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09/06/2016

Verdades que o egoísmo esconde - 4

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A pessoa vai enriquecer-se na medida em que contribuir para o enriquecimento pessoal de parentes, amigos e colegas.


Fonte: REVISTA SER PERSONA

(Revisão da versão portuguesa por ama)

Temas para meditar - 645

No dia de Pentecostes nasceu a Igreja, sob o poderoso sopro do Espí­rito Santo.

Ela nasceu, num certo sentido, “no mundo inteiro” habitado pelos homens, que falam diversas línguas.
Nasceu para ir ao mundo inteiro a fim de ensinar, com as diversas línguas, todas as nações.

Nasceu “para que”, ensinando os homens e as nações, ‘ela nasça sem­pre de novo’ mediante a palavra do Evangelho; para que neles nasça sempre de novo no Espírito Santo, ‘pela força sacramental da Eucaris­tia’.


(são JOÃO PAULO II, Passai um Ano Comigo, Meditações quotidianas, Editorial Verbo 1986, Tempo Pascal, pg. 145)

Doutrina – 169

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO PRIMEIRO CREIO EM DEUS PAI

A queda


73. Como se compreende a realidade do pecado?


O pecado está presente na história do homem. Tal realidade só se esclarece plenamente à luz da Revelação divina, e sobretudo à luz de Cristo Salvador universal, que fez superabundar a graça onde abundou o pecado.

Pede a verdadeira humildade

A humildade nasce como fruto do conhecimento de Deus e do conhecimento de si próprio. (Forja, 184)

Essas depressões por veres ou por outros descobrirem os teus defeitos, não têm fundamento...
Pede a verdadeira humildade. (Sulco, 262)

Fujamos dessa falsa humildade que se chama comodismo. (Sulco, 265)

– Senhor, peço-te um presente: Amor..., um Amor que me deixe limpo. E mais outro presente: conhecimento próprio, para me encher de humildade. (Forja, 185)

São santos os que lutam até ao final da sua vida: os que se sabem levantar sempre depois de cada tropeção, de cada queda, para prosseguir valentemente o caminho com humildade, com amor, com esperança. (Forja, 186)

Se os teus erros te fazem mais humilde, se te levam a procurar agarrar com mais força a mão divina, são caminho de santidade: "felix culpa!", bendita culpa!, canta a Igreja. (Forja, 187)


A humildade leva cada alma a não desanimar ante os próprios erros. A verdadeira humildade leva... a pedir perdão! (Forja, 189)

Leitura espiritual


INTRODUÇÃO AO CRISTIANISMO

"Creio em Deus" – Hoje

SEGUNDA PARTE

JESUS CRISTO

CAPÍTULO PRIMEIRO

"Creio em Jesus Cristo seu Filho Unigénito, Nosso Senhor".

IV. Caminhos da Cristologia

3. Cristo, "o último Homem”.
Digressão: Estruturas do Crístico

1.   O princípio do "para".

O "para" deve ser encarado como princípio decisivo da existência humana, tornando-se o local exato da manifestação do divino no mundo. Este facto tem ainda outra conseqüência, a saber: o ser-todo-outro de Deus, que o homem já é capaz de descobrir, ou ao menos de suspeitar por si, torna-se um completo ser-outro, uma total incognoscibilidade de Deus. Significa que o ocultamento de Deus, com que o homem conta, assume a forma escandalosa de sua palpabilidade e de sua visibilidade como Deus crucificado. Expresso de outro modo: tem como consequência que Deus, o primeiro, o "alfa" da criação, surge como o "ómega", como a última letra do alfabecto da criação, como a mínima criatura na criação. Neste contexto, Lutero fala do ocultamento de Deus sub contrario, isto é, no que parece ser o contrário de Deus. Destaca assim a peculiaridade da forma cristã da teologia negativa, determinada a partir da cruz, frente à teologia negativa do pensamento filosófico. Já a Filosofia, a reflexão própria do homem sobre Deus, conduz, à convicção de ser Deus o todo outro, o simplesmente oculto e incomparável. "Curtas como as vistas das aves noturnas são também as nossas vistas diante do que é o mais luminoso em si", já afirmava Aristóteles. De facto, à luz da fé em Jesus Cristo, responderemos: Deus é o todo diferente, invisível, incognoscível. Mas, quando ele surgiu em cena realmente assim todo diferente, tão invisível em sua divindade, tão incognoscível, não se tratava daquela espécie de ser-outro e de estranheza prevista por nós, e ele, de facto, ficou desconhecido. Contudo – não deveria precisamente esta circunstância revelá-lo como o realmente todo outro, que põe abaixo todos os nossos cálculos de ser-outro, revelando-se assim como o unicamente autêntico todo diferente?

