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01/01/2017

A oculta maravilha da vida interior

Até agora não tinhas compreendido a mensagem que nós, os cristãos, trazemos aos outros homens: a oculta maravilha da vida interior. Que mundo novo lhes estás pondo diante dos olhos! (Sulco, 654)

Quantas coisas novas descobriste! No entanto, às vezes és um ingénuo, e pensas que já viste tudo, que já sabes tudo... Depois, tocas com as tuas mãos a riqueza única e insondável dos tesouros do Senhor, que sempre te mostrará "coisas novas" se tu responderes com amor e delicadeza; e então compreendes que estás no princípio do caminho, porque a santidade consiste na identificação com Deus, com este nosso Deus, que é infinito, inesgotável! (Sulco, 655)

Deixemos de enganar-nos: Deus não é uma sombra, um ser longínquo, que nos cria e depois nos abandona; não é um amo que vai e depois não volta. Ainda que não o percebamos com os nossos sentidos, a sua existência é muito mais verdadeira que a de todas as realidades que tocamos e vemos. Deus está aqui connosco, presente, vivo! Vê-nos, ouve-nos, dirige-nos, e contempla as nossas menores acções, as nossas intenções mais ocultas.
Acreditamos nisto... mas vivemos como se Deus não existisse! Porque não temos para Ele um pensamento sequer, nem uma palavra; porque não Lhe obedecemos, nem procuramos dominar as nossas paixões; porque não Lhe manifestamos amor, nem O desagravamos...

Havemos de continuar a viver com uma fé morta? (Sulco, 658)

Evangelho e comentário

Tempo do Natal

Santa Maria Mãe de Deus

Evangelho: Lc 2, 16-21

Naquele tempo, os pastores dirigiram-se apressadamente para Belém e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura. Quando O viram, começaram a contar o que lhes tinham anunciado sobre aquele Menino. E todos os que ouviam admiravam-se do que os pastores diziam. Maria conservava todos estes acontecimentos, meditando-os em seu coração. Os pastores regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido anunciado. Quando se completaram os oito dias para o Menino ser circuncidado, deram-Lhe o nome de Jesus, indicado pelo Anjo, antes de ter sido concebido no seio materno.

Comentário:

A Santíssima Virgem não podia mais que, como diz o Evangelista, «conservar todos estes acontecimentos no seu coração» de tal forma o impacto deveria ser extraordinário para a jovem Mãe.

(As Mães quase sempre guardam memórias quase fotográficas do nascimento dos seus filhos.)

Mas ainda bem que assim foi porque pode transmitir ao Evangelista com pormenor, todos esses acontecimentos – antes e depois do Nascimento de Jesus – permitindo assim que chegasse até nós a maravilhosa “história” do princípio da nossa salvação.

(ama, comentário sobre Lc 2,16-21, 2016.11.03)







Leitura espiritual

Leitura espiritual



A Cidade de Deus 
Vol. 1

LIVRO II

No qual se discutem os males que, antes de Cristo, quando vigorava o culto dos falsos deuses, os Romanos sofreram; — e se demonstra:
— primeiro — que se acumularam, com a colaboração dos falsos deu­ses, os maus costumes e os vícios da alma, únicos, ou pelo menos, os mais graves males dignos de consideração;
— segundo — que os Romanos não foram destes males libertados por esses falsos deuses.

CAPÍTULO I

Método a ser aplicado por necessidade de discussão.

Se a inteligência humana não ousasse, com o seu doentio comporta­mento, opor o seu orgulho à evidência da verdade mas fosse capaz de submeter a sua debilidade à sã doutrina, como que a uma medicina, até se recuperar com a ajuda de Deus alcançada por uma fé piedosa, — não haveria necessidade de longos discursos para tirar do erro qualquer vã opinião: bastaria que quem está na verdade a expusesse com palavras suficientemente claras.

