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31/12/2016

Um ano que termina

Quando recordares a tua vida passada, passada sem pena nem glória, considera quanto tempo perdeste, e como podes recuperá-lo: com penitência e com maior entrega. (Sulco, 996)

Um ano que termina – já foi dito de mil modos, mais ou menos poéticos – com a graça e a misericórdia de Deus, é mais um passo que nos aproxima do Céu, nossa Pátria definitiva.

Ao pensar nesta realidade, compreendo perfeitamente aquela exclamação que S. Paulo escreve aos de Corinto: tempus breve est!, que breve é a nossa passagem pela terra! Para um cristão coerente, estas palavras soam, no mais íntimo do seu coração, como uma censura à falta de generosidade e como um convite constante a ser leal. Realmente é curto o nosso tempo para amar, para dar, para desagravar. Não é justo, portanto, que o malbaratemos, nem que atiremos irresponsavelmente este tesouro pela janela fora. Não podemos desperdiçar esta etapa do mundo que Deus confia a cada um de nós.


Pensemos na nossa vida com valentia. Por que é que às vezes não conseguimos os minutos de que precisamos para terminar amorosamente o trabalho que nos diz respeito e que é o meio da nossa santificação? Por que descuidamos as obrigações familiares? Por que é que se nos mete a precipitação no momento de rezar ou de assistir ao Santo Sacrifício da Missa? Por que nos faltará a serenidade e a calma para cumprir os deveres do nosso estado e nos entretemos sem qualquer pressa nos caprichos pessoais? Podeis responder-me: são coisas pequenas. Sim, com efeito, mas essas coisas pequenas são o azeite, o nosso azeite, que mantém viva a chama e acesa a luz. (Amigos de Deus, 39–41)

Evangelho e comentário

Tempo do Natal

Evangelho: Jo 1, 1-18

No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho d’Ele, exclamando: «Era deste que eu dizia: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim’». Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.

Comentário:

São João com o estilo que lhe e próprio dá-nos as razões e motivos que enfor­mam a nossa fé.

Tudo parece resumir-se a luz e trevas, a luz que tudo ilumina e as trevas que tudo escondem e ocultam.
O Menino é a luz que ilumina e atrai os homens irresistivelmente para o alto.

Ele afasta definitivamente as trevas onde tantos se deixam cair como mortos vivos.

Luz de luz, guia os meus passos para o supremo bem e felicidade eter­nas.

(ama, comentário sobre Jo 1, 1-18, 31.12.2009)




Leitura espiritual

Leitura espiritual



A Cidade de Deus 



Vol. 1


CAPÍTULO XXXII

Instituição dos jogos cénicos.

Todavia, ficai sabendo, vós que o ignorais e vós também que fingis ignorá-lo; prestai atenção, vós que murmurais contra quem vos libertou de tais senhores: os jogos cénicos, espectáculos de torpeza e desvario de vaidades, foram criados em Roma não por vícios humanos, mas por ordem dos vossos deuses. Seria mais tolerável conceder honras divinas a Cipião do que prestar culto a deuses deste jaez. Porque estes não eram melhores que o seu pontífice. Vede se prestais atenção — se é que o vosso espírito, embriagado por erros sorvidos desde há tanto tempo, vos permite tom ar em consideração alguma coisa de são. Os deuses ordenavam exibições de jogos teatrais em sua honra para refrearem a pestilência dos corpos. O pontífice, ao invés, proibia a própria construção do teatro para evitar que as vossas almas se empestassem. Se em vós resta uma centelha de lucidez para dar preferência à alma sobre o corpo — escolhei a qual dos dois deveis prestar culto. E não se acalmou aquela pestilência dos corpos, porque, num povo belicoso como este, até então acostumado apenas aos jogos de circo, se insinuou a insânia refinada das representações teatrais. Mas a astúcia de espíritos nefandos, prevendo que a seu tempo terminaria aquela peste, teve o cuidado de inocular outra muito mais grave e do seu pleno agrado, desta vez não nos corpos, mas nos costumes. Esta peste cegou o espírito a estes desgraçados com tão espessas trevas e tornou-os tão disformes, que, agora (a posteridade talvez não acredite se lhe chegar ao ouvido), devastada que foi Roma, os contagiados desta peste que na fuga conseguiram chegar a Cartago, todos os dias e à porfia se encontram nos teatros enlouquecidos pelos histriões.

