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08/01/2017

Servir o Senhor no mundo

Repara bem: há muitos homens e mulheres no mundo, e nem a um só deles o Mestre deixa de chamar. Chama-os a uma vida cristã, a uma vida de santidade, a uma vida de eleição, a uma vida eterna. (Forja, 13)

Permiti-me que volte de novo à naturalidade, à simplicidade da vida de Jesus, que já vos tenho feito considerar tantas vezes. Esses anos ocultos do Senhor não são coisa sem significado, nem uma simples preparação dos anos que viriam depois, os da sua vida púbica. Desde 1928 compreendi claramente que Deus deseja que os cristãos tomem exemplo de toda a vida do Senhor. Entendi especialmente a sua vida escondida, a sua vida de trabalho corrente no meio dos homens: o Senhor quer que muitas almas encontrem o seu caminho nos anos de vida calada e sem brilho. Obedecer à vontade de Deus, portanto, é sempre sair do nosso egoísmo; mas não tem por que se traduzir no afastamento das circunstâncias ordinárias da vida dos homens, iguais a nós pelo seu estado, pela sua profissão, pela sua situação na sociedade.


Sonho – e o sonho já se tornou realidade – com multidões de filhos de Deus santificando-se na sua vida de cidadãos correntes, compartilhando ideais, anseios e esforços com as outras pessoas. Preciso de lhes gritar esta verdade divina: se permaneceis no meio do mundo, não é porque Deus se tenha esquecido de vós; não é porque o Senhor vos não tenha chamado; convidou-vos a permanecer nas actividades e nas ansiedades da Terra, porque vos fez saber que a vossa vocação humana, a vossa profissão, as vossas qualidades não só não são alheias aos seus desígnios divinos, mas que Ele as santificou como oferenda gratíssima ao Pai! (Cristo que passa, 20)

Evangelho e comentário

Tempo do Natal


Domingo da Epifania do Senhor

Evangelho: Mt 2, 1-12

1 Tendo nascido Jesus em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que uns Magos vieram do Oriente a Jerusalém, 2 dizendo: «Onde está o rei dos Judeus, que acaba de nascer? Porque nós vimos a Sua estrela no Oriente e viemos adorá-l'O».3 Ao ouvir isto, o rei Herodes turbou-se, e toda a Jerusalém com ele. 4 E, convocando todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Messias. 5 Eles disseram-lhe: «Em Belém de Judá, porque assim foi escrito pelo profeta: 7 “E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que apascentará Israel, Meu povo”». 6 Então Herodes, tendo chamado secretamente os Magos, inquiriu deles cuidadosamente acerca do tempo em que lhes tinha aparecido a estrela; 8 depois, enviando-os a Belém, disse: «Ide, informai-vos bem acerca do Menino, e, quando O encontrardes, comunicai-mo, a fim de que também eu O vá adorar».9 Tendo ouvido as palavras do rei, eles partiram; e eis que a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando sobre o lugar onde estava o Menino, parou. 10 Vendo novamente a estrela, ficaram possuídos de grandíssima alegria. 11 Entraram na casa, viram o Menino com Maria, Sua mãe, e, prostrando-se, O adoraram; e, abrindo os seus tesouros ofereceram-Lhe presentes de ouro, incenso e mirra. 12 Em seguida, avisados em sonhos por Deus para não tornarem a Herodes, voltaram para a sua terra por outro caminho.

Comentário:

O que tantos afirmam não existir ou, pelo menos, não reconhecem como “sinais de Deus”, não são visíveis a qualquer um.

O que acontece é que, estes, esperam por manifestações ou evidências de acordo com os seus critérios pessoais, propondo como que um “desafio” ao Criador.

Ele dá sempre o que é justo e suficiente para que os homens acreditem e, acreditando, reconheçam nesses sinais a Sua Vontade.

O que cada um na verdade consegue ver e compreender estará sempre em concordância com a sua disponibilidade para aceitar e não para impor.

(ama, comentário sobre Mt 2, 1-12, 2016.01.03)



Leitura espiritual


Leitura espiritual



A Cidade de Deus 

Vol. 1

LIVRO II

CAPÍTULO XXIII

As alterações nas empresas temporais não dependem do favor ou da hostilidade dos demónios, mas da decisão do verdadeiro Deus.