Mas agora estamos perante a maior e a mais sombria doença dos espíritos insensatos. Empenham-se em defender suas irracionais motivações como se fossem a própria razão e a própria verdade e isto mesmo depois de discutirem todos os argumentos que um homem pode fornecer a outro homem, não se sabe se por demasiada cegueira que nem as coisas mais claras distingue, ou se pela mais obstinada contumácia que os impede de ver o que se lhes antolha. O certo é que, na maioria dos casos, se torna imprescindível alargar a exposição dos assuntos, por si já claros, não como se tivessem de ser expostos a quem tem olhos para ver, mas antes para que os possam tocar com as mãos os que andam às apalpadelas, meio cegos.

Porém, se julgamos que devemos ripostar sempre àqueles que nos respondem, quando é que acabaríamos de discutir? Até quando estaríamos a falar? Os que ou não podem compreender o que se diz ou estão, na discussão, tão endurecidos na contradição que, mesmo que cheguem a compreender, não prestam atenção, e continuam a responder, conforme está escrito «proferem iniquidades e não se  cansam de falar em vão!» [1]; se nos propuséssemos refutar as suas contradições tantas vezes quantas eles, com cabeças obstinadas, se propõem não pensar no que dizem, atentos apenas em contradizerem de qualquer modo os nossos argumentos,— dar-te-ás conta de quão interminável, penoso e infrutífero isto seria.

Por isso nem a ti, filho meu Marcelino, nem aos outros, a favor dos quais este meu trabalho, espontaneamente, por amor a Cristo, vai dirigido, vos quereria como juízes dos meus escritos, se viésseis a ser daqueles que procuram sempre uma resposta quando ouvem alguma objec­ção ao que estão lendo. Não aconteça que se tornem semelhantes àquelas mulherzinhas de que fala o Apóstolo:
Sempre a aprenderem mas incapazes de conhecerem a verdade [2].

CAPÍTULO II

Do que foi exposto no livro primeiro.

No livro anterior tinha-me proposto tratar, com a ajuda de Deus, da sua Cidade e pus mãos a toda a obra. O que primeiro me ocorreu foi que devia responder aos que atribuem à religião cristã todas estas guerras que estão esfacelando o mundo e principalmente a recente devastação da Urbe Romana pelos bárbaros, isto porque foi proibido por essa religião servir aos demónios com nefandos sacrifícios. Pois deviam antes prestar honras a Cristo, já que foi por causa do seu nome e contra os estabelecidos costumes de guerra que os bárbaros lhes ofereceram para sua liberdade os mais espaçosos lugares para lá pro­curarem asilo. E para muitos o facto de se declararem servidores de Cristo, sincera ou hipocritamente, impelidos pelo medo, foi de tal modo respeitado que até julgaram proibido o que por direito de guerra lhes era permitido. Daí a questão: porque é que os favores divinos se estendem também aos ímpios e ingratos — e porque é que tiveram que sofrer os mesmos horrores causados pelo inimigo tanto os piedosos como os ímpios? Procurarei aclarar esta questão implícita em muitas outras (já sabemos que tanto os dons de Deus como as desgraças humanas estão sucedendo todos os dias quer aos que se comportam bem quer aos que se comportam mal, misturados como estão uns com os outros sem distinção — o que a muitos perturba).

Para fazê-lo segundo o plano da obra empreendida, por vezes me detive principalmente para consolar as santas e piedosamente castas mulheres nas quais pelo inimigo foi praticado algo que lhes acarretou a dor da vergonha embora não lhes arrebatasse a firmeza da castidade. Não vão arrepender-se de viver, elas que não têm de que se arrepender.

De seguida, falei um pouco contra aqueles que atormentam os cristãos afectados pelos ditos factos adversos e que principalmente atormentam com a mais impudente petulância o pudor das mulheres, humilhadas sim, mas castas e santas, quando na realidade são eles os mais perversos e irreverentes, totalmente degenerados daqueles romanos cujos feitos, tantos e tão gloriosos, são exaltados e cantados nas narrativas literárias, continuando eles os mais violentos inimigos de tal glória. A Roma que fora fundada e engrandecida pelos trabalhos dos antepassados, tomaram-na eles mais disforme quando estava de pé do que quando caiu em ruínas: na verdade, quando caiu em ruínas, foram as suas pedras e suas vigas que ruíram, ao passo que na vida destes já não ruíram a fortaleza e os ornatos dos seus muros, mas a fortaleza e os ornatos dos seus costumes. Um fogo de paixões, mais funesto do que o que consumiu os tectos daquela Urbe, devorou os seus corações.

