, isto é, a torpezas e infâ­mias, para adorar, não o verdadeiro Deus, criador da alma e do corpo, mas uma criatura, mesmo inocente, seja ela alma ou corpo, seja conjuntamente alma e corpo, é pecar duas vezes contra Deus, adorando em seu lugar um ser dele diferente, adorando-o de uma forma indigna não só dele mas de qualquer outro.

De que modo os pagãos adoram, isto é, quão torpe e perversamente adoram — está bem à vista! Que objecto ou que seres adoram eles — é assunto que ficaria por esclarecer se a sua história não atestasse que tal culto, cuja hediondez e ignomínia confessam, se dirige a divindades que o exigem com terríveis ameaças. Fica, pois, dissipado todo o equívoco: são horríveis demónios, espíritos imundos que toda esta teologia civil convida a se mostrarem nessas estúpidas imagens, para possuírem, por intermédio delas, o coração dos insensatos.

CAPÍTULO XXVIII

A teologia de Varrão está em total desacordo consigo própria.

Que vale, pois, o raciocínio, aparentemente tão subtil, de um homem tão douto e arguto como Varrão, ao tentar reduzir todos esses deuses ao Céu e à Terra e transferi-los para aí? Não pode! Os deuses escorregam-lhe das mãos, escapam-se, resvalam e caem. Ao falar das fêmeas, isto é, das deusas, escreve:

Como disse no primeiro livro consagrado aos lugares, é dupla a origem atribuída aos deuses: o Céu e a Terra. É por isso que a uns deuses se chama celestes, e a outros terrestres. Nos livros anteriores, começámos pelo Céu ao falarmos de Jano que, na opinião de alguns, é o Céu e, na opinião de outros, é o mundo. Assim, ao tratarmos das fêmeas, começá­mos por Telure.

Compreendo as dificuldades de um tão elevado engenho. É de facto arrastado por certas verosimilhanças a fazer do Céu um agente e da Terra um paciente. E por isso que ele atribui a um uma virtude masculina e à outra uma virtude feminina — e não repara que quem fez um e outra foi o que tudo isso fez.

Daí que, no livro precedente, também assim tenha interpretado os famosos mistérios de Samotrácia e prometa, com uma seriedade quase religiosa, expor por escrito e enviar aos seus, coisas que lhes são desconhecidas. Diz ele que de muitos indícios tirou a conclusão de que, entre as estátuas, uma representa o Céu, outra a Terra e outra os modelos das coisas a que Platão chama ideias. Quer que em Júpiter se veja o Céu, em Juno a Terra, em Minerva as ideias: o Céu pelo qual tudo é feito, a Terra de que tudo é feito, o modelo segundo o qual tudo se faz. Abstenho-me de referir aqui que Platão concede a essas ideias um tal poder que o Céu, longe de fazer seja o que for em conformidade com elas, ele próprio é que seria feito à sua semelhança. Direi apenas que, no seu livro acerca dos deuses escolhidos, (Varrão) perdeu de vista o alcance desses três deuses, com os quais abarcava a bem dizer a totalidade das coisas. Realmente, ele atribui ao Céu as divindades masculinas, à Terra as femininas e entre estas últimas colocou Minerva, que um pouco antes tinha posto acima do próprio Céu. Além disso, um deus masculino — Neptuno — está no mar, que pertence mais à Terra do que ao Céu. E por fim Dísparter (Dis Pater), chamado em grego Plutão, também deus masculino e irmão dos outros dois, apresenta-se como um deus da Terra, e dela ocupa a parte superior, ocupando Prosérpina, sua esposa, a parte inferior. Como é que pretendem, então, referir os deuses ao Céu e as deusas à Terra? Que é que há de sólido, de coerente, de sensato, de preciso, nesta exposição?

Telure é de facto o princípio das deusas, a Grande- -Mãe em volta da qual os invertidos e mutilados, castrados e contorcionistas exibem a sua ruidosa e louca torpeza. Para que, então, chamar a Jano a cabeça dos deuses, e a Telure a cabeça das deusas? Nem o erro pode do primeiro fazer uma cabeça sequer, nem a loucura pode curar a da segunda. Porque é que tentam, em vão, referir tudo isto ao Mundo? Mesmo que isso fosse possível, nenhum espí­rito religioso adoraria o Mundo em vez do verdadeiro Deus. E todavia, que isso não é possível, demonstra-o a evidência da verdade. Atribuam tudo isto a homens que já morreram, a demónios detestáveis — e não haverá mais dificuldades.