Que vos parece? Não acham que esses deuses ajudaram os homens a satisfazerem as suas paixões? Não é evidente que não pensaram em refreá-las? Não foram eles que ajudaram Mário, o plebeu adventício, sanguinário forjador e realizador de guerras civis, a que chegasse a ser cônsul por sete vezes e a que morresse, carregado de anos, no seu sétimo consulado, escapando assim às mãos de Sula prestes a ser o vencedor? E se os deuses o não ajudaram em tudo isto — não é pouca coisa o que confessam: mesmo que não lhe sejam propícios, ao homem pode advir toda a felicidade temporal que tanto amam. Mesmo quando os deuses lhes são adversos, os homens podem, como no caso de Mário, encher-se e gozar de saúde, força, riquezas, honrarias, dignidade e longevidade. E podem também, como no caso de Régulo, apesar de os deuses lhes serem propícios, ser torturados e m orrer no cativeiro, na servidão, nas privações, nas vigílias e nas dores. Se admitem que assim é, acabam por confessar, em conclusão, que eles de nada lhes servem e que o seu culto é inútil. De facto, se, em vez das virtudes da alma e da probidade de vida, cuja recompensa devem esperar só depois da vida, se empenharam em ensinar ao povo o contrário;

Se, nos bens passageiros e temporais, nem prejudicam aos que os odeiam nem favorecem aos que os amam para quê venerá-los? Para quê importuná-los tão zelosamente com o seu culto? Porque é que murmuram nestes trabalhosos e tristes tempos como se tivessem de se afastar ofendidos? E por que é que por causa deles a religião cristã é ofendida com os mais indignos ultrajes? Se nestes assuntos têm poderes benéficos ou maléficos — porque é que prestaram a assistência a esse péssimo homem que foi Mário e se desinteressaram desse óptimo homem que foi Régulo? Não se revelaram eles por esta forma como os mais injustos e perversos? Se assim julgam que são mais de temer e de merecer, pois estão enganados: verifica-se que Régulo não os venerou menos do que Mário. Nem se pense que se deve escolher uma vida depravada lá porque os deuses estimaram mais a Mário do que a Régulo. Na realidade Metelo, de todos os Romanos o mais digno de louvores, que teve cinco filhos consulares, mesmo nos assuntos temporais foi feliz — e Catilina, o pior de todos, foi um desgraçado, oprimido pela miséria e derrubado na guerra que seus crimes originaram. Mas a mais verdadeira, a mais segura felicidade, dela só gozam os bons, os que adoram a Deus, único que a pode conceder.

Quando a República se perdia mercê dos maus costumes, nada fizeram os deuses para os orientar ou corrigir de modo a que ela não perecesse. Pelo contrário aumentaram a depravação e a corrupção dos costumes para que ela morresse. Não finjam pois de bons, sob pretexto de que se afastaram ofendidos pela iniquidade dos cidadãos. Certam ente que estavam lá: eles é que se traem e denunciam: não puderam prestar ajuda com o seu ensino, nem ficar escondidos com o seu silêncio. Ponho de parte o facto de Mário ter sido recomendado pelos compassivos habitantes de Minturna à deusa Marica, no bosque a ela consagrado, pedindo a prosperidade de todos os seus empreendimentos. Tendo ele voltado incólume de uma situação altamente desesperada, este chefe cruel avançou sobre Roma com um exército igualmente cruel. Quão sangrenta, quão selvagem foi essa vitória mais desumana do que a de um inimigo, podem lê-lo nos escritores que o descreveram. Mas, como já disse, ponho isso de parte. Não atribuo a sorte sanguinária de Mário a não sei que Marica, mas antes à oculta Providência de Deus para fechar a boca aos pagãos e deixar livres de erro os que não agem por interesse, mas que olham para os factos com reflexão. Porque embora os demónios tenham algum poder nestes assuntos, reduz-se ele, porém aos limites assinalados por uma secreta e livre decisão do Omnipotente. Não tenhamos em grande conta a felicidade terrena que muitas vezes se concede mesmo aos maus como Mário. Também não a consideremos como coisa má pois muitos homens religiosos e bons, adoradores do verdadeiro Deus, a fruíram contra a vontade dos demónios. Nem pensemos que devemos tornar propícios ou temer esses imundos espíritos por causa dos bens ou males terrenos. Porque, assim como os próprios homens maus da Terra, também eles, os demónios, não podem fazer tudo o que lhes apetece, mas apenas quanto lhes é permitido por Aquele cujos juízos ninguém compreende plenamente nem critica com justiça.