De acordo com isto, através da Bíblia inteira se pode encontrar continuamente a ideia da dupla maneira de Deus aparecer no mundo. Deus comprova-se, primeiramente e sem dúvida, na força cósmica. A grandeza, o Logos do mundo que ultrapassa, envolvendo-a, porém, toda a nossa imaginacção, aponta para aquele cujo pensamento este mundo é; para aquele, diante do qual os povos são "como gotas à beira do balde", "como pó na balança" (Is 40,15). Existe realmente o lembrete do universo sobre o seu criador. Por mais que nos obstinemos contra os argumentos da existência de Deus, por mais que a reflexão filosófica objecte contra seus diversos passos, e com muita razão, é um facto irretorquível que o proto-pensamento criativo e a sua força criadora transluzem através do mundo e da sua estrutura ideal.

Mas aí temos apenas um modo de Deus se manifestar no mundo. O outro sinal, que Deus estabeleceu para si, e que o mostra mais verdadeiro no que lhe é mais peculiar, ocultando-o tanto mais, é o sinal do vil, que, medido sob o ponto de vista cósmico-quantitativo, é totalmente insignificante, quase um puro nada. Aqui deveríamos citar a sequência: terra – Israel – Nazaré – cruz – Igreja, em que Deus aparenta desaparecer mais e mais no pequeno, revelando-se exactamente assim como ele mesmo. Eis, primeiro, a terra, um nada no cosmos, destinada a ser o ponto de actividade divina no universo. Eis Israel, um nada entre as potências, destinado a ser o ponto do seu aparecimento na terra. Eis Nazaré, outra vez um nada dentro de Israel, destinada a tornar-se o ponto de sua vinda definitiva. Eis, enfim, a cruz, da qual está pendente alguém – uma existência fracassada, cruz destinada a ser o ponto onde Deus pode ser palpado. Finalmente, eis a Igreja, a criação problemática da nossa história, pretendendo ser o lugar duradouro da sua revelação. Sabemos hoje, e até demais, quão pouco, mesmo na Igreja, continua suprimida a ocultação da proximidade divina. Exactamente onde, no luxo da renascença, a Igreja julgava poder tornar-se imediata "porta do céu" e "casa de Deus" voltou ela a ser, e quase mais do que nunca, o incógnito de Deus, que atrás dela quase não se podia mais encontrar. Desse modo, o que é insignificante cósmica e mundialmente representa o sinal exacto de Deus em que se anuncia o todo outro que, diante das nossas expectativas, volta a ser o completamente incompreensível. O nada cósmico é o verdadeiro tudo, porque o "para" é o específico de Deus...
4. A lei do supérfluo.

Nas declarações éticas do Novo Testamento existe uma tensão aparentemente invencível: entre graça e ética, entre perdão total e não menos completa reivindicação, entre completo ser-agraciado do homem que recebe tudo gratuitamente, por ser incapaz de produzir alguma coisa, e a não menos radical obrigacção de doar-se até ao inaudito desafio: "Sede, portanto, perfeitos, como o vosso Pai no céu é perfeito" (Mt 5,48). Nesta fascinante polaridade, se procurarmos um termo médio de ligação, depararemos continuamente, sobretudo na teologia paulina, mas também nos Sinópticos, com o termo "supérfluo" (perisseuma), no qual se encontra, entrelaçando-se e interpenetrando-se o que se afirma da graça e do desejo.