CAPÍTULO XXXIII

Nem a destruição da pátria conseguiu corrigir os vícios dos Romanos.

Ó mentes dementes! que tamanho, não erro, mas furor é este? Segundo ouvimos dizer, enquanto todos os povos do Oriente e as cidades mais importantes das regiões mais remotas da Terra lamentam o vosso desastre e decretam luto público e se mostram inconsoláveis, vós procurais os teatros, entrais neles, enchei-los e tornai-los muito mais loucos do que eram antes. Era esta baixeza, era esta peste das vossas almas, era esta perversão da probidade e da honestidade que Cipião temia quando proibia a construção de teatros, quando via que a prosperidade vos podia afundar na corrupção, quando se recusava a que estivésseis seguros do temor do inimigo. Nunca acreditou na felicidade de um estado de altas muralhas e baixos costumes.

Mas em vós valeu mais a sedução ímpia dos demónios do que as advertências de homens precavidos. Por isso não quereis que vos sejam imputados os males que praticais, — mas imputais aos tempos cristãos os males que padeceis. E nem sequer na vossa segurança procurais a paz da repú­blica, mas a impunidade do vosso desregramento — vós que, viciados pela prosperidade não fostes capazes de vos corrigirdes na adversidade. Cipião queria atemorizar-vos com o inimigo para que não caísseis no desregramento; mas vós nem esmagados pelo inimigo refreastes a sensualidade. Perdestes a utilidade da desgraça, tornastes-vos nos mais desgraçados e continuais os piores.

CAPÍTULO XXXIV

A clemência de Deus mitigou a ruína da Urbe.

E todavia, se viveis, devei-lo a Deus, que, perdoando, vos convida à correcção pela penitência. Foi Ele quem vos permitiu, a vós ingratos, escapar às mãos inimigas, quer utilizando o nome dos seus servos quer refugiando-vos nos locais dedicados aos seus mártires. Dizem que Rómulo e Remo fundaram um asilo — e todos os que nele se refugiavam ficavam livres de toda a pena, procurando assim aumentar a população da cidade que iam fundar. Maravilhosa iniciativa que redundou em honra de Cristo! Os destruidores da Urbe decidiram o mesmo que antes tinham feito os seus fundadores. Que há de extraordinário em que, para completar o número dos seus concidadãos, tenham aqueles feito o que estes fizeram para conservarem um grande número dos seus inimigos?

CAPÍTULO XXXV

Escondidos entre os ímpios há filhos da Igreja e na Igreja há falsos cristãos.

Estas e outras que tais, — se é possível encontrar outras mais fecundas e mais propositadas, — poderão ser as respostas que a resgatada família de Cristo Senhor e a peregrina cidade de Cristo Rei darão aos seus inimigos. É bom que ela não esqueça que até entre os seus inimigos se ocultam alguns dos seus futuros concidadãos — para que não julgue ter sido improfícuo esperar por eles, suportando- -os como inimigos, até ao dia em que ela os acolherá como crentes. Do mesmo modo sucede que a cidade de Deus, durante a sua peregrinação pelo mundo, conta no seu seio com pessoas a si unidas pela comunhão dos sacramentos (conexos communione sacramentorum) que não partilham com ela a herança eterna dos santos. Alguns mantêm-se escondidos; outros são conhecidos. Como os inimigos, não hesitam em murmurar contra Deus de cuja marca sacramental são portadores. Tão depressa com eles enchem os teatros, como logo a seguir connosco enchem as igrejas. Não há que desesperar da emenda de alguns, nomeadamente destes últimos, pois que entre os nossos mais declarados adversários se escondem alguns predestinados a tornarem-se nossos amigos, coisa de que eles nem suspeitam.