CAPÍTULO XXIV

As façanhas de Sula foram abertamente favorecidas pelos demónios.

Os tempos de Sula foram tais que se começaram a desejar os anteriores embora parecesse que ele era o seu vingador. Quando começou a dirigir o exército para Roma contra Mário, as entranhas da vítima imolada pareceram tão propícias, escreve Lívio, que o arúspice Postúmio queria que o condenassem à pena capital se Sula não conseguisse, com o apoio dos deuses, o que tinha em mente. Eis que «os deuses não tinham abandonado os seus santuários e os seus altares» quando prediziam o resultado dos acontecimentos sem se preocuparem em nada com a correcção do próprio Sula. Prometiam com os seus presságios uma grande felicidade, mas não quebravam com ameaças a sua perversa cupidez.

Depois, quando estava na Ásia a conduzir a guerra contra Mitrídates, foi-lhe revelado por Júpiter, por intermédio de Lúcio Tício, que venceria Mitrídates. E assim aconteceu. Posteriormente, quando pensava voltar a Roma e vingar as injúrias recebidas e as dos amigos, no sangue dos cidadãos, de novo lhe foi revelado pelo mesmo Júpiter, por intermédio de um certo soldado da sexta legião: antes tinha-lhe vaticinado a vitória sobre Mitrídates, mas agora prometia-lhe o poder com que recuperaria de seus inimigos o governo (rem publicam) sem muito sangue. Então, tendo perguntado ao soldado que aspecto lhe parecia que tinha, e tendo-o este indicado, Sula recordou-se que era o mesmo que apresentava o do vaticínio anterior quando lhe anunciou a vitória sobre Mitrídates.

Poderá dar-se resposta a isto: porque é que os deuses tiveram o cuidado de anunciar estes felizes acontecimentos e nenhum tratou de corrigir com uma advertência esse Sula que iria cometer através de criminosa guerra civil tão grandes males que não só macularam como também sufocaram por completo a república? Como tantas vezes disse, foi-nos dado a conhecer nas Escrituras Sagradas, e os próprios factos o indicam suficientemente, que esses deuses são demónios que tratam do seu negócio para serem tidos e venerados como deuses e serem obsequiados com ritos que tornam cúmplices os seus adoradores para que tenham com eles o mesmo péssimo veredicto no juízo de Deus.

Depois, quando chegou a Tarento, e lá ofereceu um sacrifício, Sula viu no vértice do fígado do vitelo a figura de uma coroa de ouro. Então Postúmio, o referido arúspice, declarou que lhe vaticinava uma gloriosa vitória e ordenou que só ele comesse daquelas vísceras. Passado um pequeno intervalo o escravo de um certo Lúcio Pôncio vaticinou aos gritos: «Sou mensageiro que venho de Bellona. A vitória é tua, Sula». Em seguida acrescentou que o Capitólio iria arder. Dito isto, saiu imediatamente do acampamento e voltou no dia seguinte mais desembaraçado e gritou que o Capitólio tinha ardido. E na verdade o Capitólio tinha ardido. Na realidade a um demónio foi fácil prever e anunciar com rapidez o sucedido.

