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09/11/2017

Temas para meditar

A força do Silêncio, 27

(…)

São Tiago compara a língua ao leme de um barco, um pequeno pedaço de madeira que permite dirigir toda a embarcação.
O homem que tem tento na língua controla a sua vida tal como o marinheiro controla o navio.
Pelo contrário, o homem que fala de mais é um barco à deriva.
Com efeito, a tagarelice, essa tendência doentia para exteriorizar todos os tesouros da alma expondo-os a propósito e a despropósito, é bastante nociva para a vida espiritual.
O seu movimento parte na direcção inversa da vida espiritual que se interioriza e aprofunda incessantemente para se aproximar de Deus.
Conduzido para o exterior por uma necessidade de dizer tudo, o falador fica longe de Deus e de qualquer actividade profunda.
A sua vida passa toda pelos seus lábios e corre em fluxos de palavras que transportam os frutos dada vez mais pobres do seu pensamento e da sua alma.
Porque ele já não tem tempo nem vontade para se recolher, pensar, viver profundamente.
Pela agitação que cria à sua volta, impede os outros no trabalho e o recolhimento fecundos.
Superficial e vão, o falador é um ser perigoso.
O hábito, tão difundido, de testemunhar em público as graças divinas concedidas nas profundezas mais secretas do homem, expõe à superficialidade, à autoavaliação da amizade interior de Deus, e à vaidade.


CARDEAL ROBERT SARAH

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