De facto, estas duas cidades estão mutuamente entrelaçadas e mescladas uma na outra neste século, até que no último juízo serão separadas.

Para glória da cidade de Deus, que brilhará com mais claridade em contraste com os seus opostos, — vou expor a minha opinião acerca da sua origem, do seu desenvolvimento e dos fins respectivos, conforme a ajuda que receber de Deus.


CAPÍTULO XXXVI

Assuntos a tratar na sequência desta obra.

Mas tenho ainda algumas coisas a dizer contra os que atribuem todas as desgraças da república romana à nossa religião, que proibiu que se sacrificasse aos seus deuses. Devem com efeito ser relatadas todas aquelas desgraças, que venham a propósito e pareçam suficientes, suportadas por aquela cidade e pelas províncias por ela governadas antes da proibição dos sacrifícios. Sem dúvida que no-las atribuiriam todas a nós se a nossa religião já antes delas brilhasse a seus olhos ou já lhes tivesse proibido os seus cultos sacrílegos.

Em seguida, deve-se mostrar por que virtudes obtiveram o engrandecimento do Império e por que motivo Deus, de quem dependem todos os reinos, lhes prestou o seu auxílio.

Deve-se ainda mostrar como o poder dos que eles chamam deuses de nada lhes serviu — e, pelo contrário, quanto os prejudicaram com os seus enganos e mentiras.

Por fim, responder-se-á aos que, já refutados e convencidos com evidentíssimas provas, procuram sustentar que convém venerar os deuses, não por causa dos interesses da vida presente, mas por causa dos da vida que há-de vir depois da morte. Se não me engano, é um assunto muito mais trabalhoso, muito mais subtil e digno da mais elevada discussão. Trata-se de discutir com filósofos — não com quaisquer filósofos, mas com os mais ilustres, com os que gozam entre eles da mais elevada fama e que connosco estão de acordo em muitos pontos tais como: imortalidade da alma, criação do mundo pelo verdadeiro Deus, Providência com que rege todo o universo que criou.

Mas como também devem ser refutados aqueles pontos em que de nós discordam, não devemos faltar a este dever: resolveremos com as forças que Deus nos conceder, as objecções contra a religião e, de seguida, estabeleceremos firmemente a Cidade de Deus, a verdadeira religiosidade (pietas) e o culto de Deus unicamente no qual se encontra a verdadeira promessa da felicidade eterna.

Seja, pois, este o fim deste livro e encetemos novo caminho conforme o planeado.

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)


Actos dos Apóstolos

Actos dos Apóstolos

II. EXPANSÃO DA IGREJA FORA DE JERUSALÉM [i]

Capítulo 7

Martírio de Estêvão

54Ao ouvirem tais palavras, encheram-se intimamente de raiva e rangeram os dentes contra Estêvão. 55Mas este, cheio do Espírito Santo e de olhos fixos no Céu, viu a glória de Deus e Jesus de pé, à direita de Deus. 56«Olhai, disse ele, eu vejo o Céu aberto e o Filho do Homem de pé, à direita de Deus.» 57Eles, então, soltaram um grande grito e taparam os ouvidos; depois, à uma, atiraram-se a ele 58e, arrastando-o para fora da cidade, começaram a apedrejá-lo.

As testemunhas depuseram as capas aos pés de um jovem chamado Saulo. 59E, enquanto o apedrejavam, Estêvão orava, dizendo: «Senhor Jesus, recebe o meu espírito.» 60Depois, posto de joelhos, bradou com voz forte: «Senhor, não lhes atribuas este pecado.» Dito isto, adormeceu.