Repara bem nisto que tem o maior interesse para o assunto em causa: a que deuses desejam estar sujeitos os que blasfemam do Salvador que retira do domínio dos demónios a vontade dos fiéis! Vaticinando um homem gritou — «a vitória é tua, Sula!» — e para que se acreditasse que gritava por inspiração divina, predisse também um facto que iria desde já realizar-se e outro que acabava de se realizar muito longe donde estava o espírito que falava por seu intermédio. Todavia não gritou: «Abstem- -te de crimes, Sula!» — crimes horrendos que, uma vez vencedor, ali cometeu aquele a quem apareceu no fígado do vitelo uma coroa de ouro como símbolo evidentíssimo da sua vitória. Se tais sinais costumavam dar os deuses justos e não demónios ímpios, de certeza que o que aquelas entranhas deveriam mostrar eram nefastos acontecimentos e graves prejuízos para o próprio Sula. Nem efectivamente aquela vitória foi tão proveitosa para a sua glória quanto foi nociva a sua cupidez. Dela resultou que, ansiando pela glória e tendo-se exalçado e mergulhado na prosperidade, foi maior o dano que ele próprio sofreu nos seus costumes do que os danos que no corpo infligiu aos inimigos.

Estas coisas, na verdade tristes e dignas de dó, é que aqueles deuses não vaticinaram nas entranhas do sacrifício, nos augúrios, nos sonhos ou vaticínios fosse de quem fosse. Tinham mais medo de serem corrigidos do que de serem vencidos. Mais ainda: faziam com que o glorioso vencedor dos seus concidadãos fosse vencido pelos seus nefandos crimes e deles cativo e por aí ficasse mais estreitamente submetido aos demónios.

C A P ÍT U L O XXV

Os espíritos malignos incitam os homens ao crime e, para que o cometam, apresentam-lhes a autoridade divina do seu exemplo.

 Depois disto, quem não compreende — a não ser aqueles que preferem imitar tais deuses a separar-se da sua companhia com a graça divina — quem não verá quanto estes espíritos malignos se esforçam por prestar pelo seu exemplo uma autoridade divina aos crimes? Os próprios deuses foram surpreendidos a lutar uns com os outros numa ampla planície da Campânia, onde, não muito depois, os exércitos dos cidadãos se envolveram em terrível combate. Ouviu-se lá, primeiro um tremendo fragor e logo depois dizem muitos que viram lutar dois exércitos durante vários dias. Quando esta batalha findou, encontraram vestígios, tanto de homens como de cavalos — o que era de esperar de tal conflito. Se é verdade que os deuses lutaram entre si, então já se desculpam as guerras civis entre os homens — notando-se, todavia, até onde é que vai a malícia ou a miséria de tais deuses. Mas, se fingiram que batalhavam, que mais fizeram senão convencer os Romanos de que, quando se envolvem em guerras civis a exemplo dos deuses, nada de criminoso cometem? É certo que já tinham começado as guerras civis; já dantes tinha havido, em batalhas nefandas, horrendas carnificinas; já a muitos comovera o caso de certo soldado que, ao despojar um morto, reconheceu no cadáver desnudado o seu próprio irmão e, amaldiçoando as guerras civis, aí a si mesmo se aniquilou e se juntou ao corpo do irmão. E, para que ninguém tivesse aversão a tamanho mal e antes o ardor das armas criminosas fosse aumentando cada vez mais, — os nefastos demónios (que eles, tendo-os por deuses, entendiam que deviam louvar e venerar), quiseram mostrar-se perante os homens a lutar entre si, para que a sensibilidade cívica não receasse imitar tais pugnas, mas, pelo contrário, desculpasse o crime humano com o exemplo divino.

Com igual astúcia também os espíritos malignos exigiram que se lhes dedicassem e consagrassem jogos cénicos, do que já falámos bastante. Aí se celebram as enormes imoralidades dos deuses com cânticos de cena e com representação de fábulas. Cada um poderá crer que eles fazem tais coisas; cada um poderá não o crer. Mas o certo é que vendo-os deliberadamente exibirem-se em tais actos, os imitará sem escrúpulos. E, para que ninguém julgasse que os poetas comemoravam as suas pugnas e infâ­mias em vez de proezas dignas deles — eles próprios confirmaram tais poemas para assegurarem o engano dos homens. Confirmaram as suas pugnas não só nas representações teatrais, mas também mostrando-se aos olhos humanos no campo de batalha.

