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19/07/2016

Tantos anos a lutar...

Surgiram nuvens negras de falta de vontade, de perda de entusiasmo. Caíram aguaceiros de tristeza, com a clara sensação de te encontrares atado. E, como remate, vieram os desânimos, que nascem de uma realidade mais ou menos objectiva: tantos anos a lutar... e ainda estás tão atrasado, tão longe! Tudo isso é necessário, e Deus conta com isso. Para conseguirmos o "gaudium cum pace" – a paz e a alegria verdadeiras – havemos de acrescentar à certeza da nossa filiação divina, que nos enche de optimismo, o reconhecimento da nossa própria fraqueza pessoal. (Sulco, 78)

Mesmo nos momentos em que percebemos mais profundamente a nossa limitação, podemos e devemos olhar para Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo, sabendo-nos participantes da vida divina. Nunca existe razão suficiente para voltarmos atrás: o Senhor está ao nosso lado. Temos que ser fiéis, leais, encarar as nossas obrigações, encontrando em Jesus o amor e o estímulo para compreender os erros dos outros e superar os nossos próprios erros. Assim, todos esses desalentos – os teus, os meus, os de todos os homens – servem também de suporte ao reino de Cristo.


Reconheçamos as nossas fraquezas, mas confessemos o poder de Deus. O optimismo, a alegria, a convicção firme de que o Senhor quer servir-se de nós têm de informar a vida cristã. Se nos sentirmos parte dessa Igreja Santa, se nos considerarmos sustentados pela rocha firme de Pedro e pela acção do Espírito Santo, decidir-nos-emos a cumprir o pequeno dever de cada instante: semear todos os dias um pouco. E a colheita fará transbordar os celeiros. (Cristo que passa, 160)

Futebol e Fé

Ricardo Quaresma e os filhos batizaram-se este domingoRicardo Quaresma:

No passado Domingo o jogador da Selecção Nacional de Futebol

Baptizou-se juntamente com os filhos!

Porquê?

Ele próprio o diz numa extraordinária entrevista a uma publicação muito em voga na qual descreve as suas origens ciganas, as dificuldades, e a sua luta pessoal por ser uma pessoa sem complexos.

Disse ele sem qualquer rebuço: 

SEI QUE SOU FILHO DE DEUS!

Tratado da vida de Cristo 116

Questão 48: Do modo da paixão de Cristo

Art. 3 — Se a Paixão de Cristo se realizou a modo de sacrifício.

 O terceiro discute-se assim. — Parece que a Paixão de Cristo não se realizou a modo de sacrifício.

1. — Pois, a realidade deve corresponder à figura. Ora, nos sacrifícios da lei antiga, que eram a figura de Cristo, nunca era oferecida a carne humana; ao contrário, esses sacrifícios eram considerados como nefandos, segundo se lê na Escritura: Derramavam o sangue inocente, o sangue dos seus filhos e das suas filhas, que haviam sacrificado aos ídolos de Canaam. Logo, parece que a Paixão de Cristo não pode ser chamada sacrifício.

2. Demais. — Agostinho diz que o sacrifício visível é o sacramento, isto é, sacro sinal do sacrifício invisível. Ora, a Paixão de Cristo não é um sinal, mas antes, foi significada por outros sinais. Logo, parece que a Paixão de Cristo não foi um sacrifício.

3. Demais. — Quem quer que ofereça um sacrifício faz algo de sagrado, como o demonstra a palavra mesma de sacrifício. Ora, os que mataram a Cristo nada fizeram de sagrado; ao contrário, perpetraram uma grande malícia. Logo a Paixão de Cristo foi antes um malefício que um sacrifício.

Mas, em contrário, o Apóstolo: Entregou-se a si mesmo por nós outros, como oferenda e hóstia a Deus em odor de suavidade.