Foi nestes termos que acabei o primeiro livro. Em seguida, propus-me falar dos males por que passou, desde a sua origem, aquela cidade, tanto ela própria como as províncias sob o seu domínio, males esses que, todos eles, atribuiriam à religião cristã se já então a doutrina evangé­lica se pudesse fazer ouvir em acusação sem peias contra os seus falsos e falazes deuses.

CAPÍTULO III

Necessidade de recorrer à história para demonstrar que males aconteceram aos Romanos quando, antes da propagação da re­ligião cristã, prestavam culto aos deuses.

Lembra-te porém de que, quando recordo estas coisas, o faço contra os indoutos cuja ignorância deu origem a este divulgado provérbio: «não chove — a culpa é dos cristãos». Sem dúvida que os que foram educados nas disciplinas liberais e gostam de história conhecem estes factos. Todavia, para tom arem extremamente hostis para connosco as turbas ignaras, fingem ignorá-lo e procuram convencer o vulgo de que quem tem a culpa das calamidades que o género humano tem de pa­decer em certos lugares e tempos é o nome de Cristo que por toda a parte se está a difundir com irresistível fama e gloriosíssima popularidade, contra os deuses. Connosco voltem a recordar-se das calamidades que tantas e tão variadas vezes assolaram Roma, antes de Cristo aparecer em carne, antes de ser conhecido entre os povos o seu nome cuja glória em vão invejam; e, se puderem, defendam dessas calamidades os seus deuses, se é que lhes prestam culto os seus devotos para não sofrerem desses males. Pretendem imputar-nos essas calamidades se agora as têm que suportar. Porque é que os seus deuses permitiram que as calamidades de que vou falar acontecessem aos seus devotos antes que o nome de Cristo, já público, os enfrentasse e proibisse os seus sacrifícios?

CAPÍTULO IV

Os devotos dos deuses nenhum preceito de vida honrada rece­beram deles e até nos seus actos de culto praticavam torpezas.

 Em primeiro lugar — porque é que os deuses deles não quiseram interessar-se pelos seus próprios costumes para que se não tomassem tão maus? Porque, realmente, o Deus verdadeiro com toda a razão pôs de lado os que o não veneravam. Mas porque é que esses deuses não ajudaram com algumas leis, para bem viverem, os seus adoradores, homens tão ingratos que se queixam por se ter proibido o seu culto? Com certeza que convinha que, assim como estes se interessavam pelo seu culto, assim aqueles se interessassem pelos seus actos.

Mas responderão que ninguém é mau senão por vontade própria. Quem é que o vai negar? Todavia, pertencia aos deuses conselheiros não ocultarem aos povos seus adoradores os preceitos de uma boa vida, mas antes mostrá-los em clara explanação. Pertencia-lhes até pelos seus vates citar e repreender os que pecam; ameaçar publicamente com castigos os que procediam mal; oferecer prémios aos que vivem rectamente. Quem alguma vez o proclamou em alta voz e bom som nos templos dos seus deuses?

Também nós, quando éramos adolescentes, vínhamos outrora a esses espectáculos ridículos e sacrílegos; víamos os arrebatamentos, ouvíamos os flautistas; deleitávamo-nos com as obscenas representações que se exibiam em honra dos deuses e das deusas* da Virgem Celeste e de Berecíntia, mãe de todos. No dia solene da sua purificação, junto da sua liteira, eram cantaroladas perante o público, pelos mais vis comediantes, coisas tais que de os ouvir se envergonharia, já não digo a mãe dos deuses, mas a mãe de qualquer dos senadores ou homens de bem, e até a mãe desses palhaços. É que a vergonha humana que qualquer deve aos seus pais, nem a própria depravação pode apagar. Todavia tal espectáculo, torpe de palavras e de actos obscenos, que os actores teriam vergonha de ensaiar em sua casa diante de suas mães, representavam-no eles em público diante da mãe dos deuses e na presença de enorme multidão de ambos os sexos que o estava a ver e a ouvir. Se era levada pela curiosidade que a multidão assistia ao espectáculo, pelo menos, envergonhada e ofendida no seu pudor, devia afastar-se dele.