Para visualizar este princípio, destaquemos aquele tópico central do Sermão da Montanha, que ali se acha como se fora a epígrafe e a síntese das seis grandes antíteses ("aos antigos foi dito... Eu porém vos digo..."), mediante o qual Jesus completa a nova redacção da segunda tábua do Decálogo: O texto reza: "Porque, eu vos digo, se a vossa virtude não sobrepujar a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no reino dos céus" (Mt 5,20). Jesus declara primeiramente toda a justiça humana como insuficiente. Quem poderia gabar-se honestamente de ter assimilado realmente e sem reservas, até ao âmago da própria alma, o sentido de cada exigência, tendo descido inteiramente até suas derradeiras raízes e, muito menos ainda, de ter produzido o supérfluo? Certamente, na Igreja há um "estado de perfeição", no qual as pessoas se comprometem ao supérfluo, a passar além do que é objecto de uma ordem. Mas, os que integram tal estado são os últimos a negarem que se encontram sempre no início e se sentem cheios de falhas. O "estado de perfeição", é na verdade, a forma mais dramática de representar a perene imperfeição do homem.
Quem não se contentar com esta indicacção, leia os seguintes versículos do Sermão da Montanha (5,21-48) e sentirá exposto a um exame de consciência desalentador. Neste texto torna-se claro o que significa levar a sério as determinações aparentemente tão simples da segunda tábua do Decálogo, das quais três são ali desenvolvidas: "Não matarás. Não cometerás adultério. Não jurarás falso". À primeira vista, parece muito fácil sentir-se justo frente a estas exigências. Afinal, não matamos a ninguém, não cometemos, adultério, não sentimos o peso de perjúrio algum sobre a consciência. Mas Jesus lança uma luz forte sobre as profundezas destes postulados; e então revela-se como o homem participa daqueles crimes, com sua cólera, a sua vontade de não perdoar, a sua inveja e cobiça. Torna-se claro o quanto o homem, com a sua aparente justiça, está emaranhado no que se chama a injustiça do mundo. Lendo com seriedade as palavras do Sermão da Montanha, dá-se o mesmo que se acontece com alguém que passa da apologética de um partido para a realidade. O belo preto-e-branco em que se costuma dividir os homens, transforma-se no pardo de um lusco-fusco geral. Torna-se evidente não existir entre os homens o preto-e-branco; apesar de todas as gradações distribuídas em vasta escala, encontram-se todos de algum modo numa luz indefinível. Usando outra comparação, poderíamos dizer: Reconhecendo ser possível identificar, no todo, em um plano "macroscópico", as nuances morais dos homens, uma consideração quase microscópica, micro-moral oferece, também aqui, um quadro diferenciado no qual as dessemelhanças começam a tornar-se problemáticas; em todo caso, não se pode mais falar de uma justiça que, além do necessário, apresenta o supérfluo.

Em se tratando do homem, portanto, ninguém estaria em condições de entrar no reino dos céus, isto é, na região da justiça real e plena. O reino dos céus estaria condenado a ser pura utopia. De facto, deve continuar pura utopia, enquanto depender exclusivamente da boa vontade do homem. Quantas vezes não se ouve dizer: bastaria um pouco de boa vontade para que tudo no mundo fosse belo e bom. É verdade: um pouco de boa vontade bastaria, mas a tragédia humana consiste precisamente no facto de faltar ao homem a indispensável força para criar aquele pouco de boa vontade. Neste caso, Camus teria razão, vendo o símbolo da humanidade em Sísifo a tentar incessantemente levar a pedra ao alto, condenado a deixá-la rolar sempre de novo morro abaixo? No que toca à humana capacidade, a Bíblia mostra-se tão sóbria como Camus, sem, contudo, se deixar envolver pelo cepticismo. Para ela, o limite da justiça humana, da humana capacidade em geral, é expressão de o homem estar à mercê do inquestionável dom da graça, que se lhe oferece sem medida, abrindo-o ao mesmo tempo, e sem o qual ele permaneceria fechado e injusto apesar de toda a sua "justiça". Só o homem que aceita o dom pode encontrar o caminho para si. Assim a percepção da justiça humana torna-se, simultaneamente, indicação da justiça de Deus, cuja superabundância se chama Jesus Cristo. Ele é a justiça de Deus que ultrapassa de muito o necessário, justiça que não calcula, mas que é realmente superabundante, que representa o "apesar de" do grande amor com que ele sobrepuja o fracasso do homem.

Apesar disto, haveria um mal entendido, se se quisesse deduzir daí uma desvalorização do homem, afirmando-se que, em tal caso, tudo daria na mesma e qualquer procura de justiça e bondade diante de Deus seria uma coisa sem sentido. Muito pelo contrário. Apesar de tudo, e precisamente por causa do que se disse, fica de pé o desafio de possuir a justiça em superabundância, já que não se pode realizar a justiça inteira. Mas, que quer isto dizer? Não há aí um contra-senso? Ora bem, isto quer dizer que não é cristão quem sempre está a calcular quanto lhe compete fazer, quanto é exactamente o bastante para apresentar-se como alguém revestido da veste nupcial, com a ajuda, quiçá, de alguns truques casuísticos. Nem é cristão, mas fariseu, quem se põe a calcular, onde termina a obrigação e onde se pode conseguir méritos excedentes, mediante um opus supererogatorium. Ser cristão não significa fornecer determinada quota obrigatória, e, quiçá, a título de perfeição maior, até ultrapassar o limite obrigatório. Cristão é quem sabe que, em qualquer hipótese, vive de dádiva; que, por conseguinte, qualquer justiça só poderá consistir em também ser doador, semelhante ao mendigo que continua a distribuir generosamente, grato pelo que recebeu. Não passa de injusto quem for justo apenas, o calculista que acredita ser capaz de conseguir para si a veste branca e nela realizar-se completamente. Justiça humana só se realizará na renúncia às suas pretensões, e no entregar-se à generosidade face ao homem e a Deus. Trata-se da justiça do "perdoai, como nós perdoamos" – súplica que se revela como a fórmula clássica da justiça humana cristãmente concebida: consiste em passar adiante, já que cada qual vive essencialmente do perdão recebido.


joseph ratzinger, Tübingen, verão de 1967.