CAPÍTULO XXIX

Tudo o que os fisiólogos atribuem ao Mundo e às suas partes deve ser atribuído ao único Deus verdadeiro.

Vejamos como tudo o que a teologia atribui ao mundo com a ajuda de razões pretensamente naturais, deve ser efectivamente atribuído, sem a menor suspeita de sacrilégio, ao verdadeiro Deus, criador do Mundo, autor de toda a alma e de todo o corpo! Nós adoramos a Deus, e não o Céu nem a Terra, que são partes constitutivas do Mundo; nem a alma ou as almas difundidas em todos os seres vivos, mas Deus que fez o Céu e a Terra e tudo o que neles se contém, autor de toda a alma, quer simplesmente viva e carente de sensibilidade e de razão, quer também a dotada de sensibilidade ou também de inteligência.

CAPÍTULO XXX

Por que faculdade-sentimento religioso (qua pietate) distinguimos o Criador das criaturas de modo a não adorarmos, em vez de um só, tantos deuses quantas as obras de um só autor.

E, para começar a percorrer as obras do único Deus verdadeiro — obras que levaram os pagãos à invenção de uma multidão de falsos deuses, esforçando-se por, com aparências de honestidade, interpretarem os mais torpes e perversos mistérios — digamos: Nós adoramos a Deus
que às naturezas, de que é criador, fixou o começo e o fim, quer da sua existência, quer da sua actividade;
que detém, conhece e ordena as causas dos seres;
que conferiu às sementes a sua virtualidade;
que comunica aos vivos, que ele próprio escolheu, uma alma racional, chamada espírito;
que dotou os homens da faculdade e uso da palavra; que concedeu aos espíritos, como lhe aprouve, o dom de anunciar o futuro e que ele próprio prediz por intermédio de quem lhe apraz, como, por intermédio de quem lhe apraz, cura os doentes;
que governa os inícios, desenvolvimentos e termos das próprias guerras, quando desta forma o género humano merece ser corrigido e castigado;
que cria e rege o fogo tão violento e tão impetuoso deste mundo, como convém à imensidade da natureza;
que cria e governa todas as águas;
que fez o Sol, a mais brilhante das luzes materiais, ao qual deu força e movimentos convenientes;
que mesmo dos Infernos não retira o seu poder e domínio;
que fornece aos mortais sementes e alimentos secos e líquidos, apropriando-os às suas naturezas;
que sustém a Terra e a toma fecunda:
que dá com largueza os frutos dela aos animais e aos homens;
que conhece e ordena as causas principais e as que destas dependem;
que fixou o curso da Lua, acomodou os caminhos do Céu e da Terra às mudanças de lugar;
que às inteligências humanas, criaturas suas, concedeu também o conhecimento das diversas artes para ajudar a vida e a natureza;
que estabeleceu a união do macho e da fêmea para ajudar a propagar a vida;
que aos agregados humanos, para se aquecerem e iluminarem, dotou de um fogo terreno próprio para todos os usos.

Tais são as obras ou atributos que o tão douto e arguto Varrão, sabendo-o de outrem ou por sua iniciativa, se esforçou por distribuir entre os deuses escolhidos, levado não sei por que interpretações físicas. De tudo isto é autor e animador o único Deus verdadeiro, mas à maneira de Deus, isto é, estando todo em toda a parte, sem estar limitado por qualquer espaço, nem ligado por qualquer vínculo, incindível em partes, absolutamente imutável, enchendo o Céu e a Terra de um poder presente, por natureza não carente.

Também governa tudo quanto criou, de tal maneira que a cada uma das suas criaturas é dado provocar e dirigir [686] os seus próprios movimentos. E, ainda que nada possam sem ele, com ele não se confundem. Realiza também muitas coisas por intermédio dos anjos, mas só nèle é que está a origem da felicidade dos anjos. Mesmo quando, por certas causas, ele envia anjos aos homens, não é todavia pelos anjos mas por si próprio que torna felizes os homens, tal qual como toma felizes os anjos.

É deste único Deus verdadeiro que esperamos a vida eterna.

CAPÍTULO XXXI

Benefícios que, além dos gerais, Deus concede aos que seguem a verdade.