Se aquilo é sagrado — que será um sacrilégio? Se aquilo é purificação — que será a inquinação? E a isto chamavam Fercula [3] (pratos — igua­rias) como se se celebrasse um banquete em que os demónios imundos se fartassem com iguarias suas. Quem não se aperceberá de que ca­tegoria eram os espíritos que se deleitavam com tais obscenidades? Só quem ignore por completo a existência de espíritos imundos que com o nome de Deus nos enganam, ou quem leve uma vida tal que prefira ao verdadeiro Deus tê-los a eles por propícios, ou os receie quando irados.

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)





[1] loquuntur iniquitatem at que injatigabiliter vani sunt. Salmo XCIII, 4.
[2] Semper discentes, et nunquam ad veritatis scientiam pervenientes. II Tim., III, 7.
[3] Ferculum (pl. fercula), é um derivado do verbo fero (transportar), pelo que o seu significado próprio é «o que serve para transportar». Daí o significado ora de «liteira, em que são trans­portadas pessoas, ora de «prato», bandeja, em que são transportadas comidas, iguarias; e, finalmente, como no caso presente, tomando-se o conteúdo pelo continente, o de «iguarias». V. M. Bréal et An. Bailly in Leçons de Mots — Dict. Etym. Lat., Paris, p. 90 Cfr. Horácio in Sat. II, 6, 104. V. ainda Ernout-Meillet, Dict. Etym, de la langue latine, p. 346.

Actos dos Apóstolos

Actos dos Apóstolos

II. EXPANSÃO DA IGREJA FORA DE JERUSALÉM [i]

Capítulo 8

Saulo, o perseguidor

1Saulo aprovava também essa morte. No mesmo dia, uma terrível perseguição caiu sobre a igreja de Jerusalém. À excepção dos Apóstolos, todos se dispersaram pelas terras da Judeia e da Samaria. 2Entretanto, homens piedosos sepultaram Estêvão e fizeram por ele grandes lamentações. 3Quanto a Saulo, devastava a Igreja: ia de casa em casa, arrastava homens e mulheres e entregava-os à prisão.



[i] (6,8-12,25)

Doutrina – 217

Doutrina


CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO SEGUNDO

CREIO EM JESUS CRISTO, O FILHO UNIGÉNITO DE DEUS
«JESUS CRISTO PADECEU SOB PÔNCIO PILATOS, FOI CRUCIFICADO, MORTO E SEPULTADO»

Que acontece na agonia do horto do Getsemani?



Apesar do horror que a morte provoca na humanidade santíssima d’Aquele que é o próprio «Autor da vida» (Act 3,15), a vontade humana do Filho de Deus adere à vontade do Pai: para nos salvar, Jesus aceita carregar sobre Si os nossos pecados no seu corpo, «fazendo-se obediente até à morte» (Fil 2,8).

Tratado da vida de Cristo 141

Questão 50: A morte de Cristo

Art. 3 — Se na morte de Cristo houve separação entre a divindade e a alma.

O terceiro discute-se assim. — Parece que na morte de Cristo houve separação entre a divindade e a alma.

1. — Pois, diz o Senhor: Ninguém tira a minha alma de mim, mas eu de mim mesmo a ponho e de novo a reassumo. Logo, parece que corpo não pode depor a alma, separando-se dela; porque não está a alma sujeita ao poder do corpo, mas antes o contrário. Donde resulta que Cristo, enquanto Verbo de Deus podia dispor da sua alma; isto é, separá-la. Logo, depois da morte de Cristo a alma separou-se-lhe da divindade.

2. Demais. — Atanásio diz: Maldito seja quem não confessar que a natureza humana, na sua totalidade, assumida pelo Filho de Deus, não ressurgiu dos mortos, de novo assumida ou liberada no terceiro dia. Ora, a natureza humana em sua totalidade não podia ser de novo assumida, se não tivesse algum tempo sido separada do Verbo de Deus. Mas, o homem total é composto de alma e de corpo. Logo, houve durante algum tempo separação da divindade, tanto do corpo como da alma.