Fomos obrigados a dizer estas coisas porque os seus autores não tinham a menor dúvida em dizer e escrever que a República Romana, por causa dos péssimos costumes dos seus cidadãos, já se tinha perdido e dela já nada existia antes da vinda de Jesus Cristo Nosso Senhor. Não atribuem esta perda aos seus deuses. Mas imputam ao nosso Cristo os males transitórios que não podem causar a perdição dos bons, quer estes continuem a viver quer lhes sucumbam. O certo é que o nosso Cristo frequentemente deu tantos preceitos contra os costumes depravados a favor dos bons costumes; ao passo que os deuses não contribuíram com preceitos semelhantes a favor do seu povo fiel para que a república se não perdesse. Pelo contrário: contribuíram até para a sua perda corrompendo os seus costumes com a nociva autoridade dos seus exemplos.

Ninguém ousará, julgo eu, dizer que ela sucumbiu então, porque
Retiram-se todos abandonando altares e santuários, estes deuses [i],
como «amigos da virtude» que se sentiram ofendidos com os vícios dos homens. Porque os inúmeros sinais das entranhas, dos áugures, dos adivinhos com que mostravam o seu empenho em serem gabados e com que se vangloriavam da sua pretensa ciência do futuro e não menos pretensa ajuda nos combates, provam que eles sempre lá estiveram. Se na verdade tivessem partido, os Romanos ter-se- -iam sentido menos incitados à guerra civil pelas suas paixões do que efectivamente o foram por incitação dos deuses.

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)





[i] Discessere omnes adytis arisque relictis Di. Vergílio, Eneida, II, 351-352.

Actos dos Apóstolos

Actos dos Apóstolos

II. EXPANSÃO DA IGREJA FORA DE JERUSALÉM [i]

Capítulo 9

Pedro cura um paralítico

31Entretanto, a Igreja gozava de paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, crescia como um edifício e caminhava no temor do Senhor e, com a assistência do Espírito Santo, ia aumentando.

32Pedro, que andava por toda a parte, desceu também até junto dos santos que habitavam em Lida. 33Encontrou lá, estendido num catre, havia oito anos, um homem chamado Eneias, que era paralítico. 34Pedro disse-lhe: «Eneias, Jesus Cristo vai curar-te! Levanta-te e arranja a enxerga.» E ele ergueu-se imediatamente. 35Todos os habitantes de Lida e da planície de Saron viram isso e converteram-se ao Senhor.



[i] (6,8-12,25)

La cuestión del género, más allá de la irritación y del miedo

Resultado de imagem para ideologia de generoDe lo que se trata ahora es de imponer desde el poder político una determinada visión antropológica con una batería de coacciones que producen perplejidad y comprensible preocupación.

En un memorable artículo de hace pocas semanas, el expresidente del Foro de la Familia acuñaba el término “confesionalismo de género” para definir el conjunto de leyes que se están aprobando en las Comunidades Autónomas sobre la identidad sexual de las personas. Se trata, supuestamente, de combatir cualquier rastro de discriminación por motivos de orientación sexual, pero semejante pretexto no resiste un mínimo análisis. Afortunadamente nuestras leyes ya disponen de los instrumentos necesarios para proteger a las personas frente a esos abusos, que ciertamente han existido y deben ser completamente erradicados. De lo que se trata ahora es de imponer desde el poder político una determinada visión antropológica (la ideología de género), con una batería de coacciones que producen perplejidad y comprensible preocupación.

Lo sucedido estos días en el colegio Juan Pablo II de Alcorcón, cuyo director ha sido sancionado tras exponer severas críticas al contenido de la correspondiente ley en Madrid, y en Valencia, donde se amenaza a los padres que no reconozcan la identificación sexual expresada por sus hijos con ser denunciados por maltrato infantil, es solo una mínima consecuencia de la aplicación de este aparato jurídico delirante.

No estamos aquí ante una evolución social decantada de forma natural, fruto del debate libre o del desgaste de anteriores presupuestos culturales. Estamos ante una verdadera obra de ingeniería social ajena al sentir de la gran mayoría de la sociedad pero amparada en una férrea protección de los grandes centros de poder cultural (especialmente, aunque no sólo, los medios de comunicación), que han conseguido generar una auténtica espiral de silencio. De hecho, oponerse públicamente a los dogmas de la ideología de género implica en muchos casos poner en riesgo la propia carrera profesional o académica, así como afrontar un verdadero estigma social. Así se explica la cortina de silencio que rodea a un asunto en el que la inmensa mayoría de la gente no se siente reconocida, pero ante el que la mayoría prefiere ponerse de perfil.