Temos realmente dele um grande sinal do seu amor para com os bons, além dos benefícios que, de acordo com a administração, já por nós mencionada, da natureza, ele concede aos bons e aos maus. A realidade é que nunca seremos capazes de lhe agradecer a dádiva de sermos, de vivermos, de contemplarmos o Céu e a Terra, de possuirmos inteligência e razão para procurarmos Aquele que todos estes bens criou. E todavia, acabrunhados pelo peso dos nossos pecados, desviados da contemplação da sua luz, cegos pelo amor das trevas, ou seja, da iniquidade, não fomos completamente abandonados — mas enviou-nos o seu Verbo, o seu único Filho, que, na sua carne de nós assumida, nasceu e sofreu para que soubéssemos quanto Deus amou o homem e ficássemos purificados de todos os pecados por esse sacrifício sem igual e, com a caridade do Espírito Santo, difundida em nossos corações, chegássemos ao eterno descanso e inefável doçura da sua contemplação. Que corações, que línguas poderão ter a pretensão de lhe prestarem condignas acções de graças?



(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)





[i] Vergílio, Eneida, VIII, 319-320.

Evangelho e comentário

Tempo comum

São Pedro Damião – Doutor da Igreja

Evangelho: Mc 9, 30-37

30 Tendo partido dali, atravessaram a Galileia; e Jesus não queria que se soubesse.31 Ia instruindo os Seus discípulos e dizia-lhes: «O Filho do Homem vai ser entregue às mãos dos homens e Lhe darão a morte, mas ressuscitará ao terceiro dia depois da Sua morte».32 Mas eles não compreendiam estas palavras e temiam interrogá-l'O.33 Nisto chegaram a Cafarnaum. Quando estavam em casa, Jesus perguntou-lhes: «De que discutíeis pelo caminho?».34 Eles, porém, calaram-se, porque no caminho tinham discutido entre si qual deles era o maior.35 Então, sentando-Se, chamou os doze e disse-lhes: «Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos».36 Em seguida, tomando uma criança, pô-la no meio deles e, depois de a abraçar, disse-lhes:37 «Todo aquele que receber uma destas crianças em Meu nome, a Mim recebe, e todo aquele que Me receber a Mim, não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou».

Comentário:

Ser maior ou mais importante que o outro é uma tentação comum que vem directamente do orgulho pessoal.

Tal como o desejo proeminência de protagonismo colocando-se como que em "bicos dos pés" para sobressair fazer-se notado.

À pessoa verdadeiramente humilde não lhe ocorre tal, pelo contrário, faz o que deve com naturalidade e recato porque é Deus Quem verdadeiramente interessa veja o que faz, pensa e diz.

(ama, comentário sobre Mc 9, 30-38, Malta, 17.05.2016)





Reflectindo - 228

A morte

Perante o mistério da morte ficamos surpreendidos com a confusão que, por vezes, se instala no nosso espírito.

Há uma mescla de sentimentos, onde, naturalmente, avulta a tristeza que o sentimento de perda provoca, mas que, surpreendentemente, não é o principal e é isto que mais nos causa estranheza e incompreensão.

Fere-nos singularmente algum sentimento de alívio, do terminar de um sofrimento, do arrastar de uma situação séria, grave, por vezes dolorosa, em que a pessoa querida se vai degradando fisicamente, perdendo gradualmente a sua autonomia até acabar totalmente dependente para os mais elementares e simples actos fisiológicos.

E este "sentirmo-nos feridos" quase nos envergonha porque pensamos – e bem – que não desejávamos que essa pessoa morresse, ao mesmo tempo que não queríamos que continuasse, assim, naquele estado de vida tão condicionada e sofredora.

Não é por essa morte ser previsível num espaço de tempo não muito longo, que se torna menos “cortante” – porque se trata de um corte definitivo e sem remédio -, porque, graças a uma espécie de esperança que nunca morre, esperamos sempre estar enganados e que uma súbita alteração das circunstâncias, mesmo sem explicação aparente – mas que sabemos, acontece por vezes – venha alterar definitivamente a situação.