3. Demais. — Por causa da união com a natureza humana total, o Filho de Deus é verdadeiramente considerado homem. Se, pois, desaparecida a união entre a alma e o corpo pela morte, o Verbo de Deus permanecesse unido à alma, resultaria podermos dizer que o Filho de Deus era verdadeiramente a alma. Ora, isso é falso, porque, sendo a alma a forma do corpo, resultaria que o Verbo de Deus seria a forma do corpo - o que é impossível. Logo, na morte de Cristo a alma ficou separada do Verbo de Deus.

4. Demais. — A alma e o corpo, separados um do outro, não constituem uma só hipótese, mas duas. Se, portanto, o Verbo de Deus permaneceu unido tanto ao corpo como à alma de Cristo, separada esta daquele pela morte de Cristo, resulta que o Verbo de Deus, durante a morte de Cristo, constituía duas hipóteses. O que é inadmissível. Logo, depois da morte de Cristo, a alma não permaneceu unida ao Verbo.

Mas, em contrário, diz Damasceno: Embora Cristo morresse como homem e a sua alma santa se lhe ficasse separada do corpo imaculado, contudo a divindade continuava inseparável de uma e de outra, isto é, da alma e do corpo.

A alma está unida ao Verbo de Deus mais imediatamente que ao corpo, e anteriormente a essa segunda união; pois, o corpo está unido ao Verbo de Deus mediante a alma, como dissemos. Ora, como o Verbo de Deus não se separou, na morte, do corpo, com muito maior razão não se separou da alma. Donde, assim como predicamos do Filho de Deus o que convém ao corpo separado da alma, isto é, que foi sepultado, assim também dele dizemos no símbolo. que desceu aos infernos, porque a sua alma, separada do corpo, desceu aos infernos.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Agostinho, expondo as referidas palavras de João, pergunta se, sendo Cristo o Verbo, separou-se da alma, enquanto era alma ou, de novo, enquanto era carne. E afirma que, se dissermos que depôs a alma enquanto o Verbo de Deus, resulta que algum tempo essa alma esteve separada do Verbo. Ora, isso é falso. Pois, a morte separou o corpo, da alma; mas não afirmo com isso que a alma ficou separada do Verbo. Se, porém dissermos que a própria alma se separou a si mesma, resulta que a alma mesma se separou de si própria. O que é absurdissimo. Resta, pois, que a própria carne depôs a alma e de novo a assumiu, não por poder próprio, mas por poder do Verbo que nela habitava; porque, como dissemos, depois da morte a divindade do Verbo não se separou da carne.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Com as palavras aduzidas, Atanásio não quis dizer que a natureza humana na sua totalidade foi de novo assumida, isto é, todas as suas partes, como se o Verbo de Deus deparasse, pela morte, as partes da natureza humana. Mas que a totalidade da natureza humana, de novo assumida na ressurreição, foi reintegrada pela renovada união da alma e do corpo.

RESPOSTA À TERCEIRA. — O Verbo de Deus, por causa da união da natureza humana, não é considerado por isso como a natureza humana; mas é chamado homem, isto é, o que tem a natureza humana. Pois, a alma e o corpo são partes essenciais da natureza humana. Donde, da união do Verbo com elas ambas não resulta que o Verbo de Deus seja alma ou corpo, mas, sim, que tem alma ou corpo.

RESPOSTA À QUARTA. — Como diz Damasceno, na morte de Cristo separou-se a alma, da carne, mas não se dividiu uma mesma hipóstase em duas. Pois, tanto o corpo como a alma de Cristo, à mesma luz, tiraram a sua existência, desde o principio, da hipóstase do Verbo. E na morte, separadas entre si, cada qual continuou tendo a mesma hipóstase do Verbo. Porque a mesma hipóstase do Verbo permaneceu a hipóstase do Verbo, da alma e do corpo. Pois, nunca nem a alma nem o corpo tiveram nenhuma hipóstase própria, além da hipóstase do Verbo; porque sempre é uma hipóstase do Verbo e nunca duas.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.