Chama-se sacrifício em sentido próprio o que é feito como uma honra propriamente devida a Deus, com o fim de o aplacar. E por isso diz Agostinho: É verdadeiramente sacrifício toda obra feita com o fim de nos unirmos com Deus numa sociedade santa; isto é, uma obra referida ao fim bom, cuja posse é capaz de nos dar verdadeiramente a felicidade. Ora, Cristo, como no mesmo lugar se acrescenta, se ofereceu a si mesmo a sofrer por nós; e o próprio facto de ter padecido voluntariamente a sua Paixão foi sobremaneira aceite por Deus, como proveniente de uma caridade máxima. Donde é manifesto, que a Paixão de Cristo foi um verdadeiro sacrifício. E como Agostinho acrescenta a seguir, no mesmo livro, os sacrifícios primitivos dos santos foram sinais variados e múltiplos desse verdadeiro sacrifício, esse sacrifício único foi simbolizado por numerosos sacrifícios, do mesmo modo que uma mesma realidade é designada por numerosas palavras, a fim de que fosse grandemente recomendado, sem nenhum inútil encarecimento. Mas, continua Agostinho, consideramos quatro elementos num sacrifício: aquele a quem o oferecemos, quem o oferece, o que é oferecido e por quem o é. Assim, o mesmo, só único e verdadeiro mediador, reconciliando-nos com Deus pelo sacrifício da paz, devia permanecer uno com aquele a quem oferecia esse sacrifício, reunir em si, numa unidade, aqueles por quem o oferecia, e ser simultânea e identicamente o oferente e a oferenda.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Embora a realidade corresponda à figura, de certo modo, não corresponde totalmente, pois, a verdade há-de necessariamente ultrapassar a figura. Por isso e convenientemente a figura deste sacrifício pelo qual a carne de Cristo é oferecida por nós, foi a carne, não dos homens, mas de animais irracionais que significavam a carne de Cristo. A carne de Cristo é o perfeitíssimo dos sacrifícios pelas razões seguintes. Primeiro porque, sendo carne de natureza humana, é convenientemente oferecida pelos homens, que a tomam sob a forma de sacramento. Segundo, porque, sendo passível e mortal, era apta para a imolação. Terceiro, porque, sendo isenta de pecado, tinha a eficiência para purificar dos pecados. Quarto, porque, sendo a carne própria do oferente, era aceite por Deus por causa da caridade com que a oferecia. Donde o dizer Agostinho: Que oferenda podiam os homens tomar, que lhes fosse mais adaptada, que uma carne humana? Que de mais apto à imolação do que uma carne mortal? Que haveria de mais puro para delir os vícios dos mortais que uma carne nascida sem o contágio da concupiscência carnal, de um ventre e de um ventre virginal? Que poderia ser oferecido e aceito com mais graça que a carne de nosso sacrifício, tornado o corpo de nosso Sacerdote?

RESPOSTA À SEGUNDA. — Agostinho, no lugar aduzido, refere-se aos sacrifícios visíveis figurados. E, contudo a própria Paixão de Cristo, embora fosse significada por outros sacrifícios figurados, é contudo o sinal de uma realidade que nós devemos guardar, segundo a Escritura: Havendo pois Cristo padecido na carne, armai-vos também vós outros desta mesma consideração: que aquele que padeceu na carne cessou de pecados; de sorte que o tempo que lhe resta da vida mortal, ele não vive mais segundo as paixões do homem, mas segundo a vontade de Deus.

RESPOSTA À TERCEIRA. — A Paixão de Cristo, relativamente aos que o mataram, foi um malefício; foi porém um sacrifício por parte dele próprio, que sofreu levado da caridade. Por isso se diz, que quem ofereceu esse sacrifício foi o próprio Cristo e não os que o mataram.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.





Evangelho e comentário


Tempo Comum

Evangelho: Mt 12, 46-50

46 Estando Ele ainda a falar ao povo, eis que Sua mãe e Seus irmãos se achavam fora, desejando falar-Lhe. 47 Alguém disse-Lhe: «Tua mãe e Teus irmãos estão ali fora e desejam falar-Te». 48 Ele, porém, respondeu ao que falava: «Quem é a Minha mãe e quem são os Meus irmãos?» 49 E, estendendo a mão para os Seus discípulos, disse: «Eis Minha mãe e Meus irmãos. 50 Porque todo aquele que fizer a vontade de Meu Pai que está nos céus, esse é Meu irmão e Minha irmã e Minha mãe».

Comentário:

Então, Senhor, eu sou a Tua Mãe e os Teus Irmãos? Se fizer a Vontade de Teu Pai?