La violencia (porque es propiamente una violencia) que se exhibe contra quienes disienten de esta nueva confesión forzosa sería inimaginable en cualquier otro campo de la vida civil. Pensemos, por ejemplo, en la dureza de las críticas a las leyes laborales, o las que se relacionan con temas de seguridad pública: como es natural en una sociedad pluralista el debate es muy vivo, y a nadie se le ocurriría condenar al ostracismo a quienes denuncian la reforma laboral o la ley de seguridad ciudadana.

Y es que el nuevo “confesionalismo de género” es una peligrosa novedad en el ámbito jurídico-político de las democracias occidentales. Tampoco nos engañemos, España no es el primer escenario. Es conocida la violencia con que fueron reprimidas algunas manifestaciones contra el matrimonio homosexual en Francia, o las penas de cárcel contra padres que se han negado a que sus hijos sean adoctrinados en algunos Länder alemanes, o la forma en que han perdido su trabajo funcionarios británicos que no han aceptado el rodillo.

Naturalmente el aparato jurídico es sólo el bisturí (o los fórceps) para que la ideología penetre en el tejido social. Por desgracia estamos ante una verdadera inversión de los factores: aquí no es la cultura compartida la que genera un nuevo ordenamiento jurídico, sino unas leyes introducidas a machamartillo (aunque respetando los procedimientos parlamentarios, bien es cierto) las que propician una aceleración vertiginosa del cambio cultural en una dirección predeterminada por el poder.

En un reciente diálogo le planteé a Benigno Blanco cuáles serían las líneas fundamentales para afrontar este desafío en el marco de una convivencia civil de la que ninguno deseamos salirnos y en la que aspiramos a ser protagonistas como el que más. Señaló en primer lugar que, frente a un ataque a la libertad, lo primero que debemos hacer es ejercerla. En este caso tomando postura pública sobre el significado de la sexualidad, siempre con razones adecuadas y con respeto a las personas. Añado que la forma propia de este ejercicio es el testimonio, que implica nuestra propia experiencia en el discurso público que realizamos y, naturalmente, asumiendo el coste que conlleva.

Una segunda línea se refiere al trabajo educativo de fondo. Este desafío nos mueve a educar sin descanso en el campo afectivo-sexual, y por tanto en el significado de la vida humana en su horizonte total. Educar en la familia, en la escuela, en los lugares de ocio, en las relaciones de amistad. Sin este trabajo educativo que requiere corazón, inteligencia, paciencia y apertura a la libertad de los otros, todo sería inútil. Educar sería imposible sin comunidades vivas donde se hace experiencia del valor de la diferencia sexual, por tanto, sin una red viva de familias. Y no olvidemos que es más sencillo agitar la calle que educar día a día, contra viento y marea.

Por último, el expresidente del Foro de la Familia hablaba de ejercer nuestros derechos como ciudadanos, apelando a las garantías constitucionales cuando se vean amenazados. Aquí también será necesario explorar la vía de la objeción de conciencia, que recientemente señalaba el cardenal Scola como una institución trascendental para evitar cualquier deriva totalitaria en Europa. A pesar de todo lo dicho, Europa (y dentro de ella España) sigue siendo un espacio donde es posible el debate público y rigen las leyes. Y ese espacio debe ser aprovechado incansablemente para favorecer el testimonio de la verdad y la construcción de una vida buena.


José Luis Restán29 diciembre 2016

Doutrina – 218

Doutrina


CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO SEGUNDO

CREIO EM JESUS CRISTO, O FILHO UNIGÉNITO DE DEUS
«JESUS CRISTO PADECEU SOB PÔNCIO PILATOS, FOI CRUCIFICADO, MORTO E SEPULTADO»

Quais os efeitos do sacrifício de Cristo na cruz?