[i] (6,8-12,25)

Antigo testamento / Levítico

Levítico 9

Os sacerdotes começam o seu ministério

1 Oito dias depois, Moisés convocou Arão, seus filhos e as autoridades de Israel.

2 E disse a Arão: "Traz um bezerro para a oferta pelo pecado e um carneiro para o holocausto, ambos sem defeito, e apresenta-os ao Senhor.

3 Depois diz aos israelitas: Tragam um bode para oferta pelo pecado; um bezerro e um cordeiro, ambos de um ano de idade e sem defeito, para holocausto; e um boi e um carneiro para oferta de comunhão, para os sacrificar perante o Senhor, com a oferta de cereal amassada com óleo; pois hoje o Senhor vos aparecerá".

4 Levaram então tudo o que Moisés tinha determinado para a frente da Tenda do Encontro, e a comunidade inteira aproximou-se e ficou em pé perante o Senhor.

5 Disse-lhes Moisés: "Foi isso que o Senhor ordenou que façam, para que a glória do Senhor vos apareça".

6 Disse Moisés a Arão: "Vem até o altar e oferece o teu sacrifício pelo pecado e o teu holocausto, e faz propiciação por ti mesmo e pelo povo; oferece o sacrifício pelo povo e faz propiciação por ele, conforme o Senhor ordenou".

7 Arão foi até o altar e ofereceu o bezerro como sacrifício pelo pecado por si mesmo.

8 Os seus filhos levaram-lhe o sangue, e ele molhou o dedo no sangue e o pôs nas pontas do altar; depois derramou o restante do sangue na base do altar, onde queimou a gordura, os rins e o lóbulo do fígado da oferta pelo pecado, conforme o Senhor tinha ordenado a Moisés; a carne e o couro, porém, queimou fora do acampamento.

9 Depois sacrificou o holocausto. Os seus filhos entregaram-lhe o sangue, e ele derramou-o nos lados do altar.

10 Entregaram-lhe, em seguida, o holocausto pedaço por pedaço, inclusive a cabeça, e ele queimou-os no altar.

11 Lavou as vísceras e as pernas e queimou-as em cima do holocausto sobre o altar.

12 Depois Arão apresentou a oferta pelo povo. Pegou o bode para a oferta pelo pecado do povo e o ofereceu como sacrifício pelo pecado, como fizera com o primeiro.

13 Apresentou o holocausto e ofereceu-o conforme fora prescrito.

14 Também apresentou a oferta de cereal, pegou um punhado dela e queimou-a no altar, além do holocausto da manhã.

15 Matou o boi e o carneiro como sacrifício de comunhão pelo povo. Os seus filhos levaram-lhe o sangue, e ele derramou-o nos lados do altar.

16 Mas as porções de gordura do boi e do carneiro, a cauda gorda, a gordura que cobre as vísceras, os rins e o lóbulo do fígado, puseram-nos em cima do peito; e Arão queimou essas porções no altar.

17 Em seguida, Arão moveu o peito e a coxa direita do animal perante o Senhor como gesto ritual de apresentação, conforme Moisés tinha ordenado.

18 Depois Arão ergueu as mãos em direcção ao povo e o abençoou. E, tendo oferecido o sacrifício pelo pecado, o holocausto e o sacrifício de comunhão, desceu.

19 Assim Moisés e Arão entraram na Tenda do Encontro. Quando saíram, abençoaram o povo; e a glória do Senhor apareceu a todos eles.

20 Saiu fogo da presença do Senhor e consumiu o holocausto e as porções de gordura sobre o altar. E, quando todo o povo viu isso, gritou de alegria e prostrou-se com o rosto em terra.


(Revisão da versão portuguesa por ama)

CARVIDEX


A partir do dia 01 de Janeiro, 

CARVIDEX retoma as publicações.

Pequena agenda do cristão



SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?