De facto, a morte, não tem remédio absolutamente nenhum, é definitiva. É este – definitivo – que nos leva à tal surpresa que falávamos no início.
Não estamos habituados a que algo seja definitivo porque, a vida, a nossa própria vida tal como a dos outros, está sempre em evolução e o hoje não é igual ao amanhã, nada se repete tal e qual, tudo se vai transformando, evoluindo.
Vêm, depois, os outros, os familiares, mais ou menos próximos, os amigos mais ou menos chegados, companheiros de trabalho… e todos nos dizem mais ou menos as mesmas coisas. Frases feitas, termos usuais nestas circunstâncias, ar contristado, pesaroso, tentando parecer muito mais íntimos do que na verdade são.
Depois, cumpridas estas formalidades, retiram-se para o exterior para "espairecer", fumar um cigarro e, daí a pouco estabelece-se como que uma assembleia que conversa, convive, troca impressões.

Sentimo-nos, talvez, como que numa espécie de teatro um pouco requentado e com um enredo pouco ou nada atraente.

Mas, a morte, é assim: vida!

A vida prossegue o seu ritmo quase normal, nos primeiros tempos em que a memória está “fresca”, depois… só ocasionalmente nos recordamos do que aconteceu.
É muito bom que assim seja porque nestas memórias raramente aparecem os defeitos – que com toda a certeza a pessoa tinha – para surgirem com mais força, maior nitidez, as qualidades, os momentos bem passados, enfim, as coisas boas da vida anterior.
Assim, a morte, vem nivelar as relações, as memórias. Já não há nada a fazer!
Deparamo-nos finalmente com esta sensação estranha que não tínhamos sequer imaginado pudesse surgir: afinal, o lugar deixado vago pela morte não necessita ser preenchido donde concluímos que cada pessoa, sendo única, é insubstituível.

Claro que a razão é muito mais profunda que a simples constatação formal. Cada ser humano, embora podendo ter semelhanças com outro, nunca é qual exactamente porque é fruto da obra criadora de Deus que não faz nada ‘em série’, como numa linha de montagem. Cada ser humano tem uma alma – a imagem do Criador impressa – exclusivamente criada para si no momento da concepção.

Por isso mesmo, a concepção da vida concreta, real é de suma importância para compreender e aceitar a morte.
É, pelo menos, interessante dar-nos conta como a consideração da morte nos leva a pensar na vida sendo que, o contrário, não acontece.
A que propósito se iria pensar na morte quando nos sentimos vivos e, mais, com vontade e desejo de viver?

Não faz muito sentido, parece e, no entanto, seria de manifesta utilidade que o fizéssemos exactamente para termos consciência do nosso destino eterno.
O cristão tem, como verdade de fé, que está destinado à vida eterna e, mais, que ressuscitará no fim dos tempos em que o seu corpo se unirá à sua alma.
Como o mistério é de tal forma complexo, grandioso, extraordinário, optamos a maior parte das vezes por não pensar muito nisso porque ficamos, quase sempre, com a sensação que andamos às voltas sobre um eixo que também roda sobre si mesmo sem conseguirmos chegar a um fim, concreto, absoluto.

Aliás, é manifesto, que só conseguimos aceitá-lo com a ajuda da nossa fé cristã.

Podemos sentir curiosidade em imaginar o que seria o mundo se os nossos primeiros pais - Adão e Eva – não tivessem pecado e, assim, permanecessem no estado original da criação que não conhecia a morte.

Onde caberia tanta gente!

Se não existe fé, este problema é insolúvel, a resposta nunca será convincente.

AMA, reflexões,  2013



Estai alegres, sempre alegres

Ninguém é feliz na Terra enquanto não se decidir a não o ser. Este é o caminho: dor, que em cristão se diz Cruz, Vontade de Deus, Amor; felicidade agora e depois – eternamente! (Sulco, 52)

«Servite Domino in laetitia!» Hei-de servir a Deus com alegria! Uma alegria que há-de ser consequência da minha Fé, da minha Esperança e do meu Amor...; que há-de durar sempre, porque, como nos assegura o Apóstolo, "Dominus prope est!", o Senhor segue-me de perto. Hei-de caminhar com Ele, portanto, bem seguro, já que o Senhor é meu Pai...; e com a sua ajuda hei-de cumprir a sua amável Vontade, ainda que me custe. (Sulco, 53)


Um conselho, que vos tenho repetido teimosamente: estai alegres, sempre alegres! Que estejam tristes os que não se consideram filhos de Deus! (Sulco, 54)

Fátima: Centenário - Oração diária


Senhora de Fátima:


Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.

No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.

Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.
Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

Pequena agenda do cristão

TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?