Pois não quero eu outra coisa.
Mas como, se sou o que sou, fraco, débil, pusilânime, preconceituoso?

“Eu, Teu pobre filho tão falho de tudo, tão disperso por tantas coisas que não interessam, tão pouco dedicado ao cumprimento da Tua Vontade;
Eu, que me esqueço constantemente que Tu e só Tu tens palavras de Vida Eterna, és o verdadeiro Caminho, a única Verdade, a Vida que vale a pena;
Eu, que me distraio por tantos problemas, por mim próprio criados, fruto da minha inconstância, da minha insensatez, da minha ânsia de ter e possuir, e tão pouco ciente de que não tenho absolutamente nada;
Eu, tão exigente com os outros, tão ávido e cioso da minha "importância", e tão pouco ciente de que não valho absolutamente nada;
Eu, tão convencido da minha ciência, das minhas capacidades, do meu conhecimento das coisas, com opinião formada sobre tudo e sobre todos, sempre pronto a emitir parecer e enunciar princípios, e tão pouco ciente de que não sei absolutamente nada;
Eu, tão seguro da minha capacidade, da minha força, dos meus valores, da minha fortaleza, e tão pouco ciente de que não posso absolutamente nada;
Eu, que me esqueço de ser amigo e filho;
Eu, que me esqueço de ser agradecido e obrigado;
Eu, que me esqueço Te pago com esquecimentos e rejeições;
Eu, que não sei amar, amo muito pouco e muito mal, quer com o coração, quer com as palavras, mas, sobretudo, com as obras;
Eu, que não sei querer, quero mal e quero coisas que não interessam;
Eu, que ponho a minha esperança em coisas vãs e fátuas.“ [i]
Nada mais me resta, senão insistir repetidamente na petição diária:
Docere me facere voluntatem Tuam, quia Deus meus es Tu!

Assim, seguramente, serei digno da Tua promessa e serei Tua Mãe e Teus Irmãos.

(ama, comentário sobre Mt 12, 46-50, 27.05.2016)












[i] ama, Acções de graças da comunhão

Leitura espiritual

Leitura Espiritual

Temas actuais do cristianismo 



São Josemaria Escrivá
55
                
pergunta:

A que atribui a crescente importância que se dá ao Opus Dei?
É devida só ao atractivo da sua doutrina ou é também um reflexo das ansiedades da idade moderna?

resposta:

O Senhor suscitou o Opus Dei em 1928 para ajudar a recordar aos cristãos que, como conta o livro do Génesis, Deus criou o homem para trabalhar.
Viemos chamar de novo a atenção para o exemplo de Jesus, que durante trinta anos permaneceu em Nazaré trabalhando, desempenhando um ofício.
Nas mãos de Jesus, o trabalho - e um trabalho profissional, semelhante ao que milhões de homens realizam, em todo o mundo - converte-se em tarefa divina, em actividade redentora, em caminho de salvação.

O espírito do Opus Dei recolhe a formosíssima verdade, esquecida durante séculos por muitos cristãos, de que qualquer trabalho, humanamente digno e nobre, se pode converter numa tarefa divina. No serviço de Deus não há ofícios de menos categoria: todos são de muita importância.

Para amar a Deus e servi-Lo, não é preciso fazer coisas extravagantes.
A todos os homens, sem excepção, Cristo pede que sejam perfeitos como o seu Pai celeste é perfeito [i].
Na sua grande maioria, os homens, para serem santos, devem santificar o seu trabalho, santificar-se no seu trabalho e santificar os outros com o seu trabalho, encontrando assim Deus no caminho das suas vidas.

As condições da sociedade contemporânea, que valoriza cada vez mais o trabalho, facilitam evidentemente que os homens do nosso tempo possam compreender este aspecto da mensagem cristã que o espírito do Opus Dei veio sublinhar.
Mas mais importante ainda é o influxo do Espírito Santo, que na sua acção vivificadora quis que o nosso tempo fosse testemunha de um grande movimento de renovação em todo o Cristianismo.
Lendo os documentos do Concílio Vaticano II vê-se claramente que parte importante dessa renovação foi precisamente a revalorização do trabalho quotidiano e da dignidade da vocação do cristão que vive e trabalha no mundo.