Jesus ofereceu livremente a Sua vida em sacrifício de expiação, isto é, reparou as nossas culpas com a plena obediência do Seu amor até à morte. Este «amor até ao fim» (Jo 13,1) do Filho de Deus reconcilia com o Pai toda a humanidade. O sacrifício pascal de Cristo resgata, portanto, os homens num modo único, perfeito e definitivo, e abre-lhes a comunhão com Deus.

Tratado da vida de Cristo 142

Questão 50: A morte de Cristo

Art. 4 — Se Cristo, no tríduo da morte, cessou de ser homem.

O quarto discute-se assim. — Parece que Cristo, no tríduo da morte, não cessou de ser homem.

1. — Pois, diz Agostinho: Foi tal a união do Verbo com a natureza humana, que tornou Deus, homem, e o homem, Deus. Ora, essa união não cessou com a morte. Logo, não cessou Cristo de ser homem, durante a morte.

2. Demais. — O Filósofo diz: Cada homem é o seu próprio intelecto. Por isso, dirigindo-nos à alma de S. Pedro, depois da morte dele, dizemos: São Pedro, ora por nós. Ora, depois da morte, o Filho de Deus não se separou da sua alma racional. Logo, nesse tríduo o Filho de Deus continuou a ser homem.

3. Demais. — Todo sacerdote é homem. Ora, durante o tríduo da sua morte Cristo foi sacerdote, de contrário não seria verdadeiro o dito da Escritura - Tu és sacerdote eternamente. Logo, durante esse tríduo Cristo foi homem.

Mas, em contrário. — Removido o superior, removido fica o inferior. Ora, ser vivo ou animado é superior ao a ser animal e homem; pois, o animal é uma substância animada sensível. Mas, no tríduo da sua morte, o corpo de Cristo não foi nem vivo nem animado. Logo, não foi homem.

Que Cristo morreu verdadeiramente é artigo de fé. Portanto, qualquer afirmação contrária à verdade da morte de Cristo é erro contra a fé. Por isso se diz numa Epístola Sinodal de Cirilo: Quem não confessar que o Verbo de Deus sofreu na sua carne, foi crucificado ria sua carne e na sua carne padeceu a morte, seja anátema. Ora, um homem ou um animal verdadeiramente morto deixa de ser homem ou animal; pois, a morte do homem ou do animal resulta da separação da alma, por ser esta a que completa a natureza animal ou humana. Por onde, é erróneo dizer que Cristo, durante o tríduo da sua morte, foi homem, simples e absolutamente falando. Podemos, porém, dizer, que durante esse tríduo Cristo foi um homem morto. Alguns, porém, confessaram que Cristo, nesse tríduo, foi homem, servindo-se assim de uma expressão errónea, sem, contudo darem à sua fé um sentido erróneo. Como Hugo de S. Victor, que disse Cristo ter sido homem no tríduo da sua morte, porque considerava a alma como o homem. Isso, porém, é falso, como demonstramos na Primeira Parte. Também o Mestre das Sentenças afirmou que Cristo foi homem no tríduo da sua morte, mas por outra razão. Era essa a de crer que a união da alma e do corpo não é da natureza do homem, bastando para alguém ser homem uma alma humana e um corpo, quer estejam unidas quer separadas. Mas a falsidade dessa opinião também já o mostramos na Primeira Parte e pelo que antes dissemos sobre o modo da união.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — O Verbo de Deus assumiu a alma unida com o corpo; e por isso essa assunção tornou Deus o homem e o homem, Deus. Mas tal assunção não cessou pela separação do Verbo, da alma e do corpo; cessou, porém, a união entre o corpo e a alma.

RESPOSTA À SEGUNDA. — O dizer-se que o homem é o seu intelecto não significa que o intelecto é o homem na sua totalidade, mas que é a principal parte do homem, no qual existe virtualmente a disposição total deste. Como se disséssemos que o chefe do Estado fosse todo o Estado, porque é ele quem lhe dá a sua disposição total.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Ser sacerdote convém ao homem em razão da alma, na qual está o carácter da ordem. Por isso, pela morte, o homem não perde a ordem sacerdotal. E muito menos Cristo, origem de todo sacerdócio.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.


Pequena agenda do cristão



DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé.

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?