Diálogos intrauterinos

Diálogos intrauterinos

Se trata del diálogo de dos bebés gemelos que esperan en el seno de su mamá el día del nacimiento. Ellos hablan de ese día alumbrador, pero su ingenioso debate es el mismo debate que nos hacemos sobre Dios o la eternidad.

Estamos inmersos en toda una red que nos captura tantas cosas: el tiempo, la atención, los intereses. A diario recibimos una catarata de mensajes, memes, whatsapps, sms, facebook, twitter, mails… y estamos rodeados por todo un sistema que nos sigue, nos persigue y nos impone un modo de vivir y relacionarnos del que no siempre es posible escapar, ni tampoco siempre nos hace bien. Pero esto no significa que estas herramientas de comunicación sean malas en sí, todo lo contrario. Depende cómo las usemos, para qué las usamos y qué es lo que realmente nos aporta o lo que con ellas aportamos.

Hace unos días yo recibí un correo electrónico de alguien conocido y apreciado. Me mandaba algo que “había pescado” en la red. Y lo quiso compartir conmigo. Me pareció tan bello, tan simpático y tan inteligente, que lo quiero también yo compartir.

Se trata del diálogo de dos bebés gemelos que esperan en el seno de su mamá el día del nacimiento. Ellos hablan de ese día alumbrador, pero su ingenioso debate es el mismo debate que nos hacemos sobre Dios o la eternidad. Helo aquí:

* * *

En el vientre de una mamá había dos bebés. Uno preguntó al otro:

–¿Tu crees en la vida después del parto?

El otro respondió:

–Claro que si. Tiene que haber algo después del parto. Tal vez estamos aquí para prepararnos para lo que vendrá más tarde.

–Tonterías –dice el primero–. No hay vida después del parto. ¿Que clase de vida sería esa?

El segundo dice:

–No lo sé, pero habrá más luz que la hay aquí. Tal vez podremos caminar con nuestras propias piernas y comer con nuestras bocas. Tal vez tendremos otros sentidos, que no podemos entender ahora.

El primero contestó:

–Eso es un absurdo. Caminar es imposible. Y ¿comer con la boca? ¡Ridículo! El cordón umbilical nos nutre y nos da todo lo demás que necesitamos. El cordón umbilical es demasiado corto. La vida después del parto es imposible.

El segundo insistió:

–Bueno, yo pienso que hay algo y tal vez sea diferente de lo que hay aquí. Tal vez ya no necesitemos de este tubo físico.

El primero contesto:

–Tonterías. Además, de haber realmente vida después del parto, entonces ¿porqué nadie jamás regresó de allá? El parto es el fin de la vida y en el post parto no hay nada más allá de lo oscuro, silencio y olvido. Él no nos llevará a ningún lugar.

–Bueno, yo no lo sé –dice el segundo–, pero con seguridad vamos a encontrarnos con Mamá y ella nos cuidará.

El primero respondió:

–Mamá… ¿tu realmente crees en Mamá? Eso es ridículo. Si Mamá existe, entonces, ¿dónde está ella ahora?

El segundo dice:

–Ella está alrededor nuestro. Estamos cercados por ella. De ella, nosotros somos. Es en ella que vivimos. Sin Ella, este mundo no sería y no podría existir.

Dice el primero:

–Bueno, yo no puedo verla, entonces, es lógico que ella no existe.

El segundo le responde a eso:

–A veces, cuando tu estás en silencio, si te concentras y realmente escuchas, tu podrás percibir su presencia y escuchar su voz amorosa allá arriba.

* * *

Su autor es un escritor húngaro. Es una preciosa manera de explicar a Dios y la eternidad con la misma lucidez o el mismo absurdo de tantos de nuestros argumentos y conversaciones. Tiene toda la ironía que deja a la intemperie a quienes creen firmemente que no creen en nada ni en nadie. Pero, se sepa o no, se acepte o no, no podemos dejar de esperar a Dios, y Él viene a nuestro encuentro.

Monseñor Jesús Sanz Montes4 diciembre 2016


Pequena agenda do cristão



DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé.

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?