(Revisão da versão portuguesa por ama)



Evangelho e comentário


Tempo Comum

Evangelho: Mt 5, 20-26

20 Porque Eu vos digo que, se a vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos Céus. 21 «Ouvistes que foi dito aos antigos: “Não matarás”, e quem matar será submetido ao juízo do tribunal. 22 Porém, Eu digo-vos que todo aquele que se irar contra o seu irmão, será submetido ao juízo do tribunal. E quem chamar cretino a seu irmão será condenado pelo sinédrio. E quem lhe chamar louco será condenado ao fogo da Geena. 23 Portanto, se estás para fazer a tua oferta diante do altar, e te lembrares ali que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24 deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem fazer a tua oferta. 25 Concilia-te sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele no caminho, para que não suceda que esse adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao guarda, e sejas metido na prisão. 26 Em verdade te digo: Não sairás de lá antes de ter pago o último centavo.

Comentário:

Em pleno Ano Jubilar da Misericórdia este trecho de São Mateus vem recordar-nos as palavras de Jesus Cristo que, de forma muito gráfica, estabelece os princípios das relações com o próximo.

Em suma trata-se de não ofender, não tratar mal, ser reconhecido, reparar o mal feito.

Parece, por outro lado, que o versículo 26 se pode aplicar ao Purgatório lugar destinado aos que morrem com algo por “resolver”, ou por concluir. O reato é exactamente esse pouco ou muito que como uma cicatriz mal curada e ainda visível, atesta o que nos faltará cumprir para limpar a alma e poder gozar da visão da Face de deus por toda e eternidade.

(ama, comentário sobre Mt 5, 20-26, 2016.02.2016)



Reflectindo - 189 - Igualdade de vida

Igualdade de vida

Houve-se com frequência dizer a respeito de alguém:

'É muito honesto'.

Isto é dito como se fosse algo extraordinário, fora do "normal".

Mas, então, o normal não é ser-se honesto!

Aliás, não se é "muito honesto" ou se é ou não!

Por isso penso que esta locução não faz qualquer sentido e que o que realmente se deveria dizer seria:

'Pode confiar-se' (nessa pessoa).

Isto sim é o que realmente queremos pensar a respeito dos outros e que igualmente desejamos que os outros pensem de nós.

Claro que uma pessoa digna de confiança é, por natureza, honesta.

É que parece haver uma tendência para considerar que a honestidade se resume e conclui em não se apropriar do alheio quando, de facto, é muito mais que isso: é viver, pensar e actuar com critérios sãos e estáveis, que não mudam conforme as circunstâncias, o ambiente ou outra coisa qualquer.

Considerar alguém honesto só porque não se apropria do que não lhe pertence é reduzir essa virtude a um mero comportamento, ou dito de outra forma, que essa virtude é a consequência lógica de não ter o defeito.

Mas... não ter um defeito não determina possuir uma virtude.

Por exemplo: 

Se não me embriago não permite concluir que tenha a virtude da temperança mas apenas que sou comedido na bebida;

Se cumpro as regras de trânsito não quer dizer que sou obediente mas que respeito as leis;

As virtudes - tema já abordado antes -  só se adquirem com os bons hábitos praticados com regularidade e independentemente das circunstâncias.

Por isso mesmo é muito importante a igualdade de vida.

Mas… E o que vem a ser a "igualdade de vida"?

Para os cristãos, è proceder de acordo com a Fé que afirmam professar, sem "intervalos" ou concessões.
Que os actos correspondam ao que se diz, que haja coerência, sintonia, entre o que se pensa e diz e o que se pratica.
Que, em suma, se seja honesto consigo próprio.

Mas, sobretudo, se seja honesto com Deus Nosso Senhor que não pode aceitar nem desculpas nem "justificações" se o nosso comportamento não corresponde integralmente ao que Ele tem todo o direito de esperar.

Ele sabe muito bem se o que fazemos corresponde à Sua Vontade ou aos nossos desejos ou conveniências de momento.

Portanto, pode concluir-se, igualdade de vida é fazer, em tudo, a Vontade de Deus!


ama, 2013