56            

pergunta:

Como se vai desenvolvendo o Opus Dei noutros países, fora de Espanha?
Qual é a sua influência nos Estados Unidos, Inglaterra, Itália, etc.?

resposta:

Pertencem actualmente ao Opus Dei pessoas de sessenta e oito nacionalidades, que trabalham em todos os países da América e da Europa Ocidental e em alguns da África, Ásia e Oceania.

A influência do Opus Dei em todos esses países é uma influência espiritual.
Consiste essencialmente em ajudar as pessoas que se aproximam do nosso trabalho a viver mais plenamente o espírito evangélico na sua vida corrente.
Estas pessoas trabalham nos sítios mais variados, desde camponeses, que cultivam a terra em longínquas aldeias da serra andina, até banqueiros de Wall Street.
A todos o Opus Dei ensina que o seu trabalho quotidiano, seja humanamente humilde ou brilhante, é de grande valor e pode ser um meio eficacíssimo para amar e servir a Deus e aos outros homens.
Ensina-lhes a amar todos os homens, a respeitar a sua liberdade, a trabalhar - com plena autonomia, do modo que lhes parecer melhor - para apagar as incompreensões e as intolerâncias entre os homens e para que a sociedade seja mais justa.
Esta é a única influência do Opus Dei em qualquer dos lugares onde trabalha.

Referindo-me às actividades sociais e educativas que a Obra como tal costuma promover, dir-lhe-ei que correspondem, em cada lugar, às condições concretas e às necessidades da sociedade.
Não disponho de dados pormenorizados sobre todas essas actividades, porque, como comentava antes, a nossa organização está muito descentralizada.
Poderia mencionar, como um exemplo entre muitos outros possíveis, o Midtown Sports and Cultural Center, no Near West Side de Chicago, que proporciona programas educativos e desportivos aos habitantes do bairro.
Parte importante do seu trabalho consiste em promover a convivência e a amizade entre os diversos grupos étnicos que o compõem.
Outro trabalho interessante, nos Estados Unidos, é o que se realiza em The Heights, em Washington, onde funcionam cursos de orientação profissional, programas especiais para estudantes particularmente dotados, etc.

Na Inglaterra, poder-se-ia destacar o trabalho de residências universitárias, que oferecem aos estudantes alojamento e diversos programas para completar a sua formação cultural, humana e espiritual. Netherhall House, em Londres, é talvez especialmente interessante pelo seu carácter internacional.
Têm convivido nessa residência universitários de mais de cinquenta países.
Muitos deles não são cristãos, porque as casas do Opus Dei estão abertas a todas as pessoas, sem discriminação de raça ou religião.

Para não me alongar demasiado, apenas mencionarei ainda o Centro Internazionale della Gioventú Lavoratríce, em Roma.
Este centro, destinado à formação profissional de operários jovens, foi confiado ao Opus Dei pelo Papa João XXIII e inaugurado por Paulo VI há menos de um ano.

57
                
pergunta:

Como vê V. Rev.ª o futuro do Opus Dei nos anos que se seguirão?

resposta:

O Opus Dei é ainda muito novo.
Trinta e nove anos para uma instituição é apenas o começo.
A nossa tarefa é colaborar com todos os outros cristãos na grande missão de ser testemunha do Evangelho de Cristo; é recordar que essa boa nova pode vivificar qualquer situação humana. A tarefa que nos espera é ingente.
É um mar sem limites, porque, enquanto houver homens na Terra, por muito que se alterem as formas técnicas da produção, terão um TRABALHO que podem oferecer a Deus, que podem santificar.
Com a graça de Deus, a Obra quer ensinar-lhes a fazer desse trabalho um serviço a todos os homens de qualquer condição, raça ou religião.
E servindo assim os homens, servirão a Deus.

Fim da entrevista realizada por Tad Szulc, correspondente do New York Times, em 7 de Outubro de 1966.

58            

pergunta:

O Opus Dei ocupa um papel de primeiro plano no processo moderno de evolução do laicado; por isso gostaríamos de lhe perguntar, antes de mais nada, quais são, na sua opinião, as características mais notáveis deste processo.

resposta:

Sempre pensei que a característica fundamental do processo de evolução do laicado é a consciencialização da dignidade da vocação cristã.
A chamada de Deus, o carácter baptismal e a graça, fazem com que cada cristão possa e deva encarnar plenamente a fé.
Cada cristão deve ser alter Christus, ipse Christus, presente entre os homens.
O Santo Padre disse-o de maneira inequívoca: “É necessário voltar a dar toda a importância ao facto de ter recebido o sagrado baptismo, quer dizer, de ter sido enxertado, mediante esse sacramento, no Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja. (...) Ser cristão, ter recebido o baptismo, não deve ser considerado como coisa indiferente e sem valor, antes deve marcar profunda e ditosamente a consciência de todos os baptizados” [ii].

59            

Isto traz consigo uma visão mais profunda da Igreja, como comunidade formada por todos os fiéis, de modo que todos somos solidários duma mesma missão, que cada um deve realizar segundo as suas circunstâncias pessoais.
Os leigos, graças aos impulsos do Espírito Santo, são cada vez mais conscientes de serem Igreja, de possuírem uma missão específica, sublime e necessária, uma vez que foi querida por Deus.
E sabem que essa missão depende da sua própria condição de cristãos, não necessariamente de um mandato da Hierarquia, embora seja evidente que deverão realizá-la em união com a Hierarquia eclesiástica e segundo os ensinamentos do Magistério: sem união com o Corpo episcopal e com a sua cabeça, o Romano Pontífice, não pode haver, para um católico, união com Cristo.

O modo de os leigos contribuírem para a santidade e para o apostolado da Igreja consiste na acção livre e responsável no seio das estruturas temporais, aí levando o fermento da mensagem cristã.
O testemunho de vida cristã, a palavra que ilumina em nome de Deus e a acção responsável, para servir os outros, contribuindo para a resolução de problemas comuns, são outras tantas manifestações dessa presença através da qual o cristão corrente cumpre a sua missão divina.

Há muitos anos, desde a própria data da fundação do Opus Dei, que medito e tenho feito meditar umas palavras de Cristo que nos relata S. João: et ego, si exaltatus fuero a terra, omnia traham ad meipsum [iii]. Cristo, morrendo na Cruz, atrai a Si a criação inteira, e, em seu nome, os cristãos, trabalhando no meio do mundo, hão-de reconciliar todas as coisas com Deus, colocando Cristo no cume de todas as actividades humanas.

Entrevista realizada por Enrico Zuppi e António Fugardi, publicada em L'Osservatore della Domenica (Cidade do Vaticano) nos dias 19 e 26 de Maio e 2 de Junho de 1968

(cont)




[i] (Mat. 5, 48)
[ii] (Encíclica Ecclesiam Suam, parte 1)
[iii] (Jn. 12, 32)

Jesus Cristo e a Igreja – 124

Celibato eclesiástico: História e fundamentos teológicos

IV. O CELIBATO NA DISCIPLINA DAS IGREJAS ORIENTAIS

A questão do eremita Pafnucio.

…/3

Recentemente, o estudioso alemão Friedhelm Winckelmann investigou esse incidente e concluiu que ele foi inventado, pois a referência à pes­soa de Pafnucio apareceu mais tarde.
O nome dele só aparece em manuscritos tardios das Actas do Concílio, e alguns textos do século IV apenas o conhecem como confessor da fé. Posteriormente algumas lendas hagiográficas elevaram-no a mestre e foi citado como Padre do Concílio de Nicéia.

Mas o argumento mais convincente contra a autenticidade desse relato parece residir no facto de que precisamente a Igreja Oriental que de­veria ter o maior interesse nele, ou não tinha conhecimento do mesmo, ou não o usou em nenhum documento oficial, por estar convencida da sua falsidade.

E o mesmo pode ser deduzido do facto de que não haja qualquer men­ção ou utilização sobre Pafnucio, tanto nos escritos polémicos sobre o celibato dos ministros sagrados, como nos grandes comentadores do Século XII – Aristeno, Zonaras, Balsamon – do Syntagma canonum adauctum – ou seja, do códice maior de direito da Igreja Oriental, es­tabelecido pelo Concílio Trullano de 691. Isso seria, de facto, mais fácil do que recorrer à manipulação de textos históricos bem conhecidos, como veremos adiante.

(revisão da versão portuguesa por ama)


Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?